História e Arquitetura Colonial de São Luís do Maranhão

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Centro Histórico de São Luís do Maranhão
Centro Histórico de São Luís do Maranhão

O Centro Histórico São Luís do Maranhão se destaca pela uniformidade e pela beleza simples e regular dos seus imóveis, formando um dos maiores conjuntos arquitetônicos de essência portuguesa ainda preservados da América Latina.

A arquitetura que herdamos dos portugueses é o que São Luís tem de mais rico em seu patrimônio histórico.

Um acervo de casarões coloniais que refletem bem como viviam os colonizadores que chegavam à cidade.

Esse conjunto arquitetônico de São Luís do Maranhão é tão importante que foi declarado Patrimônio da Humanidade.

Basta dar um passeio pelas ruas e becos da Praia Grande para conhecer um pedaço da história do Maranhão e do Brasil.

Um dos detalhes mais marcantes da formação arquitetônica de São Luís é, sem dúvidas, a azulejaria.

O acervo azulejar da capital reúne preciosidades que dão uma dica do que foi a capital maranhense alguns séculos atrás: um lugar repleto de luxo.

Na verdade, havia uma outra razão muito forte para a aplicação de azulejos nas fachadas que se referia ao fato deles refletirem os raios solares com muita intensidade, pois ameniza o calor no interior das edificações, já que o absorve menos, propiciando um melhor conforto ambiental. Então, os azulejos tinha essa dupla função de embelezar e de manter a qualidade do ambiente mais ameno em um clima equatorial.

Fatores que levaram este conjunto a compor a lista da UNESCO de patrimônios culturais do mundo, em 1997.

Possui um acervo arquitetônico colonial avaliado em cerca de 4 mil prédios, distribuídos por mais de 220 hectares, sendo grande parte deles sobradões com mirantes, muitos revestidos com azulejos portugueses.

Construídos pelos senhores que comandavam a produção de algodão na região, os solares e sobrados são marcas do apogeu econômico da cidade.

Formado pelos bairros da Praia Grande e Desterro, a região concentra hoje museus, centros de cultura, teatros, cinema, bares, restaurantes, feira e uma infinidade de lojas de artesanato.

Estão ali também praças, charmosos becos, escadarias, ladeiras e algumas das mais belas ruas da parte histórica da cidade, como a Rua Portugal e Rua do Giz e Largo do Comércio.

A área do Centro Histórico é fechada para o trânsito de veículos.

Mapa do centro histórico de São Luís do Maranhão
Mapa do centro histórico de São Luís do Maranhão

A Praia Grande é perfeita para tranquilos passeios a pé. Neste caso, tênis e sandálias baixas são ideais, para caminhar sobre o piso de paralelepípedos, subir e descer ladeiras e escadarias. Recomenda- se usar roupas leves e protetor solar.

Videos sobre Centro Histórico de São Luís

Construções Coloniais e Conjunto arquitetônico de São Luís

A historiadora da Universidade Federal do Maranhão, Antônia Mota, tem diversas pesquisas sobre as origens das construções coloniais. Segundo a ela, grande parte das edificações históricas foi erguida mais de um século depois da fundação de São Luís.

Construções Coloniais de São Luís do Maranhão
Construções Coloniais de São Luís do Maranhão

O momento era promissor no comércio já que a elite lusitana vivia na cidade. “Através da companhia de comércio do Grão-Pará e Maranhão, o Marquês de Pombal carreou recursos e foi neste momento que se desenvolveu o cultivo e a exportação e algodão e de arroz, o que favoreceu o desenvolvimento da região, a vinda de muitos portugueses atraídos pelos negócios, a vinda de escravos africanos para trabalhar nessas lavouras e o grande aumento da população”, explica Antônia Mota.

A professora lembra que, na época, a cidade foi beneficiada, ainda, pela reconstrução de Lisboa, que havia sido arrasada por um terremoto. “São Luís era o local de moradia dos proprietários rurais e dos comerciantes, então, de certa forma, ela ficou muito parecida com Lisboa, porque as técnicas de construção vieram muito neste período em que Lisboa estava sendo reconstruída”, conta ela.

As pedras talhadas, chamadas pedras de cantaria, que se espalham por calçadas e ruas do Centro Histórico, vieram para São Luís como lastro dos navios portugueses.

Atualmente, toda essa arquitetura ainda encanta pessoas do mundo inteiro que visitam a cidade. Fábio Colignac é gerente de uma pousada que funciona há seis anos em um casarão  construído no ano de 1835 no Centro Histórico.

Os turistas se impressionam com a viagem ao tempo no hotel.

A construção é como quase todas do período: na parte central fica o solar, área comum geralmente com árvores e plantas. Os cômodos ficam ao redor, os quartos são confortáveis e não perderam as principais características.

As escadas, o assoalho de madeira, os corrimãos, e até as escápulas das redes são originais. “Esse é o grande desafio, conseguir adaptar esse casarão sem abrir mão do conforto que é geralmente buscado em um hotel, como ar-condicionado e banheiro privativo  com água quente”, diz Fábio.

O grego Nikos Papazarkada veio de Atenas e se apaixonou pelo que encontrou na cidade.

Ele afirma nunca ter visto nada parecido no mundo e que achou tudo lindo e encantador. Para muitos, o cenário da capital maranhense é mesmo irresistível e tem sido assim há 400 anos.

Conjunto arquitetônico e urbanístico dos séculos XVIII, XIX e XX

São Luís reúne no seu antigo centro, um conjunto arquitetônico e urbanístico dos séculos XVIII, XIX e XX, com cerca de 5600 imóveis tombados (classificados) pelo governo estadual e federal, distribuídos na extensa área que forma o centro histórico.

São edificações de épocas e estilos variados (tradicional português, neoclássico, eclético, neocolonial, art déco e moderno), sendo a maioria de arquitetura civil.

A tipologia arquitetônica predominante na paisagem urbana é composta por seus sobrados (prédios com mais de um pavimento), solares, moradas-inteiras, moradas-e-meia, ¾ de moradas, meias-moradas e portas-e-janelas.

O casario apresenta um número considerável de edificações com fachadas revestidas, no século XIX, com azulejos procedentes principalmente de Portugal.

Os exemplares arquitetônicos mais antigos são remanescentes dos séculos XVIII e XIX, pois nos primeiros anos da colonização portuguesa, e até meados do século XVIII, a economia do Maranhão se reduzia à produção de subsistência.

O historiador maranhense Mário Meireles relata que a situação de miséria de São Luís em 1683 era de uma cidade “acanhada, de ruas tortuosas, aladeiradas e sem calçamento, em que a quase totalidade das casas era de taipa, recobertas de palha, com urupemas nas janelas”.

A economia do Estado desenvolveu-se a partir de 1755 com a criação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, “empreendimento estruturado pelo Marquês de Pombal, ministro de D. José I (1750-1777), que estimulou, por meio de financiamento, a aquisição de ferramentas e mãode-obra escrava, colocando o Maranhão no circuito de produção e exportação de produtos agrícolas, principalmente do algodão”.

Marques (1970) comenta que a criação da Companhia “alterou profundamente a vida do Estado, abrindo a sua lavoura e seu comércio um período de franco progresso que se traduziu no enriquecimento material e no aprimoramento intelectual da
sociedade”.

A promissora economia do Maranhão, com base essencialmente na mão-de-obra escrava para a produção das lavouras, entra em declínio no final do século XIX, logo após a abolição da escravatura em 1888, agravando-se também com as consequências da queda de preço do
algodão no mercado internacional.

As tentativas, nem sempre bem sucedidas, de substituição da atividade agrícola pela implantação de indústrias têxteis, culmina com a estagnação do Maranhão no final do século XIX e, inevitavelmente, com fortes reflexos no desenvolvimento urbano de São Luís.

Arquitetura de casas e sobrados de São Luís 

No sobe e desce das ladeiras e escadarias do Centro Histórico de São Luís se desenham as nuances da arquitetura colonial luso-brasileira.

Como ainda hoje se faz, as frentes das casas perfiladas nas ruas da Praia Grande traduziam a posição social de seus proprietários.

A elas se juntam igrejas, capelas, prédios de função oficial, casas de sítios e instalações industriais, conferindo vínculos e identidade.

Estilos de casas e sobrados em São Luís MA
Estilos de casas e sobrados em São Luís MA

Na segunda metade do século XVIII, quando a cidade deu um salto populacional de 854 habitantes para 16.580, motivado principalmente pela migração de famílias do arquipélago de Açores e, sobretudo, com a introdução do trabalho escravo africano, o bairro passa a concentrar atividades econômicas, com abertura de casas comerciais e, consequentemente, maior valorização do solo urbano e maior diversidade no tamanho dos lotes.

Porta e janelas, meia moradas e sobrados são alguns dos padrões dos imóveis erguidos na cidade.

Ao longo da formação dessa teia urbana, o centro antigo não distinguiu vias principais das secundárias, nem se impôs a formação de zonas residências exclusivas.

Habitações e estabelecimentos comerciais comungavam do mesmo espaço, dando ar de homogeneidade arquitetônica na cidade.

São muitas as variações: porta e janela, meia morada, três quartos (3/4) de morada, morada inteira, morada e meia, casa térrea de comércio, casa térrea de porão, casa térrea de porão e mirante, sobrados de dois e três andares, com ou sem porão e/ou mirante, sobrados de quatro andares.

Estas habitações se distinguirão mais pela quantidade de cômodos do que pela ornamentação ou sistemas construtivos.

Com a efervescência do comércio, acrescentaram-se às moradias ludovicenses as portas de ruas. Geralmente, o pavimento térreo era dedicado às atividades comerciais; os pisos superiores ficavam os cômodos íntimos, com comunicação direta entre si. Outra peculiaridade nas residências da região são os ganchos para as redes espalhados por todos os cômodos, costume que segue até hoje.

Em decorrência dos lotes serem mais profundos do que largos, as construções obedeciam a padrões urbanos que favoreciam a circulação do ar e à iluminação, basicamente desenvolvidas em cinco projeções de plantas: retangular, em L, em C, em U e em O, com predominância das formas em L e em U.

Estilos de casas e sobrados em São Luís MA
Estilos de casas e sobrados em São Luís MA

Veja também Cores das casas e prédios na arquitetura colonial do nordeste

Azulejos de Fachadas de São Luís do Maranhão

A primeira informação sobre os azulejos de São Luís, segundo a professora Dora Alcântara, aparece na “notícia sobre uma importação no século XVIII, que nos fornece o trabalho, recentemente publicado, de Domingos Vieira Filho, Azulejaria no Maranhão”.

Azulejos e Fachadas de São Luís do Maranhão
Azulejos e Fachadas de São Luís do Maranhão

Veja História e Cronologia dos Azulejos Portugueses

Nesse trabalho o historiador Domingos Vieira Filho comenta que em 1778 chegaram a São Luís 107.402 azulejos.

Os referidos azulejos provavelmente devem ter sido aplicados como silhar no interior de igrejas ou residencias, pois o gosto por azulejar as fachadas das moradas térreas e sobrados maranhenses só começa a partir da década de 1840 .

Em meados do século XIX, surge no Brasil, como Dora Alcântara relata em seu trabalho Azulejos Portugueses em São Luís do Maranhão, uma “nova forma de utilização do azulejo, que o fez sair do interior de igrejas, conventos, residências apalacetadas ou edifícios de uso oficial, para o exterior” das fachadas.

O revestimento externo com azulejo se generaliza nas cidades litorâneas de norte a sul, destacando-se Belém, São Luís, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre, entre outras cidades com menos frequência na prática de azulejar fachadas.

No século XIX, período áureo da economia maranhense, houve uma ampla aceitação do azulejo como material de revestimento de fachadas, principalmente nos imóveis que pertenciam aos senhores de engenhos e comerciantes portugueses, enriquecidos com a produção e exportação do algodão e arroz.

Essa aceitação é atribuída à melhoria estética que o azulejo incorpora às fachadas, ao mesmo tempo em que as proteje das chuvas de inverno que ocorrem durante seis meses na região.

No século XIX um expressivo número de azulejos de tapetes com diversos padrões, manufaturados na técnica de estampilha, são importados de Portugal para utilização nos revestimentos das fachadas do casario de São Luis.

No intervalo compreendido entre 1843 a 1879 registra-se a chegada ao porto de São Luís de vários navios com carregamento de azulejos, sendo 90% provenientes de Lisboa, e o restante da cidade do Porto.

São Luís recebeu também, mas em quantidade bem menor, azulejos procedentes da França, Bélgica e Alemanha.

A aplicação do revestimento de azulejos nas fachadas é feita de forma total, parcial ou em adornos isolados.

Normalmente, o azulejamento surge na fachada principal (incluido-se a frente dos mirantes), mas alguns imóveis de esquina também possuem a fachada lateral com revestimento total ou parcial em azulejo.

Os azulejos de revestimento das fachadas são do tipo tapete ou liso, confeccionados nas técnicas de estampilha, decalque, relevo e marmoreado.

A maioria dos padrões define a composição com a repetição (com rotação) de quatro peças, mas há padrões em que a composição se define em uma única peça.

A maioria dos azulejos que chegaram ao Maranhão apresenta formato de 13,5 cm x 13,5 cm. As guarnições possuem dimensões em torno de 6,75 cm x 13,5cm (frisos), com peça de canto na dimensão 6,75 cm x 6,75 cm e cercaduras com 13,5 cm x 13,5 cm.

Quando não existia peça de canto própia para determinada guarnição era comum fazer-se um corte a meia esquadria (45º) para adaptar a combinação ortogonal do friso.

Alguns azulejos pela sua estrutura de desenho geométrico permitem variações de composição do tapete.

Em São Luís, a configuração ou posicionamento das peças “de azulejos nas fachadas adquiriu características peculiares pelas diversas formas de aplicação de uma unidade padrão, aparecendo, assim, diferentes composições de tapetes de um mesmo azulejo”.

Veja o trabalho – Azulejos de Fachadas de São Luís do Maranhão

Pontos Turísticos do Centro Histórico de São Luís MA

  1. Igreja da Sé e Palácio Episcopal
  2. Palácio de La Ravardière
  3. Palácio Cristo Rei
  4. Palácio dos Leões
  5. Praça Benedito Leite
  6. Rua Portugal e Rua do Trapiche
  7. Convento das Mercês
  8. Teatro Arthur Azevedo
  9. Cafua das Mercês
  10.  Casa do Maranhão
  11. Largo do Comércio
  12. Fonte das Pedras
  13. Fonte do Ribeirão
  14. Mercado das Tulhas
  15. Museu Casa de Nhozinho
  16. Museu Solar dos Vasconcelos – Memorial do Centro Histórico
  17. Museu Histórico e Artístico do Maranhão
  18. Museu de Arte Sacra
  19. Beco Catarina Mina
  20. Teatro João do Vale
  21. Centro de Criatividade Odylo Costa Filho
  22. Teatro Alcione Nazaré

1. Igreja da Sé e Palácio Episcopal

Igreja da Sé e Palácio Episcopal de São Luís - MA
Igreja da Sé e Palácio Episcopal de São Luís – MA

Conta-se que no início da colonização, quando portugueses e franceses lutavam pelo domínio das terras, deu-se a Batalha de Guaxenduba (1614).

Em menor número em comparação a La Ravardière, as forças de Jerônimo de Albuquerque ganharam o reforço de uma figura feminina que deu força aos combatentes, servindo-lhes pólvora que ela mesma fabricava com o pó da terra.

Endereço: Av. Pedro II, S/N – Centro

Visitação: de terça a sábado, das 8h às 12h e das 14h30 às 17h30

2. Palácio de La Ravardière

Palácio de La Ravardière em São Luís
Palácio de La Ravardière em São Luís

Exemplo de prédios administrativos do período colonial, o Palácio de La Ravardière recebeu esse nome em 1962, por ocasião do aniversário de 350 anos da cidade.

Foi construído por volta de 1689 e é um dos prédios mais antigos da região. Hoje abriga a sede do Governo Municipal e traz à frente o busto de bronze de Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, comandante francês e fundador de São Luís.

Endereço: Avenida D. Pedro II, ao lado do Palácio dos Leões.

Visitação: somente visitação externa.

3. Palácio Cristo Rei

Palácio Cristo Rei em São Luís - MA
Palácio Cristo Rei em São Luís – MA

Construído em 1838 para servir de residência ao Comendador José Joaquim Teixeira Vieira, o imóvel representa o luxo das famílias ricas do período colonial.

Foi vendido em 1900 ao então vice-cônsul dos EUA dono de casa bancária em São Luís. Segundo dizem, o cônsul costumava servir as mais sofisticadas iguarias aos mendigos e necessitados e, por isso, passou a ser chamado de “padrinho”.

Em 1908, devido à falência de seu banco e às numerosas dívidas que possuía, suicidou-se e teve o imóvel leiloado. Desde então, o palácio passou por inúmeros proprietários, até que, em 1953, serviu de sede do Arcebispado e recebeu o nome de “Palácio Cristo Rei”. Atualmente, abriga a reitoria da Universidade Federal do Maranhão.

Endereço: Praça Gonçalves, 351 – Largo dos Amores Dias – Centro

Visitação: de segunda a sexta, das 8h às 11h e das 14h às 17h

4. Palácio dos Leões

Palácio dos Leões em São Luís - MA
Palácio dos Leões em São Luís – MA

Com três mil metros quadrados de área construída, esculpido com o primor da arquitetura neoclássica e localizado em frente à Baía de São Marcos, o Palácio dos Leões serve de residência oficial e sede do Governo do Maranhão.

Ficou conhecido como Palácio dos Leões (Forte de São Felipe) devido aos leões de bronze que guardam suas entradas. Erguido sobre o que um dia foi o Forte de São Luís, ganhou forma de palácio em 1776, quando o Governador Joaquim de Mello e Povoas remodelou a construção com materiais aproveitados da extinta casa dos jesuítas em Alcântara. Completamente restaurado, merece ser visto não apenas pela arquitetura e suntuosidade, mas também pelos tesouros artísticos e relíquias guardadas em seu interior.

Informações

Endereço: Av. Pedro II, S/N – Centro

Visitação: de quarta a sexta, das 14h às 17h, sábados e domingos, das 15h às 17h

5. Praça Benedito Leite

Praça Benedito Leite em São Luís do Maranhão
Praça Benedito Leite em São Luís do Maranhão

Outra oportunidade para um descanso é sentar em um dos bancos da praça e ficar observando a movimentação das pessoas.

Originalmente conhecido como Largo Velho do Val, esse local foi muito frequentado por prostitutas.

A partir do século XIX, foi urbanizada e virou um jardim botânico, que depois foi desmanchado e as grades que cercavam o local derrubadas. Recebeu o nome de Praça Benedito Pereira Leite em homenagem ao estadista, que aparece em uma estátua do canteiro central.

6. Rua Portugal e Rua do Trapiche

Rua Portugal em São Luís - MA
Rua Portugal em São Luís – MA

A Rua Portugal é uma das principais ruas do Centro Histórico de São Luís, onde se concentravam os estabelecimentos comerciais mais importantes da época de sua construção.

Ainda hoje mantém suas raízes, pois possui diversas lojas e comércio ativo, além de repartições públicas. É um polo onde se encontram o Museu de Artes Visuais e a Casa de Nhozinho (Museu que homenageia o artesão maranhense Antônio Bruno Pinto Nogueira que, ao longo da vida, confeccionou brinquedos e figuras do folclore em buriti).

Na esquina com a Rua Portugal está a Rua do Trapiche, onde certamente você vai se encantar com a Mora- da das Artes, local de moradia de diversos artistas que abrem as portas para a visitação de suas obras.

7. Convento das Mercês

Convento das Mercês
Convento das Mercês

Descendo pela Rua da Palma, fomos andando até o Convento das Mercês. Construído no século XVII, o extenso edifício é considerado um dos Sete Tesouros do Patrimônio Cultural Material de São Luís.

Além da arquitetura colonial, é possível visitar ali uma significativa exposição sobre a história da república, cujos itens foram doados pelo ex-presidente José Sarney.

8. Teatro Arthur Azevedo

Teatro Arthur Azevedo em São Luís - MA
Teatro Arthur Azevedo em São Luís – MA

O teatro mais famoso de São Luís é também um dos mais antigos do País. Conserva os traços neoclássicos originais que guardam mais de 200 anos de história e uma beleza comparável a poucos.

Inaugurado em 1817, como Teatro União, foi só no século seguinte que finalmente ganhou o nome do grande mestre da dramaturgia brasileira.

No começo dos anos 90, suas instalações e equipa- mentos foram reformados, transformando o teatro num dos mais modernos ambientes para a arte dramática do País.

Endereço: Rua do Sol, 180 – Centro

Visitação: de terça a sexta, das 15h às 17h

Veja História do Teatro Arthur Azevedo em São Luís do Maranhão

9. Cafua das Mercês

Cafua das Mercês em São Luís - MA
Cafua das Mercês em São Luís – MA

Conta-se que o Cafua das Mercês teria sido um entreposto para o comércio de negros em São Luís, local onde eram expostos e comercializados após desembarcarem.

Hoje, a pequena construção sedia o Museu do Negro, cujo acervo é formado por peças típicas de uma senzala, a réplica de um pelourinho que havia no Largo do Carmo, no centro da cidade, e uma curiosa coleção de peças de artesanato africano feitas em madeira e marfim.

Endereço: Rua Jacinto Maia, Desterro, ao lado do Convento das Mercês.

Visitação: de terça a domingo, das 9h às 17h.

 10. Casa do Maranhão

Casa do Maranhão
Casa do Maranhão

Dos museus que tratam a parte do folclore maranhense, esse foi o que mais me agradou. A exposição é bem organizada no extenso galpão do segundo andar desse casarão histórico em frente ao cais.

Ali também é mostrado o preconceito, dessa vez principalmente a questão racial que separava os negros dos europeus.

A maior parte da exposição faz referência às festas de boi, que teve início como uma brincadeira de escravos e chegou a ser perseguida radicalmente pelos políticos e pela polícia, mas hoje se encontra estabelecida como uma democrática manifestação popular do estado.

11. Largo do Comércio

Típico largo de uma cidade colonial. Muito da história ludovicense aconteceu aqui. Durante os séculos XVIII e XIX, este logradouro da Praia Grande era utilizado para o comércio da cidade e hoje abriga estabelecimentos como bares, restaurantes, lojas e quiosques turísticos.

Mesmo com a decadência econômica na década de 30, ainda hoje encontramos os casarões intactos e com toda a sua beleza arquitetônica em estilo colonial português, fachadas revestidas de azulejos e pedra de cantaria.

12. Fonte das Pedras

Fonte das Pedras em São Luís do Maranhão
Fonte das Pedras em São Luís do Maranhão

Este local é um marco. Foi lá, junto ao que era ainda uma nascente que, em outubro de 1615, Jerônimo de Albuquerque acampou suas tropas enquanto expulsava os franceses de São Luís.

No melhor estilo colonial português, a Fonte das Pedras, instalada num quadrilátero murado, conta com um frontão em alvenaria e carrancas por onde a água jorra fartamente.

Endereço: Rua de Antonio Rayol, próxima ao Mercado Central.

13. Fonte do Ribeirão

Fonte do Ribeirão em São Luís - MA
Fonte do Ribeirão em São Luís – MA

Vários mistérios rondam o monumento e tornam ainda mais curiosa essa fonte construída em 1796 para abastecer de água a população. Seu piso é revestido de pedras de cantaria e a água, sempre farta, jorra de carrancas, em um tanque lajeado.

As carrancas são figuras de aspectos disformes, comumente usadas em fontes, chafarizes e proas de barcos para espantar maus espíritos.

A da fonte representa Netuno, Deus mitológico, senhor dos mares e das águas, que abastecia a população local de água limpa que brotava de sua boca.

Lendas fantásticas também foram criadas sobre suas galerias subterrâneas. Dizem que servia de comunicação entre frades de uma igreja a outra. Também para transporte ou fuga de escravos e comércio ilegal de ouro e pedras preciosas. Outra lenda é sobre a serpente encantada, que reside nos túneis da galeria e cresce sem parar, e um dia destruirá a ilha de São Luís, quando a cauda encontrar a cabeça.

Informações

Endereço: entre as Ruas do Ribeirão e dos Afogados.

Veja História da Fonte do Ribeirão em São Luís do Maranhão

14. Mercado das Tulhas

Mercado das Tulhas em São Luís do Maranhão
Mercado das Tulhas em São Luís do Maranhão

Também conhecido como Feira da Praia Grande, esse mercadão funciona em uma construção do século XIX que foi dividida em diversos quiosques para a venda de produtos regionais como cachaças (incluindo a tiquira, feita a partir da mandioca), doces, licores, alimentos diversos, temperos, roupas e acessórios, panelas, temperos e tudo o que se pode imaginar.

15. Museu Casa de Nhozinho

Museu Casa de Nhozinho em São Luís - MA
Museu Casa de Nhozinho em São Luís – MA

O Museu Casa de Nhozinho está instalado em um sobrado com três pavimentos e fachada de azulejo colonial.

O nome Casa de Nhozinho é uma homenagem ao grande artesão maranhense Antônio Bruno Nogueira, conhecido por Nhozinho, que se destacou pela confecção de rodas de boi feitas de buriti, apesar de ser portador de deficiência.

Ali, os visitantes têm uma amostra das técnicas de produção da cultura material: peças de artesanato indígena, brinquedos dos séculos 18 e 19 e réplicas ou peças originais de embarcações típicas do Maranhão.

O nome desse museu é homenagem a Antônio Bruno Pinto Nogueira, o Nhozinho, nascido no início do século XX em uma cidade litorânea do norte do Maranhão.

Casa de Nhozinho
Casa de Nhozinho

Após uma infância normal, desenvolveu uma doença a partir dos 12 anos de idade que lhe comprometia as funções motoras.

Preso à cama, desenvolveu suas habilidades manuais com a fabricação de brinquedos e outros objetos como presépios, barcos, papagaios, carrinhos de boi, cofres, miniaturas de animais e bonecos de madeira.

Posteriormente, a matéria prima foi substituída por buriti, haste porosa de uma palmeira nativa do Maranhão, mais macia e maleável para o corte. Além das obras do artesão, estão expostas nesse sobrado peças provenientes de diversas técnicas, além de objetos e artefatos do cotidiano regional, como pilões, carros de boi, utensílios de pesca, miniaturas de embarcações, trajes de festas populares e artesanato indígena.

Endereço: Rua Portugal, 185

Visitação: de terça a domingo das 9h às 18h.

16. Museu Solar dos Vasconcelos – Memorial do Centro Histórico

Museu Solar dos Vasconcelos em São Luís - MA
Museu Solar dos Vasconcelos em São Luís – MA

O Solar dos Vasconcelos foi construído no século XIX e é um dos mais significativos exemplares da arquitetura de São Luís. Apresenta uma belíssima fachada de dois pavimentos simétricos e duas por- tas emolduradas em cantaria lavrada.

Reformado e adaptado, recebeu o acervo do Memorial do Centro Histórico, exibindo maquetes e painéis fotográficos que registram toda a história de preservação e revitalização do Centro Histórico de São Luís.

Abriga também uma importante coleção de maquetes de barcos típicos do Maranhão.

Endereço: Rua da Estrela

Visitação: de segunda a sexta, a partir das 9h e, aos sábados, a partir das 13h.

17. Museu Histórico e Artístico do Maranhão

Museu Histórico e Artístico do Maranhão
Museu Histórico e Artístico do Maranhão

O preservado Solar Gomes de Souza, erguido em 1836 no centro de São Luís, pertenceu à família do matemático, astrônomo, filósofo e parlamentar Joaquim Gomes de Souza, o Souzinha.

Transformado em museu em 1973, os objetos em exposição – mobiliário, porcelanas inglesas e francesas, vidros, cristais, e destaque à obra Tauromaquia, óleo sobre tela, de 1950, obra legítima do pintor espanhol Pablo Picasso – reconstituem os ambientes das ricas residências maranhenses dos séculos XVIII e XIX.

Antes de entrar para uma visita guiada, aprecie a fachada, um belíssimo exemplar da arquitetura colonial portuguesa.

Endereço: Rua do Sol, 302 – Centro

Visitação: das 9h às 17h30 e sábados e domingos, das 9h às 17h

Veja Museu Histórico e Artístico do Maranhão

18. Museu de Arte Sacra

Museu de Arte Sacra de São Luís do Maranhão
Museu de Arte Sacra de São Luís do Maranhão

Nesse edifício anexo à catedral, funciona o Museu de Arte Sacra. A visita à exposição ali apresentada é uma boa oportunidade de conhecer um pouco da história da cidade, cuja fundação teve uma celebração de missa dos jesuítas.

As centenas de peças da mostra incluem esculturas, cálices, crucifixos e outros objetos utilizados nas missas.

O Museu de Arte Sacra está ao lado do Museu Histórico e Artístico. Situado em um solar com fachada de azulejos, onde residiu o Barão de Grajaú, Carlos Fernandes Ribeiro e sua esposa, a baronesa Anna Rosa Vianna Ribeiro.

Hoje é um espaço único para contemplar e exibir as valiosas peças de ourivesaria que contam a História da Igreja no Maranhão. Seu acervo, que pertence em parte à Arquidiocese de São Luís, é composto por peças dos séculos 18 e 19 em estilos rococó e neoclássico.

Endereço: Rua 13 de Maio, 500 – Centro

Visitação: das 9h às 17h30 e sábados e domingos, das 9h às 17h.

19. Beco Catarina Mina

Beco Catarina Mina em São Luís - MA
Beco Catarina Mina em São Luís – MA

O Beco Catarina Mina possui uma escadaria de 35 largos degraus em pedras de lioz, datadas do século XIII. Foi batizado em homenagem à Mina Catarina Rosa Pereira de Jesus, uma escrava que mantinha uma loja no local.

A célebre cativa, cuja história lembra a de uma outra escrava igualmente famosa, Xica da Silva, fez fortuna graças ao seu trabalho e às suas ligações com ricos comerciantes da região, que literalmente ficavam de queixo caído com a sua beleza.

Catarina juntou fortuna, comprou sua alforria e transformou-se em senhora de escravos, passando a ser vista pela cidade seguida por um cortejo de mulheres caprichosamente vestidas.

Informações

Localizado na Praia Grande, no Centro Histórico de São Luís.

20. Teatro João do Vale

Teatro João do Vale em São Luís - MA
Teatro João do Vale em São Luís – MA

O Teatro João do Vale fica no coração do centro histórico, no Largo do Comércio, Praia Grande, e é um dos centros culturais mais importantes de São Luís.

É uma homenagem a João Batista do Vale, um dos Artistas mais importantes do Maranhão, elei- to personagem ilustre do Século XX e que já teve obras gravadas por Nara Leão, Dolores Duran, Zé Kéti, Chico Buarque e, é claro, Maria Bethânia, que interpretou seu maior sucesso: “Carcará”.

O Teatro João do Vale é palco de espetáculos regionais e na- cionais, trazendo sempre o melhor da música e da dramaturgia para São Luís.

21. Centro de Criatividade Odylo Costa Filho

Centro de Criatividade Odylo Costa Filho em São Luís - MA
Centro de Criatividade Odylo Costa Filho em São Luís – MA

Complexo Cultural no bairro da Praia Grande, a Biblioteca Ferreira Gullar, com acervo formado por obras de autores maranhenses e sobre o Maranhão.

Está lá também o Cine Praia Grande, sala que exibe filmes de arte, uma galeria de exposições temporárias e o Teatro Alcione Nazaré, inaugurado em 1988 e dispondo de 215 lugares.

No Centro, são oferecidos ainda cursos de arte, como fotografia, desenho, escultura e dança.

Endereço: Rampa do Comércio, 200, Praia Grande

Visitação: todos os dias, das 8h às 20h

22. Teatro Alcione Nazaré

Também conhecido como Teatro Praia Grande, foi cria- do em 1988 inicialmente para receber grupos amadores e ensaios. Foi batizado em homenagem à cantora Alcione, a Marrom, maranhense de corpo e alma.

Endereço: Rua Rampa do Comércio – 200 – Centro Visitação: diariamente, das 8h às 20h.

Guia de Turismo e Viagem de São Luís do Maranhão e Nordeste

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