História da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador

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Igreja do Nosso Senhor do Bonfim em Salvador
Igreja do Nosso Senhor do Bonfim

Igreja de Nosso Senhor do Bonfim não é a mais bonita, mas com certeza, é a mais famosa de Salvador em função da tradicional “Lavagem do Bonfim”, comemoração marcada pelas baianas jogando água nos degraus do templo em uma festa que dura o dia inteiro, animada por blocos de afoxé.

Dorival Caymmi cantou, em uma de suas músicas “A igreja Senhor do Bonfim”, que Salvador tem 365 igrejas, para que o baiano celebre sua fé em um canto diferente a cada dia do ano.

Ninguém sabe ao certo se este é realmente o número de templos católicos da capital baiana e há quem diga que existem ainda mais.

Uma coisa é certa: as igrejas católicas construídas aqui, desde a fundação da cidade, guardam histórias além de relíquias. São elas que remetem o visitante a um passado onde fé e arte estavam juntas em um mesmo altar.

As igrejas de Salvador possuem uma variedade de estilos, indo do barroco ao neoclássico.

Foram construídas com os mais diversos materiais, desde a pedra lioz até o ouro. Algumas conservam ainda painéis e tetos pintados a óleo, azulejos vindos de Portugal, imagens sacras que são obras de arte.

Detalhes que fazem dos templos de Salvador muito mais do que casas de orações, são monumentos valor artístico inestimável.

Vídeo sobre a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim

História da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim

Relíquias arquitetonicas do Pelourinho

No conjunto arquitetônico do Pelourinho, destacam-se as igrejas, pela quantidade, variedade e beleza.

As edificações das ordens religiosas e os sobrados passaram a rodear o Terreiro de Jesus no século XVIII.

É justamente no Centro Histórico que estão alguns dos mais importantes templos de Salvador, como a Catedral Basílica (antiga igreja dos jesuítas), construída no século XVII, construída no estilo barroco e rococó.

Na mesma praça XV de Novembro, conhecida como Terreiro de Jesus, outras quatro Igrejas se distribuem entre o casario antigo e o chafariz de origem francesa do ano de 1855.

A Catedral Basílica, a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, a Igreja de São Pedro dos Clérigos, Igreja da Ordem Terceira de São Domingos e a Igreja e Convento de São Francisco.

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A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco data de 1702. Tem fachada em pedra lavrada cinzelada, que remete ao barroco espanhol, sendo o único exemplar no Brasil que apresenta santos, figuras, anjos, caras, emblemas, coroas, ramos, dentre outros ornatos.

Por algum tempo, essa fachada esteve encoberta com argamassa e somente no início do século XX, durante serviços de implantação da rede elétrica na área, foi re-descoberto o seu desenho original. Ele é de Gabriel Ribeiro, considerado um dos introdutores do barroco na Bahia.

No teto existem pinturas criadas em 1831 por Franco Velasco. Já no anexo, funciona museu que reproduz um salão nobre, com acervo de obras sacras, vestes sacerdotais e sala de reuniões com azulejos portugueses. Horário de funcionamento, de segunda a sexta, das 8h às 11h30 e 13h às 17h.

A Catedral Basílica data do começo do século XVII e ocupa o quarto edifício construído no local.

O templo, que tem materiais como ouro, mármore, madeira de jacarandá e marfim de tartaruga, tem revestimento interno e externo de pedra, e possui duas torres e abóbadas em madeira.

Os nichos sobre as portas da igreja, na fachada, apresentam imagens de três santos jesuítas – Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier (padroeiro de Salvador) e São Francisco de Borja.

No interior, as talhas dos altares contam a história da evolução dos estilos da arquitetura na Bahia.

A Igreja mistura os estilos barroco e rococó. Destacam-se os altares dos Santos Mártires e das Virgens Mártires provenientes da primitiva Igreja do Colégio dos Jesuítas, ambos datados do século XVI.

Foi numa das celas da Catedral que morreu o Padre Antônio Vieira, no dia 18 de julho de 1697, depois de condenado pela inquisição por causa de seus sermões. Entre outras pedras tumulares, destaca-se ainda a do terceiro Governador-Geral do Brasil, Mem de Sá.

O prédio ainda abriga o Museu da Catedral, com acervo de peças dos séculos XVI ao XX, em ouro e prata. É palco de concertos do grupo Barroco na Bahia e da Orquestra Sinfônica da Bahia.

O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 8h às 11h30 e das 14h às 17h30. As missas acontecem de terça a sexta, sempre às 18h.

A Igreja e Convento de São Francisco é uma das mais ricas do Brasil e considerada o mais belo exemplar do barroco português no mundo. O tem-plo tem o interior todo recoberto em ouro e jacarandá.

O Barroco está presente na fachada e nos painéis de azulejos portugueses, que reproduzem o nascimento de São Francisco e sua trajetória de renúncia aos bens materiais.

Também está no interior, formado por talha de madeira e or-namentado com todos os símbolos do barroco: folhas de acanto, pelica-nos, flores, anjos, sereias, dentre outros.

O convento começou a ser construído um século depois que os primeiros franciscanos chegaram em Salvador em 1587. Já as obras da igreja foram iniciadas somente na primeira metade do século XVIII.

Conta-se que foram utilizados mil quilos de ouro em pó só para moldar a talha.

As pinturas do teto têm forma de estrelas, hexágonos e octógonos. Na sacristia, estão reunidos 18 painéis a óleo sobre a vida de São Francisco.

Podem ser vistas também na Igreja de São Francisco esculturas do grande santeiro baiano Manuel Inácio da Costa.

História da construção da Igreja do Bonfim

A construção deste santuário de peregrinação teve início em 1740 por Teodório Rodrigues de Faria, capitão da Marinha Portuguesa.

Situada na única colina da penísula de Itapagipe, a Igreja do Bonfim, está praticamente concluída em 1754, sendo do ano seguinte a fundação da Irmandade.

A praça em sua frente é delimitada em dois lados por conjuntos de casa de romeiros, construídas pela Irmandade, no século XIX.

A planta da igreja é do tipo comum no início dos setecentos, com nave e coro ladeada por corredores e tribunas superpostas, apresentando capela-mor flanqueada pela sacristia e sala de ex-votos.

Em alvenaria de pedra e tijolo, o edifício possui pórticos em arcada ao longo da nave, uma transição entre os avarandados do século XVII e os corredores laterais do XVIII.

Sua fachada, praticamente revestida de azulejos brancos portugueses de 1873, possui duas torres em bulbo do final do século passado, quando se dão modificações na frontispício.

Seu interior possui decoração neoclássica, onde se destaca a pintura do teto da nave de autoria de Franco Velasco, de 1818. É sede de uma das mais tradicionais devoções da Bahia. 

História da Festa do Bonfim

A Festa do Bonfim e a referência na afirmação da cultura baiana.

De acordo com o Iphan, a festa do Bonfim é realizada desde 1745 sem interrupção, unindo o catolicismo com a tradição afro-brasileira. Historiadores apontam que o início dos festejos foi na Idade Média, a partir da devoção ao Senhor Bom Jesus, o Cristo Crucificado.

A celebração faz parte do calendário litúrgico e das festas de largo da capital baiana, que se mesclam com atividades profanas e culturais. Ela começa um dia após o Santos Reis e se encerra no segundo domingo depois da Epifania, que é o Dia do Senhor do Bonfim.

O final do cortejo, iniciado na Igreja da Conceição da Praia, no Comércio, ocorre na própria Igreja do Senhor do Bonfim, cenário em que é realizada a lavagem das escadarias, na Colina Sagrada. A basílica foi erguida no século 18 e é tombado pelo Iphan desde 1938, registrado no Livro de Belas Artes.

Igrejas da cidade Baixa de Salvador

Duas Igrejas são as mais conhecidas dentre as dezenas que foram construídas na cidade baixa.

A de Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia e a de Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, esta a mais famosa de Salvador, são ainda palcos de duas grandes festas populares em homenagem aos santos católicos.

Na cidade baixa estão ainda as igrejas de Boa Viagem, de Monte Serrat, Nossa Senhora da Penha, Nossa Senhora dos Mares, Nossa Senhora do Pilar, de São Joaquim, dentre outras.

A imagem de Nossa Senhora da Conceição da Praia foi trazida pelo governador Tomé de Souza, ou seja, a história da devoção à santa coincide com a história de Salvador.

O governador mandou construir para a santa uma primeira capela, e só em 1739 começou a ser erguida uma igreja com pedras de cantaria portuguesa, que demoravam a chegar ao Brasil.

Em 1820, o neto do primeiro mestre de obras finalmente concluiu o trabalho.

A igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, que foi elevada à categoria de basílica em 1946, tem o teto em perspectiva de José Joaquim da Rocha, fundador da escola baiana de Pintura e principal pintor sacro brasileiro.

Desde o século 18, a cidade de Salvador é abençoada pelo Nosso Senhor do Bonfim lá do alto da Colina Sagrada. Trata-se de um lugar sagrado para o povo, e recebe, diariamente, fiéis que pedem graças e pagam promessas.

O atestado de tanta fé pode ser conferido no museu dos ex-votos, onde devotos deixam um objeto de cera em agradecimento pelas graças recebidas do santo mais popular da Bahia.

O culto começou quando Teodósio Rodrigues de Faria, oficial da Armada Portuguesa, trouxe de Lisboa uma imagem do Cristo, que, em 1745, foi levada para a igreja da Penha, em Itapagipe.

Quase dez anos depois, em julho de 1754, a imagem foi ganhou igreja própria, e chegou ao alto da Colina Sagrada seguida de procissão. O santo ficou popularizado como o que cura doenças e salva vidas.

A fachada da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, que é rococó, é coberta por azulejos brancos portugueses, que chegaram à igreja cem anos depois da construção.

O interior da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim é neoclássico, com pinturas de homens e nuvens no teto, feitas entre 1818 e 1820 por Franco Velasco.

A Igreja guarda ainda, na sacristia, uma bela coleção de quadros de José Tehófilo, um dos pin-tores baianos do final do século XVIII.

Outra forma de agradar o santo é a famosa festa da Lavagem do Bonfim, que acontece em janeiro, na segunda quinta-feira depois do Dia de Reis.

As escadarias e o adro da igreja são lavadas com água de cheiro, e a população pede proteção e se esbalda na festa profana que reúne milha-res de baianos e turistas.

A festa começa com a saída do cortejo de baianas da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, que vai an-dando até o alto do Bonfim, e não tem hora para acabar.

Salvador, 365 igrejas católicas, inúmeros templos evangélicos e protestantes, incontáveis terreiros de candomblé e outras religiões africa-nas. Como o soteropolitano convive em harmonia com tudo isso? A fórmula está no respeito, aprendido com as raízes ou já trazido no sangue!

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