Estilo Musical e História do Samba de Roda

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Samba de Roda
Samba de Roda

Samba de roda é uma variante musical mais primitiva do samba, originário do estado brasileiro da Bahia, provavelmente no século XIX.

O estilo musical tradicional afro-brasileiro é associado a uma dança, que por sua vez está associada à capoeira.

É tocado por um conjunto de pandeiro, atabaque, berimbau, viola e chocalho, acompanhado principalmente por canto e palmas.

O samba de roda é uma das muitas tradições trazidas ao Brasil pelos escravos africanos.

Trata-se de uma variante do samba que faz parte de um estilo musical popular brasileiro que reúne diversas músicas, instrumentos próprios, poesias e danças.

O Samba de roda surgiu na Bahia, no século XVII, foi trazido para o Brasil com a chegada dos escravos angolanos. Hoje, ele é patrimônio e herança cultural da cultura afro-brasileira.

Atualmente, essa manifestação artística está presente em todas as partes do Brasil. Na Bahia, é no Recôncavo baiano que esse ritmo é mais popular. Isso porque essa região foi palco da chegada de escravos africanos.

Curiosodades sobre o samba de roda

  •  em 2003, ele foi incluído no Livro de Registro as Formas de Expressão.
  • em 2005, passou a ser Patrimônio Imaterial da Humanidade, tendo sido considerado Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Unesco.
  •  em 2013, recebeu a titulação de Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O samba de roda é formado por uma roda de pessoas que acompanham batendo palmas e por um grupo de músicos que tocam diversos instrumentos como : a viola, o pandeiro, o triangulo, o prato, o chocalho, o atabaque, o ganzá, a viola, o reco-reco, o agogô e o berimbau. 

Estilo e História do Samba de Roda

Estilo e História do Samba de Roda

Samba de Roda

1. Patrimônio Imaterial

O Samba de Roda, no Recôncavo Baiano, designa uma mistura de música, dança, poesia e festa. Presente em todo o estado da Bahia, o samba é praticado, principalmente, na região do Recôncavo.

Mas o ritmo se espalhou por várias partes do país, sobretudo Pernambuco e Rio de Janeiro.

O Rio de Janeiro, já na sua condição de Distrito Federal, se tornou conhecido como a capital mundial do samba brasileiro, porque foi nesta cidade onde o samba se evoluiu, adquiriu sua diversidade artística e estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável valor social, como um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a supostos rituais demoníacos, imagem distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era a expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu povo.

O samba de Roda teria surgido por inspiração sobretudo de um ritmo africano, o semba, e teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais africanos.

Note-se que a diversidade cultural, mesmo dentro da raça negra no Brasil, era bastante notável, porque os senhores de escravos escolhiam aleatoriamente seus indivíduos, e isso tanto fez separarem tipos africanos afins, pertencentes a uma mesma tribo, quanto fez juntarem tipos africanos diferentes, alguns ligados a tribos que eram hostis em seu continente original.

Isso transformou seriamente o ambiente social dos negros, não bastasse o novo lugar onde passariam a viver, e isso influenciou decisivamente na originalidade da formação do samba brasileiro, com a criação de formas musicais dentro de um diferente e diverso contexto social.

O Samba de roda também é muito semelhante com o jongo

2. Estilos derivados

Com a modernização e urbanização do Samba de Roda, vieram então vários nomes.

Em 1916, veio o primeiro samba gravado em disco, Pelo Telefone, pelo cantor e compositor Donga, e, ao longo do tempo, vieram outros cantores e autores de sambas: Ataulfo Alves, Pixinguinha, Noel Rosa, Cartola, Nelson Cavaquinho, entre tantos outros.

Dos ritmos derivativos do samba, o mais controverso foi o da Bossa Nova, na década de 1950.

Lançada por artistas como Antônio Carlos Jobim e João Gilberto (este, baiano de Juazeiro, o inventor do ritmo tocado no violão), a Bossa Nova é acusada pelo historiador da música brasileira, José Ramos Tinhorão, de ter se distanciado da evolução natural do samba e se limitar apenas a aproveitar parte de seu ritmo para juntá-lo à influência do jazz e dos standards (a música popular cinematográfica de Hollywood, cujo maior ídolo foi Frank Sinatra).

Os defensores da Bossa Nova, no entanto, embora reconheçam que o ritmo pouco tenha a ver com a realidade das favelas cariocas (por sinal, removidas dos principais bairros da Zona Sul pelos governos estaduais nos anos 50 e 60), no entanto afirmam que a BN contribuiu inegavelmente para o enriquecimento da música brasileira e para o reconhecimento do samba no exterior.

3. Contemporaneidade

A manifestação cultural, na sua forma contemporânea do Samba de Roda, está presente em obras de compositores baianos como Dorival Caymmi, João Gilberto e Caetano Veloso.

Nos anos 1980, o Samba foi representado por nomes como Zeca Pagodinho e Dudu Nobre.

A partir do final dos anos 1990 o Pagode também começou a sofrer a decadência e como a história do samba tem demonstrado que, sempre que um gênero começa a perder popularidade, novas formas de se produzi-lo aparecem e mantêm o Samba a principal forma de harmonia musical brasileira, mesmo que sempre se modificando por novas influências.

Assim, recentemente este tem se apresentado pela forma do Samba-reggae, o mais novo gênero, que traz todas as influências do passado e ao mesmo tempo inova com a evolução da Guitarra como elemento de corda subustitutivo do cavaquinho.

4. Histórico

O samba de Roda teve início por volta de 1860, como manifestação da cultura dos africanos que vieram para o Brasil. De acordo com pesquisas históricas, o Samba de Roda foi uma das bases de formação do samba carioca.

A manifestação está dividida em dois grupos característicos: o samba chula e samba corrido. No primeiro, os participantes não sambam enquanto os cantores gritam a chula – uma forma de poesia.

A dança só tem início após a declamação, quando uma pessoa por vez samba no meio da roda ao som dos instrumentos e de palmas. Já no samba corrido, todos sambam enquanto dois solistas e o coral se alternam no canto.

O samba de roda está ligado ao culto aos orixás e caboclos, à capoeira e à comida de azeite. A cultura portuguesa está também presente na manifestação cultural por meio da viola, do pandeiro e da língua utilizada nas canções.

foi considerado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio imaterial.

O ritmo e dança teve sua candidatura ao Livro do Tombo (que registra os patrimônios protegidos pelo IPHAN) lançada em 4 de outubro de 2004, e, depois de ampla pesquisa a respeito de sua história, o samba-de-roda foi finalmente registrado como patrimônio imaterial em 25 de novembro de 2005, status que traz muitos benefícios para a cultura popular e, sobretudo, para a cultura do Recôncavo Baiano, berço do samba de roda.

Gravações de samba de roda estão à disponibilidade nas vozes de Dona Edith do Prato, natural de Santo Amaro da Purificação, ama de leite dos irmãos Velloso, e amiga de Dona Canô. Dona Edith tocava música batendo garfo num prato, do que provém o apelido e sua música ainda é respeitada.

O CD Vozes da Purificação contém sambas de roda, na maioria de domínio público, cantados por Dona Edith e o coral Vozes da Purificação.

Outra cantora está fazendo grande sucesso baseada no samba de roda e na cultura popular do Recôncavo: é Mariene de Castro, com o CD Abre Caminhos, no que interpreta músicas de Roque Ferreira e outros compositores, com arranjos onde é possível apreciar o profundo conhecimento da cantora. Mariene já cantou com Daniela Mercury, Beth Carvalho e outros.

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