História do Barroco Mineiro – Aleijadinho e o mestre Ataíde

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O barroco surgiu no Brasil um pouco mais tarde, no decorrer do século XVIII.

O Barroco Mineiro foi uma versão peculiar do Barroco que se desenvolveu em Minas Gerais entre os séculos XVIII e XIX.

A arquitetura, a pintura, a escultura sacra e a música tiveram destaque no barroco mineiro. Evocando a religião em cada detalhe, o barroco mineiro seguiu a tendência da Arte Barroca, crescendo, sobretudo, em torno das igrejas e confrarias.

A história de Minas Gerais começa com as primeiras bandeiras paulistas realizadas para explorar o território no século XVI, mas foi no final do século XVII em diante, com a descoberta de jazidas de ouro e de outras pedras preciosas, que as primeiras vilas começaram a ser criadas e o território foi ocupado, já que os bandeirantes e estrangeiros se sentiram atraídos pelas riquezas que o local proporcionaria.

De início a localidade ficou vinculada a capitania do Rio de Janeiro, mas como os bandeirantes paulistas foram supostamente os que encontraram as minas auríferas, em 1709 Minas se uniu a Capitania de São Paulo, formando a Capitania de São Paulo e Minas Gerais. Somente em 1720 ela se tornaria autônoma e denominada Capitania de Minas Gerais.

Além dos primeiros desbravadores, grandes quantidades de reinóis e habitantes de outras áreas da colônia também chegaram à capitania, encantados com a notícia do ouro lá existente.

A partir daí, inúmeros portugueses, incluindo artistas, vêm da metrópole para a colônia buscando rápido enriquecimento e trazem consigo muitas gravuras e livros sacros ilustrados que serão utilizados como referência nas pinturas coloniais.

Assim, os primeiros artistas serão os portugueses, os quais passarão suas técnicas e referências aos brasileiros, que as reproduzirão em suas obras.

São Paulo não teve uma difusão do Barroco tão esplendorosa, o que nos faz crer que a influência do movimento nas terras mineiras tenha realmente chegado através dos vindos da metrópole, no entanto, não podemos subestimar os paulistas e outros colonos, que certamente trouxeram traços dessa arte para Minas Gerais, mesmo que com menos representatividade.

Diferente de outras escolas como Bahia e Pernambuco, que estavam muito mais ligadas ao estilo formal da arte europeia, o Barroco Mineiro se caracterizou pela diversidade e pelo ecletismo.

O Barroco Mineiro não segue padrões acadêmicos, priorizando usar cores mais uniformes e feições mais ingênuas e joviais.

Fato é que com o grande contingente de pessoas chegando às “novas” terras, vilas como Sabará, Mariana, Ouro Preto, São João Del Rei e Congonhas do Campo começaram a se desenvolver e a formar seus grandes edifícios, que demandavam uma influência arquitetônica, no caso, a Barroca.

Brevemente, a respeito da arquitetura mineira colonial, podemos citar Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, como o maior e mais conhecido arquiteto do Barroco brasileiro.

Como este possuía um talento ímpar, as ordens religiosas, principalmente a Carmelita e a Franciscana, requisitaram seus trabalhos, sendo ele quem projetou a Igreja de São Francisco, na cidade de Ouro Preto, e a de Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas do Campo.

O escultor sempre se utilizava de medalhões e entalhes, muitos deles cobertos de ouro, e foi no Santuário de Matosinho onde realizou uma de suas maiores obras, a dos doze profetas esculpidos de forma que seus gestos se coordenam e dão aparência de movimento.

Vale ressaltar que a arquitetura e pinturas Barrocas sempre estiveram ligadas, pois muitas das produções iconográficas se desenvolveram graças aos grandes tetos e paredes das construções – principalmente igrejas – que precisavam ser decoradas, assim, os pintores entravam para realizar os adornamentos.

Aleijadinho e o pintor Manuel da Costa Ataíde trabalharam  na Igreja São Francisco de Assis em Ouro Preto.

O importante a se ressaltar no caso da pintura colonial barroca mineira, é que a utilização de modelos europeus para realizá-las era algo comum para os pintores da época, todavia, não se pode caracterizá-los como meros copistas, desprovidos de criatividade e talento.

A imitação seria definida mais como a invenção de uma obra distinta, mas sem o ocultamento do modelo, pois, muitas vezes, a apreciação do artista por tal obra era tão grande que ele queria se igualar ou superar a obra inicial.

Talvez no caso brasileiro a questão do porquê de se utilizar a cópia seja um pouco diferente, mesmo que esta primeira hipótese não precise ser descartada.

A arte ou literatura chegar à colônia brasileira, primeiramente deveria passar por uma avaliação em Portugal, que poderia censurar a obra e impedi-la de entrar na América.

Dessa forma, a maior parte do que aqui chegava com o aval português era de caráter religioso, como missais, bíblias, entre outros livros sacros.

Muitos desses livros vinham acompanhados com ilustrações das passagens bíblicas e dos mais importantes acontecimentos religiosos para o imaginário cristão.

Como a maioria dos artistas mineiros era financiado por clérigos, paróquias e Irmandades, cabia a eles produzir obras voltadas ao catolicismo se utilizando dessas gravuras que aqui possuíam retiradas dos livros religiosos – era melhor copiar o que já vinha aprovado de Portugal, do que tentar inovar e acabar sendo censurado pelos fiscais da colônia.

Aqui talvez entre também a hipótese do sentimento de emulação pelo artista do outro lado do Oceano Atlântico, pois a admiração poderia levar ao anseio de querer fazer algo parecido para ficar igualmente belo.

Esses fatores levavam um mesmo artista a produzir obras heterogêneas, pois as gravuras nas quais se inspiravam eram de pintores diferentes.

Manuel da Costa Ataíde, ou mestre Ataíde, foi um dos artistas que se utilizaram de outras obras para compor suas produções.

O mineiro nasceu por volta de 1762, na cidade Mariana, e pouco se sabe sobre sua vida.

A grande característica de suas pinturas está no fato de que ele fazia muito bem a utilização da perspectiva – colunas que parecem avançar para o céu em interação com anjos e santos, por exemplo – nas pinturas realizadas nos tetos das igrejas e também nas obras avulsas.

O declínio do barroco não significou o fim das artes plásticas em Minas; a partir da segunda metade do século XIX, a pintura, já divorciada da arquitetura, desenvolveu-se sob a influência do neoclassicismo e do romantismo europeus.

As maiores expressões do barroco mineiro foram mestre Ataíde e Aleijadinho

Biografia de Manuel da Costa Ataíde

O mestre Ataíde, nasceu em Mariana em 1762 e morreu em 1830, aos 68 anos. Foi um dos pintores, douradores e artífices na arte da encarnação mais relevantes da época.

Pouco se sabe sobre sua vida do mestre Ataíde.  

Sua primeira obra pública foi a corporificação de dois ícones de Jesus para a Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, em 1781.

Foi um dos poucos pintores mineiros reconhecidos no período. Era visto como uma figura humana, religiosa, membro de diversas irmandades, pessoa desprendida materialmente e que cobrava preços justos por suas obras.

Vídeo mostrando a Biografia do Mestre Ataíde

Biografia de Aleijadinho

Aleijadinho nasceu em Cachoeira do Campo, distrito em Ouro Preto, na primeira metade do século XVIII, Antônio Francisco Lisboa mudou a história da arte no Brasil.

Mestre Aleijadinho, como ficou mundialmente conhecido pela deficiência que o acometeu até a morte.

Boa parte da produção artística da oficina de mestre Aleijadinho está concentrada na cidade histórica de Ouro Preto.

Mas, está em Congonhas o conjunto do Santuário do Bom Jesus do Matosinhos, com os doze profetas esculpidos em pedra-sabão e os seis passos da Paixão de Cristo.

Entre os ícones da produção do artista está a Igreja de São Francisco de Assis, arquitetada por ele em 1766, além de ter detalhes também de autoria da oficina, como o altar-mor, o retábulo, o frontispício e a fonte-lavabo da sacristia.

Em 1767, morreu seu pai, o arquiteto português Manoel Francisco Lisboa.

Mas, como Aleijadinho não era filho legítimo, não foi contemplado no testamento.

Em 1777, Aleijadinho vai à cidade do Rio de Janeiro, para um processo judicial de reconhecimento de paternidade de seu filho, que leva o mesmo nome do avô, Manoel Francisco Lisboa, com uma escrava forra, assim como sua mãe o era quando o mestre nasceu, chamada Narciza Rodrigues da Conceição.

Neste mesmo ano, é detectada uma doença grave, que lhe deforma o corpo e os membros, principalmente as mãos.

O apelido Aleijadinho é dado ao artista por causa desta enfermidade, que o faz trabalhar de joelhos após perder os dedos dos pés.

Apesar da doença, o mestre artífice continua trabalhando em sua oficina.

Em 1800, o artista trabalhava na execução das estátuas em pedra-sabão dos profetas, localizadas no adro do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas.

Os seis passos da Paixão de Cristo, representados nas capelas em frente ao Santuário, também foram construídos nesta época, também pela oficina do mestre Aleijadinho.

Os profetas e a Paixão de Cristo, em Congonhas, e a Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, são reconhecidas como as maiores obras do artífice.

Aleijadinho deixou para a posteridade, ainda, capelas, igrejas, ornamentações em várias cidades como Sabará, São João Del Rei, Tiradentes, Caeté, Mariana, Felixlândia, Matosinhos, Barão de Cocais e São Paulo (capital), com peças hoje no Palácio dos Bandeirantes.

Veja também a completa de Biografia de Aleijadinho

Os mestres do Barroco Mineiro foram Antônio Francisco da Costa Lisboa – Aleijadinho e Manoel da Costa Ataíde – Mestre Ataíde

1. Arquitetura

A geografia montanhosa e irregular permitiu que o barroco mineiro desenvolvesse uma arquitetura bem peculiar.

Ouro Preto MG
Ouro Preto MG

O terreno repleto de morros e de vales colaborou para uma forma de urbanização atraente.

Nos pontos mais altos de cada cidade foram construídos os templos religiosos mais importantes, assim as belezas das igrejas se misturam com a beleza natural da região.

A topografia acidentada possibilitou a criação de cenários que ainda hoje fascinam quem conhece as cidades mineiras, berço do estilo barroco.

2. Escultura

O Barroco Mineiro também apresentou suas peculiaridades na escultura.

Devido ao isolamento do litoral, o que dificultava a importação de peças portuguesas, os artistas optaram por utilizar os materiais típicos da região como cedro e a pedra-sabão, adaptando-os às necessidades das obras para driblar algumas limitações técnicas e materiais.

Prisão de Jesus - Santuário de Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas MG
Prisão de Jesus – escultura criada por Aleijadinho – Santuário de Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas MG

Os doze profetas do escultor Aleijadinho, localizados no adro do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos em Congonhas, constituem uma síntese da riqueza e complexidade de sua obra: o conjunto é um exemplo de construção barroca pela disposição das estátuas, numa bem-equilibrada composição cenográfica; consideradas isoladamente, contudo, as estátuas trazem assimetrias características do rococó.

3. Pintura

A pintura do Mestre Ataíde caracteriza-se por ser inquietante e altamente espiritualizada. Marcada por um contraste de claro-escuro, intensificando a sensação de profundidade e dotada de técnicas como figuras desproporcionais ante a perspectiva.

Mestre Ataíde - Glorificação de Nossa Senhora - Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto
Mestre Ataíde – Glorificação de Nossa Senhora – Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto

Enfatiza a composição assimétrica, em diagonal, que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.  

3.1. Simbolismo das cores na arte barroca

As cores têm um papel fundamental na iconografia; sua função não fica apenas no âmbito estilístico, mas deve levar um simbolismo atrelado à imagem a qual retrata.

Ataíde faz viverem cores e imagens.

As cores com que são pintados os altares, as figuras e imagens representam uma importância fundamental para a compreensão dos símbolos e para que se possa entender o tema da composição. Dessa forma, podemos assinalar o significado que trazem consigo as duas cores mais utilizadas por Ataíde: o vermelho e o azul.

O vermelho é, na iconografia barroca, o amor, a caridade, a adoração a Deus, temor, proteção e êxtase diante do infinito desconhecido. É, ainda, martírio, sofrimento, realeza, poder absoluto.

Outros sentidos são atribuídos ao simbolismo das cores: “O vermelho vivo, berrante, indica, com segurança, extroversão sexual, embora sublimado pelos motivos sacros. Aquele vermelho não está lá só para contrastar com a sutileza do azul […].

Ele fornece-nos, simbolicamente, os elementos manifestantes da sexualidade irreprimida, tal o azul, os sentimentos opostos aninhados na alma do decorador”.

O azul simboliza a obscuridade, o sobrenatural, o desconhecido e, também, o êxtase diante de uma vida extraterrena. Com a ilusão de infinito, o azul induz ao sonho, aguça a curiosidade e atrai para a fé.

3.2. Simbolismo do ouro

O amarelo, o ouro e o sol simbolizam a união da alma de Deus, a luz revelada aos profanos, sendo o amarelo, o ouro e o sol, os três graus dessa revelação.

Mesmo sendo o ouro um metal, consolida-se na prática da iconografia. Se as cores se expressam como a luz refletida, traria o simbolismo de ser a própria luz; pura e genuína.

Principais obras do Mestre Ataíde

Os tetos, são os mais marcantes legados de Mestre Ataíde.

1. Pinturas nos tetos

1.1. “Ascensão de Cristo”, na Matriz de Santo Antônio em Santa Barbara

“Ascensão de Cristo” do mestre Ataíde, na Matriz de Santo Antônio em Santa Barbara
“Ascensão de Cristo” do mestre Ataíde, na Matriz de Santo Antônio em Santa Barbara

O teto da Matriz de Santo Antônio, em Santa Bárbara, foi, possivelmente, a primeira obra do pintor no gênero ilusionístico. 

A ilusão arquitetônica tem início logo na cimalha, onde Mestre Ataíde pintou dois consoles em cada lateral da igreja. 

Sobre cada um deles se ergue um pedestal e uma coluna, que se ligam ao medalhão central apenas por um concheado. 

Outros apoios são compostos de figuras de atlantes, falsos pilares, púlpitos, formas vegetais e rocalhas. 

No medalhão central, assistimos à Ascensão de Cristo, que é acompanhada pelos 12 apóstolos e a Virgem Maria. 

1.2. “Assunção de Nossa Senhora” é uma das obras mais famosas e conhecidas de Mestre Ataíde

“Assunção de Nossa Senhora” é uma das obras mais famosas e conhecidas de Mestre Ataíde
“Assunção de Nossa Senhora” é uma das obras mais famosas e conhecidas de Mestre Ataíde

Essa é uma das obras mais aclamadas de Mestre Ataíde. O medalhão central retrata a gloriosa Assunção da Virgem, rodeada por uma orquestra de anjos de todas as idades. 

Assim como vários anjos, Maria tem traços negros e está em uma atitude de oração, assentada em um trono de nuvens, rodeada por raios de luz e apoiada em um crescente lunar. 

Essa é uma composição complexa, muito colorida e integrada à arquitetura da igreja. 

1.3. Obra ilusionística de Mestre Ataíde é o teto da Matriz de Santo Antônio

Obra ilusionística de Mestre Ataíde é o teto da Matriz de Santo Antônio
Obra ilusionística de Mestre Ataíde é o teto da Matriz de Santo Antônio

Obra ilusionística de Mestre Ataíde é o teto da Matriz de Santo Antônio em Ouro Branco. Nela predominam as linhas retas. A organização do espaço não é tradicional, assim como a escolha da paleta de cores. 

O rico medalhão central traz um grupo com a Virgem, o Menino Jesus e Santo Antônio de Lisboa. Maria, entronizada em nuvens, tem um semblante delicado, sereno e amigável. 

Ao seu lado está o Menino Jesus, em pé sobre uma mesa, diante de um devoto Santo Antônio. 

“Agonia e Morte de São Francisco”, em Mariana, uma obra cuja autoria foi atribuída a Mestre Ataíde
“Agonia e Morte de São Francisco”, em Mariana, uma obra cuja autoria foi atribuída a Mestre Ataíde

Igreja de São Francisco de Assis em Mariana, dois painéis dividem o espaço do forro da sacristia, ambos retratando a Agonia de São Francisco.

Não existe nenhum documento que ateste a autoria de Mestre Ataíde. Contudo, ela lhe foi atribuída depois da análise de diversos especialistas, que compararam a estilística usada.

Aqui, não vemos mais a arquitetura ilusionística, mas sim grandes cenas abertas com fundos paisagísticos, sendo perceptível a habilidade do pintor em transmitir significados pelo simples uso das cores e pela distribuição dos pesos.  

2. Pintura de cavaletes

Detalhe da “Última Ceia”, considerada uma das obras mais importantes de Mestre Ataíde
Detalhe da “Última Ceia”, considerada uma das obras mais importantes de Mestre Ataíde

Detalhe da “Última Ceia”, considerada uma das obras mais importantes de Mestre Ataíde.

Além das pinturas de teto, Mestre Ataíde possui uma infinidade de obras de menores dimensões sobre telas ou painéis de madeira. 

Uma das que merece destaque é A Última Ceia, de 1828, considerada uma de suas criações mais importantes.

Essa é uma obra que explicita a qualidade de criador do artista, pois conta com diversos detalhes anedóticos que trazem mais vida à composição. 

A tela também tem aspectos heterodoxos, como os ossos de carneiro na mesa, em contradição com os rígidos preceitos do Catolicismo. 

Outras obras de Ataíde são:  
  • Cenas da Vida de Abraão e São Francisco alcança as Graças da Porciúncula (Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto); 
  • Nossa Senhora do Carmo, O Menino Jesus e São Simão Stock (presente no Museu da Inconfidência); 
  • Flagelação de Cristo (acervo dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo); 
  • Cristo a Caminho do Calvário (Museu da Arte Sacra de Mariana); 
  • Batismo de Cristo (Catedral de Mariana).

3. Douração de talha em madeira e pintura de estátuas  

Detalhe do “Cristo carregando a Cruz”, parte da série de esculturas de Aleijadinho encarnadas por Mestre Ataíde
Detalhe do “Cristo carregando a Cruz”, parte da série de esculturas de Aleijadinho encarnadas por Mestre Ataíde

Além da pintura de tetos, telas e painéis de madeira, Mestre Ataíde realizava a douração de talha em madeira e a pintura de estátuas, com uma técnica conhecida como encarnação e estofamento. 

A encarnação visa imitar o efeito da carne humana nas partes visíveis do corpo (como rosto e mãos) e o estofamento imita vestimentas e tecidos. As obras dele estão presentes em várias igrejas mineiras. 

Ele também deixou sua marca em diversos aspectos da decoração das igrejas e projetou a arquitetura de retábulos e objetos litúrgicos, como castiçais e crucifixos. 

Um exemplo desse trabalho é a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto. Ela demonstra como a decoração dos interiores era vista por Ataíde: como uma obra única, integrando arquitetura, pintura, talha e objetos. 

Além de tudo isso, ele foi ilustrador (pintando iluminuras em Livros de Compromisso de Irmandades) e pintou a mais importante série de estátuas de Aleijadinho, instalada nas Capelas dos Passos do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. 

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