História de Pernambuco e Recife é marcada por conflitos

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Mapa cartográfico histórico da cidade do Recife de 1665
Mapa cartográfico histórico da cidade do Recife de 1665

Pernambuco e sua capital Recife, possuem uma história turbulenta.

A história de Recife teve início em 1537: o rei de Portugal dividiu a grande colônia em faixas de terra. 

As terras, chamadas de Capitanias Hereditárias, foram doadas a empreendedores ricos a fim de que eles pudessem prosperar em nome da Coroa.

Entretanto, ao dividir as terras, o rei também dividiu os enormes investimentos necessários para que se fizesse um país tão vasto como algo gerenciável e, acima de tudo, rentável. 

Poucas capitanias Hereditárias duraram, mas Duarte Coelho conseguiu fazer sucesso em Pernambuco tendo Olinda como sua capital.

A cultura de consumo mais forte de Pernambuco era a cana-de-açúcar.

Em 1630, a Holanda conquistou a área e pôs uma grande marca na história do nordeste do Brasil.

Capitanias herediarias
Capitanias herediarias

Eles governaram uma grande área que seguia aproximadamente de São Luís do Maranhão até Salvador, na Bahia. Sob o governo inspirador de John Maurice de Nassau, o planejamento urbano de Recife foi realizado pelo projeto de um plano de rua e construção de pontes, trazendo arquitetos proeminentes.

Quando John Maurice precisou deixar Recife, houve então a turbulência: um pequeno exército de soldados portugueses e rebeldes locais tomaram o lugar expulsando os holandeses completamente do nordeste brasileiro.

A História de Pernambuco e Recife é marcada por conflitos entre indígenas e portugueses, dominação holandesa e até mesmo uma tentativa de independência.

Descubra a história de Pernambuco e Recife, um dos mais antigos estados do Brasil.

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História de Pernambuco e Recife

Indígenas em Pernambuco

O território onde hoje é o estado de Pernambuco era povoado por diversas tribos indígenas como caetés, cariris e tabajaras, dentre outras etnias.

Cada uma tinha sua língua e costumes e muitas vezes eram inimigas entre si. Este fato foi importante para os europeus, pois estes faziam alianças com diversos povos indígenas a fim de conquistar o território.

Colonização de Pernambuco

Através do sistema de Capitanias Hereditárias, Duarte Coelho tomou posse da Capitania de Pernambuco, chamada inicialmente de Capitania Nova Lusitânia.

Em 1535 foi fundado o povoado de Olinda e em 1537, esta passou a ser Vila.

Igualmente, em 1537, foi fundada a cidade de Recife.

Nem todas as Capitanias Hereditárias foram bem-sucedidas, mas graças ao cultivo da cana-de-açúcar, a Capitania de Pernambuco prosperou.

A princípio, os portugueses utilizaram a mão de obra escrava indígena na lavoura da cana.

No entanto, os senhores de engenho passam a usar pessoas escravizadas negras nas plantações, devido ao lucrativo comércio de escravos com as colônias portuguesas na África.

Território da Capitania de Pernambuco

A Capitania de Pernambuco compreendia um território bem maior que o atual. Incorporava o que chamamos hoje de estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e parte da Bahia.

Mapa da Capitania de Pernambuco
Mapa da Capitania de Pernambuco

Saque do Recife em 1595

Já no final do século 16, a Capitania de Pernambuco se tornara uma das mais ricas da colônia. Este fato atraiu a atenção de ingleses, holandeses e franceses que organizaram expedições para tomar a então capital, Olinda.

Importante lembrar que, nesta época, Portugal estava unido à Espanha, no período conhecido por União Ibérica.

Por sua vez, a Espanha estava em guerra com a Inglaterra e a Holanda.

Assim, tanto fazia invadir Olinda como Sevilha. Os ingleses, aliados com os holandeses, tomaram Recife em 1595 e levaram vários produtos valiosos como o açúcar, madeiras e algodão.

O Saque do Recife, episódio também conhecido como Expedição de James Lancaster em 1595 e Expedição Pernambucana de Lancaster, refere-se a uma expedição militar inglesa ocorrida em abril de 1595, durante a Guerra Anglo-Espanhola, cujo objetivo foi o saque do porto do Recife, nas adjacências de Olinda, em Pernambuco, Brasil Colônia, que à época fazia parte da União Ibérica.

Liderada pelo almirante inglês James Lancaster, foi a única expedição de corso da Inglaterra que teve como objetivo principal o Brasil, e representou o mais rico butim da história da navegação de corso do período elisabetano.

A expedição navegou através do Atlântico capturando numerosos navios antes chegar ao seu destino, Pernambuco, a mais rica capitania do Brasil Colônia. Lancaster tomou o porto do Recife e nele permaneceu por quase um mês, derrotando uma série de contra-ataques portugueses antes de sair.

O montante de açúcar, pau-brasil, algodão e mercadorias de alto preço saqueado foi robusto, obrigando-o a fretar navios holandeses e franceses que lá estavam para levar as mercadorias para a Inglaterra, tornando a expedição um absoluto sucesso militar e financeiro.

A partir daí, a Capitania organizou duas companhias para a defesa de Recife e de Olinda.

Ocupação Holandesa (1630-1645)

A invasão holandesa tem início na Bahia em 1624 e foram expulsos da capital graças à ação de uma armada luso-espanhola um ano depois.

Olinda, então a urbe mais rica do Brasil Colônia, foi saqueada e destruída pelos holandeses, que escolheram o Recife como a capital da Nova Holanda. O mapa de Nicolaes Visscher mostra o cerco a Olinda e Recife em 1630
Olinda, então a urbe mais rica do Brasil Colônia, foi saqueada e destruída pelos holandeses, que escolheram o Recife como a capital da Nova Holanda. O mapa de Nicolaes Visscher mostra o cerco a Olinda e Recife em 1630.

No entanto, voltariam à carga para conquistar um pedaço do comércio açucareiro invadindo Recife e Olinda, em 1630.

Apesar dos ferozes combates – Olinda foi incendiada – os holandeses se estabeleceram naquelas terras até a eclosão da Insurreição Pernambucana em 1645.

Mapa cidade Mauricia de Recife Pernambuco 1639
Mapa cidade Mauricia de Recife Pernambuco 1639

Guerra dos Mascates

A Guerra dos Mascates ocorreu entre 1710 e 1711 entre os senhores de engenho concentrados em Olinda e comerciantes portugueses que viviam em Recife.

Muitos historiadores apontam esta guerra como a primeira rebelião de caráter nativista do Brasil.

Afinal, o conflito colocou em lados contrários a elite branca já nascida no Brasil e os portugueses recém-chegados da metrópole.

Confederação dos Cariris

A Confederação dos Cariris ou Guerra do Bárbaros foi uma série de batalhas ocorridas entre os anos de 1683 a 1713.

Após a expulsão dos holandeses, os colonizadores portugueses continuaram se expandir em direção ao sertão nordestino. Buscavam aumentar as lavouras de açúcar e algodão, além do pasto para o gado.

No entanto, algumas tribos indígenas como os Cariris, Crateús e Cariús, se uniram e passaram atacar as fazendas.

Com o objetivo de derrotá-los, os proprietários nordestinos tiveram que trazer bandeirantes paulistas para combatê-los. A Confederação dos Cariris terminou somente em 1713 quando os últimos focos de resistência foram exterminados no Ceará.

Revolução Pernambucana – 1817

Na primeira metade do século 19, vários territórios do continente americano se rebelam contra a dominação europeia.

Desta maneira, inspirados pelas ideias iluministas e pela Independência dos Estados Unidos, um grupo de insurgentes planeja a emancipação da agora província de Pernambuco.

Vitoriosos num primeiro momento, os participantes conseguiram instaurar um governo provisório republicano, estabelecer a liberdade de culto e de imprensa.

Foram duramente reprimidos pelas tropas enviadas por Dom João VI. Como punição, quatro participantes foram executados e o território de Alagoas passou a ser uma província independente.

Confederação do Equador – 1824

A Confederação do Equador foi uma revolta de caráter separatista e republicano ocorrida em Pernambuco em 1824. Ela deve ser entendida dentro do contexto do Primeiro Reinado, quando governava Dom Pedro I.

O Imperador havia convocado uma Assembleia Constituinte para que esta elaborasse a Carta Magna do novo país. Porém, insatisfeito com o resultado, resolve dissolvê-la e outorga uma Constituição de tônica centralizadora.

A Confederação do Equador foi duramente reprimida pelas tropas imperais que atacam o Recife e alguns dos seus líderes, como Frei Caneca, foram executados.

Revolução Praieira – 1848

A Revolução Praieira foi um movimento de caráter liberal. Defendia a liberdade de imprensa, a nacionalização do comércio varejista e o fim do Poder Moderador.

Os protestos começaram na sede do jornal Diário Novo, localizada na Rua da Praia, e seus integrantes eram conhecidos como “praieiros”.

O combate começou em Recife, mas logo se espalhou pela Zona da Mata pernambucana.

A rebelião só teria fim dois anos mais tarde com a intervenção imperial e vários dos seus líderes foram anistiados.

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