Ilha de Bom Jesus dos Passos é pequena e tranquila

Este post também está disponível em: Português English

Ilha de Bom Jesus dos Passos
Ilha de Bom Jesus dos Passos

Ilha de Bom Jesus dos Passos na  Baía de Todos Santos é pequena e tranqüila, a 10′ de barco de Madre de Deus, encostada na ilha dos Frades, possui um estaleiro de saveiros e apenas um povoado, com ruas calçadas e arborizadas, bares, um restaurante simples e uma padaria.

A Igreja de Bom Jesus dos Passos é o monumento de maior destaque.

Em meio a manguezais e floresta densa, entre as ilhas de Madre de Deus e dos Frades, a ilha de Bom Jesus desenha um belo cenário tendo, ao fundo, a Igreja de Bom Jesus dos Passos.

O mar, de um vasto azul e águas calmas, é ideal para pesca e para a prática de esportes náuticos.

Veja o mapa da Baía de Todos os Santos

São cinco mil habitantes em um quilometro de extensão. Pousadas, restaurantes e mercadinhos, com ótimos preços, uma ampla área para camping, esportes náuticos, pesca e quatro praias de águas calmas, de um belo azul, propícias para banho.

São elas: a praia da Pontinha, a praia em frente à igreja, a praia do Nordeste e a praia na Ponta do Padre.

A ilha também dispõe de uma ampla área para camping.

Apesar do quase desconhecimento de grande população soteropolitana, a Ilha de Bom Jesus dos Passos faz parte de Salvador.

Localizada entre as ilhas dos Frades e Madre de Deus, o único acesso Bom Jesus dos Passos se dá pelo mar, através de embarcações marítimas que partem do município de Madre de Deus, que fica há 65 km de Salvador.

Vale a pena o desembarque para andar nas ruas sossegadas, onde a população vive basicamente de pesca e da carpintaria.

Ilha de Bom Jesus dos Passos
Ilha de Bom Jesus dos Passos

É interessante visitar o solar dos Duarte, as fontes da Rua, do Porrãozinho e Grande, e a Capela de Nossa Senhora de Conceição.

São justamente essas características que fazem de Bom Jesus dos Passos uma vila de pescadores tradicional, conservando características culturais que apresentam traços tanto do recôncavo baiano, quanto da singularidade dos festejos populares cristãos que marcam o calendário da ilha.

“Escondida como uma pérola numa concha com suas belezas naturais fascinantes”, assim descreve Rita Freire.

Vídeos sobre Ilha de Bom Jesus dos Passos

Ilha de Bom Jesus dos Passos

1. Tradição

A imagem das casas seculares, de arquitetura simples e carregadas de história, está presente na ilha de Bom Jesus dos Passos

O pescador e das jangadas e veleiros, que caracterizam a tradicional atividade econômica da ilha, a pesca. Assim como é nas vilas do recôncavo baiano, em Bom Jesus dos Passos também há as senhoras rendeiras e mariscadeiras, que carregam consigo o dom e o conhecimento transmitido por gerações.

2. Religiosidade

A característica cultural marcante de Bom Jesus dos Passos é, certamente, a sua religiosidade.

As principais festas do calendário da ilha são a do Senhor Bom Jesus dos Passos, em janeiro, esperada através de cortejos e novenas que a antecedem; e a procissão marítima de Nossa Senhora dos Navegantes, que acontece logo no dia seguinte, que atualmente passou a ser celebrados no segunda sábado do mês de Janeiro.

Nesta época a ilha recebe visitantes de toda parte do país, que não se incomodam se acomodar em barracas de camping, já que na cidade há apenas duas modestas pousadas.

3. Igreja de Bom Jesus dos Passos

Igreja de Bom Jesus dos Passos
Igreja de Bom Jesus dos Passos

A Igreja de Bom Jesus dos Passos fica na Ilha que leva seu nome, na Baía de Todos os Santos.

A Igreja teve sua licença concedida em 1726 e sua construção foi iniciada em 1766. Seu interior tem decoração neoclássica, com três altares. A imagem do Senhor dos Passos foi talhada em madeira por Félix Pereira. Sua fachada é em estilo rococó.

A Igreja está aos cuidados da Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, fundada em 1815. A festa do padroeiro é em janeiro.

Embora a Igreja esteja no município de Salvador, ela está ligada à Paróquia da Sagrada Família Jesus, Maria, José, fundada em 1661, em Madre de Deus, subordinada à  Diocese de Camaçari, desmembrada da Arquidiocese de São Salvador, em 2010.

4. Figuras ilustres

O mais conhecido, o cantor e compósito Gerônimo, foi lembrado por não abandonar o seu berço e há cinco anos realizar o projeto “O pagador de promessas”, que leva espetáculos musicais e culturais para a ilha.

Não menos importante e ilustre para os habitantes de Bom Jesus dos Passos é o artista plástico Izolino Passos, que além das suas reconhecidas esculturas e pinturas a óleo, foi o idealizador do tradicional “Ternos de Reis”, dos blocos carnavalescos e das “caretas do carnaval”.

Os “Ternos dos Reis” são vestimentas ornadas para o carnaval; as “caretas do carnaval” é a tradição, que começou através do artista plástico, em que as crianças e jovens usam mascaras e saem às ruas, nos dias que antecedem o carnaval, dando sustos e se divertindo.

5. Praias

As praias mais procuradas são Pontinha e Ponta do Padre, mas, diferentemente de Ilha de Maré e Ilha dos Frades, não há largas faixas de areia.  

6. História da Ilha de Bom Jesus dos Passos

A ilha de Bom Jesus dos Passos, originalmente, foi habitada por índios Tupinambás.

Seu nome era muito diferente do que conhecemos hoje – ela era chamada de Pataíba Assú, ou madeira da Palmeira Pati. Em 1624, foi colonizada pelos holandeses que, após batalha com os locais, se fixaram na ilha.

Nesse período, ela era conhecida como Ilha dos Brancos, pois, segundos os moradores, o acesso de negros não era permitido. “Existia apenas um negro, conhecido como Vorta-Sêca, ex-escravo”, ressalta  Ana Lessa. 

Os franceses também desembarcaram na ilha de Bom Jesus dos Passos, e, mais tarde, vieram os primeiros negros oriundos de Maragojipe, município que fazia trânsito comercial com a ilha.

Durante anos, ela serviu de base para os saveiros que faziam o transporte de mercadorias do recôncavo até Salvador.

“Existiam estaleiros com mestres carpinteiros e velaria, fabricação de velas para as embarcações”, ilustra Antonio Santos. Os antigos também contam que a posse das terras da ilha era da família Rosa Passos, que as doou para a Irmandade de Bom Jesus dos Passos, entidade que existe até hoje, e loteou as terras.

Foi em 1776, que a ilha de Bom Jesus dos Passos recebeu o nome atual, quando o Dr. André de Carvalho construiu a igreja Nosso Senhor dos Passos, projetada de forma a ficar direcionada as outras ilhas da região. Ela é chamada carinhosamente pelos devotos e moradores de princesinha. 

O local onde a igreja foi construída, no passado, serviu de cemitério. Em uma reforma, foram encontradas várias ossadas humanas. No passado, era de costume que os nobres e burgueses fossem enterrados nas igrejas.

A festa tem origem romana. Foram os colonizadores e jesuítas da Península Ibérica que a trouxeram, ainda no período colonial, para o Brasil.

Seus festejos, que mesclam preceitos religiosos, são uma celebração das festas natalinas e de Reis, na forma do teatro popular. 

Naquela época, eles utilizavam autos litúrgicos com a temática dos Reis Magos, sob a forma de canto, dança e encenação, no processo de catequese e ensino, tanto dos nativos indígenas como dos próprios colonos portugueses e, posteriormente, dos escravos negros.

Na Bahia, os primeiros registros da festa datam do início do século XVIII. Nessa época só a elite imperial participava.

Os grupos eram formados por mulheres, na maioria, que desfilam enfeitadas com adereços, portando estandartes e vestindo trajes de cores quentes. Elas representavam pastorinhas, damas e ciganas. Já os homens desfilavam e tocavam na banda as canções de origem religiosa.

A comemoração só começou a se popularizar entre as camadas mais pobres a partir de 1771 e viveu seu apogeu na década de 30.

Bahia.ws é o maior guia de turismo e viagem da Bahia e Salvador.

2 Comments

  1. Pingback: Principais ilhas da Baía de Todos os Santos - Guia de Turismo - vídeos

  2. Pingback: Baía de Todos os Santos Guia de Turismo e Viagem

Leave a Comment

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Hide picture