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A Chapada Diamantina esta encravada no interior da Bahia e compreende algumas das paisagens mais bonitas do país.
Cachoeiras, poços, vales e grutas em meio a uma rica biodiversidade criam os cenários perfeitos para passeios de jipe, caminhadas, esportes radicais e trilhas na Chapada Diamantina – a pé, a cavalo ou de bicicleta.
O Parque Nacional da Chapada Diamantina, criado em 1985, abrange uma área de 1.520km², sendo este a principal unidade de conservação da Chapada, que se estende por 38 mil km² de cerrado, Mata Atlântica e caatinga.
Veja o mapa Chapada Diamantina
Mapa das Trilhas e Pontos Turísticos da Chapada Diamantina
A 412km de Salvador, o município de Lençóis é o principal centro turístico da Chapada Diamantina.
A cidade de Salvador é ponto de partida para diversos programas pela região e conta com grande oferta de restaurantes e agências de turismo.
A viagem de ônibus entre Salvador e Lençóis leva cerca de seis horas. De avião, são 45 minutos. Desde abril de 2009, a Trip linhas aéreas faz voos entre as duas cidades aos sábados.
Aos viajantes em busca de isolamento e tranquilidade, o povoado de Vale do Capão é uma opção bem interessante, com boas pousadas e comunidades alternativas.
O vilarejo, localizado no município de Palmeiras, é ponto de partida para as principais trilhas da Chapada Diamantina, como a da Fumaça, Vale do Pati, Lençóis, Andaraí, Gerais do Rio Preto, Gerais do Vieira e Gerais da Fumaça.
Tanto em Lençóis quanto no Vale do Capão existem hospedagens para todos os gostos e bolsos, desde hotéis sofisticados até campings e albergues.
A cidade de Mucugê e a vila de Igatu, bem situadas em relação às atrações da Chapada, também agradam o viajante que busca mais sossego. Tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Igatu foi um importante centro de produção de diamantes, e todas as construções da vila são feitas de pedra.
Assista varios documentários sobre a Chapada Diamantina
Atrações Turisticas na Chapada Diamantina
Destino obrigatório para os amantes do ecoturismo, quem viaja pela região se impressiona não só com as belezas naturais, mas também com a consciência e o senso de preservação ambiental dos habitantes, como guias e donos de pousadas.
1. Trilhas
Próxima ao Vale do Capão está a Cachoeira da Fumaça, uma das principais belezas da Chapada e uma das quedas livres mais altas do Brasil, com cerca de 380m de altura.
A forma mais rápida e fácil de conhecê-la é pela trilha de duas horas que leva ao topo da cachoeira. A Fumaça é um dos programas obrigatórios ao visitar a região.
Para quem gosta de caminhar, de aventura, e tem bom preparo físico, vale fazer a trilha de três dias, conhecida como Fumaça por Baixo.
O percurso permite ver a queda por cima, de frente e banhar-se em seu poço. A caminhada inclui dormir duas noites em barracas ou grutas, tomar banho só de cachoeira (sem sabão) e andar muito – essa é considerada a trilha mais radical da Chapada.
Mas todo o esforço é mais do que recompensado. Além da atração principal, que já faz valer a caminhada, o percurso inclui também outras paisagens inacreditáveis e várias outras cachoeiras, como a do Palmital.
Para fazer a Fumaça por baixo é indispensável a presença de um guia.
As trilhas, em geral criadas na época do garimpo, são fechadas e sem sinalização. Celulares não funcionam e não há nada nem ninguém na região além de grupos visitando o local.
Tamanho isolamento pode ser na medida para quem quer descansar a cabeça (mas trabalhar o corpo!) e esquecer por alguns dias o trânsito, computador e celular. A proposta é caminhar muito, refrescar-se em cachoeiras incríveis e se surpreender com a beleza das paisagens, orquídeas e bromélias.
2. Vale do Pati na Chapada Diamantina
Caminhar por vários dias também é essencial para conhecer o Vale do Pati, mas suas trilhas são mais amenas que as da Fumaça. A beleza do lugar é única e impressionante. No vale, há a possibilidade de acampar ou dormir nas casas dos poucos nativos, que oferecem instalações modestas e saborosa comida caseira.
As agências de turismo fazem trilhas de um a cinco dias pelo Pati. Quatro dias e três noites é o mínimo para quem gosta de andar e quer conhecer bem o lugar. Assim como na trilha da Fumaça, os que visitam o Paty têm a chance de se refrescar em várias cachoeiras maravilhosas.
Geralmente, o guia das trilhas também é responsável pelo preparo e transporte dos alimentos. Os trilheiros levam suas roupas, lanches e devem voltar com todo o lixo que produzirem. Na bagagem para a Bahia, é bom constar.
De dezembro a março chove mais na Chapada Diamantina, o que contribui para aumentar a beleza das cachoeiras e do verde da paisagem. Por outro lado, a chuva pode prejudicar os passeios, e ainda há o risco de uma tromba d’água – enxurrada em decorrência do acúmulo de água na cabeceira de um rio.
Porém, mesmo nessa época as chuvas não são tão frequentes. De abril a outubro chove pouco e aí algumas cachoeiras podem secar. Antes de viajar, vale conferir a situação das cachoeiras e a previsão do tempo.
Além da Fumaça, outra cachoeira imperdível na Chapada Diamantina é a do Buracão. Em Ibicoara, a 90km de Mucugê, a Cachoeira do Buracão é uma queda d’água de 80 metros no fim de um cânion magnifíco. Por estar longe das principais atrações da Chapada Diamantina, ela é menos visitada, mas não deixe de conhecê-la.
3. Grutas, poços e pinturas rupestres na Chapada Diamantina
As maravilhas e a grandiosidade da Chapada Diamantina não se limitam à sua superfície: lá está o maior acervo espeleológico da América do Sul, importante por sua beleza e relevância científica.
Entre as centenas de cavernas da região, a mais conhecida é a do Poço Encantado.
A água ali é de cor azul turquesa devido aos raios do sol que penetram na gruta através de uma fenda. Dada a transparência da água, é possível até ver o fundo do poço, que tem de 30 a 60 metros de profundidade.
O Poço Azul tem características semelhantes às do Poço Encantado, e é permitido mergulhar em suas águas. Ainda com tom azul e águas cristalinas há a Gruta da Pratinha. Entre as cavernas secas, as mais visitadas são a da Torrinha, Lapa Doce, Paixão, Lapão, Bolo de Noiva, Fumaça, Gruta Azul e Brejões.
A região conta ainda com um rico patrimônio cultural, que inclui 65 sítios de pinturas rupestres, casarões centenários, feiras e artesanatos.
4. Esportes radicais na Chapada Diamantina
A Chapada Diamantina também é um destino imperdível para os adeptos dos esportes radicais. A lista das modalidades que podem ser praticadas na região é longa, mas vale destacar a escalada, a tirolesa, o canyoning – rapel em cachoeira – e o mountain biking.
De bicicleta, é possível dar a volta no parque em cerca de sete dias. São 273 km de trilhas de diferentes graus de dificuldade. A viagem entre Vale do Capão e Lençóis dura cerca de cinco horas pedalando, e é um dos trechos mais difíceis da volta.
De Igatu a Mucugê, o esforço já é bem menor: duas horas de trilha com descidas na maior parte do tempo. Agências de turismo oferecem roteiros que incluem pedalar e caminhar.
Na boca da caverna do Lapão, em Lençóis, há o cave jumping, semelhante ao bungee jumping. Entre os locais de escalada, os de maior destaque são o Parque Municipal de Muritiba, em Lençóis, com mais de 50 rotas, e Igatu, no município de Andaraí.
A região tem atrativos demais para uma viagem só. Quem visita a Chapada uma vez, volta ao local na primeira oportunidade.
Guia de Turismo e Viagem da Chapada Diamantina e Documentário sobre a Chapada Diamantina