História da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador

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Igreja de Nosso Senhor do Bonfim não é a mais bonita, mas com certeza, é a mais famosa de Salvador em função da tradicional “Lavagem do Bonfim”, comemoração marcada pelas baianas jogando água nos degraus do templo em uma festa que dura o dia inteiro, animada por blocos de afoxé.

Dorival Caymmi cantou, em uma de suas músicas, “A igreja Senhor do Bonfim”, que Salvador tem 365 igrejas, para que o baiano celebre sua fé em um canto diferente a cada dia do ano.

Igreja do Nosso Senhor do Bonfim em Salvador BA
Igreja do Nosso Senhor do Bonfim em Salvador BA
Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador BA
Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador BA

Ninguém sabe ao certo se este é realmente o número de templos católicos da capital baiana e há quem diga que existem ainda mais.

Uma coisa é certa: as igrejas católicas construídas aqui, desde a fundação da cidade, guardam histórias além de relíquias. São elas que remetem o visitante a um passado onde fé e arte estavam juntas em um mesmo altar.

As igrejas de Salvador possuem uma variedade de estilos, indo do barroco ao neoclássico.

Foram construídas com os mais diversos materiais, desde a pedra lioz até o ouro. Algumas conservam ainda painéis e tetos pintados a óleo, azulejos vindos de Portugal, imagens sacras que são obras de arte.

Detalhes que fazem dos templos de Salvador muito mais do que casas de orações, são monumentos de valor artístico inestimável.

Interior da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim em Salvador BA
Interior da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim em Salvador BA

Vídeo – História da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim

História da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim

História da construção da Igreja do Bonfim

A Capela do Senhor do Bonfim, localizada na cidade de Setúbal, Portugal, tem uma história que remonta ao século XVII.

Capela do Senhor do Bonfim foi erguida em 1669, em Setúbal, Portugal, uma ermida, inicialmente conhecida como “Anjo da Guarda”, passou a ser chamada de Igreja do Senhor do Bonfim.

A devoção ao Senhor do Bonfim ganhou força quando Dom João V, diante da imagem do Senhor do Bonfim, fez promessas pelo restabelecimento da saúde de seu pai, o rei Dom Pedro II.

Theodózio Rodrigues de Faria, capitão-de-mar-e-guerra da marinha portuguesa e devoto fervoroso, fez uma promessa durante uma tempestade.

Ele jurou que, se sobrevivesse, traria para o Brasil as imagens do Senhor Jesus do Bonfim e de Nossa Senhora da Guia. Assim, em 18 de abril de 1745, uma réplica da imagem foi trazida de sua terra natal, Setúbal, iniciando a construção da Igreja do Senhor do Bonfim. Nesse mesmo momento, também começou o culto ao Senhor do Bonfim e a Nossa Senhora da Guia, com a criação da Irmandade da Devoção do Senhor Bom Jesus do Bonfim, reconhecida pelo arcebispo Dom José Botelho de Matos.

Lápide com o nome Theodózio Rodrigues de Faria na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador
Lápide com o nome Theodózio Rodrigues de Faria na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador

As obras da capela começaram em 1746, e no dia 24 de junho de 1754, após a conclusão dos trabalhos internos, a sagrada imagem foi trazida em procissão da Capela da Penha para a Colina do Bonfim. O VI vice-rei do Brasil participou da celebração, junto com a população, em uma missa solene.

Em 1772, as obras da capela foram concluídas, e, no ano seguinte, a festa litúrgica do Bonfim passou a ser celebrada no segundo domingo da Epifania (o segundo domingo de janeiro), com autorização do arcebispo Dom Sebastião Monteiro de Vide. Nesse mesmo ano, iniciou-se a tradição da lavagem da Igreja, quando os integrantes da Irmandade obrigaram os escravos a lavarem o templo como parte dos preparativos para a festa do Senhor do Bonfim.

Igreja do Bonfim e seu entorno, em gravura de 1859
Igreja do Bonfim e seu entorno, em gravura de 1859

Com o tempo, a lavagem no interior do templo foi proibida, sendo transferida para as escadarias e o adro da igreja.

O ritual “Lavagem do Bonfim” passou a incluir um cortejo de baianas que caminham desde a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até o alto do Bonfim, carregando água de cheiro, em um percurso de oito quilômetros de festa.

A festa de Nossa Senhora da Guia começou a ser celebrada na segunda-feira após o encerramento da festa do Senhor do Bonfim, em 1792.

Já as famosas fitinhas do Senhor do Bonfim foram introduzidas em 1809. Na época, eram chamadas de “medidas”, pois tinham exatamente 47 centímetros, a medida do braço direito da estátua do Senhor do Bonfim.

Em 1862, a iluminação da capela passou a ser feita por lâmpadas de gás carbônico, substituindo os antigos lampiões.

A capela foi elevada à categoria de Basílica Menor em 1927 pelo Papa Pio XI, e em 1975 foi criado o Museu dos ex-votos, onde os devotos podem deixar objetos como símbolos de sua fé. Em 20 de outubro de 1991, o Papa João Paulo II visitou a Basílica e rezou aos pés do Senhor do Bonfim, presenteando a devoção com um cálice de prata dourada.

A Igreja possui arquitetura em estilo neoclássico, com fachada em rococó, seguindo o modelo das igrejas portuguesas dos séculos XVIII e XIX. Seus belos afrescos e azulejos fazem do Senhor do Bonfim um ícone da fé baiana, atraindo devotos, turistas e peregrinos de todo o mundo.

História da Festa do Bonfim

A Festa do Bonfim é uma referência na afirmação da cultura baiana.

De acordo com o Iphan, a Festa do Bonfim é realizada desde 1745 sem interrupção, unindo o catolicismo com a tradição afro-brasileira. Historiadores apontam que o início dos festejos foi na Idade Média, a partir da devoção ao Senhor Bom Jesus, o Cristo Crucificado.

A celebração faz parte do calendário litúrgico e das festas de largo da capital baiana, que se mesclam com atividades profanas e culturais. Ela começa um dia após o Santos Reis e se encerra no segundo domingo depois da Epifania, que é o Dia do Senhor do Bonfim.

O final do cortejo, iniciado na Igreja da Conceição da Praia, no Comércio, ocorre na própria Igreja do Senhor do Bonfim, cenário em que é realizada a lavagem das escadarias, na Colina Sagrada. A basílica foi erguida no século 18 e é tombada pelo Iphan desde 1938, registrada no Livro de Belas Artes.

Fotos do interior da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim

Teto da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador
Teto da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador
Cena do Evangelho na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador
Cena do Evangelho na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador
Cena do Evangelho na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador
Cena do Evangelho na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador
Cena do Evangelho na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador
Cena do Evangelho na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador
Cena do Evangelho na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador
Cena do Evangelho na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador

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