Tracunhaém é a “Capital do Artesanato em Cerâmica”

Este post também está disponível em: Português English

Figuras de ceramica - Tracunhaém PE
Figuras de ceramica – Tracunhaém PE

O principal atrativo de Tracunhaém é a transformação do barro em peças utilitárias e decorativas, sendo assim, a principal fonte de renda e emprego da região.

A cidade de Tracunhaém esta localizada a 55 km do Recife.

O município tem nome de origem indígena, significando “panela de formigas”, e se destaca pela produção de santos, animais e peças utilitárias, tendo o barro como matéria-prima.

O Município de Tracunhaém, localizado na Zona da Mata de Pernambuco, recebeu o título de “Capital do Artesanato em Cerâmica”, pela Assembleia Legislativa de Pernambuco.

O local é um dos mais importantes polos de cerâmica do estado.

Veja o vídeo “Tracunhaém é a Capital do Artesanato”

Tracunhaém a cidade do artesanato em barro

Praticamente 50% da população sobrevivem, direta ou indiretamente, da transformação do barro em peças utilitárias ou em obras de arte.

São os trabalhadores anônimos que atuam nas olarias do Município ou os vários artesãos famosos da cidade, alguns deles conhecidos até mesmo fora do Brasil.

Em sua justificativa ele afirma que “graças à visão empreendedora e a ousadia dos artesãos, Tracunhaém é conhecida no estado de Pernambuco como a cidade turística do artesanato em barro, cujos artistas, que usando dos seus conhecimentos e vocação, transformam argila em extraordinárias obras”.

Figuras de barro de Tracunhaém
Figuras de barro de Tracunhaém

Além da cerâmica utilitária, que remonta ao período colonial, Tracunhaém se destaca pela arte figurativa e decorativa do barro, criando santos, anjos, bichos, como o famoso leão com cachos e figuras humanas.

As figuras de barro são inspirados nas imagens do cotidiano, da cultura popular e, sobretudo, da fé religiosa.

Tracunhaém tornou-se tão marcante como polo artístico que alguns dos seus artesãos acabaram adotando como sobrenome o próprio nome da cidade, e só desta forma são identificados. Muitos artistas são filhos ou “netos de oleiros.

São pessoas que aprenderam a modelar o barro ainda na infância, iniciando a produção de cerâmica figurativa, que mais tarde veio a se tornar ponto de referência, tanto para a cidade, quanto para a arte popular brasileira”.

Os artistas de Tracunhaém têm no barro a matéria-prima principal para a confecção de cerâmicas utilitárias e decorativas. Os santos produzidos pelos artesãos locais são famosos nacionalmente.

Entre os anos 1970/80, a cidade era visita obrigatoriamente por intelectuais e artistas brasileiros que passavam pelo estado de Pernambuco.

Quando esteve no Recife, em 1980, o Papa João Paulo II levou uma imagem de Nossa Senhora do Carmo produzida em Tracunhaém.

Para o deputado “o Título de “Capital do Artesanato em Cerâmica” é merecido devido à atividade no ramo da cerâmica que é predominante no Município de Tracunhaém, cuja produção possui estilo próprio que garante o reconhecimento estético das peças produzidas na localidade”.

O parlamenta ressalta ainda que por outro lado, a homenagem busca valorizar e homenagear o artista artesão que com sua bela arte faz parte da história e construção da cidade.

Artesanato do Barro

A arte do barro é uma atividade milenar existente há mais de 3.000 anos antes de Cristo.

Artesanato do Barro
Artesanato do Barro

No Brasil é uma prática muito representativa para a cultura popular.

É uma herança deixada pelos índios. As índias faziam brinquedos de barro para os filhos e objetos domésticos como gamelas, tigelas, alguidares, potes e modelavam de acordo com sua criatividade e/ou necessidade, e pintavam com tintas fortes e coloridas, inspiradas na natureza.

O artesanato de barro é uma produção espontânea que parte da sensibilidade e ingenuidade do artesão.

O matuto é astucioso e tem uma imaginação fértil para criar. Usa o barro para fazer algo que lhe proporcione prazer, beleza e arte, fazendo do artesanato uma fonte de renda para sua subsistência.

Os artesãos do barro são artistas anônimos espalhados pelos sertões do Norte e Nordeste do Brasil. Em muitos municípios do Nordeste do Brasil e, em particular, em Pernambuco, é grande a prática do artesanato de barro, fabricado de forma rústica em Caruaru, Tracunhahém e Goiana, que são as cidades que mais se destacam na produção de cerâmicas utilitárias e ornamentais no Estado.

Em Caruaru, a prática do artesanato de barro teve origem no Alto do Moura, lugar onde viveu o Mestre Vitalino, que foi destaque na produção de artesanato de Pernambuco e tornou-se o mais conhecido oleiro do Nordeste. Suas esculturas fizeram e ainda fazem sucesso no Brasil e no exterior.

Tracunhaém, localizado na mata Norte do estado de Pernambuco é conhecido como o “pólo cerâmico”, porque a maioria da população dedica-se à produção de santos em barro.

Entre os principais artesãos desta região merece destaque Zezinho de Tracunhaém, que modela suas peças representando Santo Antônio, São Pedro, São José, Padre Cícero e outros.

Goiana, a terra do barro, localizada a 50 quilômetros do Recife, tem como principal atividade a modelagem de imagens de barro que lembram santos padroeiros da Igreja Católica (São Pedro, Santo Antônio, Santo Expedito) e de figuras representativas do folclore da Zona da Mata, tais como o pegador de caranguejo, o vendedor de abacaxi, o tirador de coco, o pescador.

São também representadas as heroínas de Tejucupapo, o maracatu rural, o pastoril, as lavadeiras, os mendigos, os carvoeiros e diversas outras representações que expressam e enriquecem a cultura regional.

Os artistas que mais se sobressaem no artesanato de barro são Zé do Carmo e Gercino Santos, ambos conhecidos internacionalmente pelo talento e criatividade.

Arte de Modelar o Barro ou Argila

A modelagem existe desde os primórdios da humanidade. Na antiguidade, moldavam o barro e transformavam em peças utilitárias e representativas.

Vídeo Arte de Modelar o Barro ou Argila em Tracunhaém

Arte de Modelar o Barro ou Argila em Tracunhaém

Mesmo nas civilizações posteriores a modelagem sempre esteve presente em vasos, máscaras, objetos decorativos e muito mais.

Então podemos definir a modelagem como o ato de moldar, ajustar a forma manualmente de material como o barro, argila, e outros materiais maleáveis e transforma-los em objetos tridimensionais. Mesmo com as tecnologias ainda é uma prática bastante artesanal.

Diferente do desenho e da pintura, a modelagem nos proporciona a visão de todos os ângulos e lados da estrutura e ainda podemos perceber a sua textura.

Sendo uma forma de expressão simbólica e lúdica , o ato de manipular o barro torna-se além de educativo, uma forma prazerosa de expressão e o tridimensional passa a representar um novo conhecimento adquirido através dos desenhos.

A argila e as massas de modelar são as mais usadas pelos artistas na confecção de seus trabalhos.

Mesmo nos tempos remotos, a argila era bastante usada na confecção de potes e estatuetas, em urnas funerárias e sempre estava relacionada à existência, a vida.

Os primeiros artefatos modelados em argila eram simples e alguns possuíam desenhos geométricos como os encontrados na Pré História. No decorrer do tempo, as técnicas foram se aprimorando, a modelagem foi sendo aperfeiçoada e os pigmentos naturais ou argilas coloridas, acrescentados a peça.

A civilização grega é a mais representativa na expansão das técnicas em cerâmica. Faziam a queima e pintura e classificavam as peças por funcionalidade. Os artefatos e vasos eram decorados em vermelho e preto. Os gregos são considerados como os melhores fabricantes de cerâmica do mundo.

Com a prosperidade da modelagem em argila, a cerâmica, outros povos passaram a desenvolver outras técnicas, como os chineses, que passaram a queima-las para ficarem mais fortes e a usar o caulim (pó branco) que deixava a peça translúcida e leve, a porcelana.

A cerâmica se espalhou por todos os lugares e foram ganhando novos componentes, formas e utilidades. O que antes era puramente útil passou a ser também decorativo.

Outros materiais também foram usados na modelagem como o gesso.

No Brasil temos importantes ceramistas como mestre Vitalino, homem simples e com grande criatividade. Suas peças mostram a vida dos habitantes do nordeste em figuras simples. Para um melhor conhecimento, acesse o site:

As Paneleiras de Goiabeiras, patrimônio histórico cultural pelo IPHAN, produzem panelas de barro, função herdadas das mães e tem como origem a cultura indígena.

Criaram uma cooperativa ( tudo se moderniza) a Associação das Paneleiras de Goiabeiras, que gera renda para as famílias que ali trabalham.

A modelagem estimula a sensibilidade e a criatividade por meio da linguagem artística vivenciada na transformação da matéria modelada. Bem importante e não só como meios de sustento, mas com significação para a prática educativa do ensino de arte na escola.

O barro é uma designação genérica na qual foram agrupadas um sem- número de misturas de argilas com as mais variadas espécies de impurezas.

Os diversos minerais, os óxidos metálicos e as matérias orgânicas, associados às argilas em variadíssimas proporções, fazem com que as variedades de barros sejam inumeráveis e apresentem características muito distintas, quer em cru quer depois de cozidas.

Note que na mesma extração é freqüente encontrar tipos de barros muito diferentes consoante, por exemplo, a profundidade a que se escava.

As argilas são rochas normalmente de origem sedimentares e provenientes da alteração de rochas silicadas.

Os minerais que as constituem são fundamentalmente a caulinite, a ilite ou a montemorilonite. Do ponto de vista químico, as argilas são aluminosilicatos hidratados apresentando espécies muito variadas de fórmula genérica.

Como Modelar Argila ou Barro

A argila é um material usado desde os tempos mais remotos para a fabricação de objetos de uso diário e decoração.

Trabalhar com o barro exige pouco mais que as mãos. Técnicas avançadas incluem uma variedade de ferramentas como o torno ou roda de oleiro que tem um prato giratório para ajudar a moldar uma peça. Com um pouco de prática é possível fazer jarras, canecas, potes, vasilhas, pratos e tigelas.

A. Moldando a argila (barro) com as mãos

Moldando a argila com as mãos
Moldando a argila com as mãos

1. Prepare a argila (barro)

A boa argila deve ser macia o suficiente para ser trabalhada diretamente com as mãos fora da embalagem.

Mas você pode conseguir este efeito ao amassar o barro que vai ficar flexível e sem bolhas de ar ou pelotinhos. Este processo é chamado de acunhamento.

  • Coloque um pedaço de argila sobre uma superfície porosa, como concreto ou lona.
  • Pressione a massa com a palma de uma das mãos e a empurre para frente.
  • Estique e dobre a argila quando a trouxer para perto do seu corpo. É como sovar pão.
  • Repita os movimentos até que a argila fique uniforme e consistente (mais ou menos 50 vezes).
Moldando a argila com as mãos
Moldando a argila com as mãos

2. Use o método clássico

Amassar a argila com os dedos deve ser o jeito mais antigo e prático de trabalhar com este material. Quando o barro estiver uniforme use os dedos para modelar o que deseja. É possível fazer uma tigela, por exemplo, com ajuda desta simples técnica:
Separe um pedaço de argila e faça uma bola.

  • Coloque-a contra a mesa onde está trabalhando e empurre levemente para baixo, mas sem deixar sair do lugar.
  • Faça um pequeno buraco no centro da bola. Isso vai ajudar a abrir o barro.
  • Puxe a argila para os lados, no sentido horizontal e comece a abrir o interior da vasilha.
  • Aperte os lados do barro e vá puxando para cima para fazer a tigela.
  • Continue a pressionar e a esticar até conseguir a forma e o tamanho que imaginou.
Moldando a argila com as mãos
Moldando a argila com as mãos

3. Experimente a técnica das bobinas.

Fazer objetos juntando pequenos rolinhos de argila é versátil e exige apenas as mãos. Comece moldando um pedaço de barro.

  • Separe a argila em vários pedaços pequenos do mesmo tamanho.
  • Faça bolinhas.
  • Coloque a palma das mãos sobre o barro e faça um movimento de rolagem para frente e para trás e produza as bobinas finas e compridas.
  • Continue o movimento até que fiquem longas.
  • Pare quando conseguir a espessura desejada. Elas podem ficar mais finas ou mais grossas dependendo do que vai fazer (isto vai determinar a espessura da peça).
  • Modele do seu jeito. Para fazer uma tigela redonda, por exemplo, coloque as bobinas em um circulo, aperte e alise com os dedos.
    Empilhe as “cobrinhas” uma sobre a outra até que estejam no formato correto.
  • Use as menores para fechar o utensílio (para moldar o fundo, por exemplo). É possível fazer uma placa redonda e depois grudar na peça formando a base.
  • Pressione levemente as bobinas para fixá-las e alise os lados do objeto.
Moldando a argila com as mãos
Moldando a argila com as mãos

4. Produza lajotinhas.

É possível produzir objetos de formatos diferentes a partir da união de “folhas” planas de argila. Uma boa sugestão é fazer uma pequena caixa de terracota:

  • Com a ajuda de um rolo de macarrão ou algo similar abra um pedaço de argila.
  • Use uma faca ou objeto afiado para cortar as lajotinhas. Para fazer uma caixa corte as placas em quadrados ou retângulos do mesmo tamanho.
  • Uma boa dica é utilizar um objeto como guia. Coloque um quadrado de papel sobre a argila e corte as “folhas” com a faca usando o molde como base.
  • Depois que todas as peças foram recortadas faça pequenos cortes nas beiradas. Isto vai auxiliar na hora de fundir uma parte à outra na hora da montagem da caixa.
  • Junte uma peça com a outra. Com cuidado pressione seus dedos ou uma pequena ferramenta para unir e alisar as bordas.
  • Repita a ação até grudar as partes da caixa.
Moldando a argila com as mãos
Moldando a argila com as mãos

5. Use uma extrusora.

Esta é uma ferramenta que pode fazer “fios”, “cabelos”, “cobrinhas” e cilindros de argila de um jeito bem prático. Mini extrusoras podem ser compradas em lojas especializadas em cerâmica ou na internet. Coloque um pedaço de barro dentro aparelho.

Use a alavanca para empurrar a argila e produzir os formatos desejados, como círculos ou quadrados. Assim vai obter bobinas ou placas para moldar a cerâmica.

B. Usando a roda de oleiro

Argila - Usando a roda de oleiro
Argila – Usando a roda de oleiro

1. Utilize o torno.

Esta ferramenta pode ser manual ou elétrica. Prepare o equipamento antes de moldar a argila:

  • Defina o sentido certo da rotação (no sentido anti-horário se você usa a mão direita e horário se for canhoto).
  • Instale o prato firmemente na base. Isto vai ajudar a reduzir os respingos e a queda do material durante o trabalho.
  • Ajuste a altura do torno para ficar sentado confortavelmente durante a moldagem.
  • Ligue na tomada se o aparelho for elétrico.
  • Teste o funcionamento da roda para saber se está girando corretamente antes de usar.

2. Prepare a argila.

Amasse-a sobre uma superfície porosa, empurre com os dedos e puxe-a de volta. Repita o processo até que ela fique maleável, consistente e com aparência uniforme.

Coloque a argila na roda de oleiro
Coloque a argila na roda de oleiro

3. Coloque a argila na roda de oleiro.

Faça uma bola de argila e coloque no meio da base giratória.

Centralize a argila
Centralize a argila

4. Centralize a argila.

Com as mãos ainda secas, toque no barro para garantir que está bem no meio da roda. Comece a mover o torno bem devagar e fique de olho no material para mantê-lo no centro, sem deixar torto.

5. Molhe as mãos.

Agora que a argila está no lugar certo, é hora de moldar. É importante manter as mãos sempre molhadas enquanto trabalha no torno. Fazer isto deixa a superfície da cerâmica lisa (bem úmida como uma lama) e mais fácil de ser moldada. Deixe uma bacia ou pote com água para umedecê-las sempre que precisar.

Moldando a argila com as mãos
Moldando a argila com as mãos

6. No início, a peça é bem simples.

Comece a movimentar o torno até aumentar a velocidade. Coloque suas mãos ao redor da argila e aperte de leve enquanto a base gira. Aí vai começar a dar forma ao objeto. Com um pouco de prática, você vai conseguir lidar com o barro e moldar tudo o que deseja.

  • Para produzir um utensílio alto como uma caneca, empurre o material para o centro. Isto vai fazer com que a argila se mova para cima.
  • Já para moldar algo um pouco mas largo como uma tigela, pressione de leve o barro para que ele se espalhe para os lados. Depois vá moldando com as mãos apertando para baixo até conseguir obter o formato correto.
Abra a argila
Abra a argila

7. Abra a argila.

Os dedos funcionam como uma ferramenta. Coloque-os no meio da bola de barro à medida que gira o torno. Faça um pequeno buraco, aperte e puxe com os dedos, com a mão toda ou com uma ferramenta para conseguir a abertura do tamanho necessário para moldar o utensílio.

  • Para fabricar canecas e jarras, que são mais altos, mantenha o interior da peça relativamente estreito.
  • Alargue a peça de barro se estiver fazendo um prato ou tigela, por exemplo.
Modele o barro
Modele o barro

8. Modele o barro.

Vá moldando a argila e abra de dentro para fora com a ajuda dos dedos. Isto vai afinar as “paredes” da peça. Continue trabalhando até atingir seu objetivo.

Para fazer jarras e canecas que tem as laterais mais altas vai ser preciso puxar suavemente o barro para cima.

Tire a argila do torno.
Tire a argila do torno.

9. Tire a argila do torno.

Limpe os excessos de barro do prato giratório. Em seguida passe um arame esticado ou uma espátula por baixo da peça. Isto vai separar o objeto da base do torno. Com cuidado, use uma ferramenta plana para retirar e colocar a peça para secar.

Misture tipos de argila para obter uma boa consistência.

Lojas de cerâmica e de artes oferecem várias opções de barro para modelagem. Você pode experimentar misturar tipos diferentes se achar que a argila não está funcionando bem sozinha. Uma sugestão é adicionar material mais grosso se o barro estiver grudento, ou maleável se o produto estiver duro.

Tracunhaém é a “Capital do Artesanato em Cerâmica”

Guia de Turismo e Viagem de Pernambuco

Leave a Comment

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Hide picture