Abrolhos é o berço das Baleia Jubarte

Baleia Jubarte
Baleia Jubarte

A baleia jubarte, também chamada baleia corcunda ou preta, pertence a família Balaenopteridae e é conhecida por seu temperamento dócil, pelas acrobacias que realiza (saltos, exposição de cabeça e nadadeiras, etc.) e por um desenvolvido sistema de vocalização hiper complexo.

As baleias jubartes – dóceis e inocentes monstros do mar – estão de volta ao litoral brasileiro.

Todos os anos, entre julho e novembro, as baleias jubartes (Megaptera novaeangliae) atraem a atenção na costa baiana e capixaba.

O principal berço das baleias fica no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, litoral sul da Bahia e poucos quilômetros de Caravelas.

Nesse período, elas migram das águas subantárticas em busca da temperatura amena do litoral brasileiro para acasalar, dar à luz e amamentar seus filhotes.

Criado em 1983, pelo Ibama, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos é um conjunto de ilhas vulcânicas e recifes coralíneos.

Localizado a 36 milhas náuticas (aproximadamente 70 quilômetros) da costa no Extremo Sul da Bahia. É uma das mais significativas áreas do litoral brasileiro, pela sua enorme biodiversidade e importantes ecossistemas.

O Banco de Abrolhos é berço da baleia jubarte, que fazem dessa região seu refúgio de amamentação e reprodução, entre os meses de julho e novembro. É a mais importante área de reprodução dessa espécie no Atlântico Sul Ocidental.

Veja o mapa da Costa das Baleias

O Parque é fundamental ao desenvolvimento das atividades pesqueiras. Devido à proibição da pesca em seus limites, os corais representam um importante criadouro de peixes que, cada vez mais, tende a povoar áreas vizinhas, garantindo a exploração sustentável da pesca na região.

Vídeo sobre a Baleia Jubarte e as 5 maiores Baleias do Mundo

Baleia Jubarte

Família

Balaenopteridae (baleia jubarte)

Nome específico

Megaptera novaeangliae (Borowski, 1781)

Nome comum

Baleia jubarte, baleia preta, baleia corcunda, baleia cantora, humpback whale

Distribuição

Espécie cosmopolita. No verão, alimenta-se próximo aos pólos e no inverno migra para os trópicos para se reproduzir e criar seus filhotes.

Possui hábitos costeiros mas pode ser encontrada também em ilhas oceânicas como Fernando de Noronha e Trindade. No Brasil, ocorre desde o Rio Grande do Sul até o nordeste.

O Banco de Abrolhos, na Bahia, constitui uma importante área de reprodução e cria no Atlântico Sul Ocidental, e a única devidamente comprovada até o momento (suspeita-se que na costa nordeste do Brasil possa existir outra).

Atualmente, no Hemisfério Sul, existem possivelmente cerca de 12.000 indivíduos, divididos em 7 distintas populações.

Anatomia da baleia Jubarte
Anatomia da baleia Jubarte
Anatomia da Baleia Jubarte
Anatomia da Baleia Jubarte

Peso, medidas e características

Corpo robusto. Adultos em geral, medem entre 12 e 16m e podem pesar mais de 40 toneladas.

Dorso preto com manchas brancas irregulares na barriga. Nadadeiras peitorais e parte ventral da nadadeira caudal variam do preto total ao branco total, com padrões intermediários.

Quilha central sobre a cabeça, que é arredondada e repleta de calosidades ou tubérculos, típicos da espécie, que podem estar recobertos por cracas e piolhos-de-baleia. A nadadeira dorsal é pequena, falcada ou achatada, situada sobre pequena corcova.

A nadadeira caudal em forma de asa de borboleta, com bordas recortadas. Nadadeiras peitorais muito longas, correspondendo a 1/3 do comprimento do corpo, com bordas recortadas.

Possui de 250 a 400 pares de barbatanas de coloração cinza-escuro ou marrom. Apresenta de 12 a 36 pregas ventrais, que estendem-se até perto da abertura genital.

Como nascem e quanto vivem

Os machos disputam as fêmeas com lutas entre si e comportamentos agressivos. Nas áreas de reprodução a estrutura de grupo mais comumente observada são pares de fêmeas com filhotes acompanhadas de um ou mais machos denominados escortes.

A maturidade sexual é alcançada com aproximadamente 11m. A gestação dura cerca de 1 ano. As fêmeas dão à luz a um único filhote que ao nascer mede cerca de 5m e pesam 1,5 tonelada. A amamentação dura de 6 a 10 meses.

O intervalo médio entre as crias é de 2 anos. Pode viver, pelo menos, 40 anos.

Comportamento e hábitos

Nada sozinha, em pares ou trios mas pode formar grupos temporários maiores nas áreas de alimentação e reprodução. Costuma saltar, bater com as nadadeiras e a cabeça na superfície da água, e por ser curiosa costuma aproximar-se de embarcações.

Pode ficar com a cauda, a cabeça e as nadadeiras peitorais expostas na superfície da água por até algumas horas. Costuma projetar a nadadeira caudal fora da água antes de iniciar um mergulho profundo.

Os machos costumam emitir sons semelhantes a canções que podem durar de 6 minutos até mais de uma hora nas áreas de reprodução para atrair e cortejar as fêmeas. O canto é composto de várias frases que se repetem de forma idêntica durante horas seguidas.

Pequenas variações no canto da jubarte só são percebidas quando ouvidas ano após ano: aparentemente, a cada ano a baleia acrescenta uma nova frase ao canto. Distintas populações de baleias-jubarte executam diferentes cantos. Apresentam um complexo comportamento social.

Quando molestada, pode soltar bolhas pelo orifício respiratório na água e emitir um barulho parecido com um som de trompete, como sinal de alerta. Borrifo em forma de balão, podendo atingir 3m de altura.

Alimentação

Principalmente no verão, em águas frias. Alimenta-se de krill, copépodos e pequenos peixes que formam cardumes. Possuem uma série de técnicas alimentares altamente especializadas.

Identificação Individual

A coloração da parte ventral da nadadeira caudal e a forma e recorte das bordas criam um desenho de cauda único em cada indivíduo. A forma, marcas e cicatrizes da nadadeira dorsal também tornam possível a identificação de distintos indivíduos.

Inimigos Naturais

As orcas (Orcinus orca), as falsas-orcas (Pseudorca crassidens) e possivelmente os grandes tubarões (Família Carcharhinidae).

Ameaças

Devido aos seus hábitos costeiros durante seus períodos migratórios (julho a dezembro) a baleia jubarte sofre com fortes pressões antrópicas como por exemplo capturas acidentais em redes de pesca, colisão com barcos e navios, poluição dos mares e a destruição de seus hábitats.

Outra ameaça potencial e iminente é o aumento do turismo para a observação de baleias (whalewatching) no Banco dos Abrolhos, que, se feito de forma irracional e descontrolada, pode molestar seriamente as baleias-jubarte.

A atividade petrolífera na região do Banco dos Abrolhos e adjacências é causa de preocupação quanto a futuros impactos sobre a população de baleias. Existem registros de capturas em redes de deriva oceânicas para as regiões sul e sudeste do Brasil.

Canto da Baleia Jubarte

Cientistas que estudam as baleias jubarte há cinco anos no litoral brasileiro descobriram que o som emitido por esse mamífero, durante o acasalamento, muda a cada ano.

Conforme os pesquisadores, a música é complexa, e a descoberta que as notas mudam de uma temporada para outra leva a crer que o som emitido pelas baleias varia nas diferentes regiões do mundo.

A canção para atrair a fêmea e afastar rivais demora até 30 minutos, mas o macho pode repeti-la por 24 horas sem parar.

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