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Juazeiro do Norte é a maior cidade do sertão cearense foi fundada em 1911 pelo padre Cícero Romão Batista, conhecido e adorado por todo o sertão como “Padim Ciço”.
O sertão do Ceará é vasto e rico pelo povo que ali habita e sua religiosidade e sua penúria pelo castigo das muitas secas que, de tão castigantes, foram palco de muitos livros e filmes
Sertão nordestino estende-se por grande parte da Bahia, do estado de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí; por todo o Ceará; e por uma pequena parte do Sergipe e de Alagoas.
Compreende as áreas dominadas pelo clima tropical semi-árido (quente e seco), que apresenta temperaturas médias elevadas, entre 28 °C e 45 °C (ultrapassa os 42 ºC somente no Raso da Catarina na Bahia e no Centro-sul do Piauí) e duas estações bem definidas: uma seca e outra chuvosa.
As chuvas no sertão concentram-se em apenas três ou quatro meses do ano, e pluviosidade no Sertão atinge a média de 750 mm anuais, sendo que em algumas áreas chove menos de 500 mm ao ano.
O sertão do Ceará é vasto e rico pelo povo que ali habita.
A religiosidade no sertão e sua penúria pelo castigo das muitas secas que, de tão castigantes, foram palco de muitos livros e filmes.
JUAZEIRO DO NORTE
Juazeiro do Norte é a maior cidade do sertão cearense foi fundada em 1911 pelo padre Cícero Romão Batista, conhecido e adorado por todo o sertão como “Padim Ciço”.
Juazeiro do Norte conta hoje com vários xilógrafos, um artesanato rico e boa rede de hotéis e restaurantes e é caótica na sinalização e no trânsito. Três grandes romarias têm lugar na cidade dos peregrinos: no dia 15 de setembro; entre 30 de outubro e 2 de novembro; e de 30 de janeiro a 2 de fevereiro.
Além delas, a data do nascimento de padre Cícero – 20 de julho – atrai muitos fiéis. Nessas ocasiões, Juazeiro fervilha : romeiros vêm de todos os lugares do Nordeste em canunhões, ônibus, carros, jegues, cavalos, charretes, motocicletas e bicicletas, as aulas são suspensas, faltam hotéis.
Os cerca de 300 mil devotos presentes em cada romaria entoam cânticos em homenagem ao padre; alguns vestem-se como ele, com chapéu de palha e traje preto – os mais velhos, aliás, vestem-se assim no dia 20 de cada mês, em honra ao dia do nascimento do religioso.
A colina do Horto em Juazeiro do Norte, conhecida como morro do padre Cícero, ilumiuna-se à noite para guiar quem chega à cidade; degraus de pedra conduzem ao topo, onde ficam a igreja, o museu e a famosa estátua do padre.
Dali se tem uma vista privilegiada de Juazeiro, onde há cinco igrejas: a matriz de Nossa Senhora das Dores, o santuário do Sagrado Coração de Jesus, a capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a basílica de São Francisco e a paróquia de Nossa Senhora de Lourdes.
Distante 495 quilômetros de Fortaleza, pela BR-116, Juazeiro do Norte é o principal ponto de partida para explorar as atrações das cidades próximas, como Crato, Nova Olinda e Santana do Cariri.
ESTÁTUA DO PADRE CÍCERO
No alto da colina do Horto em Juazeiro do Norte, perto do Museu Vivo, foi instalada a imponente estátua do religioso: com 25 metros de altura e 8 de largura, somados à elevação da colina, ela é superada em altura total apenas pelo Cristo Redentor.
Em dias de romaria , o seu entorno fica lotado, pois atrai não só romeiros, que sobem em massa para tocar a batina do padre, como também vendedores de suvenir e melunos que contam várias lustórias do “padim” em busca de alguns trocados. Colina do Horto, 8 km do Centro.
MEMORIAL PADRE CÍCERO
A casa onde o padre Cícero morou foi transformada em museu e conserva o quarto com a cama, a escrivaninha, as roupas (inclusive as de cerimônia), os armários, a louça e a cozinlu usados por ele.
Padre Cícero esteve em Juazeiro do Norte pela primeira vez no Natal de 1871, quando rezou a Missa do Galo. Ao morrer, em 1934, aos 90 anos, já tinha status de santo – não reconhecido pelo Vaticano.
Para conhecer mais sobre sua vida, não deixe de visitar seu memorial, no qual estão reunidos objetos pessoais, livros sobre seus feitos e fotos.
Há também objetos deixados pelos adoradores do religioso pelas bênçãos alcançadas – vão de faixas de times de futebol e fotos de casamento até bichos empalhados e placas de agradecimento. R. S. José, 242, Centro.
CAPELA DE NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO
A menor e mais simples das igrejas de Juazeiro do Norte é a que tem a honra de guardar o túmulo de padre Cícero, imenso tesouro para quem o venera.
Durante as peregrinações, ela fi ca apinhada de romeiros que partem em procissão para a matriz ou para a colina do Horto. Pҫa. do Cinquentenário, Socorro.
MUSEU VIVO DO PADRE CÍCERO
A atmosfera religiosa prepondera no ambiente desta enorme casa, repleta de ex-votos de diferentes tipos e de réplicas do padre feitas de gesso, deixados pelos milhares de devotos. Logo na entrada, vale observar os vários livros dedicados ao religioso. Colina do Horto, 8 km do centro.
CENTRO DE CULTURA POPULAR MESTRE NOZA
Atualmente a Associação de Artesãos do Juazeiro do Norte está situada no Centro de Cultura Popular Mestre Noza, assim os artistas de Juazeiro do Norte prestam homenagem ao grande escultor brasileiro.
Neste grande galpão com teto de palha, o principal centro de compras de artesanato de juazeiro, trabalham dezenas de artesãos.
Ali se encontra uma infinidade de esculturas de madeira e de gesso, com imagens de Lampião, de Luís Gonzaga, do padre Cícero, de animais e bonecas etc. R. S. Luís, s/n , Centro.
GRÁFICA DE LITERATURA DE CORDEL LIRA NORDESTINA
O espaço se divide em uma sala ampla onde fica a gráfica, com tipos e máquinas antigos, e outra que abriga o acervo de cordéis à venda. Entre os temas, festas populares, tradições e personagens locais e tributos a personalidades como Patativa do Assaré, Lampião e Guimarães Rosa. Av. Castelo Branco, 150, Rumerão.
PADRE CÍCERO
Cícero Romão Batista (Padre Cícero) nasceu na cidade de Crato em 24 de março de 1844. Em 1872, dois anos depois de ordenar-se, teria tido um sonho com que Jesus Cristo lhe pedia que zelasse pelos pobres sertanejos do então arraial de Juazeiro.
Cícero atendeu ao chamado e instalou-se no povoado.
O primeiro dos milagres atribuído ao religioso foi a transformação de uma hóstia em sangue, na comunhão de uma beata.A notícia correu o sertão.
Depois de o monsenhor Francisco Monteiro, reitor do seminário de Crato, anunciar publicamente que Cícero fazia milagres e organizar uma romaria com 3 mil pessoas até Juazeiro, a Igreja Católica reagiu: no Vaticano, a Congregação do Santo Ofício quis excomunga-lo, mas, receosa da repercussão – o padre também era aliado de coronéis – e da reação popular, recuou e restringiu-se a impedi-lo de rezar missas.
O padre assumiu então o posto de prefeito de Juazeiro do Norte. Com o tempo, o povoado cresceu; os devotos ali fixaram residência para estar mais próximos do padre, que morreria em 1934, aos noventa anos, potencializando a mística sobre a qual a cidade se apóia e da qual sobrevive.
CIDADE DE CRATO
Crato foi fundada oficialmente em 1853, a cidade vizinha a Juazeiro do Norte – são apenas 10 quilometros de distância – é repleta de fontes , o que lhe garante temperaturas especialmente agradáveis durante o ano todo, apesar do clima semi-árido.
Próxima da imensa chapada e da floresta do Araripe e com boa oferta de hotéis, restaurantes e bares, pode ser alternativa de hospedagem quando Juazeiro do Norte fica lotada, entre os meses de setembro e fevereiro.
Considerada a capital cultural do sertão cearense, Crato abriga grupos folclóricos, xilógrafos como Valderedo, grêmios literários e cordéis (encontrados na Academia do Cordelista), além de sediar reisados como os liderados por mestre Aldemir e de promover animadas festas juninas.
As ruas da cidade de Crato são arborizadas, e há enormes casas nos caminhos que levam aos morros da região da chapada, cuja paisagem convida a passeios de bicicleta (é preciso levar uma, pois não há aluguel). Pedala-se sob a sombra de árvores o ano inteiro.
Na subida do Belmonte, em 50 minutos vai-se de uma altura de 460 metros para mil metros.
Outra possibilidade é fazer a pé, a cavalo ou de bicicleta a trilha de 27 quilómetros que parte do mirante da Cruz rumo ao da Coruja, ap reciando a bela mata local.
O acesso a partir de Fortaleza, da qual Crato dista 533 quilómetros, se dá pela BR-116 até Icó, a partir de onde, para desviar dos buracos, é melhor seguir por dentro das cidades de Iguatu, Várzea Alegre e Farias Brito.
ARREDORES
FUNDAÇÃO MEMORIAL PATATIVA DO ASSARÉ
A pequena cidade de Assaré, a 60 quilômetros de Crato e a 70 de Juazeiro do Norte pela CE-292, guarda desde 1999 a memória de seu mais ilustre filho, o poeta popular Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré (1909-2002).
Nascido em uma família de agricultores, Patativa publicou seis livros em que descreveu com bom humor as mazelas do Nordeste e histórias pitorescas da vida sertaneja.
Tornou-se conhecido no país após Luís Gonzaga ter musicado seu poema” A triste partida”.
A Fundação Memorial Patativa do Assaré exibe manuscritos, objetos pessoais, obras do autor, livros de poesia regional e estudos diversos.
Em uma sala de audiovisual, pode-se ver o poeta declamar seus versos e assistir a uma apresentação sua ao lado de Luís Gonzaga. R. Cel. Francisco Gomes, 82, Centro.
MUSEU PALEONTOLÓGICO DE SANTANA DO CARIRI
Localizado bem no centro da formação Santana, o mais importante depósito de fósseis do Brasil e o maior do mundo em registros de peixes fósseis, o museu pertence à Universidade Regional do Cariri.
Trata-se de um passeio imprescindível para quem se hospeda na vizinha Crato, a cerca de 50 quilômetros, ou em Juazeiro do Norte, a 65 quilômetros.
O acervo de 7 mil peças é composto por mais de 750 fragmentos de fósseis coletados em escavações nas redondezas, entre os quais os de um pterossauro.
No andar inferior há uma maquete da região, réplicas de fósseis e painéis explicativos; no superior, fósseis agrupados por tipos, entre libélulas, peixes e plantas.
A facilidade com que se obtêm achados de grande importância arqueológica na formação fez dela alvo de contrabandistas internacionais.
Hoje, a política de Santana do Cariri incentiva o artesanato de réplicas, como as que são vendidas no museu.
Guias podem conduzir a visita monitorada. Vale a pena estender o passeio nesta pequena cidade à beira de um grande vale encostado à Chapada do Araripe e apreciar a paisagem composta por casinhas antigas. R. Dr. José Augusto, 326, Centro.
FUNDAÇÃO CASA GRANDE
Inaugurada em 1992, a fundação é o atrativo de Nova Olinda, no caminho para quem vai a Santana do Cariri, a 41 quilômetros de Crato e a 51 de Juazeiro pela CE-292.
Na pequena cidade está instalado o modesto Memorial do Homem Cariri, de cujo acervo fazem parte utensílios, pedras polidas e cerâmicas que revelam a cultura e as tradições do grupo indígena dos cariris.
Também fica nas dependências da fundação a Escola de Comunicação da Meninada do Sertão, em que crianças da região recebem apoio escolar e fazem programas divulgados no rádio e na televisão locais. Av. Jeremias Pereira, 444, Centro, Nova Olinda.
Guia de Turismo e Viagem do Sertão do Ceará
Guia de Turismo e Viagem de Juazeiro do Norte no Sertão do Ceará