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Lençóis é a porta de entrada para a Chapada Diamantina.
A cidade de Lençóis surgiu quando foram descobertas jazidas de diamantes em Mucugê, em meados do século XIX.
Naquela época, aventureiros chegavam em grande número e montavam barracas que, de longe pareciam lençóis estendidos, o que deu origem ao nome.
Lençóis foi a mais rica da Chapada durante o Ciclo do Diamante.
Até mesmo um consulado francês foi instalado ali, para facilitar a exportação das valiosas pedras.
Quando as jazidas se esgotaram, Lençóis entrou em decadência, sobrevivendo da extração de carbonatos e tendo que suportar os desmandos dos coronéis, que provocaram grandes conflitos na região.
Mapa das Trilhas e Pontos Turísticos da Chapada Diamantina
O mais famoso deles foi o Coronel Horácio de Mattos, de grande influência política, inclusive junto ao Governo Federal.
A arquitetura de Lençóis preserva a memória dos tempos de opulência. As manifestações folclóricas têm lugar de destaque; as mais animadas são as festas juninas promovidas em praça pública, com shows, cavalhadas, forrós e quadrilhas.
O Festival de Inverno de Lençóis conta com apresentação de renomados artistas com entrada franca.
O comércio, os restaurantes, os bares e os principais serviços se concentram nas ruas próximas à praça principal de Lençóis, onde acontece o forró.
Vídeos sobre Lençóis na Chapada Diamantina
História de Lençóis
O conjunto arquitetônico e paisagístico de Lençóis foi tombado, pelo Iphan, em 1973.
A cidade situa-se na região centro-oeste da Bahia, em um anfiteatro natural na encosta oriental da Serra do Sincorá.
O conjunto é bastante rico e interessante, tendo conservado muito das suas características originais, além de estar situado em uma região de serras, na área do Parque Nacional da Chapada Diamantina, famosa por uma deslumbrante beleza natural. Na área de proteção do patrimônio estão 570 imóveis.
O patrimônio cultural de Lençóis retrata a época do auge econômico das vilas e cidades da chapada, no século XIX.
Entre 1845 e 1871, foi a maior produtora mundial de diamantes e a terceira cidade mais importante da Bahia, tornando-se entreposto comercial de exportação de produtos minerais para a Europa e de importação de artigos de luxo, a ponto de ter se instalado na cidade um vice-consulado da França para facilitar o comércio com este país.
Em uma época de acelerado desenvolvimento, surgiram os primeiros sobrados e as construções mais elaboradas da cidade.
Seu acervo arquitetônico é formado, basicamente, por casas e sobrados da segunda metade do século XIX, construídos com diferentes técnicas, entre as quais predomina a utilização do adobe ou pedra, e estruturas independentes de madeira com vedação em taipa de mão.
Este casario se caracteriza pelas cores vivas de suas alvenarias e esquadrias.
A arquitetura civil tem uma importância maior que a religiosa, e não existe apenas um monumento dominante no conjunto tombado.
Esse conjunto corresponde a toda a área urbana da cidade, em função da topografia e da ausência de planejamento na ocupação típica dos núcleos de mineração dos séculos XVIII e XIX.
A povoação se formou a partir de dois núcleos: o Serrano e São Félix, locais onde se iniciaram, simultaneamente, a lavra diamantífera para, em seguida, se juntarem em uma única área urbana.
O núcleo de Serrano situava-se em ponto elevado, à margem de uma corredeira do rio, deslocando-se à medida que o arraial se consolidava em direção à atual Praça Horácio de Matos, de topografia mais amena, de encontro ao outro núcleo, na margem oposta do rio.
O arruamento colonial surgiu a partir dos polos erguidos ao redor da Igreja de Nossa Senhora da Conceição e da ponte de ligação entre os núcleos instalados em ambos os lados do rio.
A construção da ponte, em 1860, ocupou a mão de obra ociosa, vítima da grande seca que assolou o sertão, entre 1859 e 1862.
A partir desta época se constroem os grandes sobrados, que compõem a antiga Praça do Mercado – atual Praça Horácio de Matos – onde há cinco residências tombadas.
Um destes sobrados serviu como Casa do Conselho, mas foi demolido na década de 1940 para a construção da Agência dos Correios e Telégrafos.
Como todo assentamento de mineração, Lençóis se desenvolveu de forma desordenada: a tipologia urbana é composta por uma trama irregular de ruas que se adaptam aos acidentes do terreno, intercaladas por pequenas praças e largos.
O piso de algumas ruas é constituído da própria rocha que aflora no local. As novas ruas – espontâneas ou da área de expansão aprovada pelo IPHAN – sobem e descem ladeiras, imitando a implantação das ruas coloniais, enquanto outras apresentam pavimentação de pedras irregulares que formam desenhos decorativos.
Monumentos e Espaços Públicos Tombados
Praça Horácio de Matos (espaço público mais importante da cidade), Mercado Público Municipal, ponte sobre o rio Lençóis, Prefeitura Municipal, imóvel onde funciona o Escritório Técnico do Iphan, antigo Posto de Saúde, Teatro de Arena, Igreja Nossa Senhora do Rosário, Igreja de Nosso Senhor dos Passos, Casa de Cultura Afrânio Peixoto e Anfiteatro, Biblioteca Pública, Arquivo Público, entre outros.
O acervo de Lençóis é constituído por edifícios da segunda metade do século passado, construídos com diferentes técnicas, predominando o adobe, com destaque para as cores vivas.
1. Sede do IPHAN em Lençóis
Abrigou, por muito tempo, a Casa de Câmara, no térreo, a Cadeia pública, no subsolo, e, posteriormente, a Prefeitura da cidade.
A arquitetura dessa edificação faz com que seja um belo exemplar do estilo eclético”, afirma a arquiteta e urbanista Liziane Peres Mangili, especializada em preservação e restauração do patrimônio histórico.
Segundo o historiador Delmar de Araújo, o modelo dos leões foi uma inspiração do coronel César Sá, um de seus moradores, que, em viagem à Europa, inspirou-se na arquitetura do Palácio de Alhambra, situado em Granada, na Espanha.
2. Prédio do Campus Avançado da UEFS
Em estilo neogótico, o sobrado está situado na esquina da Praça Horácio de Matos. Como reação ao neoclássico, o estilo se difundiu e, no final do século XIX, teve grande aceitação, principalmente nas cidades de Lençóis e Andaraí.
3. Antigo Vice-Consulado Francês
Com decoração neogótica, o prédio funcionava como ponto para o comércio de diamantes do Sindicato Francês, atividade que o fez ser reconhecido como Vice-Consulado daquele país durante o auge desse minério. Atualmente, funciona como casa residencial no andar superior e comércio na parte de baixo.
4. Mercado Cultural
Erguido do final do século XIX a 1940, o atual Mercado Cultural de Lençóis já foi espaço da feira livre, do primeiro cinema da cidade, da locação do filme ‘Diamante Bruto’ (de Orlando Senna), de bailes e até da primeira TV da cidade, em torno da qual as pessoas se reuniam para ver o telejornal, as novelas e os jogos da Copa do Mundo.
Sua fachada voltada para o rio Lençóis, com as pedras aparentes, possibilitou uma perfeita integração com o cenário natural, dando um aspecto paisagístico peculiar à cidade.
5. Ponte sobre o Rio Lençóis
Em 1859, houve uma crise econômica na cidade, provocada pela seca. A fim de gerar emprego e renda para a população, o governo do estado iniciou a construção da ponte, em 1860. “Três arcos plenos, também conhecidos como arcos romanos, formam essa ponte, de aspecto forte e maciço.
Originalmente, ela tinha revestimento de reboco, que foi removido durante a obra do Programa Monumenta, no ano 2000, com o intuito de deixá-la mais integrada ao leito do rio.
Alguns escritores contam que a argamassa foi composta por clara de ovos e azeite de mamona.
6. Igreja Nossa Senhora do Rosário em Lençóis
Construída em 1830, é a maior igreja do sertão baiano.
Pontos turísticos de Lençóis na Chapada Diamantina
1. Igreja Nosso Senhor dos Passos
Restaurada em 2008, a antiga igreja consagrada ao padroeiro dos garimpeiros é um belo exemplar da arquitetura religiosa.
2. Museu Afrânio Peixoto
Casa onde morou Afrânio Peixoto (1876-1947), médico legista, político, professor, crítico, ensaísta, romancista e historiador literário, nascido em Lençóis e membro da Academia Brasileira de Letras.
No museu estão os objetos que pertenceram ao ilustre personagem, além do seu fardão da Academia.
3. Serrano
Lajeado em declive, por onde correm as águas do rio Serrano. Na época de seca, dá origem a poços utilizados pelas lavadeiras, que são parte do folclore local e possuem até mesmo sua entidade de classe: a Associação das Lavadeiras.
4. Salões de areias coloridas
A caverna possui salões com paredes formadas por areias de várias cores usadas para fazer desenhos em
garrafas, exemplares do mais tradicional artesanato nordestino.
5. Cachoeirinha
Várias quedas d’água com altura de mais ou menos 5m proporcionam uma excelente hidromassagem natural.
6. Poço do Harley
O tom de cobre das águas dessa piscina natural é provocado pelo dióxido de ferro. Excelente para banho, é um passeio que tranqüilamente se pode fazer a pé, passando pelo Serrano e pelos salões de areias coloridas.
7. Cachoeira da Primavera
Uma trilha que atravessa curiosas formações rochosas o levará a esta cachoeira. É recomendável estar acompanhado de um guia.
8. Cachoeira do Sossego
A erosão formou dois paredões de pedra na cachoeira. A água cai de uma altura de 14m em uma piscina de águas avermelhadas. A caminhada requer esforço fisico, mas compensa.
9. Ribeirão do Meio
Antigo garimpo onde existe uma rampa natural de pedras lisas, conhecida como “escorrega”. O mergulho no poço é delicioso, mas seja cuidadoso com as pedras no fundo.
10. Poço do Diabo
Nesse local uma cachoeira forma diversos poços. O maior deles, o Poço do Diabo, é excelente para banho. No local, onde há bares e restaurantes, foi instalada uma tirolesa.
11. Gruta do Lapão
É a segunda maior caverna de quartzito da América do Sul. Sua saída de mais de 60m de altura é ótima para a prática de rappel.
12. Cachoeira do Mandassaia
São duas quedas d’água. A primeira, temporária, divide-se em seis, formando um lindo espetáculo. A segunda, perene, tem altura aproximada de 10m.
13. Serra das Paridas
Inscrições rupestres variadas, ainda objeto de estudos arqueológicos. Certas figuras, segundo alguns se assemelham a extraterrestres. Já de acordo com outros, trata-se simplesmente de seres humanos. Nos arredores, existem cachoeiras.
14. Vila do Remanso
Antigo quilombo onde vive isolado um grupo de descendentes de africanos e índios, todos parentes entre si. A animada vila tem tradição de promover o melhor forró da região. As manifestações religiosas estão ligadas ao Jarê, uma vertente do candomblé, encontrada somente na Chapada.
As festas acontecem em setembro. Junto ao rio, barracas vendem pratos à base de peixes, entre eles o molê, que dizem ser afrodisíaco.
Veja tambem Chapada Diamantina – Principais Pontos Turísticos e Dicas
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Guia de Turismo e Viagem de Lençóis na Chapada Diamantina