Bonecos gigantes: tradição no Carnaval de Olinda

O Carnaval de Olinda, em Pernambuco, constitui uma manifestação cultural de grande relevância no cenário brasileiro, caracterizada pelo ritmo do frevo, pelas expressões populares e pela presença dos bonecos gigantes.

Os bonecos gigantes foram introduzidos em 1932 com o Homem da Meia-Noite, esses elementos visuais em papel machê tornaram-se ícones da identidade cultural local, representando tanto figuras históricas quanto do cotidiano.

Bonecos gigantes no carnaval de Olinda PE
Bonecos gigantes no carnaval de Olinda PE

Olinda: Patrimônio Histórico e Cultural

A cidade de Olinda, em Pernambuco, é reconhecida por sua rica história, deslumbrante beleza natural e valioso patrimônio cultural, evidenciado pela arquitetura colonial de suas igrejas e casarões, bem como por suas vibrantes manifestações culturais.

A Origem dos Bonecos Gigantes no Carnaval de Olinda

Em 1932, marca-se o início da utilização dos bonecos gigantes no carnaval olindense com a criação do Homem da Meia-Noite, pelo Clube de Alegoria e Crítica o Homem da Meia-Noite.

Vídeo sobre a história dos bonecos gigantes de Olinda

Carnaval de Olinda PE
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Conheça a história dos bonecos gigantes de Olinda

Veja também Olinda tem valioso casario colonial, arquitetura, história e carnaval

Difusão e Reconhecimento dos Bonecos Gigantes

Durante as décadas de 1980 e 2000, os bonecos gigantes se popularizaram no carnaval de Olinda. Em 2006, o Homem da Meia-Noite foi reconhecido como Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco. citeturn0search1

Significado Cultural dos Bonecos Gigantes

Os bonecos gigantes são considerados objetos culturais utilizados por agremiações carnavalescas para construir narrativas e personagens que permanecem na memória coletiva, carregando uma carga simbólica que envolve os foliões durante as festividades.

História do Carnaval no Brasil e o Entrudo

A prática de festejar o carnaval no Brasil teve início no século XVII com as brincadeiras de entrudos, que consistiam em jogos onde as pessoas molhavam umas às outras com água. Com o tempo, essas brincadeiras foram ressignificadas, incorporando elementos como ovos podres e farinha, o que desagradava às elites locais. Isso levou a uma tentativa de criminalização do entrudo por parte das elites, visando substituí-lo por uma celebração mais alinhada com um projeto civilizador para o país.

Abertura do carnaval de Olinda com os três principais bonecos gigantes, O Homem da Meia Noite, A Mulher do Dia e O Menino da Tarde.
Abertura do carnaval de Olinda com os três principais bonecos gigantes, O Homem da Meia Noite, A Mulher do Dia e O Menino da Tarde.

Formas de Celebração do Carnaval em Recife e Olinda

Em cidades como Recife e Olinda, surgiram diversas formas de celebração do carnaval, incluindo:

  • Troças Carnavalescas: Agremiações populares cujos desfiles aconteciam de forma simples, com participantes desfilando a pé, acompanhados por uma orquestra e um estandarte.
  • Clubes de Carnaval: Realizavam desfiles mais organizados, com participantes trajando fantasias e utilizando alegorias em seus cortejos.
  • Blocos de Rua (Blocos Líricos): Agremiações nas quais os músicos utilizavam instrumentos de pau e corda, entoando o frevo-canção.

Essas formas de celebração também representavam uma disputa política e simbólica entre a elite e a população mais pobre.

A Formação de Símbolos Nacionais e a Identidade Cultural

Durante a formação dos estados nacionais, foi necessário criar símbolos capazes de unir as pessoas em torno de representações como a língua, hinos e bandeiras. O objetivo era construir um sentimento de pertencimento ao país. Nesse contexto, o Estado passou a eleger bens, práticas e manifestações culturais que contribuíssem para a criação de uma identidade nacional.

A Trajetória dos Bonecos Gigantes em Olinda

No início do século XX, Olinda já possuía diversas troças carnavalescas reconhecidas, como:

  • Clube Lenhadores de Olinda (1907)
  • Troça Carnavalesca Mista Cariri (1921)
  • Troça Carnavalesca Prato Misterioso (1925)

Entretanto, nenhuma dessas agremiações era representada por bonecos gigantes, mas sim por estandartes. A introdução dos bonecos gigantes no carnaval de Olinda ocorreu em 1932, com a fundação da Troça Carnavalesca Homem da Meia-Noite, resultado de uma dissidência da Troça Carnavalesca Mista Cariri. citeturn0search1

O Homem da Meia-Noite: Símbolo do Carnaval de Olinda

O Homem da Meia-Noite é o mais antigo boneco gigante de Olinda, com cerca de quatro metros de altura. Sua primeira aparição ocorreu em 2 de fevereiro de 1932, data dedicada a Iemanjá, o que estabelece uma associação com o candomblé. O boneco, conhecido como calunga, é uma figura mística que representa a materialização das relações sociais e práticas das agremiações carnavalescas. citeturn0search1

A Família dos Bonecos Gigantes

  • Mulher do Dia: Criada em 1967 para fazer companhia ao Homem da Meia-Noite, é uma das grandes atrações do carnaval olindense. citeturn0search4
  • Menino da Tarde: Criado em 1974 por Silvio Botelho, representa o filho do casal e é o terceiro boneco gigante mais antigo de Olinda. citeturn0search10

Reconhecimento e Patrimônio Cultural

Em 2006, o Clube de Alegoria e Crítica Homem da Meia-Noite foi reconhecido como Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, destacando a importância da instituição e do calunga para a cultura local.

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