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A construção de fortes e faróis foi motivada pela necessidade de proteger a cidade de Salvador e garantir a soberania dos portugueses sobre o território descoberto.
A escolha do local para a instalação da cidade de Salvador também levou em consideração aspectos religiosos. Como se dizia na época, “quanto mais alto se construía uma cidade, mais próximo se estaria de Deus e de sua proteção”.
Estrategicamente, a escolha da alta montanha mostrou ser conveniente ao modelo militar então dominante em Portugal, já que o planalto estava localizado na parte interna da Baía de Todos os Santos, um excelente ancoradouro para os navios.
Com base nessa configuração espacial, foi montada uma estrutura de defesa nos locais considerados mais estratégicos. Quem conhece Salvador deve admitir que a escolha foi acertada. Onde se poderia construir fortes melhores do que aqueles já construídos? Talvez um na Ilha de Itaparica, fora de Salvador!
Com o crescimento da cidade além dos muros originais, esse sistema revelou-se débil e ineficaz. Tanto é verdade que os holandeses e franceses bombardearam-na e a tomaram com grande facilidade.
No entanto, essa debilidade e ineficácia não se devem à localização dos fortes, que consideramos perfeita. O problema estava na extensão do acesso pelo mar, que era aberto e vasto, dificultando uma defesa adequada devido ao baixo poder de fogo das fortificações.
A Ponta do Humaitá é um dos locais mais bonitos de Salvador. As naus vindas pelo sul, por exemplo, passando rente à Ilha de Itaparica, ficavam totalmente imunes às baterias dos fortes de Salvador.
Vejamos uma síntese da entrevista dada a um órgão de imprensa pelo coronel Anésio Ferreira Leite, Presidente da Associação Brasileira de Amigos das Fortificações Militares e Sítios Históricos (ABRAF):
“Salvador chegou a ter mais de 30 fortificações. Atualmente restam apenas 11. Estamos jogando fora as nossas referências e as nossas raízes.”
O primeiro forte erguido foi o Forte de Santo Antônio da Barra em 1534, também conhecido como Farol da Barra. Em 1696, quando recebeu o farol, passou a ser chamado de Vigia da Barra.
Em 1650 foi erguido o Forte de São Marcelo, também conhecido como Forte do Mar.
Ainda na Barra, existem os fortes Santa Maria e São Diogo, erguidos entre 1624 e 1638. Subindo para o Campo Grande, estão os fortes São Pedro e São Paulo da Gamboa, ambos construídos pelos holandeses. O Forte de São Paulo da Gamboa teve o maior canhão da cidade, com 13 toneladas. Este equipamento foi deslocado para a frente do Quartel General da 6ª Região Militar, na Mouraria.
Na entrada do Terminal Marítimo de São Joaquim está o Forte Santo Alberto ou Forte da Lagartixa, assim chamado por ter canhões pequenos que podiam ser deslocados para todos os lados.
No bairro de Santo Antônio está localizado o Forte de Santo Antônio Além do Carmo. Por que “Além do Carmo”? Tudo que era construído depois do portão norte era conhecido como “Além do Carmo”. A maior fortificação de Salvador é o Forte de Nossa Senhora do Monte do Carmo, ou simplesmente, Forte do Barbalho.
Vídeos sobre os Fortes e Farois de Salvador da Bahia
História dos Fortes de Salvador da Bahia
A cidade de Salvador nasceu sob o signo da defesa, pois o principal objetivo colonizatório dos portugueses era assegurar a soberania sobre o território descoberto.
Os fortes eram os principais elementos do sistema de defesa da capital colonial do Brasil. As velhas trincheiras, baluartes e torres, que ocupavam locais estratégicos de defesa, ganharam muralhas e baterias de canhões.
Alguns projetos nasceram da criatividade dos militares portugueses, enquanto outros foram desenhados por engenheiros militares das escolas italianas e francesas, contratados pelo governo colonial. Estes projetos aproveitaram as condições naturais do terreno, não só para as necessidades de defesa, mas também para a plasticidade arquitetônica.
Quando o primeiro Governador-Geral, Tomé de Souza, chegou à velha Vila do Porto da Barra em 1549, o local para a sede da administração colonial portuguesa já estava escolhido. Cumprindo ordens do Rei D. João III, Tomé de Souza construiu a cidade-forte no local mais alto e protegido, cercado por pântanos quase intransponíveis e com vista sobre toda a Baía de Todos os Santos.
Os portugueses deram início à implantação de um sistema de defesa que evoluiria até o século XVIII. A primeira defesa militar construída foi uma grande muralha de taipa e barro, suficiente para resistir às flechas dos índios.
Posteriormente, a muralha foi ampliada e reforçada com pedra e cal, ganhando baluartes voltados para o mar (por onde se aproximavam os corsários) e torres encasteladas nas portas voltadas para o São Bento e o Carmo.
No século XVII, a velha muralha foi substituída por um eficiente sistema de defesa em profundidade, com trincheiras, muralhas e fortificações construídas em lugares estratégicos e armadas de acordo com a evolução da arte da guerra.
No início do século XVII, a ameaça de uma grande invasão estrangeira levou ao aumento do número de posições fortificadas em Salvador. A linha de defesa, formada pelos Fortes de Santo Antônio da Barra, do Mar (hoje São Marcelo), de Santo Alberto, de Nossa Senhora do Mont Serrat e de Itapagipe, além da bateria de fortificações da Ribeira das Naus, já era estruturada o suficiente para impressionar os invasores.
Em 1624, esse sistema de defesa organizou uma heróica resistência contra os holandeses, mas foi vencido pela grande superioridade do inimigo.
Com a reconquista de Salvador pelos portugueses e espanhóis um ano depois, o sistema de defesa foi retomado e novos fortes foram construídos, enquanto outros eram recuperados e ampliados. Isso permitiu à cidade repelir, em 1638, o novo ataque da poderosa armada holandesa sob o comando do príncipe Maurício de Nassau (que já havia tomado Recife). Essa vitória quebrou o mito da invencibilidade holandesa e fez nascer a mística da Indomável Salvador.
1. Cronologia da Construção dos Fortes de Salvador
Do Fim do Século XVI à Invasão Holandesa
- A Torre de Santo Alberto
- Forte de Santo Antônio da Barra
- Forte de Monserrate
- Forte da Lagartixa
As Fortificações Depois de 1625
- As Defesas do Porto da Barra – Fortes de Santa Maria e de São Diogo
- O Forte do Mar ou de Nossa Senhora do Pópulo e São Marcelo
As Fortalezas do Século XVIII
- Forte de São Pedro
- Bateria de São Paulo da Gamboa
- Forte de Santo Antônio
- Além-do-Carmo
- Forte do Barbalho
- Forte da Jiquitaia
- Ilustres Desaparecidos
2. Conheça os Fortes e Faróis de Salvador da Bahia
2.1. Farol da Barra ou Forte de Santo Antônio da Barra
Praia da Barra, Avenida Oceânica
O Forte de Santo Antônio da Barra, popularmente conhecido como Farol da Barra, está localizado na ponta da divisa entre a orla atlântica e a enseada da Baía de Todos os Santos (antiga Ponta do Padrão). O forte proporciona uma bela vista do oceano e é impossível não se impressionar com a sua imponência e elegância.
Esta é a mais antiga edificação militar do Brasil, datando de 1534. O farol original foi instalado em 1698, a uma altura de 37 metros acima do nível do mar, e foi o primeiro farol das Américas.
Entre os séculos XVII e XVIII, o forte recebeu a forma irregular de estrela, com quatro faces reentrantes e seis salientes, representando a nova linha de arquitetura militar portuguesa. O óleo de baleia alimentava lampiões que sinalizavam aos navegantes a entrada da baía.
O farol passou por reformas em 1839, 1890 e 1937, quando foi eletrificado e a instalação incandescente a querosene foi removida. Atualmente, o alcance luminoso é de 70 km para a luz branca e 63 km para a luz vermelha.
Uma curiosidade interessante é que, devido à forte inclinação católica no Brasil, o forte adotou o Santo Antônio como primeiro padroeiro de Salvador, concedendo à imagem do santo uma patente militar no grau de soldado. O Santo, ou melhor, a sua imagem, recebeu promoções e vencimentos correspondentes durante séculos, e só teve seu soldo cassado em 1912, quando detinha o posto de tenente-coronel.
O Forte de Santo Antônio da Barra é um dos marcos do litoral soteropolitano e um principal cartão-postal da Praia da Barra. Construído entre 1583 e 1587, faz parte do Forte Santo Antônio da Barra e abriga o Museu Náutico da Bahia.
Em 1501, durante a primeira expedição exploradora à América Lusitana, os portugueses aportaram na Barra, negociaram com os índios e instalaram seu padrão de posse no local. Era o dia de Todos os Santos e batizaram a grande baía com esse nome. Esse local, que marca a entrada da Baía de Todos os Santos, ficou conhecido como a Ponta do Padrão e, depois, Ponta de Santo Antônio.
O Forte de Santo Antônio da Barra, o primeiro do Brasil, teve sua primeira edificação por volta de 1536, realizada pelo donatário da Capitania da Bahia, Francisco Pereira Coutinho. Entre 1583 e 1587, foi reformado e ampliado. Entre 1596 e 1602, o forte foi reconstruído em pedra e cal como uma torre octogonal, projeto atribuído ao engenheiro-mor de Portugal, o cremonense Leonardo Torriani.
Além do farol, o forte abriga o Museu Náutico da Bahia e um café. A subida à torre do farol, que possui tranquilos 94 degraus, é uma experiência agradável. O topo oferece vistas panorâmicas da Barra e do mar e permite ver de perto o maquinário centenário do sistema de iluminação do farol.
Naufrágio do galeão Santíssimo Sacramento que fez o FAROL DA BARRA ser construído
O galeão Santíssimo Sacramento havia saído do Tejo como capitânia da escolta de uma frota de 50 embarcações mercantes da Companhia Geral do Comércio do Brasil. A embarcação transportava João Corrêa da Silva, que se dirigia para ser empossado no governo da Bahia, além de estanho e cobre para o estaleiro do Salvador. No entanto, o galeão naufragou durante uma tempestade no dia 5 de maio de 1668.
Ao se aproximar de Salvador, o galeão enfrentou fortes ventos vindos do Sul, o que impediu a entrada na Bahia pela rota normal. O navio acabou chocando-se com o banco de Santo Antônio, permanecendo à deriva por algumas horas e naufragando durante a noite, aproximadamente às 23:00 horas.
O governador em exercício, Alexandre de Sousa Freire, enviou, assim que informado do acidente, todas as embarcações rápidas e pessoas hábeis de navegação que estavam na Ribeira. Contudo, devido à grande distância a ser percorrida para a época, somente chegaram ao local ao amanhecer.
Como descrito por Sebastião Rocha Pita em “História da América Portuguesa” (Lisboa, 1730):
“Acharam feita em pedaços a nau, e grande número de corpos, uns ainda vivos, vagando pelos mares, outros jazendo já mortos nas areias…, e só salvaram as vidas algumas pessoas, às quais pôs em salvo a sua fortuna e a diligência dos pescadores daquelas praias…, e algumas poucas que sobre as tábuas piedosamente despedaçadas no seu remédio se puseram em terra.”
Existem divergências quanto ao número de pessoas a bordo do Sacramento; alguns citam 800, outros 400. Sabe-se que apenas cerca de 70 pessoas foram salvas.
Após 3 séculos submerso, o casco do galeão foi localizado por pescadores que notaram que suas redes ficavam presas no fundo. O que restava do Sacramento repousava a 15 metros de profundidade, próximo a um declive acentuado. O casco posteriormente deslizou por esse declive, vindo a ficar a uma profundidade que varia entre 25 a 30 metros.
Veja também a História da Fundação de Salvador da Bahia , Centro Histórico de Salvador
e História do Forte de Santo Antônio da Barra em Salvador
2.2. Farol de Itapuã
Listrado em vermelho e preto, o farol que inspira versos e canções. Antiga referência para barcos que passavam pela costa, hoje é um marco poético e bucólico para todos que desejam passar uma tarde em Itapuã.
Construído em 1873 pelo engenheiro Zózimo Barroso, com recursos próprios, o farol foi projetado para sinalizar os bancos de areia existentes na área e orientar a navegação marítima em Salvador. Este farol está localizado a 23 km de distância do Farol da Barra.
Sua torre, feita de ferro fundido, tem 21 metros de altura e está assentada sobre uma base de concreto. Ela é conectada à praia por uma ponte, também de concreto.
Originalmente pintado de roxo-terra, desde 1950 o farol mantém suas faixas horizontais pintadas nas cores vermelha e branca.
2.3. Forte Nossa Senhora de Mont Serrat ou Monserrate
Ponta de Humaitá
Construído numa enseada no então limite norte de Salvador, entre 1583 e 1587, o Forte de Nossa Senhora de Monte Serrat sucedeu ao primitivo Fortim de São Filipe. O forte tinha a forma de um hexágono irregular, com torreões circulares nos ângulos, recobertos por cúpulas. Uma ponte levadiça conectava a rampa ao terraço, e no térreo, dois quartéis rodeavam a entrada.
Em maio de 1624, o forte participou dos confrontos durante a invasão na Bahia e impediu o desembarque dos holandeses, mas acabou sendo tomado pelos inimigos em uma nova investida contra a cidade. O Governador-Geral, Diogo de Mendonça Furtado, foi aprisionado, e a capital do Estado do Brasil foi conquistada pelo fidalgo holandês Johan Van Dorth. Na frente do forte, há uma placa que recorda aos visitantes: “Aos 17 de julho / de 1624 foi / morto neste / sítio o gene / ral hollandez / João van Dorth”.
O Forte de Monte Serrat tem uma expressiva importância histórica, com participação indireta na Sabinada e na Questão Christie no século XIX. Há registros de que, em 1859, o forte foi visitado pelo Imperador Pedro II do Brasil, que anotou em seu diário de viagem: “28 de Outubro (…) fui ao forte de Monserrate que jaz abandonado, tendo se picado a inscrição que existia sobre o portão. Tem bela vista e o [engenheiro André] Przewodowski, que mora perto, disse que ninguém morreu ainda aí de febre amarela ou de cólera.”
O forte é considerado um dos tesouros especiais de Salvador, um exemplar de arquitetura militar abaluartada (também conhecida como “traçado italiano”, “fortificação em estrela” ou “fortificação à moderna”), sendo a mais antiga fortificação brasileira com configuração original e uma das melhores obras militares do Brasil Colônia.
Com instalações simples, o forte exibe vários quadros sobre o Sistema Defensivo de Salvador, a invasão holandesa na Bahia, bandeiras históricas do Brasil, e mais. É um verdadeiro alento histórico.
O forte começou a ser construído em 1583 e, até a sua conclusão em 1742, foi cenário de lutas e resistências contra os holandeses. Hoje, abriga o Museu da Armada, com diversos objetos e armamentos militares. A vista para a Baía de Todos os Santos e a Ilha de Itaparica é um capítulo à parte.
O Forte de Nossa Senhora de Monte Serrat, que pertencia ao Exército, é visto por muitos como a mais bela construção militar do período colonial brasileiro. Começou a ser construído em 1583, numa posição estratégica no alto da ponta mais avançada da península, com vistas sobre o porto da cidade. Concluído em 1742, o forte permanece como uma casa de comando flanqueada às muralhas de bastiões redondos, contando com nove canhões.
Desde 1993, abriga o Museu da Armada, com armamentos civis e militares, alguns dos quais utilizados pelo Exército no passado. A vista da entrada da Baía de Todos os Santos é privilegiada, oferecendo uma visão de um lado da cidade de Salvador e do outro da Ilha de Itaparica.
História do Forte de Nossa Senhora de Monserrate
2.4. Forte Santa Maria
Praia do Porto da Barra
O Forte de Santa Maria, com arquitetura italiana, foi construído antes da invasão holandesa, sendo uma das mais antigas construções arquitetônicas da cidade. Os canhões ainda estão lá, mirando possíveis invasores vindos do mar. A construção também abriga uma antiga sala de pólvora.
O forte começou a ser construído a partir de 1614, com o projeto do engenheiro-mor e dirigente das obras de fortificação do Brasil, Francisco de Frias da Mesquita (1578 – 1645). Foi reconstruído em 1696, em alvenaria de pedra e cal, com o projeto atribuído ao engenheiro José Pais Esteve. A estrutura básica atual do forte data dessa época.
Sua fachada ainda exibe o emblema do Império do Brasil. Foi tombado pelo IPHAN em 1938 e é administrado pela Marinha. Desde maio de 2016, abriga o Espaço Pierre Verger da Fotografia Baiana.
Hoje, além de abrigar o Espaço Pierre Verger, o Forte de Santa Maria possui um vão aberto, permitindo apreciar outros ângulos da Baía de Todos os Santos. Pequeno, delicado e gracioso, este é um dos muitos tesouros inestimáveis de Salvador.
Vídeo sobre o Forte de Santa Maria que expulsou os holandeses do Brasil
2.5. Forte de São Diogo
O Forte de São Diogo, localizado na Base do Morro de Santo Antônio, foi construído no contexto da fragilidade da defesa de Salvador durante a invasão holandesa de 1624. Na época, Portugal e, consequentemente, o Brasil, estavam sob o domínio da Espanha (a chamada União Ibérica). Felipe IV, rei da Espanha e inimigo pessoal dos holandeses, mobilizou uma enorme flotilha de guerra que conseguiu retomar a cidade um ano depois.
Os holandeses, não se dando por vencidos, realizaram sucessivos ataques para tentar retomar a cidade. Para evitar isso, a Espanha implementou um sistema de defesa, dotando Salvador com fortificações distribuídas ao longo da Baía de Todos os Santos, Barra e Itapagipe. Em pouco tempo, dezenas de fortes formaram um verdadeiro cordão de fogo, tornando Salvador a cidade mais protegida das Américas. Após a construção desses fortes, a cidade nunca mais foi invadida.
O Forte de São Diogo surgiu justamente nesse contexto. Foi edificado entre os anos de 1626 e 1635, após a expulsão dos invasores holandeses (1624-1625). Sua posição no terreno e a bateria de canhões inibiram novas incursões estrangeiras pelo Porto da Barra em 1638, integrando-se ao sistema de defesa junto ao Forte de Santa Maria. Seu traçado curvilíneo atual foi desenvolvido no início do século XVIII.
O primitivo Forte de São Diogo foi construído entre 1609 e 1613 na encosta do Morro de Santo Antônio, sobre a antiga estrutura do castelo de Pereira Coutinho, donatário da Capitania. O projeto original é atribuído ao engenheiro-mor Francisco de Frias da Mesquita (1578-1645).
A partir de 1626, o forte foi reconstruído e sofreu alterações entre 1704 e 1722, período em que ganhou a estrutura básica atual. Outras reformas ocorreram no final do século XIX.
Desde maio de 2016, o forte abriga o Espaço Carybé de Artes, sendo hoje um importante centro cultural de Salvador.
2.6. Forte de São Marcelo
Inspirado no Castelo de Santo Ângelo (Itália) e na Torre do Bugio (Portugal), o Forte de São Marcelo, também conhecido como Forte do Mar (anteriormente designado como Forte de Nossa Senhora do Pópulo), está situado sobre uma coroa de areia a 300 metros da costa da Baía de Todos os Santos, em frente ao coração do Centro Histórico de Salvador.
Com uma forma circular e estilo renascentista, sua construção original em madeira foi concluída em 1623, abrangendo uma área de 2.500 m². Por questões de segurança, o forte limita o acesso a trezentas pessoas simultaneamente.
O Forte de São Marcelo foi palco de vários confrontos históricos. Em 1912, durante uma ação truculenta do então Presidente Hermes da Fonseca, o Forte disparou seus canhões contra a própria cidade que deveria proteger, resultando no trágico Bombardeio de Salvador. O ataque causou a destruição do Palácio dos Governadores, do Theatro São João, da antiga Sé Primacial e da Biblioteca Pública.
Por ser uma estrutura relativamente “mais nova”, o forte exibe o brasão imperial mutilado pela República sobre o Portão de Armas. Devido à sua localização, beleza e originalidade, Jorge Amado o denominou de “Umbigo da Bahia”.
Originalmente construído em madeira sobre um recife, o Forte passou por reformas após a invasão holandesa, transformando-se em uma sólida fortaleza de proteção para o centro da cidade. Hoje, abre de terça a domingo, das 9h às 18h.
Localizado no meio da Baía de Todos-os-Santos, o Forte de São Marcelo foi inicialmente um baluarte triangular, construído em madeira no início do século XVII, sobre um arrecife na entrada do porto de Salvador. Após a invasão holandesa de 1624, o forte foi reconstruído em alvenaria de pedra e ganhou sua forma circular, passando a proteger o centro da cidade colonial contra ataques marítimos.
O Forte tornou-se uma imponente construção militar, responsável pela guarda do porto e integrando a rede de fortificações que defendeu Salvador das invasões holandesas, corsários e piratas. No final do século XVIII, serviu como prisão para estudantes e personagens históricos importantes, como o líder da Revolta dos Alfaiates, Cipriano Barata, e o general farroupilha Bento Gonçalves.
O Forte de São Marcelo está localizado em frente ao cais e ao Mercado Modelo. O mapa da cidade destaca a entrada da Cidade do São Salvador da Bahia de Todos os Santos, com legendas das principais construções e fortificações, incluindo o Forte de Santo Antônio da Barra, que é a única construção com uma denominação direta no mapa.
Veja História do Forte de São Marcelo ou Forte do Mar em Salvador
História das Fortalezas e Defensas de Salvador da Bahia
2.7. Forte de Santo Alberto, Torre de São Tiago ou Fortim da Lagartixa
O Forte de Santo Alberto tem suas origens na antiga Torre de São Tiago, e sua atual edificação data de 1694.
Com a vitória brasileira na Guerra da Independência (1822-1823), o Forte de Santo Alberto desempenhou um papel histórico significativo ao dar o tiro que autorizou o embarque das forças para Portugal em 2 de julho de 1823.
Afastado do mar devido à ampliação do porto de Salvador, o forte foi utilizado após a 2ª Guerra Mundial para abrigar o Serviço Veterinário do Exército.
Contemporâneo ao Forte de Santo Antônio Além do Carmo, o Forte de Santo Alberto tinha a função de proteger o ancoradouro e a aguada das embarcações na área de Água de Meninos.
Atualmente, localizado em frente à entrada do Ferry-Boat, o Forte de Santo Alberto é quase um ilustre desconhecido em Salvador. Encontra-se fechado e tomado por carros, vivendo um estado de relativo ostracismo.
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História dos fortes e faróis de Salvador da Bahia