O Agreste de Pernambuco oferece aventura e lazer

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mapa do agreste de Pernambuco
mapa do agreste de Pernambuco

O Agreste é a região intermediária no interior de Pernambuco entre a Mata e o Sertão.

O agreste caracteriza-se por uma economia diversificada, com o cultivo de lavouras como milho, feijão, mandioca, entre outras, e pecuária leiteira e de corte.

Principal bacia leiteira do Estado, o Agreste tem índices pluviométricos maiores que os do Sertão, com média anual entre 800 e 1000 milímetros, mas também é uma região sujeita a secas periódicas.

Está dividida em seis microrregiões, que veremos a seguir: Vale do Ipanema, Vale do Ipojuca, Alto Capibaribe, Médio Capibaribe, Garanhuns e Brejo Pernambucano. Tem, em geral, solos rasos, já erodidos e depauperados e presta-se para o cultivo de cereais.

Clima ameno, trilhas pela mata, banho de cachoeira, piscinas naturais. Esses são alguns dos atrativos do Agreste de Pernambuco para os turistas que estão em busca de aventura e lazer.

Veja o mapa de Pernambuco

Pontos turísticos de Agreste de Pernambuco

1. Cidade de Caruaru

Caruaru é considerada a capital do agreste pernambucano e situada a 132 quilômetros de Recife, Caruaru disputa com Campina Grande, na Paraíba, o título de sede da maior festa brasileira de São João.

É verdade que a cidade paraibana atrai o maior número de pessoas no dia 24 de junho; entretanto, em Caruaru a duração da festa é mais longa: começa sempre no primeiro final de semana de junho e termina um mês depois.

O quartel general das comemorações é o Pátio de Eventos Luiz Lua Gonzaga, situado na área externa do Espaço Cultural Tancredo Neves. Lá foi instalada a Vila do Forró, que reproduz um típico vilarejo do interior durante as festas juninas.

Quadrilhas, violeiros e repentistas tomam conta das ruas de Caruaru durante os festejos, que incluem os “bacamarteiros”: dando continuidade a uma antiga tradição, empunhando seus bacamartes – antiga arma de fogo de cano curto e largo -, eles se apresentam ao som de xaxados executados por uma orquestra composta por sanfonas, triângulos, zabumbas e pífanos.

Caruaru tem a maior feira livre do Nordeste e o Museu Casa do Mestre Vitalino, que homenageia um de seus filhos mais célebres. Quem vem de Recife chega a Caruaru pela BR-232, duplicada e em boas condições. De Campina Grande, o acesso é pela BR-104.

1.1. Feira de Caruaru

FEIRA DE CARUARU
Feira de Caruaru

Artesanato e benzedeiras, ervas medicinais e comidas típicas, passando por produtos eletrônicos.

Essas são algumas das ofertas desta feira, montada nos cerca de 150 mil metros quadrados do Parque 18 de Maio.

Aos sábados, funciona só como feira livre e de artesanato, e fica tão lotada que mal se consegue andar. Pesquise muito antes de comprar: a variação de preços é inacreditável.

Segunda-feira é o dia da Feira da Sulanca – no jargão local, roupas fabricadas por pequenas confecções -, em que comerciantes de outras cidades vão até Caruaru em busca de mercadorias baratas para revenda. Parque 18 de Maio, s/n, Centro

1.2. Alto do Moura em Caruaru

O bairro do Alto do Moura, a 7 quilometros do centro de Caruaru, concentra os ateliês da maioria dos artesãos da cidade. Um deles é Severino Vitalino, filho do Mestre Vitalino (Vitalino Pereira da Silva, 1909-63), nome histórico no artesanato brasileiro.

A residência que o próprio artista construiu em 1959 foi transformada em 1971 no Museu Casa do Mestre Vitalino, administrado por Severino.

O museu reúne peças do mestre – que, ao contrário dos trabalhos feitos por seu filho e seguidores, não estão à venda -, além de objetos pessoais (rua Mestre Vitalino, s/n).

1.3. Museu do Barro e Museu do Fórro

MUSEU DO FORRÓ
MUSEU DO FORRÓ

Em uma antiga fábrica de beneficiamento de caroá, situada em uma área de 49,5 mil metros quadrados, funciona o Espaço Cultural Tancredo Neves, inaugurado em 1988.

Estão ali dois dos museus mais importantes de Caruaru: o do Barro, que leva o nome de Mestre Zé Caboclo, e o do Forró, batizado de Luiz Gonzaga.

No primeiro andar do bloco B, o acervo do Museu do Barro Zé Caboclo é composto por 2300 peças, o que o torna uma das instituições mais importantes do gênero em todo o país.

O material está distribuído em cinco ambientes. Na Sala Ceramistas do Alto do Moura estão expostos os trabalhos dos principais artesãos do bairro – exceto os de Mestre Vitalino, a cuja produção foi destinado um espaço próprio, com 67 peças; entre elas, destaca-se “O homem e o galo maracajá”, considerado o seu primeiro trabalho de vulto.

Já da Coleção Abelardo Rodrigues fazem parte importantes exemplares de outros pólos de artesanato nordestino, como Tracunhaém, Petrolina e Goiana.

No museu há ainda a Sala de Exposições Temporárias e Atividades Educativas e a Pinacoteca Pintora Luísa Cavalcanti Maciel.

No pavimento térreo do mesmo bloco fica o Museu do Forró Luiz Gonzaga. Em três salas, distribui-se um valioso acervo sobre a vida e a carreira do chamado “Rei do Baião”.

Embora tenha nascido na cidade pernambucana de Exu, ele é considerado um dos maiores incentivadores da cultura caruarense. O museu que o homenageia reúne fotos, instrumentos musicais, roupas e, naturalmente, discos.

As salas seguintes são dedicadas aos festejos juninos da “Capital do Forró” e, numa área anexa, foi montado o Espaço Elba Ramalho, com figurinos e objetos da cantora – que, aliás, nasceu na Paraíba. Praҫa Cel. José Vasconcellos, 100, bloco B, Centro.

1.4. Morro do Bom Jesus

Caruaru se ergue ao redor deste morro de 630 metros de altitude em cujo topo ficam mirantes, transmissores de estação de rádio e uma capela, originalmente chamada de Capela do Socorro e, mais tarde, batizada pela Diocese como Capela do Bom Jesus.

De um dos mirantes, podem-se ver a Feira de Caruaru e o bairro Maurício de Nassau, o mais nobre da cidade.

2. Parque Nacional do Catimbau

Parque Nacional do Catimbau
Parque Nacional do Catimbau

O Parque Nacional do Catimbau foi aberto em 2002, pouco explorado e ainda sem nenhuma infra-estrutura, este parque fica no vale do Catimbau, cercado pelas serras de Buíque, cidade a 25 quilometros de distância de Arcoverde.

A vegetaçào da área, na transição entre o agreste e o sertão, compreende caatinga, mata atlântica, campo rupestre e cerrado e abriga cerca de 150 espécies de aves, entre elas o pintassilgo, endêmico no Nordeste.

Suas grandes atrações são as formações geológicas, exuberantemente esculpidas pelo tempo, e as inscrições rupestres. As barreiras de rocha compõem desenhos em vermelllo, amarelo e azul – não há nada semelhante em nenhuma outra unidade de conservação no Brasil.

Fica no Parque Nacional do Catimbau o segundo maior painel de registros arqueológicos do país, o Alcobaça. Embora escasso em água, é possível se refrescar no Paraíso Selvagem, nascente que forma um balneário com piscinas naturais.

Os 62.300 hectares do Catimbau podem ser explorados tanto em caminhadas como em veículos com tração nas quatro rodas; é obrigatório, porém, o acompanhamento de monitores da associação de guias locais.

O acesso ao parque se dá pela BR-232, até o município de Arcoverde, e depois pela PE-076, sentido Buíque. Ambas as estradas se encontram em péssimas condições.

3. Cidade de Bezerros

A cidade de Bezerros esta situada entre Caruaru e Gravatá – está a 27 quilômetros da primeira e a 20 km da segunda -, Bezerros no agreste de Pernambuco, na altura do quilômetro 107 da BR.-232, é sinônimo de xilogravura e de papangus.

Na primeira técnica, a referência maior é o importante xilógrafo J. Borges, enquanto Lula Vassoureiro sobressai entre aqueles que produzem as famosas máscaras coloridas com papel de jornal, marca da folia carnavalesca da cidade.

O artesanato é, assim, uma espécie de cartão de visita de Bezerros. Vale a pena ir conhecer o ateliê dos artistas mencionados, bem como visitar a sede da Associação dos Artesãos, com boa oferta de peças.

A subida para a serra Negra, por sua vez, pode ser um programa duplamente agradável: pela paisagem em si e para conhecer o Pólo Cultural.

3.1. Memorial José Borges

Maior responsável pela fama da xilogravura de Bezerros, José Borges – conhecido internacionalmente como J. Borges – nasceu na cidade há mais de setenta anos.

O artesão continua ativo, embora hoje a produção obedeça a um ritmo menor em razão de sua saúde e, sobretudo, da série de viagens que ele realiza para cumprir compromissos, em especial no exterior.

Neste memorial – na verdade um ateliê – , J. Borges recebe visitantes, faz suas peças e ensina o que sabe aos filhos e a um neto. Av. Major Aprígio da Fonseca, 420, Centro.

3.2. Pólo Cultural de Serra Negra

Na vila de Serra Negra, a 10 quilometros do centro de Bezerros, situa-se o Pólo Cultural, estrutura de concreto que contrasta com a mata verde do entorno.

No alto da serra, a vista é particularmente privilegiada e as trilhas são muito procuradas por visitantes e moradores da cidade.

No belo anfiteatro do pólo, construído ao ar livre, há apresentações regulares de espetáculos e shows de música. Vila de Serra Negra, s/n, Zona Rural.

3.3. Associação dos Artesãos

Um dos melhores locais para adquirir peças de artesanato produzidas em Bezerros, a entidade funciona num prédio cedido pela prefeitura, o que permite aos artesãos vender seus trabalhos por preços mais baixos.

Ném das máscaras de papangus, há também outras de madeira e de tecidos. Rua Vigário Manuel Clemente, 123, Centro.

3.4. Centro de Artesanato de Pernambuco

Misto de museu, oficina e loja, este centro rivaliza com outros do gênero localizados grandes cidades do Nordeste.

O museu exibe artigos de quase todos os municípios produtores de artesanato no estado. Na oficina, os participantes aprendem a trabalhar com xilogravura e a fazer máscaras. Na loja, o turista encontra peças de várias regiões pernambucanas. Av. Major Aprígio da Fonseca, 770, km 107 da BR-232, São Sebastião.

3.5. Tradição dos Papangus

PAPANGUS
PAPANGUS

Quando, no início do século XX, os foliões de Bezerros começaram a sair às ruas com mascaras feitas de papel de embrulhar charque e de papelão pintado com folhas de fava, tornou-se costume presenteá-los com frutas, ovos, beiju e galinha.

Com o passar do tempo, as máscaras se aprimoraram – hoje têm molde de gesso, são feitas de jornal e pintadas com tinta a óleo – , e modificou-se a oferenda que se faz aos mascarados: os moradores visitados passaram a servir angu. Não demorou para que o nome pegasse: papangu.

Marca tradicional do Carnaval de Bezerros, as máscaras feitas por Lula Vassoureiro tomam conta das ruas da cidade durante os dias de folia.

Na oficina de Vassoureiro podem-se comprar, além de papangus e suas matrizes, bonecos e outras peças feitas com o mesmo material das máscaras. Rua Otávia Bezerra Vila Nova, 64, Santo Amaro 1.

4. Cidade de Gravatá

Erguida a 447 metros de altitude, com temperatura média anual de 21 °C e repleta de restaurantes que servem fondue, Gravatá, a 80 quilômetros de Recife pela BR-232, cultiva o epíteto de “Suíça do Nordeste”.

O clima “europeu” convive sem crise com as tradições brasileiras – seus festejos juninos atraem muitos turistas, do mesmo modo que a Festa da Estação, realizada em agosto para marcar o fim do chamado Circuito do Frio.

Quatro outros municípios – Garanhuns, Pesqueira, Triunfo e Taquaritinga do agreste de Pernambuco – participam do evento, que é promovido pelo governo do estado e inclui oficinas, palestras e apresentações musicais (Pátio de Eventos Chuchre Mussa Zazar, av. Joaquim Didier, s/n, Centro).

O Festival de Setembro, promovido pelos setores que dão sustentação econômica à cidade – o moveleiro, o gastronômico, o de artesanato e o de produção de flores – reúne, em 1500 metros quadrados de estandes, aquilo que Gravatá faz de melhor.

4.1. Estação do Artesão

A estação, assim chamada porque funciona na antiga estação ferroviária da cidade, é administrada pela Associação dos Artesãos de Gravatá e conta com o apoio da prefeitura. Nela estão expostos os trabalhos de aproximadamente sessenta artesãos.

O espaço se divide em duas salas em que se encontram peças em madeira e tecidos e telas de artistas locais. Rua João Pessoa, s/n, Centro.

4.2. Morro do Cruzeiro

Andando por Gravatá, de onde quer que se olhe é possível avistar, no alto do morro do Cruzeiro, a réplica do Cristo Redentor de braços abertos sobre a cidade.

Inaugurado em julho de 1941, o monumento tem 7 metros de altura por 8 de base. Para chegar até ele, são cinco minutos de carro, a partir da igreja de Santana.

Pode-se optar também pela escadaria da Felicidade – que tem 365 degraus -, a partir do pé do morro, num trajeto que dura cerca de 15 minutos.

Do ponto culminante de Gravatá, a vista é extraordinária, sobretudo no pôr-do-so!. Além do Cristo, no alto do morro há um restaurante e uma estação de rádio.

4.3. Pólo Moveleiro

Estão instaladas no pólo sessenta lojas de móveis e de decoração em madeira. Há, ainda, trabalhos de artesanato. Os artigos não se limitam à produção local; podem ser encontradas peças produzidas em diversas regiões do Nordeste. Rua Duarte Coelho

5. Cidade de Garanhuns

Situada a 230 quilômetros de Recife, Garanhuns no agreste de Pernambuco, com temperatura média anual de 21°C, tornou-se conhecida nacionalmente por ser a cidade natal de Luiz Inácio Lula da Silva, na verdade nascido em Caetés, então distrito deste município.

Porém, mais que berço do líder operário que alcançou a Presidência da República, é a maior cidade serrana do Nordeste e sede de um Festival de Inverno que vem chamando a atenção inclusive em outras regiões do país; além disso, Garanhuns mantém em seus limites uma comunidade de descendentes de quilombolas, a Castainho, remanescente do Quilombo dos Palmares.

Do alto da colina do Cristo Magano tem-se a melhor vista da cidade, cujo cartão-postal é o relógio de flores (praҫa Tavares Correa, no início da av. Rui Barbosa), de 4 metros de diametro.

Partindo da capital pernambucana, chega-se a Garanhuns pela BR-232 até o km 150 (São Caetano) e, na seqüência, pela BR-423.

5.1. Festival de Inverno

Realizado há quinze anos durante as férias de julho, é um dos principais eventos do calendário turístico de Pernambuco.

Durante dez dias, promovem-se apresentações de artistas e oficinas nas áreas de artes visuais, dança, literatura, moda, patrimonio, música e teatro em diversos pontos da cidade.

Desde 2001, a comunidade de Castainho integra a programação do evento, organizado pela Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Pernambuco/ Fundarpe em parceria com a prefeitura de Garanhuns.

6. Cidade de Fazenda Nova

Desde que passou a abrigar a cidade-teatro Nova Jerusalém, há 37 anos, Fazenda Nova, a 187 quilometros de Recife, conquistou notoriedade internacional.

O maior teatro ao ar livre do planeta tem 100 mil metros quadrados – o que equivale a um terço da área murada da Jerusalém original, onde Jesus viveu.

Outra atração da cidade é o Parque das Esculturas Monumentais Nilo Coelho, espaço de 60 hectares em que ficam expostas 37 esculturas de granito, algumas com até 2 metros de altura, representando a cultura nordestina em seus diferentes aspectos – religioso, musical, do folclore etc. Rua Antonio Lupe, s/n.

7. Paixão de Cristo em Nova Jerusalém

Em 1951 , o empresário Epaminondas Mendonça teve a idéia de encenar nas ruas de Fazenda Nova a Paixão de Cristo.

O projeto de construir uma réplica da Jerusalém dos tempos de Cristo surgiu com o jornalista Plínio Pacheco, que chegou à cidade em 1956; no entanto, a primeira apresentação no novo cenário só ocorreria em ‘1968.

Desde então a Paixão de Cristo, todos os anos, entre o sábado que antecede o domingo de ramos e o sábado de Aleluia, uma platéia de cerca de 8 mil pessoas assiste à encenação da mais conhecida história do Ocidente em nove palcos gigantescos.

Com o auxílio dos mais modernos efeitos tecnológicos, quinhentos atores – alguns conhecidos, vindos da TV – trabalham durante duas horas e meia, acompanhados pelo enorme público que acaba atuando como coadjuvante na Paixão de Cristo.

A sessão mais concorrida é, sem dúvida, a da Sexta-feira da Paixão.

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