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A Basílica de Nossa Senhora do Carmo, localizada no centro de Recife, é uma das igrejas mais importantes e históricas de Pernambuco. Sua rica história e imponente arquitetura refletem a profunda devoção religiosa e o patrimônio cultural da região.
História
- Fundação: A história da Basílica de Nossa Senhora do Carmo está intimamente ligada à Ordem dos Carmelitas, que chegou a Recife no século XVII. A igreja foi originalmente parte de um convento fundado pelos frades carmelitas em 1687. A construção da igreja atual, no entanto, começou em 1710 e se estendeu por várias décadas, sendo concluída em 1767.
- Nossa Senhora do Carmo: A igreja é dedicada a Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Recife. A devoção a Nossa Senhora do Carmo é uma das mais antigas e populares da cidade, e a basílica é o centro das festividades em sua honra, especialmente durante a Festa do Carmo, que acontece em julho e atrai milhares de fiéis.
- Elevação a Basílica: Em 1909, o Papa Pio X elevou a igreja ao status de basílica menor, um título concedido a igrejas de grande importância histórica e espiritual. Desde então, a Basílica de Nossa Senhora do Carmo tem sido um importante local de peregrinação e devoção em Recife.
Arquitetura
- Estilo Arquitetônico: A Basílica de Nossa Senhora do Carmo é um exemplo notável do barroco brasileiro, com influências do rococó. A fachada da igreja é grandiosa e imponente, com detalhes ornamentais típicos do barroco, incluindo volutas, entalhes e torres sineiras.
- Interior: O interior da basílica é ricamente decorado, com altares em talha dourada, painéis de azulejos portugueses, e uma série de capelas laterais dedicadas a diferentes santos. O altar-mor é especialmente impressionante, com uma imagem de Nossa Senhora do Carmo entronizada em destaque.
- Capela do Senhor dos Passos: Um dos pontos altos da arquitetura interna é a Capela do Senhor dos Passos, que possui uma imagem venerada do Senhor dos Passos, uma representação de Cristo carregando a cruz. Esta capela é um ponto focal de devoção, especialmente durante a Semana Santa.
- Azulejos e Pinturas: A basílica possui belos painéis de azulejos que retratam cenas bíblicas e da vida dos santos carmelitas, além de pinturas no teto que ilustram passagens religiosas e figuras de santos.
Importância Cultural e Religiosa
- Patrimônio Cultural: A Basílica de Nossa Senhora do Carmo é considerada um patrimônio histórico e cultural de Pernambuco. Sua arquitetura e acervo artístico refletem a riqueza da tradição barroca no Brasil e a importância da fé católica na história de Recife.
- Festa do Carmo: A basílica é o centro das comemorações da Festa de Nossa Senhora do Carmo, que inclui procissões, novenas, missas e outras atividades religiosas e culturais. Esta festa é uma das mais tradicionais e importantes do calendário religioso de Recife.
A Basílica de Nossa Senhora do Carmo não é apenas um lugar de culto, mas também um símbolo da herança cultural e espiritual de Recife, atraindo tanto fiéis quanto admiradores de arte e arquitetura histórica.
Vídeo sobre Basílica de Nossa Senhora do Carmo em Recife
Basílica de Nossa Senhora do Carmo em Recife - História e Arquitetura
Detalhes Históricos e Arquitetônicos da Basílica de Nossa Senhora do Carmo
A Basílica Nossa Senhora do Carmo é um conjunto arquitetônico católico pertencente à Ordem Carmelita, localizado em Recife.
Após a expulsão dos holandeses de Pernambuco, houve uma relutância das autoridades quanto à construção de um convento carmelita em Recife – preferiam que os esforços se concentrassem em reformar o convento de Olinda, arruinado após a invasão batava.
Mas, depois de algum tempo houve um consenso, e o terreno onde existiam as ruínas de um antigo palácio de Maurício de Nassau foi doado para o Carmelo, que construiu no local uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Desterro.
Na mesma época, houve uma reforma institucional na ordem Carmelita – conhecida como reforma de Touraine, ou Turônica (de Tours, França).
Os carmelitas de Recife aceitaram a renovação, ao passo que os de Olinda recusaram a reforma.
Assim, após algum tempo, o Carmelo recifense floresceu, e o convento de Olinda se estagnou, passando inclusive por alguns anos de decadência.
E fins do século XVII, com o apoio do capitão Diogo Cavalcanti de Vasconcelos, veterano da guerra contra os holandeses e cunhado de André Vidal de Negreiros, os carmelitas de Recife empreenderam a construção de uma nova igreja, dedicada a Nossa Senhora do Carmo.
As obras da igreja e do convento da Basílica de Nossa Senhora do Carmo duraram mais de cem anos, iniciando-se por volta de 1680 e se estendendo até o final do século XVIII, quando foram finalizadas a torre e a fachada.
A igreja possui nove altares: o altar-mor (dedicado a Nossa Senhora do Carmo), seis altares laterais, e dois grandes altares no transepto (um dedicado ao Santíssimo Sacramento e outro dedicado ao Bom Jesus e a São José).
O fronstispício da igreja é um dos mais imponentes de Pernambuco, com muitas volutas esculpidas em pedra, e a torre, de 50 metros de altura, é encimada por um dos mais elaborados bulbos do barroco brasileiro.
Em 1917, o papa Bento XV elevou a igreja à dignidade de ‘Patriarcal Basílica Vaticana’, conferindo a ela diversas indulgências e características jurisdicionais específicas.
E em 1919, Nossa Senhora do Carmo foi proclamada padroeira de Recife.
Ao longo do século XX, sob o pretexto de promover o progresso, políticos locais empreenderam desastrosas modificações no centro antigo de Recife, o que contribuiu para degradar a região e descaracterizar esse importante reduto da história brasileira.
Mas a Basílica do Carmo, bem como outras igrejas do local, ainda resistem com sua beleza original, relembrando uma época em que Pernambuco foi uma das mais prósperas regiões do Brasil.
Segundo narra o historiador Flávio Guerra, essa imagem de Maria seria a mesma que foi trazida de Portugal para Olinda, e que foi salva da destruição promovida pelos holandeses (calvinistas) quando invadiram a cidade.
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