Pernambuco e sua capital, Recife, têm uma história rica e marcada por importantes eventos que moldaram não só a região, mas também o Brasil.
Pernambuco e sua capital Recife, possuem uma história turbulenta.
A história de Recife teve início em 1537: o rei de Portugal dividiu a grande colônia em faixas de terra.
As terras, chamadas de Capitanias Hereditárias, foram doadas a empreendedores ricos a fim de que eles pudessem prosperar em nome da Coroa.
Entretanto, ao dividir as terras, o rei também dividiu os enormes investimentos necessários para que se fizesse um país tão vasto como algo gerenciável e, acima de tudo, rentável.
Poucas capitanias Hereditárias duraram, mas Duarte Coelho conseguiu fazer sucesso em Pernambuco tendo Olinda como sua capital.
A cultura de consumo mais forte de Pernambuco era a cana-de-açúcar.
Em 1630, a Holanda conquistou a área e pôs uma grande marca na história do nordeste do Brasil.
Eles governaram uma grande área que seguia aproximadamente de São Luís do Maranhão até Salvador, na Bahia. Sob o governo inspirador de John Maurice de Nassau, o planejamento urbano de Recife foi realizado pelo projeto de um plano de rua e construção de pontes, trazendo arquitetos proeminentes.
Quando John Maurice precisou deixar Recife, houve então a turbulência: um pequeno exército de soldados portugueses e rebeldes locais tomaram o lugar expulsando os holandeses completamente do nordeste brasileiro.
A História de Pernambuco e Recife é marcada por conflitos entre indígenas e portugueses, dominação holandesa e até mesmo uma tentativa de independência.
Descubra a história de Pernambuco e Recife, um dos mais antigos estados do Brasil.
História de Recife PE
Principais marcos históricos de Pernambuco e Recife
História de Pernambuco e Recife é marcada por conflitos.
- Indígenas em Pernambuco
- Colonização de Pernambuco
- Território da Capitania de Pernambuco
- Saque do Recife em 1595
- Ocupação Holandesa (1630-1645)
- Guerra dos Mascates
- Confederação dos Cariris
- Revolução Pernambucana – 1817
- Confederação do Equador – 1824
- Revolução Praieira – 1848
- Desenvolvimento da Indústria Açucareira
1. Indígenas em Pernambuco
O território onde hoje é o estado de Pernambuco era povoado por diversas tribos indígenas como caetés, cariris e tabajaras, dentre outras etnias.
Cada uma tinha sua língua e costumes e muitas vezes eram inimigas entre si. Este fato foi importante para os europeus, pois estes faziam alianças com diversos povos indígenas a fim de conquistar o território.
2. Colonização de Pernambuco
Através do sistema de Capitanias Hereditárias, Duarte Coelho tomou posse da Capitania de Pernambuco, chamada inicialmente de Capitania Nova Lusitânia.
Em 1535 foi fundado o povoado de Olinda e em 1537, esta passou a ser Vila.
Olinda foi fundada em 1535 pelo donatário Duarte Coelho, tornando-se uma das primeiras cidades do Brasil. Inicialmente, foi o centro administrativo e econômico da Capitania de Pernambuco.
Olinda se tornou um importante centro cultural e religioso, com um legado que permanece até hoje, visível em seu conjunto arquitetônico colonial, que é Patrimônio Mundial da UNESCO.
Igualmente, em 1537, foi fundada a cidade de Recife.
Nem todas as Capitanias Hereditárias foram bem-sucedidas, mas graças ao cultivo da cana-de-açúcar, a Capitania de Pernambuco prosperou.
A princípio, os portugueses utilizaram a mão de obra escrava indígena na lavoura da cana.
No entanto, os senhores de engenho passam a usar pessoas escravizadas negras nas plantações, devido ao lucrativo comércio de escravos com as colônias portuguesas na África.
3. Território da Capitania de Pernambuco
A Capitania de Pernambuco compreendia um território bem maior que o atual. Incorporava o que chamamos hoje de estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e parte da Bahia.
4. Saque do Recife em 1595
Já no final do século 16, a Capitania de Pernambuco se tornara uma das mais ricas da colônia. Este fato atraiu a atenção de ingleses, holandeses e franceses que organizaram expedições para tomar a então capital, Olinda.
Importante lembrar que, nesta época, Portugal estava unido à Espanha, no período conhecido por União Ibérica.
Por sua vez, a Espanha estava em guerra com a Inglaterra e a Holanda.
Assim, tanto fazia invadir Olinda como Sevilha. Os ingleses, aliados com os holandeses, tomaram Recife em 1595 e levaram vários produtos valiosos como o açúcar, madeiras e algodão.
O Saque do Recife, episódio também conhecido como Expedição de James Lancaster em 1595 e Expedição Pernambucana de Lancaster, refere-se a uma expedição militar inglesa ocorrida em abril de 1595, durante a Guerra Anglo-Espanhola, cujo objetivo foi o saque do porto do Recife, nas adjacências de Olinda, em Pernambuco, Brasil Colônia, que à época fazia parte da União Ibérica.
Liderada pelo almirante inglês James Lancaster, foi a única expedição de corso da Inglaterra que teve como objetivo principal o Brasil, e representou o mais rico butim da história da navegação de corso do período elisabetano.
A expedição navegou através do Atlântico capturando numerosos navios antes chegar ao seu destino, Pernambuco, a mais rica capitania do Brasil Colônia. Lancaster tomou o porto do Recife e nele permaneceu por quase um mês, derrotando uma série de contra-ataques portugueses antes de sair.
O montante de açúcar, pau-brasil, algodão e mercadorias de alto preço saqueado foi robusto, obrigando-o a fretar navios holandeses e franceses que lá estavam para levar as mercadorias para a Inglaterra, tornando a expedição um absoluto sucesso militar e financeiro.
A partir daí, a Capitania organizou duas companhias para a defesa de Recife e de Olinda.
5. Ocupação Holandesa (1630-1645)
A invasão holandesa tem início na Bahia em 1624 e foram expulsos da capital graças à ação de uma armada luso-espanhola um ano depois.
No entanto, voltariam à carga para conquistar um pedaço do comércio açucareiro invadindo Recife e Olinda, em 1630.
Recife foi oficialmente elevado à vila durante a ocupação holandesa no Brasil, quando a Companhia das Índias Ocidentais invadiu Pernambuco em 1630.
Sob o comando de Maurício de Nassau (1637-1644), Recife prosperou, com a construção de pontes, canais e a introdução de avanços urbanos e culturais. Nassau transformou Recife em um centro cosmopolita, promovendo a tolerância religiosa e o desenvolvimento das artes e das ciências.
Fim da Ocupação: A Insurreição Pernambucana (1645-1654) levou à expulsão dos holandeses em 1654, marcando um importante momento de resistência local.
Apesar dos ferozes combates – Olinda foi incendiada – os holandeses se estabeleceram naquelas terras até a eclosão da Insurreição Pernambucana em 1645.
6. Guerra dos Mascates
A Guerra dos Mascates ocorreu entre 1710 e 1711 entre os senhores de engenho concentrados em Olinda e comerciantes portugueses que viviam em Recife.
A Guerra dos Mascates foi um conflito entre os comerciantes portugueses de Recife (os “mascates”) e os senhores de engenho de Olinda, que resistiam à crescente influência econômica e política de Recife.
A vitória dos mascates consolidou Recife como a principal cidade da região, culminando na sua elevação a vila em 1710, separando-se administrativamente de Olinda.
Muitos historiadores apontam esta guerra como a primeira rebelião de caráter nativista do Brasil.
Afinal, o conflito colocou em lados contrários a elite branca já nascida no Brasil e os portugueses recém-chegados da metrópole.
7. Confederação dos Cariris
A Confederação dos Cariris ou Guerra do Bárbaros foi uma série de batalhas ocorridas entre os anos de 1683 a 1713.
Após a expulsão dos holandeses, os colonizadores portugueses continuaram se expandir em direção ao sertão nordestino. Buscavam aumentar as lavouras de açúcar e algodão, além do pasto para o gado.
No entanto, algumas tribos indígenas como os Cariris, Crateús e Cariús, se uniram e passaram atacar as fazendas.
Com o objetivo de derrotá-los, os proprietários nordestinos tiveram que trazer bandeirantes paulistas para combatê-los. A Confederação dos Cariris terminou somente em 1713 quando os últimos focos de resistência foram exterminados no Ceará.
8. Revolução Pernambucana – 1817
Na primeira metade do século 19, vários territórios do continente americano se rebelam contra a dominação europeia.
Esta revolução foi uma das primeiras tentativas de independência no Brasil, inspirada pelos ideais iluministas e pelos exemplos de outras revoluções no mundo.
Desta maneira, inspirados pelas ideias iluministas e pela Independência dos Estados Unidos, um grupo de insurgentes planeja a emancipação da agora província de Pernambuco.
Vitoriosos num primeiro momento, os participantes conseguiram instaurar um governo provisório republicano, estabelecer a liberdade de culto e de imprensa.
A revolta durou pouco mais de dois meses e foi reprimida com violência pelas forças portuguesas. A Revolução Pernambucana, no entanto, é lembrada como um símbolo da luta por liberdade e independência.
Foram duramente reprimidos pelas tropas enviadas por Dom João VI. Como punição, quatro participantes foram executados e o território de Alagoas passou a ser uma província independente.
9. Confederação do Equador – 1824
A Confederação do Equador foi uma revolta de caráter separatista e republicano ocorrida em Pernambuco em 1824. Ela deve ser entendida dentro do contexto do Primeiro Reinado, quando governava Dom Pedro I.
Um movimento separatista que surgiu como reação à centralização do poder por Dom Pedro I, logo após a independência do Brasil.
Pernambuco foi o epicentro dessa revolta, que buscava a criação de uma república independente no Nordeste. O movimento foi derrotado, mas destacou as tensões entre o governo central e as províncias.
A Confederação do Equador foi duramente reprimida pelas tropas imperais que atacam o Recife e alguns dos seus líderes, como Frei Caneca, foram executados.
10. Revolução Praieira – 1848
A Revolta Praieira foi um movimento liberal e republicano que ocorreu em Pernambuco durante o período imperial, influenciado pelas revoluções europeias de 1848.
Apesar de sua derrota, a Revolta Praieira é vista como uma luta importante pelos direitos civis e pela democracia no Brasil.
Os protestos começaram na sede do jornal Diário Novo, localizada na Rua da Praia, e seus integrantes eram conhecidos como “praieiros”.
O combate começou em Recife, mas logo se espalhou pela Zona da Mata pernambucana.
A rebelião só teria fim dois anos mais tarde com a intervenção imperial e vários dos seus líderes foram anistiados.
11. Desenvolvimento da Indústria Açucareira
Séculos XVI ao XIX: Pernambuco, especialmente a região de Recife e Olinda, foi um dos maiores centros de produção de açúcar durante o período colonial. A riqueza gerada pela cana-de-açúcar impulsionou o desenvolvimento da região, embora à custa do trabalho escravo.
Legado: A herança da economia açucareira está presente até hoje na cultura e na paisagem de Pernambuco, com engenhos históricos ainda visíveis.
Veja Igrejas mais antigas de Pernambuco e a primeira igreja do Brasil
História de Pernambuco e Recife
