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Diamantina esta a 280 quilômetros ao norte de Belo Horizonte via BR-040, é a porta de entrada do vale do Jequitinhonha.
Sua formação data do século XVIII; chamava-se, então, arraial do Tijuco, e surgiu da exploração de diamantes, controlada de modo implacável pela Coroa portuguesa: ninguém circulava pela região sem autorização oficial.
Isolado do restante da colônia, o Tijuco prosperava – durante mais de um século foi o maior produtor mundial de diamantes.
O nome atual foi atribuído ao arraial cm 1831, quando se viviam os últimos anos de esplendor: no fim do século XIX, as pedras já escasseavam, e novas minas foram descobertas na África do Sul.
Dos tempos de riqueza, Diamantina guarda um belíssimo conjunto arquitetônico, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
Embora suas igrejas não sejam tão opulentas quanto as de Ouro Preto, integram-se ao casario colonial com absoluta harmonia.
Importante polo regional, ela conseguiu a façanha de manter-se viva e sempre renovada sem comprometer sua memória: é a mais tranquila e bem conservada das cidades históricas, ainda intocada pelos problemas urbanos que assombram o circuito do ouro.
Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Diamantina
A cidade de Diamantina teve sua formação com a descoberta e exploração do ouro no vale do córrego do Tijuco, em 1713, pela bandeira liderada por Jerônimo Gouveia que, partindo do Serro, acompanhou o curso do rio Jequitinhonha até atingir a confluência do córrego Pururuca e Rio Grande.
Os primeiros povoados se instalaram no lugar denominado Burgalhau (hoje Rua do Burgalhau, Rua do Espírito Santo e Beco das Beatas), mas o crescimento do povoado se deu a partir de 1720 em decorrência da descoberta do diamante.
Durante este período de formação histórica baseada na mineração, a cidade de Diamantina conservou significativas referências culturais do período colonial, mantendo um rico acervo, sobretudo arquitetônico e urbanístico.
Desta forma, o centro urbano de Diamantina apresenta uma configuração característica das cidades do período colonial, com um padrão irregular, com arruamentos transversais à encosta, marcados, principalmente, pelas ruas paralelas com pequenas variações de abertura ou desvio de alguns becos e ruas estreitas.
No conjunto arquitetônico, a cidade conta com monumentos significativos para a história da arte e da arquitetura no Brasil dos séculos XVIII, XIX e XX, como as igrejas das Mercês, do Amparo, do Carmo, do Rosário, de São Francisco de Assis, do Senhor do Bonfim, bem como a Casa do Forro Pintado, o edifício do Fórum, o Mercado Municipal, o Museu do Diamante, a Biblioteca Antônio Torres, a Casa da Chica da Silva e os prédios projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer: Hotel Tijuco, Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina, Escola Estadual Professora Júlia Kubistchek e Diamantina Tênis Clube.
A arquitetura civil da cidade também é uma referência especial com ausência de casas térreas, ficando em destaque os conjuntos de sobrados. O centro histórico de Diamantina também é dotado de excepcional beleza por sua composição com a Serra dos Cristais, formando um dos conjuntos paisagísticos mais significativos de Minas.
Atrações e Pontos Turísticas de Diamantina MG
- Igreja do Carmo
- Igreja do Bonfim
- Igreja Nossa Senhora do Rosário
- Mercado Municipal (dos Tropeiros)
- Museu do Diamante
- Igreja São Francisco de Assis
- Casa de Juscelino Kubitschek
- Passadiço da Glória
- Biblioteca Antônio Torres (Casa do Muxarabiê)
- Antiga Casa da Intendência
- Capela Nossa Senhora da Luz
- Teatro Santa Izabel
- Casa de Chica da Silva
- Antiga Estação Ferroviária de Diamantina
- Edifício do Fórum de Diamantina
- Igreja Nossa Senhora do Amparo
- Basílio do Sagrado Coração de Jesus
- Igreja de Nossa Senhora das Mercês
- Catedral Metropolitana de Diamantina – Santo Antônio da Sé
1. Igreja do Carmo
Construída de 1760 a 1765, às custas do contratador João Fernandes, a Igreja Nossa Senhora do Carmo é um marco na imagem urbana do Centro Histórico de Diamantina.
Além de todo contexto histórico que envolve o contratador e sua história com Chica da Silva, a Igreja Nossa Senhora do Carmo destaca-se por ser a única na cidade que não possui torre frontal.
A solução confere graça especial à edificação, uma das mais importantes e bem presepadas de Diamantina.
No interior, destaca-se a impressionante pintura do forro da nave, considerada a obra-prima do pintor e guarda-mor português José Soares de Araújo, um dos mais ativos na região diamantina.
Repare na primorosa talha dos retábulos. R. do Carmo, s/n, Centro.
2. Igreja do Bonfim
Erguida por militares em meados do século XVIII, ao lado de onde, acredita- se, existia um quartel, esta igreja combina elementos do barroco e do rococó.
Singela, tem um único retábulo na capela-mor. e as pinturas, de autor desconhecido, revelam a influência do estilo de José Soares de Araújo sobre os artistas da época. Pça. Monsenhor Neves, s/n, Centro.
3. Igreja Nossa Senhora do Rosário
Uma das mais antigas igrejas da cidade, foi construída em 1731 c ampliada em 1772, mantendo-se a capela-mor original.
Seu principal atrativo é a pintura em perspectiva do forro da capela-mor, com Nossa Senhora do Rosário cercada de anjos, feita por José Soares de Araújo, assim como a retábulos e a do arco-cruzeiro.
Situa-se no centro de unia praça revestida de pedra, e em seu largo há uni chafariz, também de pedra, do século XVIII. Pça. Dom Joaquim Silvério de Souza, s/n, Centro
4. Mercado Municipal (dos Tropeiros)
Em 1835, o tenente Joaquim Cassimiro Lages construiu este prédio que agregava as funções de residência e ponto de comércio, dotado de local para descarregamento das mercadorias transportadas pelos tropeiros.
Hoje, ele sedia o Mercado Municipal, onde se encontram produtos da roça, artesanato, queijos, doces e cachaças. Há quem afirme que Oscar Niemeyer se inspirou nas arcadas da construção para desenhar o Palácio da Alvorada, em Brasília. Pça. Bardo de Guaicuí, 451, Centro
5. Museu do Diamante
Instalado na casa em que viveu o padre Rolim, um dos inconfidentes de maior influência, o museu recompõe a história do ciclo do diamante na região por meio de objetos de uso corrente nos séculos XVIII e XIX.
Constam em seu acervo utensílios domésticos, mobiliário, pinturas, imagens e armas, além de ferramentas e instrumentos usados na mineração de diamantes. R. Direita, 14.
6. Igreja São Francisco de Assis
O estilo predominante na Igreja de São Francisco, de 1775, é o rococó – os bonitos entalhes dos altares combinam madeira e ouro. Aproveite para subir na torre dos sinos, aberta à visitação.
Vale a pena, porém, admirar a antiga edificação, com fachada sóbria e torre única, erguida numa esquina, num plano elevado em relação à rua. R. São Francisco, s/n.
7. Casa de Juscelino Kubitschek
Casa onde Juscelino Kubitschek, ex presidente do Brasil viveu sua infância e adolescência na Rua São Francisco.
A construção é de pau a pique, técnica construtiva típica do século XVIII. A casa foi transformada em museu e os cômodos abrigam biblioteca, objetos pessoais, fotos e os violões usados pelo político para participar das serestas.
8. Passadiço da Glória
O cartão-postal da cidade foi construído em 1876 para interligar duas construções (uma colonial e outra do século XIX) que abrigavam um colégio de freiras – o objetivo era que as internas pudessem transitar de uma ala a outra sem serem vistas.
Integrada por duas edificações dos séculos XVIII e XIX ligadas por um passadiço, já abrigou o colégio das irmãs vicentinas e hoje é sede do Instituto Casa da Glória, da UFMG.
Rua da Glória, 297, Centro.
9. Biblioteca Antônio Torres (Casa do Muxarabiê)
O local pertenceu originalmente ao tenente Joaquim Cassimiro Lages que, em 1835, edificou um prédio para sua moradia e, ao lado, um rancho destinado ao comércio de tropeiros.
Entre 1881 e 1884 gouve a desarticulação do local em decorrência da crise da mineração.
Em 1889, ocorreu a construção deste Mercado Municipal para melhorar o melhor da comercialização dos produtos na cidade, bem como para melhor organização e modernização da rede urbana.
10. Antiga Casa da Intendência
Edificado entre 1733 e 1735, como sede da Intendência dos Diamantes, passou a servir como escola a partir da segunda metade do século XIX.
A construção possui escadaria de pedra (no acesso principal), cobertura de quatro águas, dez janelas no andar superior e nove no térreo.
No interior do prédio, chama atenção o forro em gamela do salão do segundo pavimento. Nas demais dependências, os forros mais antigos são em saia-e-camisa.
11. Capela Nossa Senhora da Luz
Construída por iniciativas de uma portuguesa, Dona Tereza de Jesus Perpétua Corte Real, em cumprimento de uma promessa feita por ter se salvado do terremoto de Lisboa, em 1755.
A construção, no entanto foi em época bem posterior estando concluída em 1819, conforme documentos que informam sobre a transladação da Arquiconfraria do Glorioso Patriarca São Francisco, da capela do amparo para a da Luz. A doação foi definitiva cinco anos mais tarde pela dona Maria Tereza.
A dama portuguesa que erigiu a capela anexou à mesma um recolhimento e educandário para meninas órfãs. Quando Dona Tereza de Jesus faleceu em 1826 foi sepultada a entrada do templo.
A capela da luz, como tantas outras, necessitou passar por várias reformas, porém manteve seu estilo apesar de algumas alterações.
12. Teatro Santa Izabel
O Teatro Santa Izabel foi construído em 1841 e foi aberto ao público no ano seguinte. O objetivo da criação dessa casa de espetáculos era a de aplicar as verbas no hospital da cidade, a Santa Casa de Caridade.
Em 1912, o Teatro foi derrubado em favor de um novo teatro e cinema edificado na antiga rua Tiradentes, atual rua Direita,
No local onde existiu o teatro, na Cavalhada Velha, houve a construção, pela municipalidade e pelo governo de Minas Gerais, da Cadeia Pública, retirando-a da área central da cidade.
Em 2007, foram iniciadas as obras de restauração do prédio e, em 2010, o Teatro Municipal Santa Izabel reabre suas portas.
13. Casa de Chica da Silva
O bonito solário foi residência da escrava Chica da Silva entre os anos de 1763 e 1771. A casa, que hoje funciona como sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Dentro do casarão é possível apreciar a coleção de quadros que retratam a rainha negra.
14. Antiga Estação Ferroviária de Diamantina
A Estrada de Ferro Central do Brasil que ligou Diamantina a Corinto, a Curvelo, a Belo Horizonte e ao litoral, foi inaugurada em 1914. Este terminal ferroviário funcionou até o início dos anos 1970, quando teve os trens de passageiros desativados.
Atualmente, o Corpo de Bombeiros da cidade ocupa o prédio e a estação marca o início da Trilha Verde da Maria Fumaça.
15. Edifício do Fórum de Diamantina
O edifício do Fórum foi construído em meados da primeira metade do século XVIII e sua destinação era casa de morada, apresentando um imponente quintal.
16. Igreja Nossa Senhora do Amparo
A conclusão da construção da capela data de 1776. Foi construída pela Irmandade dos Pardos do Arraial do Tijuco, possui altares trabalhados em estilo barroco-rococó, destacando-se o púlpito em forma de cálice e as imagens do século XVIII.
Os trabalhos de acabamento e ornamentação são atribuídos ao pintor e irmão da ordem Silvestre de Almeida Lopes, tais como: a pintura, douramento da Capela e pintura dos dois altares do arco do cruzeiro (1796).
Ao longo do século XIX passou por várias reformas, como a demolição da primitiva torre em 1813 que, por ser de pedra, causou danos à estrutura do edifício, sendo reedificada cinco anos depois.
17. Basílio do Sagrado Coração de Jesus
O principal ponto de interesse desta igreja neogótica de fins do século XIX são seus belos vitrais franceses e a mesa do altar, de pedra-sabão. O projeto é do padre Júlio Clavelin, responsável pela planta da também neogótica Igreja do Santuário do Caraça, em Santa Bárbara. Pça. do Sagrado Coração, 11, Largo. Dom João.
18. Igreja de Nossa Senhora das Mercês
A edificação da Igreja de Nossa Senhora das Mercês teve início em 16 de março de 1778. A Irmandade de Nossa Senhora das Mercês foi criada em 1772, originada de uma cisão da Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, da qual se desligaram os irmãos mulatos, com a resolução de constituírem nova irmandade.
19. Catedral Metropolitana de Diamantina – Santo Antônio da Sé
A atual Catedral foi construída entre 1932 e 1938, em substituição à antiga igreja de Santo Antônio do Tijuco (construída por volta de 1750 e demolida em 1932), que se localizava no mesmo espaço, mas posicionava-se voltada para à rua Direita. Desta antiga igreja, nota-se a presença dos altares laterais que remetem ao estilo barroco e algumas peças avulsas.
20. Passeio pela cidade
A integridade das construções e a beleza da organização urbana encantam em Diamantina.
O passeio por suas ruas pode iniciar-se na catedral Metropolitana (pça. da Matriz), construção da década de 1930 sem interesse arquitetônico, que marca o ponto central da cidade.
Na rua da Quitanda, atrás da matriz, perfilam-se; sobrados avarandados onde se debruçam os músicos que se apresentam um concerto noturno, realizado a céu aberto, composto por Bandas de músicas.
Diante da praça fica o prédio da prefeitura (pça. Conselheiro Matta, 111), erguido em 1735, onde no passado funcionava a Intendência dos Diamantes. Na lateral da praça, na Casa do Muxarabiê (rua da Quitanda, 50), uma treliça recobre a janela, um recurso de inspiração árabe para que os moradores pudessem ver a rua sem ser vistos.
Um pouco mais adiante, desemboca-se no famoso beco do Mota, com inúmeros bares e ateliês. Perto do Mercado Municipal localiza-se a rua do Burgalhau. onde se concentram as casas mais antigas da cidade, datadas da época da formação do arraial.
Na Casa de Chica da Silva (pça. Lobo de Mesquita, 266), onde a ex-escrava viveu entre 1763 e 1771, novamente se identificam influências árabes.
Muito mais modesta, a Casa de Juscelino (rua São Francisco, 241), construção em pau-a-pique do século XVIII, hoje abriga um museu com fotos, informações e objetos pessoais do ex-presidente nascido em Diamantina. Repare, na mesma rua, no grande Casarão do Fórum (rua São Francisco, s/n), belo exemplar da arquitetura do Setecentos.