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Pelourinho é o nome de um bairro da capital do estado brasileiro da Bahia, localizado em seu Centro Histórico, que possui um conjunto arquitetônico colonial barroco português preservado e integrante do Patrimônio Histórico da UNESCO.
O conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico contido na poligonal do Centro Histórico de Salvador é um dos mais importantes exemplares do urbanismo ultramarino português, implantado em acrópole, distinguindo-se em dois planos: as funções administrativas e residenciais no alto e o porto e o comércio à beira-mar.
Aliada a uma topografia singular, a paisagem dessa área é formada basicamente por edifícios dos séculos XVI ao XIX, destacando-se os conjuntos monumentais da arquitetura religiosa, civil e militar.
O Pelourinho apresenta grupos de construções e espaços que permitem a leitura do modelo das cidades fundadas pelos portugueses no além-mar.
Os limites da primeira cidade (morfologicamente planejada e ortogonal), sua expansão (de características menos rigorosas, com ruas formadas por um casario uniforme, entremeado por conjuntos de arquitetura monumental) e, principalmente, a distinção entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa garantem a identificação de uma paisagem herdada do período colonial.
Com a riqueza gerada pela lavoura açucareira, em meados do século XVII, iniciou-se a chamada fase monumental da arquitetura baiana, marcada pela transição do estilo Renascentista para o Barroco.
Veja o Mapa de Salvador
Principais edifícios dessa época colonial:
- Igreja dos Jesuítas (atual Catedral Basílica de Salvador)
- Igreja e Convento de São Francisco
- Igreja do Carmo
- Igreja e Convento de Santa Teresa (atualmente, o mais importante museu de arte sacra do Brasil)
- Igreja e Mosteiro de São Bento
- Igreja da Ordem Terceira de São Francisco
- Palácio do Governador
Veja Igrejas em Salvador da Bahia
Espaços públicos importantes:
- Praça Municipal
- Terreiro de Jesus
- Caminho de São Francisco
- Largo do Pelourinho
- Largo de Santo Antônio
- Largo do Boqueirão
Os sobrados de dois ou mais andares e as soluções de implantação em terrenos acidentados são exemplos típicos da cultura lusitana.
Entre 1938 e 1945, vários monumentos do Centro Histórico foram tombados como patrimônio nacional, para garantir a preservação do Largo do Pelourinho e seu entorno imediato.
No entanto, esse instrumento não impediu a progressiva degradação da área, sobretudo a partir de 1960, quando o centro perdeu importância para as novas áreas de expansão urbana.
- Centro Histórico de Salvador: É uma área ampla que abrange vários bairros e espaços históricos na cidade de Salvador. Inclui tanto o Pelourinho quanto outras áreas históricas e culturais, como o Terreiro de Jesus, a Praça da Sé, e o Largo do Cruzeiro de São Francisco.
- Pelourinho: É um bairro específico dentro do Centro Histórico de Salvador. Conhecido por sua arquitetura colonial bem preservada e suas ruas estreitas e coloridas, o Pelourinho é um dos principais pontos turísticos e culturais da cidade. É famoso por suas igrejas históricas, museus, praças e a rica herança cultural afro-brasileira.
Portanto, o Pelourinho é uma parte importante do Centro Histórico, mas o Centro Histórico inclui outras áreas além do Pelourinho.
Vídeos – Atrações Turísticas do Pelourinho e Centro Histórico
Barra e Pelourinho
Largo do Cruzeiro de São Francisco
Pelourinho
Olodum no Pelourinho - Michael Jackson
Igreja de São Pedro dos Clérigos
O melhor do Pelourinho em Salvador10:24
Catedral Basílica de Salvador BA01:47
Museu da Ordem Terceira de São Francisco em Salvador09:56
Igreja de São Francisco - Caverna de Ouro08:59
Igreja e Convento de São Francisco em Salvador09:07
Igreja e Convento de São Francisco - Igreja de Ouro09:10
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos em Salvador
Fundação Casa de Jorge Amado em Salvador BA12:46
Solar Ferrão em Salvador BA
Pontos Turísticos do Pelourinho e Centro Histórico
- Terreiro de Jesus no Pelourinho
- Catedral Basílica
- Igreja de São Pedro dos Clérigos
- Igreja da Ordem Terceira de São Domingos
- Igreja e Convento de São Francisco
- Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
- Igreja do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo
- Fundação Casa de Jorge Amado
- Museu da Cidade
- Museu Tempostal no Pelourinho
- Museu Casa do Benin
- Solar do Ferrão
- Museu Abelardo Rodrigues
- Antiga Faculdade de Medicina
- Museu da Gastronomia Baiana
- Largo Cruzeiro de São Francisco
Veja também a História da Fundação de Salvador da Bahia
1. Terreiro de Jesus no Pelourinho
Nos primeiros anos da década de 1550, durante a fundação de Salvador pelo Governador-Geral Tomé de Sousa, os jesuítas receberam uma área ao norte da nova cidade. Liderados por Manuel da Nóbrega, os padres da Companhia de Jesus construíram ali uma primeira capelinha de taipa e o primeiro edifício do Colégio dos Jesuítas de Salvador.
Devido à presença dos padres jesuítas, o largo em frente ao colégio passou a ser conhecido como Terreiro de Jesus.
O edifício do colégio foi concluído em 1590, e em 1584, Gabriel Soares de Sousa, em sua obra “Notícia do Brasil”, registrou que “…ocupa este terreiro e parte da rua da banda do mar um suntuoso colégio dos padres da Companhia de Jesus, com uma formosa e alegre igreja…”.
A primeira igrejinha construída no local, no século XVI, era muito pequena e frágil, e entre 1652 e 1672, os jesuítas edificaram uma suntuosa igreja, considerada a mais imponente do século XVII brasileiro.
A fachada maneirista da igreja, feita com blocos de pedra de lioz trazidos de Portugal, ainda domina a praça. O interior é composto por magníficos retábulos de talha dourada em estilos maneirista e barroco, com destaque para o teto de madeira esculpida e a sacristia.
Em 1933, após a demolição da antiga Sé de Salvador, a igreja dos jesuítas foi elevada a nova Catedral de Salvador.
Além da catedral, o Terreiro de Jesus abriga importantes templos, como:
- O Convento e Igreja de São Francisco
- A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco
- A Igreja da Ordem Terceira de São Domingos
- A Igreja de São Pedro dos Clérigos
Esses templos, especialmente os dois primeiros, são expoentes máximos da arte colonial brasileira.
No início do século XIX, o edifício do antigo Colégio dos Jesuítas passou a ser usado como hospital e, em 1833, abrigou a primeira faculdade de medicina do Brasil. Infelizmente, o edifício colonial original foi destruído em um incêndio em 1905, sendo substituído por uma construção em estilo eclético.
2. Catedral Basílica de Salvador
Construída no início do século XVIII, a igreja é o quarto templo do Colégio dos Jesuítas, sendo que a primeira capela foi erguida em 1604.
Considerada a mais rica de toda a arte barroca luso-brasileira, a igreja é revestida interna e externamente com pedra de lioz e possui duas torres e abóbadas de madeira no teto.
Na fachada, os nichos sobre as portas exibem imagens de três importantes santos jesuítas:
- Santo Inácio de Loyola
- São Francisco Xavier (padroeiro de Salvador)
- São Francisco de Borja
O interior da igreja revela a riqueza e complexidade das talhas dos altares, que narram a evolução dos estilos arquitetônicos na Bahia ao longo dos séculos.
Um fato marcante é que, em uma das celas da catedral, morreu, no dia 18 de julho de 1697, o famoso padre Antônio Vieira, cujos sermões o levaram a ser condenado pela Inquisição.
Entre as pedras tumulares presentes na igreja, destaca-se a do terceiro governador-geral do Brasil, Mem de Sá.
Além disso, o prédio abriga o Museu da Catedral, que possui um valioso acervo de peças dos séculos XVI ao XX, incluindo itens de ourivesaria e prataria.
3. Igreja de São Pedro dos Clérigos
A igreja está situada no Terreiro de Jesus, no Centro Histórico de Salvador, entre construções de pouca altura. Ela integra o sítio tombado pelo IPHAN, que compreende áreas dos sub-distritos da Sé e Passo.
Arquitetura e Interior
Apresenta uma arquitetura menor, de valor principalmente ambiental. O interior conta com uma decoração que faz a transição entre o rococó e o neo-clássico, destacando-se um grande painel no teto. Além do altar-mor, há dois altares localizados no ângulo do arco-cruzeiro.
A planta é típica das igrejas baianas do início do século XVIII, com corredores laterais superpostos por tribunas. No entanto, como outras igrejas baianas da época, não apresenta uma sacristia transversal; esta é uma evolução natural do partido em “T” (vide Palma), comum no século XVII.
Frontispício e Decoração
O frontispício rococó (século XIX) é tardio. O interior exibe uma decoração de transição entre o rococó e o neo-clássico. Embora o arco-cruzeiro e o teto sejam rococós, os altares são neo-clássicos.
Histórico Arquitetônico
- Século XVII: A Irmandade de São Pedro dos Clérigos tinha sua ermida junto à antiga Sé, onde, em 1708, ergueu-se o Paço Arquiepiscopal.
- 1709: O Arcebispo D. Sebastião Monteiro da Vide concedeu licença para que os clérigos de São Pedro construíssem sua nova igreja no terrapleno dos jesuítas, no local destinado ao Seminário. No entanto, a igreja foi edificada em um local diferente, devido à aquisição de duas casas pela Irmandade.
- 1741: Ordem Real autorizou subsídios para reparar as torres e o frontispício da igreja, que estava em ruínas.
- 1784: Menção à compra de terrenos.
- 1802: Licença para continuar as obras, que estavam embargadas pelo Senado da Câmara.
- 1887: A igreja foi acrescida de uma sacristia. O frontispício atual também data do século XIX.
4. Igreja da Ordem Terceira de São Domingos
A igreja está situada no Terreiro de Jesus, no Centro Histórico de Salvador, entre construções de baixa altura, compondo parte do sítio tombado pelo IPHAN, que abrange áreas dos subdistritos da Sé e Passo.
Apesar de ser uma arquitetura menor, seu valor está principalmente no contexto ambiental. O interior possui uma decoração de transição entre o rococó e o neoclássico, com destaque para um grande painel no teto. A igreja conta com um altar-mor e dois altares localizados nos ângulos do arco cruzeiro.
A planta da igreja segue um padrão típico das igrejas baianas do início do século XVIII, com corredores laterais superpostos por tribunas. No entanto, como em outras igrejas baianas da época, a planta ainda não inclui uma sacristia transversal. Ela é resultado de um desenvolvimento natural do partido em “T”, comum no século XVII, como se vê em exemplos como a Igreja de Nossa Senhora da Palma.
O frontispício rococó, datado do século XIX, é uma adição tardia. O interior, com sua mistura de estilos, apresenta o arco cruzeiro e teto em estilo rococó, enquanto os altares já seguem o estilo neoclássico.
Histórico arquitetônico
- No século XVII, a Irmandade de São Pedro dos Clérigos possuía uma ermida junto à antiga Sé, onde, em 1708, foi construído o Paço Arquiepiscopal.
- Em 1709, o Arcebispo D. Sebastião Monteiro da Vide autorizou a construção de uma nova igreja para os clérigos de São Pedro no terrapleno dos jesuítas, destinado ao seminário. No entanto, a igreja foi edificada em outro local, após a Irmandade adquirir duas casas.
- Em 1741, uma Ordem Real autorizou subsídios para reparar as torres e o frontispício da igreja, que estava em ruínas.
- Em 1784, há menção à compra de terrenos, e em 1802, a Irmandade recebeu licença para continuar as obras que haviam sido embargadas pelo Senado da Câmara.
- Em 1887, a igreja foi ampliada com a adição de uma sacristia. O frontispício atual também é uma obra do século XIX.
5. Igreja e Convento de São Francisco
A Igreja e Convento de São Francisco está localizada no Pelourinho, em Salvador, em um sítio tombado pelo IPHAN. A fachada principal da igreja se abre para uma praça alongada, onde se encontra o cruzeiro, um elemento típico das urbanizações franciscanas, que dá nome ao local.
O Largo do Cruzeiro, onde está a cruz em frente à igreja, une-se ao Terreiro de Jesus, formando um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos e históricos de Salvador. O espaço do Cruzeiro de São Francisco, articulado com o Terreiro de Jesus, é considerado um dos mais interessantes espaços urbanos da cidade, delimitado em grande parte por construções do século XIX.
O convento de São Francisco, desenvolvido em torno de um claustro quadrado, forma, junto com a capela da Ordem Terceira, um dos mais importantes complexos monumentais de Salvador. O edifício é de grande valor monumental e, conforme o Decreto Municipal nº 4.524 de 01.11.1973, a antiga roça do convento foi declarada área non aedificandi.
Arquitetura e Decoração
A igreja tem um corpo formado por três naves: as naves laterais, mais baixas que a nave central, são separadas por arcadas intercaladas com maciços que lembram capelas. A decoração é um exemplo do barroco da primeira metade do século XVIII, refletindo o ideal da “igreja de ouro”, como surgiu em Lisboa e Goa no final do século XVII.
Além da decoração dos interiores, destaca-se a biblioteca do convento. O edifício tem um subsolo e dois pavimentos acima do nível da rua.
Azulejaria
Os ricos painéis de azulejo são outro destaque:
- Na capela-mor, datam de 1737 e foram feitos em Lisboa por Bartolomeu Antunes de Jesus.
- No claustro, os azulejos datam de cerca de 1746-1748.
- Na ante-sala e na sacristia, são do período entre 1749-1752.
- Nas torres e parte da fachada, há azulejos de cerca de 1805-1808.
Escultura e Influências
Entre as esculturas, destaca-se a figura de São Pedro de Alcântara, uma bela obra da imaginária brasileira.
A igreja se diferencia das construções franciscanas típicas do Nordeste, que costumam ter nave única com duas passagens laterais que conduzem à sacristia transversal. A influência da Igreja de São Francisco do Porto, de estilo gótico, e da planta tradicional jesuítica luso-brasileira são evidentes na organização da igreja.
Fachada e Influências Arquitetônicas
A fachada suntuosa da igreja é um desenvolvimento do tipo adotado na Matriz de Maragogipe, com alguns elementos da antiga Sé de Salvador, como a porta central ladeada por duas portas menores, no estilo dos arcos de triunfo. Da Igreja do Colégio de Jesus, a fachada adotou a divisão do corpo retangular em cinco partes, com duas ordens de pilastras superpostas. As volutas da fachada derivam do estilo criado em Cairu, e também se encontram no Colégio dos Jesuítas de Santarém (Portugal).
A fachada da Igreja e Convento de São Francisco inspirou outras construções, como a igreja da Barroquinha e o Convento Franciscano da Vila de São Francisco.
Teto e Pinturas
A nave apresenta um teto em caixotões com painéis octogonais que se alternam com almofadas quadradas. O teto da portaria do convento é decorado com uma perspectiva ilusionista, atribuída a José Joaquim da Rocha, por volta de 1774.
Histórico Arquitetônico da Igreja e Convento de São Francisco
- 1587: Fundação do convento franciscano na Bahia.
- 1686: Frei Vicente das Chagas inicia a construção de um novo convento e igreja com um plano grandioso.
- 1705-1707: Continuação das obras, com a construção de revestimentos e do altar da enfermaria.
- 1707-1710: Conclusão dos muros do claustro e início dos pilares.
- 1708: Primeira pedra da igreja é colocada.As obras estavam sob a direção de Manoel Quaresma. Ao término da administração de Frei Vicente, a igreja estava quase concluída até o cruzeiro.
- 1710-1714: Frei Hilário da Visitação continua as obras.
- 1713: A igreja é consagrada, com a construção até a elevação dos púlpitos.
- 1723: Igreja concluída, incluindo o frontispício em arenito e instalação das cadeiras do coro.
- 1729-1732: Frei Álvaro da Conceição traz as pedras para as colunas do claustro.
- 1733-1737: O teto da igreja é pintado e decorado por Frei Jerônimo da Graça.
- 1737: Assentamento dos azulejos na capela-mor.
- 1738-1740: Frei Gervásio do Rosário finaliza as colunas do claustro, realiza o douramento da capela-mor e altares laterais, e executa o grande retábulo de São Luís (atualmente Coração de Jesus) no cruzeiro.
- 1741-1743: Frei Manoel do Nascimento coloca o piso da capela-mor. De Portugal, chega o grande retábulo de Nossa Senhora da Glória (no cruzeiro, lado do Evangelho).
- 1749-1752: Frei Manoel de Santa Maria finaliza as obras do claustro e coloca os azulejos.
- 1751: Conclusão do forro da biblioteca.
- 1752-1755: Finalização da portaria e do altar. Os azulejos seriam instalados em 1782.
Este cronograma reflete o desenvolvimento detalhado da construção da Igreja e Convento de São Francisco, que se tornou um marco do barroco luso-brasileiro, conhecido por sua grandiosidade arquitetônica e riqueza decorativa.
6. Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos localiza-se na antiga Rua das Portas do Carmo, numa praça triangular no Pelourinho, Salvador, surgida com a demolição de uma estrutura defensiva. Integrada ao sítio tombado pelo IPHAN, é considerada uma obra de notável mérito arquitetônico.
A igreja foi erguida pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, uma das primeiras confrarias de negros do Brasil. A construção se estendeu por quase um século, sendo executada nas horas vagas dos irmãos da irmandade.
Principais Características Arquitetônicas
- Fachada e Torres: A fachada, com terminação em bulbo nas torres revestidas de azulejos, é um exemplo da arquitetura religiosa tradicional baiana. O frontão clássico foi substituído por um modelo rococó. As torres foram concluídas em 1780/81.
- Interior: Há azulejos com cenas da devoção ao Rosário de Lisboa, de ca. 1790. O retábulo do altar-mor foi esculpido por João Simões F. de Souza em 1870/71, com pintura do teto feita por José Pinto Lima. Entre as imagens sacras, destacam-se Nossa Senhora do Rosário (séc. XVII), São Benedito, Santo Antônio de Catigerona e um Crucificado de marfim.
- Planta Original: A igreja foi inicialmente planejada sem corredores laterais, com apenas passagens estreitas conectando a nave à sacristia transversal. Isso mudou em 1780, quando os corredores laterais foram adicionados.
- Influências: A arquitetura reflete influências das igrejas franciscanas do Nordeste e da igreja de São Paulo de Braga, em Portugal. O modelo baiano tradicional também é presente na fachada, similar à Matriz de Maragogipe.
Evolução da Construção:
- 1685: A Irmandade foi aprovada pela Sé Catedral da Bahia.
- 1704: Concedida autorização pelo Arcebispo D. Sebastião Monteiro da Vide para construir a igreja.
- 1710: Celebração dos primeiros atos religiosos.
- 1780/81: Conclusão da nova fachada, corredores laterais e torres.
- 1815-1826: A igreja passou por reformas e ampliação.
- 1870-1871: Reforma radical com construção dos altares e do retábulo do altar-mor.
- 1895: Douramento final da igreja foi concluído por Vitoriano Eduardo de Oliveira.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos se destaca não apenas pela beleza arquitetônica e decorativa, mas também por seu papel como símbolo da luta e devoção dos afrodescendentes em Salvador.
7. Igreja do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo
A Igreja do Santíssimo Sacramento na Rua do Passo, situada no Pelourinho, Salvador, é uma obra imponente localizada no alto de um morro, oferecendo uma vista que se estende até o mar. Sua posição elevada é acessada por uma longa escadaria, que se destaca como um monumento por si só, simbolizando uma jornada penitencial. A escadaria, isolada por grades, separa a igreja do restante do casario.
Histórico
- 1718: A freguesia é criada durante o governo de D. Sebastião Monteiro da Vide.
- 1736: A nova igreja paroquial é instituída.
- 1737: Subsídio real é concedido para a construção da capela-mor.
- 1938: A igreja foi tombada pelo IPHAN, preservando seu valor histórico e arquitetônico.
Arquitetura
A planta da igreja é típica das matrizes do início do século XVIII, com corredores laterais sobrepostos por tribunas e uma sacristia transversal. A inclinação acentuada do terreno resultou em uma solução engenhosa, onde o ossuário, sacristia e consistório foram organizados verticalmente, em uma mesma prumada.
Fachada
A fachada é composta por três corpos:
- Torres laterais: Ambas possuem coroamento piramidal e cimalhas encurvadas.
- Portadas centrais: As três portadas estão unidas em um único conjunto talhado em pedra. Acima, o entablamento se abre em volutas para acomodar uma janela que apoia um óculo, alinhado com um segundo óculo e um medalhão no eixo do frontão, coroado por uma cruz.
Este conjunto de elementos decorativos orienta o olhar para o alto, conduzindo simbolicamente à elevação espiritual.
Interior
- Retábulos: Datados do século XIX, são obras de artífices renomados.
- Azulejos: A capela-mor é revestida por azulejos de Lisboa, datados de 1750. Na nave, encontram-se azulejos industriais do século XIX.
- Forro da nave: Atribuído aos artistas António Pinto e António Dias, o teto apresenta uma rica decoração sacra, com painéis temáticos que reforçam a espiritualidade do espaço.
A igreja é um exemplo impressionante da arquitetura religiosa barroca do Brasil, mantendo seu valor artístico e histórico. A interação entre os elementos decorativos, a imponente escadaria e sua localização no alto do morro cria uma atmosfera de reverência e devoção.
8. Fundação Casa de Jorge Amado
A Fundação Casa de Jorge Amado, inaugurada em 7 de março de 1987, está localizada em dois casarões no Pelourinho, no coração do centro histórico de Salvador. Este espaço cultural foi criado para preservar, estudar e expor o vasto legado do renomado romancista baiano Jorge Amado.
Acervo
A fundação abriga, em seus quatro andares, um extenso arquivo relacionado à obra de Jorge Amado, incluindo:
- Livros do autor, publicados em 60 países nos cinco continentes.
- Filmes, fitas de vídeo e fotografias que documentam sua trajetória.
- Cartazes e objetos pessoais ligados à vida e às produções literárias de Amado.
Além disso, o espaço também celebra as contribuições de Zélia Gattai, esposa de Jorge Amado e também uma importante escritora, que foi eleita membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) em 2001. O acervo oferece aos visitantes uma imersão na vida e obra do casal, que tiveram uma influência marcante na literatura e cultura brasileiras.
A fundação desempenha um papel vital na conservação da memória cultural de Salvador e do Brasil, promovendo atividades literárias, exposições, e mantendo viva a relevância de Jorge Amado na literatura mundial.
9. Museu da Cidade
O Museu da Cidade, instalado em um dos mais belos casarões do Pelourinho, foi inaugurado em 5 de julho de 1973 e está vinculado à Fundação Gregório de Mattos.
O museu é um importante centro cultural e histórico, reunindo um acervo diversificado que inclui:
- Bonecas tradicionais da Bahia: Representações artesanais que refletem a cultura popular da região.
- Esculturas e tapeçarias: Obras que ilustram a tradição artística local.
- Cerâmica e pano-de-costa: Itens que são parte integral do patrimônio cultural afro-brasileiro.
- Ex-votos e terços: Objetos religiosos que demonstram a espiritualidade e práticas devocionais locais.
- Coleções de imagens de orixás em tamanho natural: Representações das divindades do candomblé, essencial para a compreensão da herança afro-brasileira.
- Peças de uso pessoal do poeta Castro Alves: Itens que pertenciam ao renomado poeta baiano, oferecendo uma visão sobre sua vida e obra.
O Museu da Cidade oferece uma visão abrangente da rica cultura e história da Bahia, preservando e celebrando a diversidade e a tradição da região.
10. Museu Tempostal no Pelourinho
Um museu exclusivamente dedicado a cartões postais? Sim, ele existe! Localizado em Salvador, o Museu Tempostal conta com cerca de 45 mil peças. Fundado em 1997, o museu abriga a coleção de Antônio Marcelino do Nascimento (13/06/1929 – 22/11/2006), um sergipano apaixonado por postais. A ideia do nome “Tempostal” foi criada pelo próprio Antônio.
O acervo do museu é majoritariamente composto por cartões postais. Entre os destaques estão:
- Coleção da Belle Époque
- Postais paisagísticos antigos
- Postais de cidades da Bahia e de outros estados
- Imagens diversas de outros países
Além dos cartões postais, a coleção inclui também bilhetes postais do final do século XIX e as estampas Eucalol, as primeiras da coleção, que possuem valor histórico, artístico e documental.
Todo esse acervo oferece uma visão rica sobre histórias, costumes, cotidiano, arquitetura e credos, tanto da Bahia quanto de diversas partes do mundo.
11. Museu Casa do Benin
O Museu Casa do Benin foi inaugurado em 6 de maio de 1988, o Museu Casa do Benin é fruto do intercâmbio cultural entre a Bahia e o país africano Benin, através da cidade de Cotonou.
Pertencente à Fundação Gregório de Mattos, o museu possui um exterior colonial e um interior projetado pela renomada arquiteta Lina Bo Bardi.
Acervo
- Peças de arte popular provenientes de Cotonou, República Popular do Benin.
- Exposições temporárias apresentando artistas locais.
O museu oferece uma rica imersão na arte e cultura do Benin, além de servir como um ponto de encontro para a troca cultural e artística entre a Bahia e a África.
12. Solar do Ferrão
Solar do Ferrão foi inaugurado em 5 de junho de 1981, o Museu Abelardo Rodrigues está localizado no andar nobre do Solar do Ferrão, uma construção datada de 1701, no Pelourinho.
Acervo
- O museu abriga a mais valiosa coleção de arte sacra particular do Brasil.
- 808 trabalhos de arte erudita e popular, dos séculos 16 ao 19.
- O acervo inclui imagens, pinturas, oratórios, altares, crucifixos e fragmentos de talha.
- A exposição ocupa uma área de 536 metros quadrados.
História
- As peças pertenciam ao colecionador pernambucano Abelardo Rodrigues e foram adquiridas pelo governo do Estado.
O Museu Abelardo Rodrigues é um importante centro de preservação e exposição da arte sacra brasileira, refletindo a riqueza cultural e histórica do país.
13. Museu Abelardo Rodrigues
Museu Abelardo Rodrigues foi inaugurado em 5 de junho de 1981, o Museu Abelardo Rodrigues está localizado no andar nobre do Solar do Ferrão, uma construção de 1701, no Pelourinho.
Acervo
- 808 trabalhos de arte sacra, abrangendo os séculos 16 ao 19.
- Inclui imagens, pinturas, oratórios, altares, crucifixos e fragmentos de talha.
- Exposto em uma área de 536 metros quadrados.
História
- As peças pertenciam ao colecionador pernambucano Abelardo Rodrigues e foram adquiridas pelo governo do Estado.
O museu é conhecido por sua valiosa coleção, representando um dos maiores acervos de arte sacra particular do Brasil.
14. Antiga Faculdade de Medicina
A Primeira Escola de Medicina do Brasil, a Antiga Faculdade de Medicina está localizada no Pelourinho e é famosa por ter servido como cenário para o personagem Pedro Arcanjo, da obra Tenda dos Milagres, de Jorge Amado.
Atualmente, o prédio está em processo de restauração pelo governo do Estado e pela iniciativa privada e abriga três importantes museus:
Museu Afro-Brasileiro
- Exibe arte sacra africana e afro-brasileira.
- Conta com 27 painéis de Carybé sobre os orixás.
- Inclui fotografias do antropólogo francês Pierre Verger.
Museu de Arqueologia e Etnologia
- Apresenta pinturas, objetos, fotos e urnas funerárias indígenas.
Memorial de Medicina
- Reúne livros e teses sobre a história da medicina.
Este espaço não só preserva a memória acadêmica e cultural, como também promove o estudo e a valorização das tradições e saberes africanos e indígenas.
15. Museu da Gastronomia Baiana
Localizado no complexo do Senac Pelourinho, o Museu da Gastronomia Baiana é o primeiro da América Latina totalmente dedicado à gastronomia. Em vez de exibir pinturas e esculturas, o MGBA mergulha nas histórias das comidas típicas baianas, como acarajés, vatapás e moquecas, oferecendo uma rica análise das referências étnicas, sociais e culturais que moldam a culinária da Bahia.
Principais Atrações do MGBA
História e Cultura Gastronômica
O museu destaca a gastronomia baiana, explorando a formação e evolução de pratos icônicos e suas influências culturais.
Espaços do Museu
O museu tem teatro, arena e restaurante.
Muralhas de Santa Catarina
Ao entrar, os visitantes são recebidos pelas Muralhas de Santa Catarina, o mais antigo e importante marco arqueológico de Salvador, datado da fundação da cidade.
Acervo
- Filmes e Fotos: Documentam a culinária e a cultura baiana.
- Maquetes e Utensílios: Diversos tipos de materiais que ajudam a sintetizar a formação da culinária brasileira.
- Painéis Fotográficos: Exibições de grandes fotógrafos sobre temas variados.
Exposições Específicas
- Acarajé
- Mandioca
- Vitrines Rotativas: Homenagens alternadas periodicamente.
Lojinha de Lembranças
Ao final da visita, os turistas podem comprar doces em compota, livros de culinária ou tomar um café.
O MGBA oferece uma imersão profunda na riqueza da culinária baiana e no impacto cultural da gastronomia na Bahia.
Veja Culinária Nordestina
16. Largo Cruzeiro de São Francisco
O Largo Cruzeiro de São Francisco é um importante espaço urbano no Centro Histórico de Salvador. Este largo é conhecido pela sua cruz, que se encontra em frente à Igreja de São Francisco, e é um elemento típico da participação urbana dos franciscanos.
Principais Características
- Localização: Situa-se no Centro Histórico de Salvador, integrando-se ao Terreiro de Jesus.
- Significado Histórico: O largo é um importante ponto de conexão entre dois importantes espaços arquitetônicos e históricos de Salvador.
- Elementos Urbanos: A cruz no largo é um exemplo clássico da influência dos franciscanos na urbanização de Salvador.
O Largo Cruzeiro de São Francisco e o Terreiro de Jesus formam um conjunto arquitetônico significativo, refletindo a importância histórica e cultural da presença franciscana na cidade.
Atrações Turísticas do Pelourinho em Salvador da Bahia
Bahia.ws é o maior turístico da Bahia e Salvador