História e característica da Baía de Todos os Santos

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Baía de Todos os Santos em 1625
Baía de Todos os Santos em 1625

A baía de Todos os Santos é uma reentrância da costa litorânea brasileira localizada no estado da Bahia.

É a segunda maior baía do mundo (depois do Golfo de Bengala) e a maior do Brasil. Sua extensão é de 1.233 km², com profundidade média de 9,8 metros, chegando até 42 metros, com visibilidade de mergulho entre 10 e 20 metros.

Dela originou-se o nome da capitania, província e atual estado brasileiro. A unidade federativa, entretanto, manteve a letra ‘h’ no substantivo, conforme grafia da língua portuguesa da época.

Veja o mapa da Baía de Todos os Santos

Para se ter idéia da dimensão desta baía, ela tem aproximadamente a área do município do Rio de Janeiro, segunda maior metrópole do Brasil.

Vídeo Documentário sobre a Baía de Todos os Santos

Documentário sobre a Baía de Todos os Santos

História da Baía de Todos os Santos

A larga e profunda baía encantou navegadores, piratas e colonizadores, bem como despertou o interesse do governo português por ser um excelente ancoradouro natural, um estratégico sítio defensivo, com águas piscosas e terras com boa fertilidade.

Foi nominada em 1501 quando uma expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos e acompanhada por Américo Vespúcio, cartógrafo e escritor italiano, que daria nome a todo o continente americano, foi enviada para mapear as novas terras, descobertas um ano antes por Pedro Álvares Cabral.

Mapa histórico da Baía de Todos os Santos de 1616.
Mapa histórico da Baía de Todos os Santos de 1616.

Era o dia 1 de novembro, Dia de Todos os Santos na tradição da religião católica.

Por costume, nomeava-se todos os acidentes geográficos de acordo com os santos dos dias onde os mesmos eram identificados – cabendo à baía, portanto, este nome.

A relevância estratégica da Baía de Todos os Santos, associado a existência de colinas e acidentes geográficos à leste (relevo que permitiria o costume medieval de fortificação das cidades), foram decisivos para que Tomé de Sousa mais tarde escolhesse a região para fundar, por ordens do rei de Portugal, a cidade que seria a sede da primeira capital da colônia portuguesa – Salvador.

Berço da civilização colonial lusa nas Américas, a Baía de Todos os Santos abrigou no século XVI o maior porto exportador do Hemisfério Sul, de onde eram enviados às metrópoles européias a prata boliviana e o açúcar brasileiro, sendo o porto de Salvador o que mais recebeu escravos africanos do Novo Mundo.

Características da Baía de Todos os Santos

Penetrando 80 km adentro no continente, a Baía de todos os Santos possui um contorno litorâneo de 300 km, sendo na realidade um pequeno golfo composto por três baías, sendo a Baía de Aratu que abriga atualmente as instalações do Porto de Aratu e da Refinaria Landulfo Alves. Suas margens possuem uma das maiores reservas de petróleo em terras continentais do Brasil.

De uma barra à outra da baía medem-se 14 metros de amplitude, sendo que da Ponta da Penha até a Ponta de Itaparica temos aproximadamente 9 km de extensão.

A borda leste da baía de Todos os Santos é marcada por uma retilínea e íngrime escarpa tectônica, a escarpa de Salvador, o mais belo exemplo de um antigo bordo cristalino de fossa tectônica costeira existente em toda a América do Sul.

Por possuir muitas vistas panorâmicas do alto da escarpa, a cidade de Salvador é conhecida também como cidade-belvedere.

Ilhas na Baía de Todos os Santos

A baía de Todos os Santos foi considerada alvo de medida de preservação, através do Decreto Estadual 7.595 (de 5 de junho de 1999), como área de proteção ambiental – APA Baía de Todos os Santos.

Nela estão incluídas as águas da baía e suas ilhas. Abrange os municípios de Cachoeira, Candeias, Itaparica, Jaguaripe, Madre de Deus, Maragogipe, Salinas da Margarida, Salvador, Santo Amaro, São Francisco do Conde, Saubara, Simões Filho e Vera Cruz.

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