Os 7 ritmos e estilos musicais nordestinos que fazem sucesso no Brasil

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Xaxado ritmo musical
Ritmos e estilos musicais do nordeste

A região nordeste é bastante rica em ritmos e estilos musicais.

Por ser um local com costumes bastante diversificados entre os estados nordestinos, foram criados e adotados vários ritmos e estilos musicais para ninguém ficar parado!

Que o Nordeste é uma região muito rica em cultura, isso não se discute.

O que nem todo mundo sabe é que ele é um verdadeiro celeiro musical, um grande “palco” que abre espaço para vários ritmos e artistas.

O Nordeste vai muito além de frevo e forró! Ele é terra colorida, plural e multicultural que reúne sons envolventes e muito característicos.

Veja só quantos ritmos e estilos musicais nordestinos fazem sucesso no Brasil e ajudam a levar a cultura dessa região para o mundo.

7 estilos ritmos e musicais do nordeste

1. Axé

O axé é um gênero musical relativamente novo se comparado aos outros ritmos nordestinos.

Ele nasceu na Bahia, nos anos 80, durante manifestações populares no carnaval soteropolitano.

Seu nome – na língua iorubá – quer dizer energia, poder ou força presentes em cada coisa ou ser. Em síntese, na cultura popular o termo axé é uma saudação que transmite energia positiva e boas vibrações.

Esse ritmo contagiante mistura referências do reggae, forró, merengue, maracatu, frevo e ritmos africanos.

Além disso, a percussão é uma presença marcante no axé e a positividade, como o próprio nome sugere, é um dos principais traços desse ritmo tão famoso no país inteiro.

2. Baião

O baião conquistou sua popularidade principalmente pelas mãos de Luiz Gonzaga, que é até hoje reconhecido como rei desse ritmo.

Os instrumentos mais utilizados nesse arranjo são a viola caipira, a sanfona, o triângulo, a flauta doce, o acordeão e a rabeca, um instrumento precursor do violino e característico desse estilo musical.

A temática das músicas é o sertão nordestino e a sofrida vida de seus moradores. Uma das mais famosas é a Asa Branca, que relata uma vida difícil por conta dos períodos de seca severa na região.

Na época dos anos 70, houve o advento da “tropicália”, que deu uma nova caracterizada para o ritmo, proporcionando uma maior popularidade. Tropicalistas, como Geraldo Vandré e o grupo Baianos Tropicalistas, regravaram grandes sucessos desse estilo musical.

3. Forró

O Forró é um ritmo contagiante e é sinônimo de tradição nordestina.

O Forró engloba a quadrilha, o xote, o baião, dentre outras variantes, podendo ser dançado mais colado ou separado do par.

Apesar de ter maior alcance durante o período de festa junina, o forró é tocado durante todo o ano em toda parte da região Nordeste.

Em apresentações, o ritmo é tocado em bandas com três integrantes, sendo um sanfoneiro — ou tocador de acordeão —, um zabumbeiro e um tocador de triângulo.

O arranjo tem algumas variações: a mais popular é o forró pé-de-serra, também conhecido como forró tradicional.

Também existe o forró eletrônico, em que elementos eletrônicos, como teclado, bateria ou guitarra elétrica, são utilizados nas músicas.

Outra vertente desse ritmo é o forró universitário, surgido na capital paulista, acrescentando apenas o contrabaixo e o violão juntamente aos instrumentos originais. Sua maior característica são os três passos básicos da dança, sendo um deles o “dois para lá e dois para cá”.

Embora seja conhecido no país inteiro, o forró é mais popular nas cidades de Aracaju, Fortaleza, Caruaru, Mossoró, Campina Grande, Juazeiro do Norte, Natal, João Pessoa, Teresina, MaceióRecifeSalvador, Amargosa, Senhor do Bonfim, Cruz das Almas, Jequié, Irecê, Santo Antônio de Jesus e Ibicuí.

É meu povo, a sanfona e o triângulo soam mais alto no Nordeste. Mas não se avexe! Se quiser dançar um bom forró – mesmo que não more nessas cidades – é só transformar a sala da sua casa em salão e sair arrastando o pé até o dia raiar.

4. Frevo

O frevo é um ritmo típico de Pernambuco e sua popularidade no país se deve ao fato dele ser dançado no Carnaval de Recife, encantando assim nativos e turistas do mundo todo.

Seguindo o ritmo tipicamente famoso nas ruas e salões de Pernambuco, as coreografias das danças são improvisadas, remetendo a acrobacias, porém podem ser feitas por pessoas de qualquer idade.

Esse estilo musical surgiu da fusão de outros estilos musicais, como a quadrilha, o maxixe e o galope.

Como música, o frevo se caracteriza como um tipo de marchinha mais rápida, sendo tocada por uma banda ou orquestra chamada de fanfarra, que acompanha o bloco de dançarinos ou visitantes.

Existem diferentes tipos de frevo (de rua, frevo-canção e frevo de bloco), sendo o mais comum totalmente instrumental, com instrumentos de sopro e percussão, como trombone, tuba, trompete e saxofone.

O frevo é uma fusão da marcha, do maxixe e de elementos da capoeira, sendo que o que mais impressiona é a agilidade nos passos de dança, acompanhando o tempo da música. Vale destacar que esse ritmo acelerado surgiu no século XIX e segue vigoroso até hoje.

5. Maracatu

O maracatu teve origem em um ritual religioso africano, em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, que acontecia durante a coroação dos Reis do Congo.

O ritmo foi inserido na cultura brasileira pelos escravos que vinham de Angola e do Congo, que mesmo em situação desfavorável, faziam questão de manter as suas tradições e rituais.

Conforme foi se tornando um ritmo tradicional, foi perdendo o teor religioso e se tornou uma dança típica de carnaval, mas sem perder as suas características tradicionais.

O maracatu segue vivo e mantém as suas tradições no carnaval pernambucano, se tornando símbolo da resistência negra no Brasil. Ao som dos tambores, com o ritmo do batuque virado, o ritual de coroação é encenado com os dançarinos representando rei e rainha, que vão à frente, seguidos pelos súditos em um desfile de cores e sons contagiantes.

6. Samba de Roda

O samba de roda nasceu no recôncavo baiano e é resultado da mistura entre diferentes ritmos africanos.

Ele mescla festa, poesia, dança, música, ludicidade e religiosidade, o que torna esse ritmo muito especial.

Hoje o samba de roda é um de nossos maiores patrimônios culturais e não é à toa que ele se transformou em um símbolo inconfundível de brasilidade.

Pouca gente sabe, mas o samba, um dos principais símbolos culturais do Brasil, teve suas origens no Nordeste, com o Samba de Roda, e não no Rio de Janeiro, que é o berço do samba urbano.

O ritmo nasceu no recôncavo baiano e é formado por uma mistura cultural de diferentes ritmos africanos, mesclado com vertentes culturais portuguesas, como a poesia, dança e a ludicidade.

Uma bela mistura cultural que representa bem o Brasil.

7. Xaxado

Esse ritmo tem suas origens no sertão nordestino e remonta à marcante época do cangaço.

O xaxado é sinônimo de alegria, mas também de guerra, pois era dançado sempre que os cangaceiros conquistavam alguma vitória. O nome pra lá de sugestivo vem do barulho que as sandálias faziam ao tocarem no piso sertanejo.

O xaxado é um ritmo de música nordestina originário do sertão e, curiosamente, ganhou esse nome por causa do barulho que as sandálias dos dançarinos faziam durante a dança.

A história do xaxado está diretamente ligada ao auge do cangaço, o ritmo marcou os momentos de glória de Lampião e sua trupe. Sempre que os cangaceiros alcançavam alguma vitória, comemoravam em performances dançantes sobre o chão de terra do sertão.

Uma das maiores curiosidades em relação ao xaxado, é que ele é praticado apenas por homens em seus tempos áureos. O arrastar das sandálias, era acompanhado por canções com letras satíricas e batidas de rifles no chão.

Você deve estar se perguntando: mas como o xaxado saiu do sertão e se tornou um dos ritmos de música nordestina mais conhecidos do no Brasil?

A resposta é simples! Um dos maiores símbolos da música nordestina, Luiz Gonzaga, o rei do baião, foi o responsável pela popularização do xaxado nos quatro cantos do país.

Com ele, o ritmo ganhou as rádios, televisões e palcos Brasil afora.

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