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A história da arte, também designada por historiografia da arte, é o estudo histórico das artes visuais, que se ocupa da identificação, classificação, descrição, avaliação, interpretação e compreensão dos produtos artísticos e do desenvolvimento histórico dos domínios da pintura, escultura, arquitetura, artes decorativas, desenho, gravura, fotografia, design de interiores, etc.
INTRODUÇÃO
O que é arte?
Criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta), que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura.
Quem faz arte?
O homem cria a arte como meio de vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas.
O que é estilo? Por que rotulamos os estilos de arte?
Estilo é como o trabalho se mostra, depois de o artista ter tomado suas decisões. Críticos e historiadores, costumam classificá-las por categorias e rotulá-las.
Como conseguimos ver as transformações do mundo através da arte?
Podemos verificar que tipo de arte foi feita, quando, onde e como. Assim podemos entender as mudanças que o mundo teve.
História da arte foi dividida nos seguintes periodos:
1. PRÉ-HISTÓRIA
- PALEOLÍTICO INFERIOR
- PALEOLÍTICO SUPERIOR
- NEOLÍTICO
- IDADE DOS METAIS
2. ANTIGA
- EGÍPCIA
- GREGA
- ROMANA
- PALEOCRISTÃ
- BIZANTINA
- ISLÂMICA
3. IDADE MÉDIA
- ROMÂNICA
- GÓTICA
4. IDADE MODERNA
- RENASCIMENTO
- MANEIRISMO
- BARROCO
- ROCOCÓ
5. CONTEMPORÂNEA
- NEOCLÁSSICO
- ROMÂNTICA
- REALISTA
- IMPRESSIONISMO
- EXPRESSIONISMO
- CUBISMO
- ABSTRACIONISMO
- FAUVISMO
- CONSTRUTIVISMO
- SURREALISMO
- DADAÍSMO
- OP ART
- POP ART
- INSTALAÇÃO
- INTERFERÊNCIA
- COBRA
- FUTURISMO
- ART NAIF
- PINTURA METAFÍSICA
ARTE
1. PRÉ-HISTÓRIA
A pré-história corresponde ao período da história que antecede a invenção da escrita, desde o começo dos tempos históricos registrados até aproximadamente em 3 500 a.C..
1.1. PALEOLÍTICO INFERIOR
Até 25.000 a.C..
A principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada é o naturalismo.
O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava.
Esta arte era realizada por caçadores, que utilizavam as pinturas rupestres, isto é, feitas em rochedos e paredes de cavernas. O homem deste período era nômade.
1.2. PALEOLÍTICO SUPERIOR
Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura.
Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas. Predominam figuras femininas. Destaca-se: Vênus de Willendorf.
1.3. NEOLÍTICO
O período Neolítico se estendeu de 10.000 a.C. até cerca de 3.000 a.C. e foi um dos períodos da Pré-História.
A fixação do homem da Idade da Pedra Polida, garantida pelo cultivo da terra e pela manutenção de manadas.
O seu poder de observação foi substituído pela abstração e racionalização. Começam as representações da vida coletiva.
O Santuário de Stonehenge, no sul da Inglaterra, é a primeira obra da arquitetura que a História registra.
1.4. IDADE DOS METAIS
Aparecimento de metalurgia, das cidades, invenção da roda, invenção da escrita e do arado de bois.
- A Idade dos Metais foi um período de transição entre a Pré-História e a Idade Antiga e, por isso, foi o último período da Pré-História.
- Ficou caracterizada pelo domínio da tecnologia de metais, incluindo bronze e ferro.
- Suas características incluem o uso de metais para utensílios, armas, arte e tecnologia e o florescimento de civilizações antigas, como a mesopotâmica.
- Seus períodos foram: Idade do Cobre (Calcolítico), Idade do Bronze e Idade do Ferro, cada uma marcando avanços tecnológicos e culturais distintos.
- Marcou a transição da Pré-História para a Idade Antiga.
- Suas descobertas incluíram a criação de ligas metálicas, técnicas avançadas de metalurgia, sistemas de escrita e a transformação das sociedades antigas.
- As principais diferenças entre o Paleolítico, o Neolítico e a Idade dos Metais envolveram a transição de caçadores-coletores nômades para agricultores sedentários, o avanço tecnológico da metalurgia e a complexificação das sociedades urbanas.
2. ARTE ANTIGA
A arte antiga refere-se aos muitos tipos de arte produzidos pelas culturas avançadas das sociedades antigas com diferentes formas de escrita, como as da China antiga, Índia, Mesopotâmia, Pérsia, Palestina, Egipto, Grécia e Roma.
A arte das sociedades pré-alfabetizadas é normalmente designada por arte pré-histórica e não é aqui abordada.
Embora algumas culturas pré-colombianas tenham desenvolvido a escrita durante os séculos que antecederam a chegada dos europeus, por motivos de datação, estas são abordadas em Arte pré-colombiana e artigos como a arte maia, a arte azteca e a arte olmeca.
2.1. EGÍPCIA
A religião invadiu toda a vida egípcia e a produção artística desse povo.
Os egípcios acreditavam numa vida após a morte.
O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos.
2.1.1. ARQUITETURA
As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas.
As características gerais da arquitetura egípcia são:
- solidez e durabilidade
- sentimento de eternidade
- aspecto misterioso e impenetrável
Os templos mais significativos são: Karnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon. Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos
2.1.2. ESCULTURA
Os faraós e os deuses são representados quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção.
Exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras representadas uma impressão de força e de majestade.
Os baixos-relevos egípcios, foram expressão de qualidade. Os próprios hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo.
2.1.3. PINTURA
A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas. Suas características gerais são: ausência de três dimensões e ignorância da profundidade. Eram representadas maiores as pessoas com maior importância, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo.
2.2. ARTE GREGA
A arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo, ao gozo da vida presente.
Na sua constante busca da perfeição predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal.
2.2.1. ARQUITETURA
As edificações que despertaram maior interesse são os templos.
O mais importante é o Partenon de Atenas.
As colunas dividem-se nas ordens:
- Ordem Dórica – era simples e maciça.
- Ordem Jônica – representava a graça e o feminino
- Ordem Coríntia – sugere luxo e ostentação.
2.2.2. PINTURA
A pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos servem para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos.
Por isso, a sua forma correspondia à função
2.2.3. ESCULTURA
A estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo homem. Na escultura, o antropomorfismo – esculturas de formas humanas – foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento.
- No Período Arcaico aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal.
- No Período Clássico procura-se o movimento nas estátuas. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulheres eram esculpidas sempre vestidas.
- No Período Helenístico cresce o naturalismo: os seres humanos também eram representados pelas emoções e o estado de espírito de um momento.
2.3. ARTE ROMANA
A arte romana sofreu duas fortes influências:
- a da arte etrusca, na realidade vivida, e com o uso do arco e da abóbada
- a da greco-helenística, com seu ideal de beleza.
2.3.1. ARQUITETURA
As características gerais da arquitetura romana são:
Busca do útil imediato, senso de realismo, grandeza material, realce da idéia de força.
As construção eram de cinco espécies, de acordo com as funções:
- Religião: Templos – o Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império
- Comércio e civismo: Basílica – com sua planta retangular, era a sede do comércio
- Higiene: Termas – as termas eram o centro social de Roma.
- Divertimentos – Circo, teatro, anfiteatro
- Monumentos decorativos – Arco de Triunfo, Coluna Triunfal
- Moradia – era construída ao redor de um pátio chamada Atrio.
2.3.2. PINTURA
O Mosaico foi muito utilizado na decoração. O que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C.
2.3.3. ESCULTURA
Por serem os romanos realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos.
Com a invasão dos bárbaros, as preocupações com as artes. Era o começo da decadência do Império Romano que, no séc. V – precisamente no ano de 476 – perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para os invasores germânicos.
2.4. PALEOCRISTÃ
Os cristãos (aqueles que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo) começaram a criar uma arte simples e simbólica executada por pessoas que não eram grandes artistas. Pela perseguição, a pintura é simbólica.
Em 313 d.C. o imperador Constantino legaliza o cristianismo, dando início à 2a fase da arte paleocristã : a fase basilical.
Os romanos cederam algumas basílicas para eles poderem usar como local para as suas celebrações.
2.5. BIZANTINA
Por volta do século IV, começou a invasão dos povos bárbaros ao império romano, o que levou Constantino a transferir a capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois batizada de Constantinopla.
A mudança possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte cristã – Arte Bizantina, num estilo novo, rico, tanto na técnica como na cor.
A arte bizantina está dirigida pela religião.
O regime era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e espirituais.
O mosaico é expressão máxima da arte bizantina.
As pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação com o maior bem existente na terra: o ouro.
A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina, com planta base circular, octogonal ou quadrada. Tinha imensas cúpulas.
A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi um dos maiores triunfos da nova técnica bizantina.
A escultura não teve tanto destaque neste período. O que se encontra restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração.
A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador Justiniano. Porém, logo sucedeu-se um período de crise chamado de Iconoclastia. Constituía na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o clero.
A arte bizantina não se extinguiu em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos. Essa arte extravasou em muito os limites territoriais do império, penetrando, por exemplo, nos países eslavos.
2.6. ISLÂMICA
No ano de 622, o profeta Maomé se exilou em Medina.
De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as bases de uma estética própria com a qual se identificassem. Absorveram traços estilísticos dos povos conquistados. Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas.
No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no geométrico e abstrato, mais simbólico do que transcendental. Daí o emprego de formas como os arabescos
2.6.1. ARQUITETURA
As mesquitas seguem o modelo da casa de Maomé em Medina.
O geômetra era tão importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização.As residências dos emires constituíam o habitat privativo do governante.
2.6.2. TAPETES
Como povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para decorar o interior das tendas. À medida que foram se tornando sedentários, as sedas, brocados e tapetes passaram a decorar palácios e castelos, além de cumprir uma função fundamental nas mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar em contato com a terra.
2.6.3. PINTURA E GRÁFICA
As obras de pintura islâmica são representadas por afrescos e miniaturas.
Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas. A mesma função desempenhava a cerâmica, mais utilizada a partir do século XII e que atingiu o esplendor na Espanha, onde foram criadas peças de uso cotidiano.
3. ARTE NA IDADE MÉDIA
Idade Média, período da história europeia que vai desde o colapso da civilização romana no século V d.C. até ao período do Renascimento (interpretado de várias formas como tendo começado no século XIII, XIV ou XV, consoante a região da Europa e outros factores).
3.1. ROMÂNICA
3.1.1. ARQUITETURA
No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos.
As características mais significativas da arquitetura românica são: abóbadas em substituição ao telhado das basílicas, pilares maciços que sustentavam as paredes espessas, aberturas raras e estreitas usadas como janelas.
A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus.
É um estilo essencialmente clerical. A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o campanário o edifício mais conhecido do seu conjunto .
3.1.2. PINTURA E ESCULTURA
A pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, através da técnica do afresco, que originalmente era uma técnica de pintar sobre a parede úmida.
A figura de Cristo é sempre maior do que as outras que o cercam.
O colorismo realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza.
Mosaicos, especialmente em azul e dourado, foi utilizado principalmente nas igrejas.
3.2. GÓTICA
No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia fundamentada no comércio, na burguesia urbana. Estas mudanças conduziram a uma revolução profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios.
3.2.1- ARQUITETURA
A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é a fachada. Na igreja românica temos um único portal, na igreja gótica temos três portais A rosácea é um elemento arquitetônico característico do estilo gótico.
Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja. As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres.
3.2.2. ESCULTURA
As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto.
3.2.3. ILUMINURAS
Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos. A gravura não fora ainda inventada.
3.2.4. PINTURA
Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura do Renascimento.
Como exemplo temos Giotto – identificação da figura dos santos com seres humanos, numa visão humanista do mundo.
4. ARTE NA IDADE MODERNA
4.1. RENASCIMENTO
Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica.
O ideal do humanismo com a valorização do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.
Características gerais:
- racionalidade
- dignidade do Ser Humano
- rigor científico
- ideal Humanista
- reutilização das artes greco-romana
4.1.1. ARQUITETURA
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas (geometria, perspectiva)
4.1.2. PINTURA
Principais características: Perspectiva, uso do claro-escuro, realismo : o artistas do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus.
E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada. Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
Outra característica da arte do Renascimento, em especial da pintura, foi o surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo.
Os principais pintores foram:
- Botticelli – Seus quadros são belos porque manifestam a graça divina. Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus.
- Leonardo da Vinci – Ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra. Parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa.
- Michelângelo – Pintou o teto da Capela Sistina, no Vaticano. Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada Família
- Rafael – suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança.
Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.
4.1.3. ESCULTURA
Protetores das artes, os papas passam a residir no Vaticano.
Ali, grandes escultores se revelam, o maior dos quais é Michelângelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá.
Principais características:
- Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade
- Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade
- Profundidade e perspectiva
- Estudo do corpo e do caráter humano
4.2. MANEIRISMO
Paralelamente ao renascimento clássico, desenvolve-se em Roma, do ano de 1520 até por volta de 1610, um movimento artístico afastado conscientemente do modelo da antigüidade clássica: o maneirismo (maniera, em italiano, significa maneira).
Uma evidente tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes.
Os grandes impérios começam a se formar, e o homem já não é a principal e única medida do universo.
Pintores, arquitetos e escultores são impelidos a deixar Roma com destino a outras cidades. Valendo-se dos mesmos elementos do renascimento, criam uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas.
4.2.1. ARQUITETURA
A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de plano longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, na distribuição da luz e na decoração.
4.2.2. PINTURA
É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar, procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz e tentando re-valorizar a arte pela própria arte.
Principais características : tensão permanente, formas esguias e alongadas, rostos melancólicos. Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se posicionam no centro da perspectiva, mas em algum ponto da arquitetura, onde o olho atento deve, não sem certa dificuldade, encontrá-lo.
Principal Artista: EL GRECO
4.2.3. ESCULTURA
Na escultura, o maneirismo segue o caminho traçado por Michelangelo. Principais características: equilíbrio aparentemente frágil e a graciosidade de todo o conjunto.
4.3. BARROCO
A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis.
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência. Na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O homem se coloca em constante dualismo: Paganismo X Cristianismo e Espírito X Matéria.
4.3.1. PINTURA
Características da pintura barroca: Composição em diagonal, acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) e realista, abrangendo todas as camadas sociais. A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco.
Dentre os pintores barrocos italianos: Caravaggio e Andrea Pozzo.
Dentre os pintores mais representativos, de outros países da Europa, temos: Velázquez (espanhol), Rubens (espanhol), Rembrandt (holandês)
4.3.2. ESCULTURA
Predominam as linhas curvas, os drapeados das vestes e o uso do dourado. Os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.
4.3.3. ARQUITETURA
A arquitetura barroca tem o patrocínio da igreja católica que, investindo em obras ricas e suntuosas, tenta resgatar os fiéis perdidos para o protestantismo.
É a arquitetura da contra-reforma. Nas obras profanas destaca-se o Palácio de Versallhes, com o seu incrível Salão dos Espelhos.
4.4. ROCOCÓ
Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do barroco, mais leve e intimista que aquele e usado inicialmente em decoração de interiores. Na França, o rococó é também chamado estilo Luís XV e Luís XVI.
Características gerais: Uso abundante de formas curvas e pela profusão de elementos decorativos, tais como conchas, laços e flores.
4.4.1. ARQUITETURA
Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a principal corrente da arte e da arquitetura pós-barroca.
Nos primeiros anos do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma para Paris.
Principais características:
- Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa inundou os interiores por meio de numerosas janelas e o relevo abrupto das superfícies deu lugar a texturas suaves.
- A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno foi unificado, com maior graça e intimidade.
4.4.2. ESCULTURA
Na escultura e na pintura, não é possível traçar uma clara linha divisória entre o barroco e o rococó
4.4.3. PINTURA
No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o predomínio político e cultural da França sobre o resto da Europa, apareceram as primeiras pinturas rococós sob influência da técnica de Peter Paul Rubens.
5. ARTE CONTEMPORÂNEA
5.1. NEOCLÁSSICO
Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou. Trata-se do Academicismo ou Neoclassicismo, com uma nova e fortalecida burguesia, principalmente com o Império de Napoleão.
Principais características:
- retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos;
- academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às regras ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes;
- arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à teoria de Aristóteles.
5.1.1. ARQUITETURA
A arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano.
5.1.2. PINTURA
A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição.
5.2. ROMÂNTICA
O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas pela Revolução Industrial do final do século XVIII.
Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se complexa.
Os artistas românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista.
Características gerais: a valorização dos sentimentos e da imaginação, o nacionalismo, a valorização da natureza como princípios da criação artística, e os sentimentos do presente.
5.2.1. ARQUITETURA
Característica principal da arquitetura: Revaloriza-se o gótico, considerado estilo genuinamente europeu.
Obra Destacada: Edifício do Parlamento Inglês
5.2.2. PINTURA
Temas da pintura: Fatos reais da história nacional e contemporânea da vida dos artistas , e natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções humanas.
Principais artistas: Goya, Turner, Delacroix
5.3. REALISTA
Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades.
O homem europeu, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.
São características gerais: o cientificismo, a valorização do objeto, o sóbrio e o minucioso, a expressão da realidade e dos aspectos descritivos.
5.3.1. ARQUITETURA
Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas.
As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia.
Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da “Cidade Luz”.
5.3.2. ESCULTURA
Auguste Rodin procurou recriar os seres tais como eles são. É a fixação do momento significativo de um gesto humano.
Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O Pensador.
5.3.3. PINTURA
Características da pintura:
- Realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza.
- Ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é.
- Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade
Principais pintores: Courbet, Jean-François Millet.
5.4. IMPRESSIONISMO
O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século XX.
Principais características:
- A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento
- As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens.
- As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado.
- As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se óptica.
A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.
Principais artistas: Monet, Renoir, Seurat
5.5. EXPRESSIONISMO
O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.
Principais características:
- pesquisa no domínio psicológico;
- cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
- preferência pelo patético, trágico e sombrio
Principais artistas: Gauguin, Cézanne, Toulouse-Lautrec, Modigliani, Van Gogh
5.6. CUBISMO
Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano.
O cubismo não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos.
Principais características:
- geometrização das formas e volumes
- renúncia à perspectiva
- o claro-escuro perde sua função
- também no observador as sensações táteis.
Principais artistas: Picasso, Braque
5.7. ABSTRACIONISMO
Quando a significação de um quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata.
Principais Artistas: KANDINSKY, PAUL KLEE
5.8. FAUVISMO
Em 1905, em Paris, no Salão de Outono, alguns artistas foram chamados de fauves (em português significa feras), em virtude da intensidade com que usavam as cores puras.
Os princípios deste movimento artístico eram:
- Criar, em arte, não tem relação com o intelecto e nem com
- Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias.
Artista destacado: HENRI MATISSE
5.9. CONTRUTIVISMO
Trata-se de um abstrato geométrico que busca movimento perspectivo vibratório através das cores e linhas. É a síntese das teorias abstratas e científicas da arte moderna. É uma pintura em duas dimensões.
Artista destacado: Mondrian
5.10. SURREALISMO
Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de FREUD e as incertezas políticas criaram um clima favorável para o desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura européia e a frágil condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo.
O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente.
Por meio do automatismo, ou seja, qualquer forma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavam plasmar, seja por meio de formas abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais profunda do ser humano: o subconsciente.
Principais artistas : Salvador Dali , Joan Miró
5.11. DADAÍSMO
Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar, o Dada foi um movimento de negação.
Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinando elementos por acaso.
O fim do Dada como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.
5.12. OP ART
A expressão “op-art” vem do inglês (optical art) e significa “arte óptica”.
Parece excessivamente cerebral e sistemática, mais próxima das ciências do que das humanidades. Por outro lado, suas possibilidades parecem ser tão limitadas quanto as da ciência e da tecnologia.
5.13. POP ART
Movimento principalmente americano e britânico, para designar os produtos da cultura popular da civilização ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados Unidos.
Representavam os componentes mais ostensivos da cultura popular. A Pop. Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar em refinado, e aproximou a arte das massas, desmistificando, já que se utilizava de objetos próprios delas, a arte para poucos.
5.14. INSTALAÇÃO
São ampliações de ambientes que são transformados em cenários do tamanho de uma sala. O espectador participa da obra, e não somente à aprecia.
5.15. INTERFERÊNCIA
Alguns artistas interferem na paisagem, colocam cortinas, guarda-sóis, embrulhos em locais públicos..
5.16. COBRA
Movimento artístico criado na Holanda, Sigla de Copenhague-Bruxelas-Amsterdam. Essa pintura é gestual, livre, violenta na escolha de cores e texturas.
5.17. FUTURISMO
Para os futuristas, os objetos não se esgotam no contorno aparente e seus aspectos se interpenetram continuamente a um só tempo, ou vários tempos num só espaço. “O esplendor do mundo enriqueceu-se com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de carreira é mais belo que a Vitória de Samotrácia”.
O futurismo é a concretização desta pesquisa no espaço bidimensional. Procura-se neste estilo expressar o movimento real, registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço.
O artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade descrita por ele no espaço.
5.18. ART NAIF
É a arte da espontaneidade, da criatividade autêntica, do fazer artístico sem escola nem orientação, portanto é instintiva Art naïf (arte ingênua) está numa faixa próxima à da arte infantil, da arte do doente mental e da arte primitiva, sem que, no entanto, se confunda com elas.
5.19. PINTURA METAFÍSICA
A pintura deve criar um impressão de mistério. Tem inspiração na Metafísica, ciência que estuda tudo quanto se manifesta de maneira sobrenatural.