O Sertão de Pernambuco tem varios atrativos turisticos e culturais

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mapa do sertão pernambuco
mapa do sertão pernambuco

Sertão e São Francisco Pernambucano são as maiores regiões de Pernambuco, ocupando 70% do território pernambucano.

O Sertão está dividida em seis microrregiões: Araripina, Salgueiro, Pajeú, Moxotó, Petrolina e Itaparica (veremos logo abaixo). No geral, tem sua economia baseada na pecuária e plantio de culturas de subsistência.

O Sertão é a região mais castigada pelas secas que atingem o semi-árido nordestino, com precipitação média anual entre 500 e 700 milímetros.

Em Itaparica está localizada uma hidrelétrica do sistema Chesf e em Petrolina fica o maior pólo de produção de frutas do Estado, cultivadas com água irrigada do Rio São Francisco e destinadas à exportação.

A região do Sertão Pernambucano possui grande potencial histórico, cultural e natural.

Vídeos sobre o Sertão de Pernambuco

O povoamento do Sertão Pernambucano deu-se para o interior, através de fazendeiros baianos e pernambucanos devido às necessidades da criação de gado bovino que concorria com a cana-de-açúcar no litoral, pois as condições climáticas não permitiam a expansão da cultura da cana para o interior.

Pontos Turísticos do Sertão Pernambucano

1. SERRA TALHADA

SERRA TALHADA PE
Serra Talhada PE

O nome da cidade vem da grande serra que se ergue ao norte e que termina abruptamente, em um corte seco – um talho.

O município, situado a 430 quilômetros de Recife pela BR-232, cultiva com orgulho as referências a Virgulino Ferreira da Silva, o mítico Lampião, que lá nasceu em 1898.

Não por acaso, sua maior atração é o sítio em que veio ao mundo o cangaceiro. Serra Talhada também é conhecida como a capital do xaxado, dança que Virgulino ajudou a difundir (embora não a tenha inventado).

Nos fins de semana pode-se assistir aos ensaios dos vários grupos que tocam e dançam o ritmo na cidade.

SÍTIO PASSAGEM DAS PEDRAS (CASA DE LAMPIÃO)

No sitío Pasagem das Pedras é o lugar onde nasceu Lampião, a 45 quilômetros da cidade, foi transformado em um museu em 2001 e reúne fotos, armas e objetos que pertenceram ao “Rei do Cangaço”.

Conheça a casa onde Lampião, o rei do cangaço, foi criado:

A chegada no sitío Pasagem das Pedras é o lugar onde nasceu Lampião é aventurosa, por estrada mal sinalizada, repleta de morros e pedras, atravessada por bodes, vacas e gaviões. Para que o percurso não seja em vão, é conveniente confirmar, por telefone, se o local estará aberto.

Melhor ainda é solicitar o acompanhamento de um membro da associaçào que mantém o museu – uma organização informal, criada por Anildomá Willians de Souza, estudioso da vida de Virgulino.

Em fevereiro de 2007, foi aberta uma espécie de filial do Museu do Cangaço no centro (rua Cel. Cornélio Soares, 254).

Acesso pela fazenda São Miguel, estrada Virgulino Ferreira da Silva, 45 quilômetros do centro (6 em estrada de terra).

XAXADO

Ao som do triângulo, da zabumba, da sanfona e do pandeiro, a dança preferida de Virgulino Ferreira da Silva, o cangaceiro Lampião, pode ser apreciada em Serra Talhada em apresentações durante as festas juninas, religiosas ou nos ensaios de grupos de xaxado, aos sábados à tarde, com cerca de uma hora de duração.

Os grupos Cabras de Lampião e Maria Bonita ensaiam na Escola Estadual Methódio de Godoy Lima (rua Manuel Antonio de Souza, 735, São Cristovão).

O mais antigo da cidade, Manuel Martins, pode ser visto na Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada (av. Afonso Magalhães, 380, Centro) e o Cangaceiros de Vila Bela , no Colégio Antônio Timóteo (rua Antônio Timóteo, s/n, Bom Jesus).

Informações sobre grupos e ensaios são obtidas na Fundação Casa de Cultura de Serra Talhada (praҫa Sérgio Magalhães, 868, Centro).

MERCADO MUNICIPAL DE SERRA TALHADA

Das 6 horas até as 10 horas, o mercado da cidade serve café-da-manhã em balcões coletivos, espalhados por diversos quiosques (escolha aqueles em que se vêem mais fregueses).

Uma boa opção é o bolinho de caco, uma espécie de minipanqueca doce e massuda, feita de milho. Após as 10 horas, é a vez do almoço: galinha capoeira (a galinha caipira do sertão), baião de bode, arroz vermelho e carne-seca com macaxeira.

No quiosque 26 encontram-se receitas que fogem à culinária local, como carne assada, lasanha e frango grelhado. Em todas as bancadas, sirva-se à vontade de pimenta-de-cheiro, farinha, água e café. Rua Dep. Afranio Godoy, s/n.

MUSEU DO CANGAÇO

História do cangaço é contada em  Museu do Cangaço em Serra Talhada.

Conta com mais de uma centena de fotografias, objetos e documentos que têm referência aos guerrilheiros do sertão.
Mantido pela Fundação Cultural Cabras de Lampião, o Museu fica na Estação do Forró.

Inaugurado em 1957, o antigo galpão da estação ferroviária de Serra Talhada, em Pernambuco, foi restaurado e transformado no Museu do Cangaço. O espaço abriga um acervo com diversas fotografias e uma série de objetos que remetem à época do cangaço, inclusive um baú que pertenceu à Lampião, o cangaceiro que ficou mais conhecido.

2. TRIUNFO

Triunfo em Pernambuco teve poucos anos de exuberância econômica – vividos sobretudo durante a década de 1920 – foram suficientes para que a cidade ganhasse o título de “Princesa do Sertão”.

A elite de Triunfo, a 450 quilômetros de Recife, declinou junto com as lavouras de cana-de-açúcar e café, mas deixou sua marca: perto da igreja matriz Nossa Senhora das Dores, de linhas neogóticas, e ao redor do bonito açude Borborema, no centro, as residências de fachadas antigas e bem cuidadas constituem um atrativo; o Teatro Guarany resume os tempos de glória; o Museu do Cangaço reúne expressivo acervo da época em que o Nordeste foi dominado por bandoleiros.

Nos domínios de Triunfo ficam o ponto mais alto de Pernambuco – o pico do Papagaio – e, num cantinho que leva à cachoeira do Pinga, engenhos como o São Pedro, que produz rapadura o ano inteiro.

Outra iguaria típica da cidade são os biscoitos São Nicolau, feitos de mel, canela e cravo. A receita foi trazida por freiras alemàs em 1939.

Os de irmã Isabel são vendidos na comunidade Stella Maris, sob encomenda (sítio Horta, 5, Centro).

Para chegar a Triunfo a partir de Recife, toma-se a BR-232 até Serra Talhada e, de lá, a PE-365 por 31 quilômetros.

TURISMO EM TRIUNFO

Poucos municipios têm o privilégio de reunir tantos atrativos como Triunfo em Pernambuco, a começar pelo clima, que contradiz a aridez do sertão nordestino, com temperaturas oscilantes entre 8ºC no inverno e 28ºC no verão.

O município pernambucano de Triunfo, distante 399 km de Recife e a uma altitude de 1.004m, tem vegetação diferente da que predomina na região e uma variedade de lugares a se visitar sem similar em todo Sertão nordestino. Com tudo isso Triunfo passou a ser conhecida como “O Oásis no Sertão”.

Tudo em Triunfo parece ter sido talhado com primor: as ruas cheias de ladeiras e calçadas com paralelepípedos, o casario singelo, as antigas construções datadas do século XIX, os seculares e tradicionais convento e igrejas, as edificações em pedra bruta, a história do cangaço que nos fazem voltar no tempo, os mirantes, cachoeiras, grutas, a belíssima visão que o Pico do Papagaio um dos ponto mais alto de Pernambuco com 1260 m proporciona, de onde se a vista seis cidades do vale do Pajeú, os caretas com seus trajes que deixam os visitantes curiosos e deslumbrados com tamanha beleza com mais de um século de existência.

O famoso açude João Barbosa Sitônio localizado no centro da cidade, adornado pela presença do Cine Teatro Guarany inaugurado em 1922 e construído com rocha e óleo de baleia para dar sustentabilidade aos três pavimentos do prédio que é uma das 20 Maravilhas de Pernambuco segundo votação realizada pela Fundarpe e sem esquecer do teleférico que tem seus assentos movidos por cima das montanhas de Triunfo passando sobre as águas do açude.

Todos que visitam Triunfo têm uma verdadeira aula de arquitetura, história e cultura. Cidade de um povo hospitaleiro, rodeada de serras e vegetação sempre verde.

ENGENHOS DE RAPADURA

Capital da rapadura do sertão pernambucano, Triunfo mantém ativos mais de sessenta engenhos rústicos e seculares produzindo, entre os meses de julho e dezembro, o tijolo de açúcar mas cavo que não falta na mesa nordestina.

O engenho São Pedro, o mais organizado deles, produz o ano todo cachaça orgânica e licores (sítio Bela Vista, zona rural, a 500m do centro).

No caminho dos engenhos fica também a cachoeira do Pinga. Para conhecê-la, é necessário contratar um guia local, pois o acesso não é sinalizado. A cachoeira compõe-se de três quedas – uma larga, com poço para banho, e outra mais alta, de cerca de 50 metros de altura.

A terceira, em época de seca, apenas goteja – vem daí o nome do lugar, utilizado pelos moradores para a prática de rapeI.

MUSEU DO CANGAÇO

MUSEU DO CANGAÇO EM TRIUNFO
MUSEU DO CANGAÇO EM TRIUNFO

Fundado em 1971, conta em seu acervo com armas, roupas, fotografias e objetos dos cangaceiros – do punhal de Corisco a uma bandeja de 1916 que pertenceu a Lampião e uma antiga sanfona.

No mesmo prédio funcionam também o Museu da Cidade, com peças utilitárias recolhidas em residências de Triunfo, e o de Arte Sacra, no qual se destaca a roda dos enjeitados, onde bebês não desejados eram depositados por suas mães para que fossem criados nos conventos ou monastérios. Praҫa Monsenhor Eliseu, s/n.

TEATRO GUARANY

TEATRO GUARANY EM TRIUNFO
TEATRO GUARANY EM TRIUNFO

A idéia de construir um grande teatro em Triunfo partiu dos irmãos comerciantes Manuel e Carolino Siqueira Campos.

Inaugurado em 1922, o Guarany viveu curto período de glória. Ainda na década de 1920, entrou em decadência devido ao declínio político e econômico de Triunfo.

Funcionou, então, como bar e sofreu muitas modificações no seu interior. Hoje, retomou sua função original e abre para espetáculos em datas especiais, quando pode receber uma platéia de até 180 pessoas; porém a visitação às instalações é permitida o ano todo. Praҫa Carolino Campos, s/n, Centro.

PICO DO PAPAGAIO

O pico é o ponto culminante de Pernambuco, com 1260 metros de altitude. Para atingir o topo, é preciso percorrer de carro por cerca de uma hora 9 quilômetros em uma estrada bastante acidentada e cheia de pedregulhos, mas no final o viajante é recompensado com uma bela vista da região.

CHICO SANTEIRO

Francisco Pinheiro, o Chico Santeiro, rodou muito pelo sertão antes de se fixar em Triunfo.

Hoje é conhecido como o maior artista da cidade – fama justa, porque seus santos de madeira são de fato notáveis: feições expressivas, roupas luxuosas, posturas curvadas, estilo marcante e acabamento primoroso. Av. Getúlio Vargas, 206, Centro.

3. PETROLINA

Petrolina e Juazeiro
Petrolina e Juazeiro

Uma ponte une a pernambucana Petrolina, na margem direita do São Francisco, a ]uazeiro, que pertence à Bahia; há balsas que fazem o percurso entre uma e outra, cruzando o rio.

Apesar dessa proximidade, Petrolina tem identidade própria, calcada na idéia de encontro e de mistura – uma imagem que parece inscrita já no próprio nome do município, soma de Pedro (de dom Pedro I) e Leopoldina (de Maria Leopoldina de Habsburgo, imperatriz do Brasil).

Desafiando a seca, a cidade, plantada em pleno sertão, a 767 quilômetros de Recife, tornou-se a maior exportadora de frutas do país e vem aprimorando sua produção de vinhos, inclusive o do Porto. Entre as atrações, vale mencionar o Espaço Cultural Ana das Carrancas, com suas expressivas figuras, e o Museu do Sertão.

Chega-se a Petrolina a partir de Recife pela BR-232; o trajeto, contudo, não oferece segurança – a estrada corta uma área conhecida pela ocorrência frequente de assaltos, sobretudo no trecho próximo ao município de Salgueiro. O acesso por ]uazeiro é mais recomendável.

O aeroporto de Petrolina recebe vôos regulares da capital pernambucana e de São Paulo.

ESPAÇO CULTURAL ANA DAS CARRANCAS

Com mais de oitenta anos, ela já foi homenageada por bandas de rock (os Carrancudos) e grupos de maracatu (Matingueiros); ganhou uma biografia (Ana das Carrallcas, a dama do barro, escrita pelo jornalista pernambucano Emanuel de Andrade) e costuma exportar suas peças para a Europa.

Uma das poucas mulheres que se dedicam à construção de carrancas, Ana Leopoldina dos Santos, a Ana das Carrancas, produz trabalhos em que a originalidade decorre não só do uso do material – o barro em vez da madeira – , mas também de um detalhe: todas as suas figuras têm os olhos vazados.

A inspiração veio de uma promessa: se as carrancas a ajudassem a tirar o marido cego das ruas, onde pedia esmolas, faria todas as peças daquele modo. Além de vender os trabalhos de dona Ana, o espaço organiza oficinas e cursos para a comunidade. BR-407, 500, Cohab Massangano.

CATEDRAL DE PETROLINA

CATEDRAL DE PETROLINA
CATEDRAL DE PETROLINA

A Catedral de Petrolina foi construída pelo primeiro Bispo da Diocese, Dom Antonio Malan. A pedra fundamental foi benta e colocada no local do antigo cemitério paroquial em fevereiro de 1925 e a inauguração deu-se em agosto de 1929.

Trata-se de um templo imponente e majestoso, em estilo gótico, que caracteriza e dá destaque à cidade e à região de Petrolina.

Em sua construção foram usadas pedras retiradas das margens do São Francisco e vitrais vindos da região francesa de Grenoble. O mecanismo do relógio foi doado pelo padre Cícero. Praҫa D. Malan, s/n, Centro.

MUSEU DO SERTÃO

A diversidade do acervo é a marca deste museu, que pretende sintetizar o mundo do sertão.

Há desde fotos e objetos que pertenceram a Lampião até fósseis de peixes pré-históricos (prova de que a regiào foi , um dia , marinha), passando por plantas medicinais e pela réplica de uma casa sertaneja típica do século XVIII.

Inaugurado em 1973, o museu passou por reformas e foi reaberto em 1996. Rua Esmelinda Brandão, s/n, Centro.

BODÓDROMO

Apesar do nome, nenhum dos oito estabelecimentos do Bodódromo serve carne de bode, e sim de carneiro. Isso se deve a dois motivos: o carneiro se reproduz duas vezes por ano e tem até quatro filhotes – o bode, apenas um no mesmo período -, e sua carne é mais macia e tem cheiro mais suave que a do animal que inspirou o lugar. Av. São Francisco, s/n, Areia Branca.

VINHOS DE PETROLINA E REGIÃO

A combinação de sol forte, tipo de solo e água do rio proporciona duas safras anuais de uva no vale do São Francisco, feito raro no mundo.

Essa região, localizada no paralelo 8, abrange Petrolina e também Juazeiro, na Bahia, e vem se tornando grande produtora de vinhos – alguns deles classificados entre os melhores do país.

Ao contrário dos vinhos do Sul, em geral envelhecidos em tonéis de carvalho, os nordestinos são jovens, acondicionados em barris de alumínio durante o processo de produção.

Guia de Turismo e Viagem do Sertão de Pernambuco e Nordeste

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