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Baía de Todos os Santos é a segunda maior baía do mundo e a maior da costa litorânea brasileira.
Descoberta em 1º de novembro de 1501, a baía recebeu esse nome por coincidir com o Dia de Todos os Santos.
Localizada no estado da Bahia, a Baía de Todos os Santos é uma reentrância da costa brasileira, sendo a segunda maior do mundo, após o Golfo de Bengala, e a maior do Brasil.
Para se ter uma ideia de sua dimensão, a área da baía é aproximadamente equivalente ao município do Rio de Janeiro, a segunda maior metrópole do Brasil.
A ampla e profunda baía encantou navegadores, piratas e colonizadores e atraiu o interesse do governo português por ser um excelente ancoradouro natural e estratégico ponto de defesa, com águas piscosas e terras férteis.
Salvador, berço da civilização colonial lusa nas Américas, tornou-se o maior porto exportador do Hemisfério Sul, de onde eram enviados à Europa a prata boliviana e o açúcar brasileiro. Esse porto também foi o principal destino de escravos africanos trazidos ao Novo Mundo.
Com uma penetração de 80 km no continente, a Baía de Todos os Santos possui 300 km de contorno litorâneo e é, na verdade, um pequeno golfo composto por três baías. Dentre elas, destaca-se a Baía de Aratu, onde se localizam o Porto de Aratu e a Refinaria Landulfo Alves.
Nas suas margens, encontra-se uma das maiores reservas de petróleo em terras continentais brasileiras.
De uma extremidade a outra, a baía possui uma amplitude de 14 km, com aproximadamente 9 km de extensão entre a Ponta da Penha e a Ponta de Itaparica.
A borda leste da Baía de Todos os Santos é marcada pela escarpa de Salvador, uma íngreme escarpa tectônica e o mais notável exemplo de uma borda cristalina de fossa tectônica costeira na América do Sul. Devido às vistas panorâmicas proporcionadas por essa escarpa, Salvador é conhecida como a cidade-belvedere.
A Baía de Todos os Santos abriga 56 ilhas, entre as quais se destacam a Ilha de Itaparica (a maior), Ilha da Maré, Ilha dos Frades, Ilha Cajaíba, Ilha da Bimbarra, Ilha das Vacas, Ilha das Canas, Ilha de Bom Jesus e Ilha do Medo.
Veja o mapa da Baía de Todos os Santos
Principais ilhas na Baía de Todos os Santos
1. Ilha Bimbarras
Um misto de praias paradisíacas, mangues, mata atlântica preservada, pastos e, como show extra, uma revoada diária de pássaros multicoloridos. Assim é a exuberante paisagem dessa ilha que, graças à sua beleza e biodiversidade, foi transformada em área de preservação pelo Ibama.
O turismo, de baixa intensidade, alia-se à rotina de uma fazenda produtiva, localizada bem no centro da ilha.
Por ser particular, os visitantes devem solicitar agendamento prévio para desfrutar das belezas intocadas de praias bucólicas e desertas. O acesso é feito apenas por barcos e escunas particulares. Romântica, boa para mergulho, esportes náuticos e também para crianças.
2. Ilha de Bom Jesus dos Passos
A Ilha de Bom Jesus dos Passos está localizada entre as ilhas de Madre de Deus e a Ilha dos Frades. Coberta por florestas e manguezais, conta com um mar calmo e azul, ideal para banho, pesca e esportes náuticos.
A ilha oferece uma ampla área de camping, atraindo banhistas que buscam, principalmente, as praias da Pontinha e da Ponta do Padre.
A Igreja de Bom Jesus dos Passos, construída em 1776, é uma das principais atrações locais e dá nome à ilha. O destino é considerado romântico, ótimo para mergulho, esportes náuticos e também adequado para crianças.
Com 1.465 habitantes, Bom Jesus dos Passos tem a menor população entre as três ilhas pertencentes a Salvador e se destaca pela religiosidade.
O acesso à ilha é feito através de embarcações que partem de Madre de Deus, a 65 quilômetros de Salvador.
A igreja local teve sua construção iniciada em 1766 e é mantida pela Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, fundada em 1815. Todo mês de janeiro, a ilha celebra uma grande festa de louvor a Bom Jesus dos Passos, que dura 20 dias.
A maioria dos moradores vive da agricultura de subsistência e da pesca de peixes e mariscos. Para aqueles que desejam passar mais tempo na ilha, a área de camping é uma ótima opção para se hospedar e desfrutar do ambiente.
3. Ilha dos Frades
A Ilha dos Frades, uma das menores da Baía de Todos os Santos, é também uma das mais importantes, devido à sua biodiversidade e à Mata Atlântica preservada. Seus primeiros habitantes foram os índios tupinambás.
Reza a história que, após um naufrágio, religiosos que chegaram à ilha foram devorados pelos indígenas, originando o nome. Com uma orla de 8 km, a ilha possui praias de mar calmo e águas límpidas.
As praias mais indicadas são:
- Loreto, onde está a Igreja de Nossa Senhora do Loreto, com águas calmas, ideal para banho;
- Paramana, um vilarejo de pescadores;
- Tobar, uma praia deserta com recifes;
- Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe, famosa pela lagosta servida como aperitivo, sendo uma praia animada e ótima para mergulho, esportes náuticos e crianças.
Do alto da Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, é possível avistar as águas tranquilas ao redor da Ilha dos Frades, um paraíso de oito quilômetros de extensão. Com formato que lembra uma estrela de 15 pontas, cada ponta abriga uma praia.
A chegada à ilha, para quem parte do Terminal Náutico do Comércio, é pela praia de Nossa Senhora de Guadalupe. Outras praias bastante visitadas incluem:
- Loreto, com águas calmas e transparentes em meio à mata e onde se encontra a igreja homônima;
- Viração, rodeada de vegetação densa e recifes;
- Paramana, destacada pelo charmoso vilarejo de pescadores.
A praia de Nossa Senhora de Guadalupe é famosa pela culinária local, especialmente os peixes, lagostas e camarões. Entre as atrações da Ilha dos Frades estão duas igrejas históricas: Nossa Senhora do Loreto e Nossa Senhora de Guadalupe, ambas do século XVII.
Para os que desejam passar mais tempo na ilha, há pequenas pousadas com café da manhã, oferecendo uma experiência completa neste monumento histórico, turístico e arquitetônico da Bahia.
4. Ilha de Itaparica
A Ilha de Itaparica, a maior da Baía de Todos os Santos, possui aproximadamente 246 km² de vegetação exuberante, manguezais e belas praias. Com uma orla de 40 km, a ilha está a 14 km de Salvador e é conectada ao continente pela Ponte do Funil, facilitando o acesso à cidade de Itaparica.
Além do acesso rodoviário, é possível chegar à ilha por transportes marítimos que partem de Salvador. Cercada por recifes, suas águas são calmas na maior parte da extensão, com praias de águas cristalinas rodeadas por mata nativa e coqueirais.
O centro da ilha conta com casarões históricos, além de vilas de pescadores e descendentes dos índios nativos da região.
As praias mais indicadas são:
- Ponta de Areia, a mais estruturada, ponto de partida para passeios a outras ilhas;
- Ponta do Mocambo, uma enseada de difícil acesso, conhecida como praia de nudismo não oficial;
- Penha, localizada em um luxuoso condomínio frequentado pelos proprietários;
- Cacha Pregos, de onde saem embarcações para o Pantanal Baiano.
A Ilha de Itaparica é um destino agitado, romântico, ideal para mergulho, esportes náuticos e também para famílias com crianças.
5. Ilha de Madre de Deus
Em 1989, a Ilha de Madre de Deus, antes um distrito de Salvador, conquistou sua emancipação e tornou-se município. Com a instalação de bases petrolíferas da Petrobras, a população da ilha cresceu, impulsionando seu desenvolvimento.
A ilha conta com praias quase todas urbanizadas, caracterizadas por mar calmo e águas cristalinas. A única exceção é a Ponta do Suapé, imprópria para banho devido ao mar perigoso. Madre de Deus é um destino agitado, ideal para surfe, mergulho, esportes náuticos e apropriado para crianças.
6. Ilha da Maré
A Ilha da Maré, situada no centro da Baía de Todos os Santos, pertence ao município de Salvador e cobre uma área de aproximadamente 14 km². Sua paisagem é composta por mata atlântica, mangues, coqueirais e diversas praias. A ilha mantém um caráter primitivo e é dividida em povoados, cujos habitantes vivem principalmente da pesca e do artesanato. O artesanato local é famoso pelas peças de renda de bilro.
Entre as principais praias estão:
- Itamoabo, conhecida pelo passeio de “jeguetour”;
- Neves, onde se encontra a histórica Igreja de Nossa Senhora das Neves, do século XVI;
- Botelho, que oferece uma excelente vista para a Baía de Todos os Santos.
A Ilha da Maré é também uma antiga aldeia de pescadores, famosa pelo peguarí, um molusco abundante na região, que é utilizado na famosa moqueca de peguarí, especialidade local.
O acesso à ilha é feito pelo Terminal Hidroviário de São Tomé de Paripe, no subúrbio de Salvador, e a travessia leva cerca de 45 minutos. Outra atração são as rendeiras de bilro, que confeccionam panos, caminhos de mesa e coletes de renda, produtos muito apreciados pelos turistas.
Curiosamente, a Ilha da Maré é a localidade com maior percentual de população negra em Salvador, com aproximadamente 93% dos seus 4.236 habitantes sendo negros, segundo Joilson Rodrigues Souza, do IBGE. Para quem deseja estender a estadia, há pousadas com vistas privilegiadas para a Baía de Todos os Santos.
7. Ilha de Matarantiba
A Ilha da Maré também é conhecida pela Fonte do Tororó, uma das suas principais atrações naturais. Essa fonte é uma queda d’água entre as pedras que, durante a maré alta, deságua diretamente no mar.
Na maré baixa, forma-se uma fonte de água doce na praia, cercada por vegetação densa e manguezal, proporcionando uma experiência única em meio à natureza.
Outra praia de destaque é a Praia da Barra Falsa, com dunas de areia branca e águas de coloração verde-esmeralda, límpidas e ideais para banho. É um local bastante procurado por surfistas e praticantes de bodyboard, além de atrair visitantes interessados nos passeios ecológicos pela ilha, que oferecem a chance de explorar a biodiversidade local.
8. Ilha do Medo
A Ilha do Medo, situada na Baía de Todos os Santos, é cercada por histórias e lendas que intrigam seus visitantes. No século XIX, a ilha foi usada como refúgio militar e local de quarentena para pessoas com lepra, que eram isoladas ali.
Por conta disso, muitas narrativas falam de almas vagando pela ilha, como a de um padre condenado a perambular após se recusar a realizar uma missa paga. Outra história bastante contada é sobre um pescador que, ao avistar uma criatura misteriosa soltando fogo pela boca, ficou mudo para sempre.
Apesar das lendas, a ilha é uma Área de Proteção Ambiental, coberta por vegetação de restinga e árvores de mangue. Como não há fontes de água doce, a ilha permanece desabitada, mantendo sua natureza quase intoc
9. Ilha das Vacas
A Ilha das Vacas, uma ilha particular e praticamente desabitada na Baía de Todos os Santos, chama atenção por sua tranquilidade e paisagem peculiar.
10. Ilha das Canas
A Ilha das Canas é uma das ilhas menos habitadas da Baía de Todos os Santos, destacando-se por sua tranquilidade e beleza natural.
A ilha é quase desabitada, o que a torna um refúgio ideal para quem busca um contato mais direto com a natureza e uma escapada do agito urbano. Suas praias com águas calmas e paisagens intocadas são perfeitas para atividades como o mergulho e a exploração de sua rica biodiversidade.
O ambiente tranquilo e pouco explorado faz da Ilha das Canas um destino atrativo para aqueles que apreciam a serenidade e a beleza do ambiente natural.
Principais ilhas na Baía de Todos os Santos
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