Casa Grande & Senzala foi a obra que consagrou escritor Gilberto Freyre

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Casa Grande & Senzala foi a obra que consagrou escritor Gilberto Freyre
Casa Grande & Senzala foi a obra que consagrou escritor Gilberto Freyre

Casa Grande & Senzala foi a obra que consagrou o sociólogo e escritor brasileiro Gilberto Freyre.

Este ensaio, lançado em 1 de dezembro de 1933, aborda a formação e o desenvolvimento econômico-social do Nordeste durante a era colonial.

O autor vê no cultivo da cana-de-açúcar, em meados do século XVI, um elemento fundamental neste mecanismo.

O escritor Gilberto Freyre nasceu em Recife, Pernambuco e aponta a participação significativa da estrutura até mesmo arquitetônica da Casa Grande na constituição da sociedade brasileira e de suas determinações culturais.

E destaca a importância da senzala como pólo complementar desta instituição colonial. Tudo gira em torno do patriarcalismo, modelo no qual uma autoridade masculina exercita seu poder sobre todos que se encontram sob seu domínio.

O patriarca detém o controle sobre escravos, familiares, os filhos e seus descendentes, sua cônjuge, entre outros elementos que se abrigam em sua propriedade agrária.

A casa-grande atua como um símbolo que agrega a todos, pois manifesta o potencial de acolher os membros que compõem esta comunidade.

Casa Grande & Senzala - Gilberto Freyre

Gilberto Freyre rejeita a concepção de que o brasileiro, por sua prática constante da mestiçagem, seja inferior a outros povos. Ele reforça a idéia de que a miscigenação concretizada entre ibéricos, indígenas e africanos, contribuiu para a constituição cultural positiva do povo que se desenvolveu em terras brasileiras.

O sociólogo Gilberto Freyre desenvolve neste livro sua tese, expondo o nascimento da sociedade brasileira do ponto de vista da rotina na casa do grande senhor.

Esta edificação é um instrumento do autor para representar o próprio país no período colonial, fundado sobre a monocultura do açúcar.

Nesta terra recém-descoberta a natureza inclemente é vista como uma barreira a ser vencida, antes de se lograr o desenvolvimento da civilização.

Tentando conquistar riqueza e fama, o colonizador europeu enfrenta a barbárie e, aos poucos, constrói um universo pretensamente civilizado. As famílias que se destacam neste país emergente, por seu poder e sua influência, instauram espaços pioneiros na esfera pública e assim fortalecem laços de soberania e autoridade, gerando teias interativas que se estendem por todas as partes.

Desta união de interesses entre núcleos familiares poderosos nasce o Estado, quase como um fator secundário.

De 1532 em diante emergiu uma estrutura social baseada no modelo econômico da exportação, estimulada pelos membros da monarquia brasileira, fixada em um centro produtor, a Casa-Grande, igualmente instituída como núcleo sócio-político.

Gilberto Freyre também demonstra a preponderância do português sobre os indígenas, através dos jesuítas, que atuaram no sentido de dominar este povo por meio da doutrinação moral e espiritual. A eles não restaram muitas opções além de se submeterem a esta colonização da alma, a não ser o árduo labor nas lavouras ou a fuga constante pelas florestas.

Quanto ao escravo, ele tem um papel de destaque na composição da sociedade brasileira, segundo Freyre, agindo até mesmo na essência do povo brasileiro. Esta concepção, somada à visão do autor sobre a sexualidade do brasileiro, abordada explicitamente, impregna esta obra de um potencial subversivo sem igual, o qual requer ainda hoje uma investigação mais profunda, que revele todo seu potencial oculto.

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