11 cidades históricas do nordeste que você precisa conhecer

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Praça e o casarios colonial francês e português do Centro Histórico de São Luís, MA.
Praça e o casarios colonial francês e português do Centro Histórico de São Luís, MA.

Conheça as principais cidades históricas do  nordeste do Brasil construídas durante o período colonial que ainda mantêm grande parte do seu casario conservado.

A história do Brasil é rica, abrangente e repleta de contradições.

Desenvolver uma narrativa que aborde os detalhes sobre a conquista e a colonização do território brasileiro não é tarefa fácil.

O que é difícil para os historiadores pode ser fácil para os viajantes: ao passear pelas ruazinhas de pedra e casinhas bem conservadas de algumas cidades históricas, é natural sentirmos transportados para o período colonial.

É normal perceber que o tempo ali simplesmente parou, e fica mais fácil de entender todas as implicações históricas que fizeram estas cidadezinhas erguerem-se (normalmente, isso acontecia por causa dos interesses de exploração de minérios, como ouro e diamante) e estancarem no tempo (com o término da exploração desses recursos naturais).

Abaixo, uma seleção de cidades históricas brasileiras que ainda guardam o único tesouro que sobrou: a história.

Perfeitas para quem não dispensa roteiros culturais, sem abrir mão de muito charme.

Cidades Históricas do Nordeste

1. Olinda em Pernambuco

Olinda em Pernambuco
Olinda em Pernambuco

Ao caminhar por suas ruas de Olinda, os visitantes se deparam com belos edifícios antigos – restaurados depois da invasão dos holandeses durante o século 18 e abertos à visitação.

Olinda, antiga capital de Pernambuco, atrai turistas de todo o mundo para suas ladeiras repletas de história e seu mar azul. Passear pelas ruas da cidade, fundada por Duarte Coelho, é um mergulho na história do Brasil colonial.

Para chegar a mais antiga cidade brasileira, declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco, a melhor opção é partir de Recife.

O Terminal Interestadual de Passageiros da capital pernambucana, a 15 km de Olinda, recebe ônibus de todo o país.

.Fundada em 1535, Olinda foi elevada à vila em 1537 e foi a capital da Capitania de Pernambuco até 1654.

Mapa Histórico do Litoral de Pernambuco, João Teixeira, 1640
Mapa Histórico do Litoral de Pernambuco, João Teixeira, 1640

A cidade prosperou com o extrativismo do pau-brasil e o cultivo da cana-de-açúcar, tornando-se um dos mais importantes centros comerciais da colônia.

Conhecida como a pequena Lisboa, pela riqueza e luxo de suas construções, o traçado urbano de Olinda tem forte influência das ordens religiosas: carmelita, jesuíta, franciscana e beneditina, que catequizaram os índios caetés e permitiram a ocupação definitiva das terras.

A invasão holandesa em 1630 alterou a história próspera de Olinda.

Para construir casas em Recife, os invasores saquearam e incendiaram a então capital pernambucana e somente após a expulsão, em 1654, a reconstrução da Vila de Olinda começou.

Com a saída dos holandeses, a cidade não recuperou a antiga prosperidade e Recife passou a ocupar o lugar de centro econômico quando, em 1827, foi escolhida como capital de Pernambuco.

No século 19, Olinda voltou a crescer.

Atraídos pelas qualidades terapêuticas dos banhos de mar e pela facilidade de acesso à capital pela ferrovia, os visitantes povoaram a orla com construções de veraneio e de moradia.

Passeio por Olinda

Um terço da cidade de Olinda é tombada pelo Patrimônio Histórico. A região conhecida como Cidade Alta, abriga o centro histórico da cidade mais rica do Brasil Colônia, sendo possível conhecer os principais pontos turísticos em um passeio por suas ladeiras coloridas.

O Convento de São Francisco, construído no século 16, é ideal como ponto de partida para um passeio pelo centro histórico. Localizado na Rua de São Francisco, 280, possui uma série de painéis de azulejos portugueses e pinturas do século 18 em seu teto de madeira entalhada.

O mais antigo convento franciscano do Brasil também abriga a primeira biblioteca pública de Pernambuco com grande acervo de obras raras.

Se a intenção é conhecer o convento, as visitações acontecem de segunda a sábado, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30.

Próximo ao convento, na Rua Bispo Coutinho, há o Alto da Sé, onde se encontra o Mercado de Artesanato da Sé, feiras de artesanato e as conhecidas tapioqueiras olindenses.

Além de realizar compras, é possível desfrutar a beleza exuberante da Catedral Metropolitana de São Salvador do Mundo ou da Sé de Olinda, que após passar por uma restauração na década de 1970 teve recuperada sua arquitetura renascentista e barroca.

A Praça da Catedral está aberta diariamente nos horários das 9h às 17h e possui  o Mirante da Caixa D’água, que com seu elevador panorâmico, oferece uma vista de 360º de Olinda. As visitações ocorrem de segunda a quarta das 8h às 18h, e de quinta a domingo, das 8h às 20h.

O antigo Palácio dos Bispos de Olinda abriga o Museu de Arte Sacra, que tem sete espaços de exposição e rico acervo de objetos de culto e pinturas religiosas. Localizado na Rua Bispo Coutinho, 726, pode ser visitado de terça a domingo, das 10h às 17h.

Na mesma rua, vale a pena visitar a Casa dos Bonecos Gigantes de Olinda, que funciona diariamente das 9h às 18h. Mais adiante na Ladeira da Misericórdia a Igreja da Misericórdia é uma parada obrigatória para quem quer apreciar a arquitetura do barroco e da renascença portuguesa.

Após passar pelo Quatro Cantos, cruzamento das ruas Prudente de Morais, São Bento e Ladeira da Misericórdia, ver os casarios antigos e o ponto central do carnaval de Olinda, a próxima parada é o Museu do Mamulengo que está localizado na Rua de São Bento, 344. Fundado pelo bonequeiro Fernando Augusto Gonçalves, o primeiro museu de mamulengos da América Latina abriga em seu acervo mais de mil bonecos. As visitas podem ser feitas de segunda a sexta, das 9h às 17h.

Outros pontos que merecem uma visita são o Museu Regional de Olinda e o Mercado da Ribeira. Localizado na Rua do Amparo, 128, o local está aberto para visitações de terça a sexta, das 09h às 17h, e oferece uma visão de uma casa pernambucana do século 19.

O Mercado da Ribeira, na Rua de São Bento, tem o piso feito de tijolos bem característico da arquitetura colonial e abriga galerias de artesanatos, entalhes, gravuras e pinturas – funciona diariamente das 8h às 18h. Aproveite o passeio pela rua e conheça também o Mosteiro de São Bento que está aberto para visitações (das 9h às 11h45 e das 14h às 17h) e conta com um magnífico altar principal folheado a ouro e arquitetura barroca.

Por fim, há o passeio pelo Centro Histórico de Olinda. Vá até a Praça do Carmo e visite a Igreja do Carmo de Olinda. Construída no século 16, ela é um marco da chegada da Ordem dos Carmelitas na cidade e abriga decoração de estilo barroco.

2. Penedo em Alagoas

Penedo em Alagoas
Penedo em Alagoas

Os prédios de Penedo que serviram de Base sólida ao primeiro povoamento, ainda Capitania de Pernambuco, são os mesmos sustentáculos inabaláveis que resistem a quase cinco séculos de magia e encantamento.

De histórias dós caetés, portugueses, franceses, holandeses, malés, franciscanos, pescadores, poetas, pintores, escultores…

Penedo, esta cidade fantástica tem uma história ímpar para contar e encantar a todos que a visitam.

Tudo começou com o descobrimento do Brasil, em 1500. Em 1501, Américo Vespúcio descobre a foz do Rio São Francisco, Opara dos caetés, um rio tão grande quanto o mar, o rio mar, o Velho Chico…

Porta de entrada para o sertão, veículo de civilização e cultura do nosso povo.

Em 1502 a Europa já ouvia falar sobre o Rio São Francisco através da Carta Geográfica de Alberto Cantino, despertando interesse para suas minas de ouro e prata.

História de Penedo AL

Em 1534, Duarte Coelho Pereira, primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, desceu pelo litoral, adentrou pela foz e a sete léguas encontrou um pequeno povoado que somente em 1560 foi oficialmente reconhecido pelo segundo donatário, Duarte Coelho Pereira de Albuquerque: Penedo do São Francisco.

Em 12 de abril de 1636, foi elevado à categoria de Vila com o nome de Vila do Penedo do São Francisco, recebendo o título de “Mui Nobre e Sempre Leal”.

Esta condição de vila foi conquistada por ser centro polarizador de material humano de primeira qualidade e pelo refinamento de sua cultura à moda européia, bem como seu status sócio econômico.

Em 1637, Maurício de Nassau invade Penedo e assim passamos 10 anos sob o domínio holandês. A Vila passa a chamar-se Maurícia.

Mas não tardou a surgir o movimento revolucionário no Penedo, cuja finalidade era arrancar a terra da mão dos invasores.

O movimento revolucionário recebeu o nome de OPENEDA.

Assim, em 19 de setembro de 1645, Valentim da Rocha Pita, grande herói penedense,, comanda a batalha final no Alto do Monte Alegre, hoje, Praça Clementino do Monte.

Ali foi erguida uma cruz de pedra, em estilo bizantino, como marco do grande evento.

No ano de 1660 os franciscanos chegaram a Penedo e aqui construíram o Convento e Igreja de Santa Maria dos Anjos, com escolas de francês, latim e filosofia.

Em 18 de abril de 1842, Penedo torna-se cidade.

Dado à sua importância, Penedo recebeu visitas ilustres:

Em 14 de outubro de 1859, a cidade do Penedo tornou-se sede do Governo Imperial com a visita de Sua Magestade Augusta Don Pedro Segundo, Imperador do Brasil.

Em agosto de 1889, Sua Alteza, Príncipe Gastão de Orleans e Bragança, Conde D’ Eu, chegou à cidade do Penedo e foi recebido em audiência especial pela Diretora do Montepio dos Artistas, entidade agraciada com a doação de cem mil réis e que conferiu ao Príncipe o título de Sócio Protetor.

Penedo destaca-se pelo Decreto Imperial número 3.749 de 7 de dezembro de 1866, foi aberta a navegação do Baixo São Francisco aos navios mercantes de todas as nações até o porto de Penedo.

No ano seguinte, foi criada a Alfândega de Penedo, pelo Decreto número 3.920 de 31 de julho de 1867.

Em 8 de março de 1841 foi criada a Mesa de Renda de Penedo, transformada em Consulado em 27 de maio de 1847.

A Resolução Provincial número 781 de 29 de maio de 1878 restaurou o Consulado de Penedo..

A Resolução Provincial numero 838 de 7 de junho de 1880 criou em Penedo as Escolas Práticas, com a finalidade do exercício e prática dos candidatos ao Magistério Público.

Em 3 de fevereiro de 1760, pelo Coronel João Pereira Alves, era fundada a Santa Casa de Misericórdia de Penedo. E no ano de 1884 era concluída a construção do palco das artes, o Theatro 7 de Setembro.

Penedo, cidade dos sobrados, vitrine da história de Alagoas, berço da civilização alagoana, Mui Nobre e Sempre Leal cidade do Penedo, Patrimônio Histórico Nacional.

3. Salvador da Bahia

Salvador da Bahia
Salvador da Bahia

É claro que a primeira capital do Brasil não poderia estar de fora dessa lista. Salvador foi o grande centro político e financeiro do país entre 1549 e 1763 – foi ali que se deu início essa mistura de povos, de culturas, de religiões e de raças que é a sociedade brasileira.

Em 1558, foi fundado na cidade o primeiro mercado de escravos da América, com o objetivo de vender negros recém-chegados da África para os senhores dos engenhos de canas-de-açúcar.

Hoje, o Centro Histórico da cidade preserva seus edifícios renascentistas e casarões com mais de dois andares – típicos de cidades abastadas.

História de Salvador da Bahia

A região onde se localiza Salvador era habitada pelos tupinambás, quando, em 1501, Gonçalo Coelho, comandante da primeira expedição exploratória, comerciou com os índios e instalou o padrão de posse português no local do atual Farol da Barra, na entrada da baía.

Era 1º de novembro, dia de Todos os Santos.

O local passou a ser conhecido como a Ponta do Padrão, na entrada da Baía de Todos os Santos.

História da primeira capital do Brasil, Salvador da Bahia

Por volta de 1509, um navio, provavelmente francês, naufragou na costa da Bahia. Um dos sobreviventes, o português Diogo Álvares Correa (Caramuru) estabeleceu-se no local da futura Salvador.

Surgiu o primeiro povoado com a integração de europeus.

Em 1534, a capitania da Bahia de Todos os Santos foi doada a Francisco Pereira Coutinho que veio a se estabelecer no mesmo povoado habitado por Caramuru.

Mapa représentation de la prise de Salvador de bahia par l'armée Mapa hispano-portugaise 1631
Mapa représentation de la prise de Salvador de Mapa bahia par l’armée hispano-portugaise 1631

Em meados do século 16, o Brasil passou a ser visto como uma terra promissora. Em 1548, depois da morte de Pereira Coutinho, sua Capitania foi adquirida pela Coroa Portuguesa para que nela fosse estabelecida uma povoação grande e forte, conforme as diretrizes do Regimento de Dom João III.

Em 1549 inicia-se o processo de colonização efetiva do Brasil com a fundação da sua primeira capital, a Cidade do Salvador.

Seu fundador, o primeiro Governador Geral Thomé de Sousa desembarcou no atual Porto da Barra, em 29 de março, e iniciou a construção da cidade-fortaleza, planejada para ser o centro administrativo do Brasil.

O traçado urbano da cidadela foi definido pelo mestre de cantaria Luís Dias, com nítida preocupação de defesa, cercada por uma paliçada.

As primeiras construções foram de taipa e palha. Em 1549, Salvador já possuía pelo menos cinco igrejas: Graça, Vitória, Escada, Conceição da Praia e Ajuda. Apenas esta última era intramuros, dentro da Cidadela, e, em 1552, tornou-se a primeira catedral do Brasil.

Dos séculos 16 ao 18, Salvador era dos principais elos entre Portugal, o sul da África e o litoral da Ásia. Foi capital do Estado do Brasil, até 1763, continuou a ser a Capital Eclesiástica da América Lusitana, até 1891, e a Capital Jurídica de sua parte norte, até 1808.

Até o início do século 19, era a maior cidade do Brasil e a segunda maior em todo o Império Lusitano, atrás apenas de Lisboa. Até os anos 1870, era o porto mais movimentado do País.

3. Cachoeira na Bahia

Cachoeira na Bahia
Cachoeira na Bahia

Localizada a cerca de 110 km da capital Salvador, essa pequena e charmosa cidade do Recôncavo Baiano luta para colocar seus patrimônios históricos entre os mais bem conservados do país.

É aqui que fica o maior conjunto arquitetônico barroco do Estado, com fachadas, edifícios e casarios que provocam a sensação de estar voltando no tempo. A história conta que a cidade abrigou os primeiros eventos que resultariam na independência do Brasil.

No entanto, é na religiosidade que se encontra o ponto forte do destino, com eventos de religiões de matriz africana tomando suas ruas.

História de Cachoeira BA

Cachoeira foi um dos primeiros núcleos civilizados do território da Bahia.

Sua história, afirmam alguns, remontaria ao século XVI.

Talvez por isto mesmo as datas que assinalam seu desenvolvimento não estão isentas de controvérsias.

História de Cachoeira na Bahia

Há mesmo os que admitem estarem suas origens pelos anos de 1595-1606, quando teria sido fundada a capela de Nossa Senhora da Ajuda por iniciativa do Capitão Álvaro Rodrigues, que legou a seus descendentes o encargo de conservá-la.

O que parece fora de dúvida, no entanto, é que, quando em 1654 Rodrigues Adôrno chefiou uma expedição com o fito de pôr termo às incursões dos indígenas pelas margens do Paraguassu, o vale deste rio já era habitado por alguns civilizados na sua parte mais próxima do litoral.

Vencidos os silvícolas, permaneceu o chefe do grupo na região, onde reconstruiu a capela da Ajuda e instalou sua casa de moradia.

Em vista do grande desenvolvimento do povoado, foi criada a freguesia de Nossa Senhora do Rosário da Cachoeira em 1696, segundo uns.

Dois anos depois a aglomeração foi elevada à categoria de vila, com o nome de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira. Por essa época a vila já era “a de maior área, conhecida como centro, por excelência. dos nossos primeiros ensaios no cultivo da terra e na expansão do nosso comércio”.

Em 1802, para Vilhena, “a vila da Cachoeira se faz recomendável e opulenta por ser caixa de todo o tabaco que se fabrica no continente, donde se conduz para a cidade e a ela e a Muritiba vão aportar todos os que descem de Minas e dos sertões”.

Durante a Sabinada, em 1837-1838, foi sede do governo legal. A importância de Cachoeira também pode ser aquilatada pelas vias de transporte que a ligavam aos grandes centros econômicos da época.

Para o porto, convergia o movimento de quase todo o comércio sertanejo de Minas e de vários outros pontos da Província, inclusive a zona do Alto São Francisco, ligada à vila de então por três estradas: a de Muritiba, seguindo pelo Porto de São Félix até dentre outras partes, Minas Gerais e Goiás, a de Belém, ligando-a à parte sul da Província, e a do Capoeirassu, que seguia em direção à Estrada Real do Gado, por onde eram conduzidas as boiadas do Piauí.

Cachoeira, todavia aliava à sua condição de grande empório comercial a de movimentado centro industrial: ali era manufaturado o fumo e exportado em parte para a África, onde os mangotes-rôlo curto e grosso de fumo de corda preparado convenientemente – valiam como moeda na compra de escravos.

Durante as lutas da independência foi um dos principais redutos rebeldes da Bahia. A 25 de junho de 1822, a Câmara, a tropa e o povo aclamaram o príncipe D. Pedro regente e defensor perpétuo do Brasil.

Pouco tempo depois era nomeada uma junta de defesa, de que fizeram parte, dentre outros Antônio Teixeira de Freitas Barbosa e André Rebouças.

Foi criado, então, um governo provisório, composto de representantes de todas as vilas coligadas e que dirigiu o movimento militar contra a Capital, ocupada pelas tropas portuguesas sob o comando do general Madeira.

Pela ação dos cachoeirenses durante essas lutas, foi concedida à vila o título de heróica. Em 1837 a vila foi transformada em cidade.

Com a construção das Estradas de Ferro, as estradas reais deixaram de ser a via preferencial para os transportes, e, com isso, Cachoeira perdeu muito de sua importância econômica; sem uso, esses caminhos, em vários trechos, caíram no mais completo abandono.

Atualmente, o Município tem parte de sua economia baseada nas culturas da cana-de-açúcar, fumo e mandioca. Segundo a divisão administrativa vigente em 30 de junho de 1956, o Município é composto de 3 distritos: Cachoeira, Belém da Cachoeira e Santiago do Iguape.

4. Mucugê na Bahia

Mucugê na Bahia
Mucugê na Bahia

Fundada no final do século 18, a cidade é considerada uma das mais antigas da região da Chapada Diamantina, tendo sido um dos polos mais importantes da exploração do ouro e do diamante no país.

Sua herança histórica está bem preservada nas casas e edifícios datados do período colonial, que são cercados por ruas de paralelepípedo. Um dos pontos fortes do turismo local são as famosas festas juninas, repletas de boas atrações.

História de Mucugê

Mucugê, uma das mais antigas cidades da Chapada Diamantina (foi fundada no século XVIII), foi primeira localidade baiana onde foram encontrados diamantes de real valor.
 

História de Mucugê na Bahia

 
A descoberta das jazidas, ocorrida em 1844, foi feita por um garimpeiro conhecido como Cazuza do Prado que encontrou as primeiras pepitas no cascalho do rio Mucugê.
 
Após a revelação da descoberta, houve uma corrida desenfreada de milhares de pessoas em busca do sonho da riqueza rápida. Em 1848, já havia no local uma população de mais 30.000 habitantes, a maioria garimpeiros e comerciantes. Surgia, assim, a povoação de Mucugê do Paraguaçu.
 
A mineração seguiu o curso dos rios de Contas e Paraguaçu e se expandiu rapidamente pela região.
 
Pouco depois, em 1845, foram descobertos os ricos garimpos do rio Lençóis, que despertaram imediatamente o interesse dos compradores de diamantes instalados em Mucugê.
 
Vieram para a região mais garimpeiros, comerciantes da capital e senhores de engenho do Recôncavo Baiano com seus escravos.
 
Em 1847, a povoação foi desmembrada de Rio de Contas e elevada à categoria de vila com o nome Vila Santa Isabel do Paraguaçu.
 
A vila recebeu o nome de Mucugê, em 1917, quando foi elevada categoria de cidade. A partir de 1871, a importância econômica da vila começou a decair – como aconteceu com outros centros diamantíferos – devido à concorrência dos diamantes da África do Sul.
 
Com o declínio da extração de diamantes, desenvolveram-se as lavouras de cana, cereais, algodão e café, na margem direita do rio de Contas.
 
Na margem direita, surgiram fazendas de criação de gado. Uma nova fonte de recursos para a população foi a coleta e exportação de sempre-viva, flor típica da região e muito valorizada no mercado.
 
O conjunto arquitetônico e paisagístico de Mucugê, especialmente o cemitério da cidade, foi tombado, pelo Iphan, em 1980.
 
O patrimônio é constituído por casas térreas e sobrados característicos da segunda metade do século XIX, além de duas igrejas, a matriz de Santa Isabel e a igreja de Santo Antônio.
 
O acervo arquitetônico urbano é constituído por 300 casas térreas e 10 sobrados, a maior parte de uso exclusivamente residencial.
 
A arquitetura colonial está bem preservada.
 
Os casarões em estilo português, datados da segunda metade do século XIX, foram edificados, na sua maioria, em adobe ou pedra.
 
A cidade possui ruas muito limpas, onde chamam a atenção seus jardins e canteiros muito floridos.
 
Além da deslumbrante beleza da paisagem local, marcada por cachoeiras, vales e cânions, o patrimônio cultural é enriquecido com as histórias de lutas pela posse do garimpo, contra a invasão da Coluna Prestes e dos coronéis.

Um dos atrativos naturais é o Alto do Capa Bode, considerado um local de contemplação onde habitantes e visitantes garantem que ali avistaram objetos voadores não identificados (OVNIs).

Atrativos históricos Mucugê

Cemitério de Santa Isabel
Localizado entre o núcleo histórico e a encosta rochosa da serra, caracteriza-se pelo conjunto de mausoléus que reproduzem miniaturas de fachadas de igrejas e capelas caiados de branco – o que lhe valeu o nome de “cemitério bizantino”.
 
Cemitério de Santa Isabel em Mucugê
Cemitério de Santa Isabel em Mucugê
 
Começou a ser construído em 1854, pela Câmara Municipal. A obra foi concluída em 1886, quando uma epidemia assolou a vila.
Igreja Matriz de Santa Isabel
Erguida em meados do século XIX, pelo frei Caetano de Troyria, com grande auxílio da população, em um terreno doado pelo coronel Reginaldo Landulpho.
 
Igreja Matriz de Santa Isabel em Mucugê
Igreja Matriz de Santa Isabel em Mucugê
 
Tem uma fachada neoclássica com três naves internas e um coro em formato de U. Foi totalmente restaurada pelo Iphan, em 2014. Igreja de Santo Antônio, foi restaurada pelo Iphan em 2012, e hoje se encontra totalmente revitalizada.
Museu e Arquivo Público
Criado em 1996, preserva a memória regional com um rico acervo do cotidiano do tempo das lavras diamantinas.
 
Museu e Arquivo Público de Mucugê
Museu e Arquivo Público de Mucugê
 
Museu Vivo do Garimpo, dentro de uma “toca”, antiga moradia de garimpeiros, tem exposição de objetos usados na mineração e a réplica do maior diamante encontrado no mundo.
Projeto Sempre-Viva
Criado com o objetivo de preservar a sempre-viva, flor endêmica da região e ameaçada de extinção.
 
Projeto Sempre-Viva em Mucugê
Projeto Sempre-Viva em Mucugê

Realiza atividades de educação ambiental, proteção da flora, geo-processamento e confecção de mapas, além de pesquisas em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana.

5. Rio de Contas na Bahia

Rio de Contas na Bahia
Rio de Contas na Bahia

O conjunto arquitetônico da cidade Rio de Contas é considerado um dos mais importantes da Bahia, com belos casarões coloniais e ruas com calçamento pé de moleque.

Antigo Pouso dos Creoulos, o destino serviu como rota de fuga de escravos no final do século 17.

Esse período está bem preservado no Acervo Público local, que reúne diversas cartas de alforria, sentenças eclesiásticas e certidões originais de escravos.

Outra boa atração é o caminho de pedras da Estrada Rural, lugar onde o ouro da região era escoado.

História de Rio de Contas na Bahia

Viajantes procedentes de Goiás e norte de Minas, com destino a Salvador, fundaram no final do Século XVII o povoado de Creoulos, para lhes servir de pouso.

História de Rio de Contas na Bahia

A descoberta de ouro, no leito do rio Brumado, atraiu à região grande número de garimpeiros que, subindo o rio, fundaram a povoação Mato Grosso.

O Povoado cresceu em função da mineração. Em 1718, criou-se a freguesia de Santo Antônio de Mato Grosso, a primeira do Alto Sertão Baiano.

No início do século XVIII, os jesuítas construíram uma igreja, a 12 quilômetros abaixo do povoado de Creoulos, dedicada a Nossa Senhora do Livramento.

Em 1724, o Vice-Rei Dom Vasco Fernandes encarregou o Coronel Pedro Barbosa Leal de criar uma Vila no alto Sertão Baiano. O local escolhido foi o Sítio, distante 12 quilômetros abaixo do povoado de Creoulos, tendo a Vila recebido o nome de Nossa Senhora do Livramento do Rio de Contas.

O Vice-Rei Dom André de Melo e Castro, Conde de Galvêas, ordenou a mudança da sede da vila para o povoado de Creoulos, atual cidade de Rio de Contas, em 1745.

O topônimo foi adoção do nome do rio que cortava o Município.

6. Porto Seguro na Bahia

Porto Seguro na Bahia
Porto Seguro na Bahia

A história conta que foi aqui que a colonização do país se iniciou. Até hoje, suas ruas preservam referências ao descobrimento, que incluem até mesmo as ruínas da primeira igreja e da primeira escola construídas em terras tupiniquins.

Muitas de suas antigas construções seguem preservadas, sobretudo na Costa do Descobrimento, que inclui a região de Santa Cruz Cabrália – onde a primeira missa do país teria se realizado.

O turismo local é muito movimentado graças às viagens de formatura de adolescentes do Ensino Médio.

História de Porto Seguro

A origem do atual Município de Porto Seguro liga-se aos capítulos iniciais da história do Brasil. Em seu território está a primeira porção de terra avistada pelas embarcações do almirante Pedro Álvares Cabral – Monte Pascoal.

História de Porto Seguro

O primeiro ponto descoberto, a 22 de abril de 1500, foi Porto Seguro.

O povoamento da atual cidade iniciou-se no local hoje denominado “cidade alta”, em 1626, quando foi criada uma feitoria, por Cristóvão Jacques, destinada a vigilância da costa.

A colonização foi feita pêlos portugueses e os padres da Companhia de Jesus.

A Capitania de Porto Seguro coube, em Carta Régia de 27 de maio de 1534, a Pero de Campos Tourinho, seu primeiro donatário, que levantou a vila, em 1535, na foz do rio Buranhém: construiu casas, forte, capela, armazéns, estaleiro e forja, distribuiu terras aos moradores, criou um tombo para registro de sesmarias e iniciou a exploração dos sertões.

O segundo donatário foi Fernão de Campos Tourinho, filho de Pero. Administrou mal e ainda sofreu ataques dos Aimoré. Com sua morte, sucedeu-lhe a irmã, que vendeu a Capitania, a 10 de agosto de 1559, a D. João de Lencastro, 1.° Duque de Aveiro.

Posteriormente este legou-a a D. Pedro Diniz, seu filho. Em 1759, a Capitania de Porto Seguro passou para a Coroa, vindo depois a fazer parte da Província da Bahia.

7. Valença na Bahia

Valença na Bahia
Valença na Bahia

Considerada o ponto de partida para conhecer o Morro de São Paulo, essa pequena cidade baiana tem lá seus encantos.

No Centro Histórico de Valença, casas coloridas e construções do período colonial se encontram em um bom estado de conservação. Suas ruas de pedras irregulares aumentam a sensação de nostalgia, reforçada por pequenas igrejas em seu entorno.

História de Valença

No período da colonização quando o Brasil era dividido pelo sistema de Capitanias Hereditárias, o território do município de Valença fazia parte da capitania de São Jorge dos Ilhéus e, administrativamente, pertencia à Vila de Nossa Senhora do Rosário de Cairu.

Capitanias Hereditárias e o Primeiro Governo-Geral
Capitanias Hereditárias e o Primeiro Governo-Geral

Habitavam o lugar índios tupiniquins, de índole pacífica, e os primeiros colonos, conforme sinaliza a história, começaram a chegar por volta dos anos 1557 a 1571, período em que Mem de Sá era o Governador Geral do Brasil.

Entre esses colonos estava Sebastião de Pontes, homem rico e de grande influência, que já era proprietário de 2 engenhos de açúcar na região do recôncavo baiano.

Ao chegar ele construiu um curral de frente à ilha de Tinharé e um engenho, este localizado a duas léguas da embocadura do Rio Una.

Casas de vivenda, uma casa de purgar, e uma igreja com três capelas de abóbodas, também foram construídas o que, possivelmente, atraiu outros moradores e fazendeiros de cana, que passaram a se instalar nas proximidades.

Perto do local havia também uma aldeia de índios que ficaram subordinados à Sebastião de Pontes.

Dono de temperamento violento, ele cometeu atos que lhe custaram duras punições, tendo que retornar a Portugal e terminar seus dias na cadeia.
Com o afastamento de Sebastião de Pontes o povoado passou a sofrer ataques constantes dos violentos índios aimorés e um processo de decadência. Dai a colonização do território de Valença ficou estagnada por um longo período.

A retomada só aconteceu no século XVIII, quando o bandeirante paulista João Amaro Maciel Parante reagiu duramente conta os aimorés.

O novo momento de desenvolvimento, que passou a ocorrer a partir dessa ação, fez com que o Ouvidor Geral da Comarca de Ilhéus, Baltazar da Silva Lisboa, decidisse solicitar de Portugal que na povoação do Una fosse oficializada uma nova vila.

Atendida a nova formação administrativa foi, então, criada a Villa da Nova Valença do Sagrado Coração de Jesus, cujo território se desmembrava de Cairu através da assinatura da Carta Régia de janeiro de 1779.

Não demorou e a Vila da Nova Valença do Sagrado Coração de Jesus foi oficialmente instalada, o que aconteceu no dia 10 de junho do mesmo ano. Com a instalação da nova vila veia a construção da igreja do Sagrado Coração de Jesus, erguida em Matriz da Freguesia. Sua inauguração foi em 26 de setembro de 1801.

A Vila da Nova Valença do Sagrado Coração de Jesus foi se desenvolvendo e em 10 de 1849, por força da Resolução n.° 368, recebeu os foros de cidade, passando a se chamar Industrial Cidade de Valença.

8. São Cristóvão em Sergipe

Praça São Francisco em São Cristóvão em Sergipe
Praça São Francisco em São Cristóvão em Sergipe

Fundada em 1590, a cidade está entre as mais antigas do país, além de ter sido marcada como a capital do Estado até o ano de 1855.

São Cristóvão esta localizada nos arredores de Aracaju, ela possui um rico e bem preservado conjunto arquitetônico colonial, de influência espanhola, que marca o charmoso Centro Histórico.

Suas atrações encantam os turistas, sobretudo a Praça de São Francisco – tombada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2010.

História de São Cristóvão

São Cristóvão é a quarta cidade mais antiga do país e foi a primeira capital de Sergipe.
 
Foi fundada por Cristóvão de Barros em 1590.
 

História de São Cristóvão em Sergipe

 
A cidade sofreu sucessivas mudanças, até firmar-se no local em que hoje se encontra, à margem do rio Paramopama, afluente do rio Vaza-Barris. Em 1637 foi invadida pelos neerlandeses, ficando praticamente destruída.
 
As tropas luso-espanholas, sob o comando do conde de Bagnoli, tentando evitar o abastecimento dos inimigos, incendiaram as lavouras, dispersaram o gado e conclamaram a população a desertar.
 
Os neerlandeses, que encontraram a cidade semideserta, completaram a obra da destruição.
 
Em 1645, os neerlandeses foram expulsos da capitania de Sergipe, deixando a cidade em ruínas.
 
No final do século XVIII, Sergipe foi anexado à Bahia e São Cristóvão passa à sede de Ouvidoria.
 
Em 1710 foi invadida pelos habitantes de Vila Nova, região norte de Sergipe, revoltados com a cobrança de impostos por Portugal. Nos meados do século XVIII, a cidade foi totalmente reconstruída.
 
Em 1763 sofre a invasão dos negros dos mocambos e índios perseguidos.
 
No dia 8 de julho de 1820, através de Decreto de Dom João VI, Sergipe foi emancipado da Bahia, sendo elevado à categoria de Província do Império do Brasil e São Cristóvão torna-se, então, a capital.
 
No final da primeira metade do século, os senhores de engenho lideram um movimento com o objetivo de transferir a capital para outra região onde houvesse um porto capaz de receber embarcações de maior porte para facilitar o escoamento da produção açucareira, principal fonte da economia na época.
 
Em 17 de março de 1855, o então presidente da Província, Inácio Joaquim Barbosa, transferiu a capital para Aracaju.
 
A partir desse momento, a cidade passa por um processo de despovoamento e crise, que só é resolvido no início do século XX com o advento das fábricas de tecido e a via férrea.

9. Laranjeiras em Sergipe

Laranjeiras em Sergipe
Laranjeiras em Sergipe

O conjunto arquitetônico da cidade inclui muitas construções barrocas, sobretudo em igrejas como a de Nossa Senhora da Conceição da Comandaroba.

Durante o período colonial, a região foi considerada um dos mais importantes centros de comercialização de escravos do país – uma história triste contada no Museu Afro-Brasileiro.

Uma das grandes atrações do turismo local são as festas folclóricas, que ocupam suas ruas e divertem os visitantes.

História de Laranjeiras

O município de Laranjeiras, a 18 quilômetros de Aracaju, é um dos poucos onde aindase pode ver a força da arquitetura colonial.

História e monumentos de Laranjeiras em Sergipe

Ruas, casarios, igrejas, tudo respira a mais purahistória. Laranjeiras já foi a mais importante cidade sergipana. Berço da cultura, educação,política e da economia.

Este município só não se tornou a capital de Sergipe por conta deuma manobra política do Barão de Maruim, que transferiu a sede de São Cristóvão para Aracaju.

Depois que as tropas de Cristóvão de Barros arrasaram com as nações indígenas, porvolta de 1530, muitos ‘colonos’ acabaram se fixando às margens do Rio Cotinguiba.

Essas terras pertenciam à Freguesia de Socorro.

Naquela região, mais ou menos uma légua dasede, foi construído um pequeno porto e, por conta das inúmeras e frondosas laranjeiras àbeira do rio, moradores e viajantes começaram a identificar o local como porto daslaranjeiras.

A movimentação pelo Rio Cotinguiba era intenso e, logo, o porto passou a ser paradaobrigatória. Em torno dele o comércio ganhava espaço, principalmente a troca de escravos,e as primeiras residências eram construídas.

Mas a partir de 1637, o pequeno povoado dasLaranjeiras também sofreu com os ataques e depois com o domínio holandês. Muitas casasforam destruídas, mas o porto, um ponto estratégico, foi preservado.

Só por volta de 1645 os holandeses deixam Sergipe.

O porto das Laranjeiras fez retornar o progresso ao povoado que se reerguia comgrande velocidade depois da passagem dos holandeses.

Em 1701, os padres jesuítas construíram a primeira igreja com convento.

Ela ficava à margem esquerda do Riacho SãoPedro, um pouco afastada do porto. Eles procuravam sossego e deram nome ao lugar de‘Retiro’.

Os jesuítas fizeram uma outra igreja num dos pontos mais altos do povoado.

Em 1731, em cima de uma colina, os padres ordenaram a construção da Igreja de NossaSenhora da Conceição da Comandaroba, uma verdadeira obra-prima da arquiteturacolonial.

Por conta da cana-de-açúcar, do coco, do gado, do comércio e, principalmente doporto, o povoado das Laranjeiras tinha conseguido um nível extraordinário dedesenvolvimento.

Até os moradores da sede da freguesia de Socorro, a quem Laranjeiraspertencia, semanalmente iam fazer feira nas Laranjeiras.

Só em 7 de agosto de 1832, emdecorrência da grande influência política dos proprietários de terras e comerciantes, aAssembléia Geral da Província toma uma decisão polêmica.

Transforma o povoado em vilaindependente. E em vez de desmembrá-la da freguesia de Socorro, os deputados anexaramo território de Nossa Senhora do Socorro ao de Vila de Laranjeiras.

Os socorrenses tentaram de todas as formas reagir, e em 19 de fevereiro de 1835,Socorro é transformado em vila, sendo suas terras desmembradas das de Laranjeiras, quefoi reduzida à Freguesia do Sagrado Coração de Jesus das Laranjeiras.

No entanto, esseretrocesso não impediu que o progresso avançasse e é justamente nesse momento queLaranjeiras começa a atingir seu mais alto grau de desenvolvimento.

Em 6 de fevereirodaquele ano é transformado em Distrito de Paz, e em 11 de agosto de 1841 Laranjeiraspassa a ser sede de comarca. O primeiro juiz foi Manoel Felipe Monteiro

10. São Luís no Maranhão

Centro histórico de São Luís do Maranhão
Centro histórico de São Luís do Maranhão

A capital do Estado se difere da maior parte das cidades brasileiras, visto que foi colonizada por franceses.

Durante o século 17, navegadores de Cancale e Saint-Mailo se estabeleceram na região e a batizaram com uma singela homenagem ao Rei Luís 13.

Na época, a economia era impulsionada pela plantação e exportação de cana-de-açúcar, cacau e tabaco. Hoje, a principal herança desse povo, juntamente com portugueses e holandeses, encontra-se preservada em seu Centro Histórico, com diversas construções que remetem ao passado.

História de São Luís do Maranhão

A cidade de São Luís, capital do Maranhão, formou-se na península que avança sobre o estuário dos rios Anil e Bacanga.

Fundada em 8 de setembro de 1612, pelos franceses Daniel de La Touche e Fraçois de Rasilly, cujo objetivo comum, dentro do contexto da economia mercantilista, era estabelecer a França Equinocial, a capital maranhense encontra na homenagem ao então Rei da França, Luís XIII, as raízes da sua nomenclatura: São Luís.

Conquistada e incorporada do domínio português, apenas três anos depois de sua fundação pelos franceses (1615), a cidade de São Luís sucumbiria, ainda no decorrer do século XVII, ao domínio holandês.

Todavia, assim como acontecera com os franceses, também os holandeses, batidos em guerra pelos portugueses, seriam expulsos decorridos três anos da invasão, em 1645.

É quando se inicia, de fato em definitivo, a colonização portuguesa da antiga Upaon Açu ou Ilha Grande, segundo a denominação tupinambá para a Ilha de São Luís.

Nascida no mar, caracterizada como porto fluvial e marítimo, à semelhança de outras cidades brasileiras da época colonial, a capital do Maranhão desempenhou importante papel na produção econômica do Brasil – colônia durante os séculos XVII e XIX, tendo sido considerada o quarto centro exportador de algodão e arroz, depois de Salvador, Recife e Rio de Janeiro.

Data desta época o conjunto urbanístico de caráter civil que compõe o Centro Histórico da capital maranhense e se constitui num dos mais representativos e ricos exemplares do traçado urbano e da tipologia arquitetônica produzidos pela colonização portuguesa.

Na realidade, a tipologia arquitetônica que corresponde aos séculos XVIII e XIX difere, em muito, das casas em taipa e madeira que caracterizam os edifícios de caráter civil do século XVII: constituem-se em sólidas construções em alvenaria de pedra e argamassa com óleo de peixe, serralheria e cantarias de lioz de origem européia, e madeira de lei.

De qualquer maneira, os mais representativos exemplares da arquitetura de São Luís datam, sobretudo, da segunda metade do século XIX. Trata-se dos sobrados de fachadas revestidas em azulejos portugueses que se consubstanciam num dos aspectos mais peculiares da expressão civil maranhense.

11. Alcântara no Maranhão

Alcântara no Maranhão
Alcântara no Maranhão

O apelido de “cidade que parou no tempo” faz jus à sua identidade.

Aqui, muitas de suas construções do período colonial se encontram em ruínas, como a Igreja de São Matias.

Por volta do século 18, a região viveu seus tempos de glória graças à plantação e ao comércio de cana-de-açúcar e algodão. Até hoje, construções desse período se encontram bem preservadas, revelando a riqueza de barões que aqui viveram.

História de Alcântara

Não se pode precisar a fundação de Alcântara, mas o certo é que em 1612 já havia um aglomerado de aldeias das quais ela fazia parte com o nome significativo de Tapuitapera (terra dos índios).

Alcântara no Maranhão

Com a vinda da expedição de Daniel de La Touche, senhor de La Lavadière, e a constante infiltração de franceses nas tribos indígenas, estabeleceram-se relações amistosas com aqueles.

Pouco depois, batizava-se o primeiro alcantarense com o nome de Martinho Francisco. Em sua taba, ergueu-se uma capela, e conta-se ter sido celebrada aí a primeira missa em terras de Alcântara.

Após a expulsão dos franceses, firmou-se o domínio português, mas a importância da aldeia não foi diminuída. Entre 1616 e 1618, começou a colonização portuguesa em Tapuitapera, com um pequeno presídio que os índios destruíram mais tarde.

Ruínas e casas coloniais em Alcântara no MA
Ruínas e casas coloniais em Alcântara no MA

Com a subdivisão das capitanias do Maranhão e do Grão-Pará, Tapuitapera passou à condição de cabeça da capitania de Cumã, doada pelo 1.° Governador do Maranhão, Francisco Coelho de Carvalho, ao seu irmão Antônio Coelho de Carvalho. a 19 de março de 1624.

Entretanto, não parece ter o donatário dado rápido desenvolvimento à capitania, pois em 1641, ao tempo da invasão holandesa. foi ela abandonada após breve período de ocupação.

O progresso da aldeia só foi observado em 1648, quando elevada à categoria de vila, com o nome de Alcântara, sob a invocação do apóstolo São Matias. A essa época já existia uma igreja de pedra e cal dedicada a São Bartolomeu, e já estavam erguidos os primeiros engenhos de açúcar.
Logo depois da criação da vila, iniciou-se a construção do Convento Nossa Senhora dos Remédios que mais tarde passou à invocação de

Nossa Senhora das Mercês, depois, do Convento de Nossa Senhora do Carmo, obra também vultosa.

Alcântara prosperou progressivamente em todos os setores e tornou-se o maior centro produtor da Província. em que se contavam as grandes fortunas da época. Sem dúvida o que muito contribuía para o seu enriquecimento era o número elevado de escravos.

Fachada da Matriz de São Matias com pelourinho na frente em Alcântara no MA
Fachada da Matriz de São Matias com pelourinho na frente em Alcântara no MA

Tornou-se habitual entre as famílias ricas enviar filhos a Coimbra para ali se educarem, já que a vila só dispunha de escolas de primeiras letras, prolongando-se essa prática por muitos anos.

Contribuía para isso o número elevado de famílias constituídas por colonos portugueses ali radicados, em maioria de origem fidalga. Mais tarde, com a criação do curso jurídico no Brasil, Olinda substituiu Coimbra.

Em 1835 foi criada a Comarca. sendo seu primeiro promotor Clóvis Bevilacqua. Em 1836, foi elevada a categoria de cidade, fase em que atingiu o apogeu de sua grandeza. Gradativamente, porém, Alcântara perde o primado na produção maranhense, refletindo-se o declínio das atividades econômicas em sua vida social.

Em 22 de dezembro de 1948, data do tricentenário de sua elevação a vila, Alcântara foi considerada ‘Cidade Monumento Nacional’.

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