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Trindade e Martim Vaz é um arquipélago brasileiro no Oceano Atlântico, sendo um Território Federal alinhado a costa do Espírito Santo, situado no oceano Atlântico, e a cerca de 1.200 quilômetros a leste de Vitória.
É constituído por duas ilhas principais (Trindade e Martim Vaz), separadas por 48 quilômetros, que somam uma área total de 10,4 km².
As ilhas Trindade e Martim Vaz são consideradas pelos navegadores como um imenso paredão no meio do Atlântico.
São desabitadas, à exceção de uma guarnição de 32 militares da Marinha Brasileira, que têm sua base na Ilha da Trindade.
No reinado de D.Manuel I, rei de Portugal, a ilha de Martim Vaz foi descoberta em 1501 pelo navegador galego João da Nova e cerca de um ano depois, o navegador português Estêvão da Gama visitou a maior ilha e chamou-a de “Ilha da Trindade”.
As ilhas Trindade e Martim Vaz permaneceram na posse de Portugal até a independência do Brasil, altura em que passaram a ser brasileiras.
Em 1890, o Reino Unido ocupou Trindade, mas os ingleses abandonaram as ilhas em 1896, depois de um acordo entre os dois países, que contou com mediação portuguesa.
Vídeos sobre “Arquipélago de Trindade”
Ilhas de Martim Vaz
É um conjunto de ilhas formado pela ilha principal (Martim Vaz, com altitude máxima de 175 metros), duas ilhotas íngremes e inacessíveis (a Ilha do Norte, com altitude máxima 65 metros, e a Ilha do Sul, com 122 metros de altitude máxima) e vários rochedos menores, como Rochedo Agulha, espalhados a 48 km a leste de Trindade, perfazendo uma área total de 0,3 km² (30 hectares).
A vegetação é predominantemente rasteira, com a presença de raros arbustos no topo, que são impiedosamente açoitados pelo vento. A fauna é formada apenas por caranguejos, aranhas endêmicas e centenas de aves migratórias.
Como lajes e alto-fundos cercam as ilhas, revelando um campo minado nem sempre emerso, desconhecidos e pouco registrados nas cartas náuticas, a área é naufrágio a vista para embarcações desavisadas de qualquer porte.
A única maneira menos arriscada de desembarque é de helicóptero, por ser literalmente vertical e plana em cima, como um chapadão (surgem abruptamente do mar).
Ilha de Trindade
Trindade é uma ilha vulcânica na costa do Estado do Espírito Santo, Brasil, que junto com Martim Vaz forma um arquipélago. Com 9,2 quilômetros quadrados de área, o seu território está compreendido no município de Vitória. Encontra-se a 1.167 quilômetros de distância do continente.
- Praia dos Cabritos 9. Praia do Príncipe
- Praia dos Portugueses 10. Praia do Lixo
- Praia da Calheta 11. Farilhões
- Praia dos Andradas 12. Praia do Eme
- Praia das Tartarugas 13. Praia da Cachoeira
- Praia do Parcel 14. Praia do Noroeste
- Praia do Túnel 15. Praia das Orelhas
- Praia da Ponta do Túnel 16. Ponta Norte
Descoberta em 1512 por João da Nova, foram visitadas em 1514 por Juan de la Cosa, que denominou a ilha principal de Santa Maria Esmeralda.
Em 1768, o francês La Pérouse tentou subir as rochas, mas dois de seus marinheiros acabaram morrendo na tentativa. Em homenagem aos mortos, denominou as ilhas do grupo como Martim Vaz.
Em 1951, a Marinha do Brasil quis tomar formalmente posse das ilhas, e uma guarnição militar tentou hastear a bandeira na ilha principal, contudo a embarcação naufragou ao bater de frente com um rochedo e 12 marinheiros perderam suas vidas.
Em 1960 uma expedição científica inglesa com o navio HMS Owen achou uma enseada segura e conseguiu explorar a ilha maior. A primeira aterrissagem na Ilhota do Sul foi feita em 1962 por uma equipe militar a bordo de um helicóptero.
Mais recentemente, em 2007, houve outros pousos por helicóptero da Aviação Naval para a substituição da Bandeira Nacional lá hasteada.
O pesquisador Evaristo Scorza encontrou nas ilhas algumas provas de um mineral extremamente raro, a hauynita, apenas encontrado em tempos antigos na China e na Eslováquia.
História da Ilha de Trindade
A frota de Estevão da Gama, a caminho da Índia, na latitude de 20º S descobriu, a 18 de Maio de 1502, uma ilha que denominou de Ilha da Trindade.
Vários foram os visitantes ilustres que lá estiveram, sendo o mais conhecido o astrônomo inglês Edmund Halley, que chegou a tomar posse da lIha em nome da monarquia britânica (1700).
Em 1895, mais uma vez tentaram os ingleses obter a posse dessa estratégica posição no Atlântico Sul, porém, os esforços diplomáticos brasileiros, aliados ao apoio da diplomacia portuguesa, reintegraram a posse da ilha da Trindade ao Brasil.
Para afirmar, de uma vez por todas, a soberania brasileira sobre a ilha, foi erigido um marco, na data de 24 de janeiro de 1897.
Séculos XX e XXI
Embora não tenha população permanente, desde 1957 o arquipélago sedia o Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT), guarnecido por 32 homens da Marinha do Brasil, metade dos quais revezados a cada bimestre.
Além da guarda desse território insular brasileiro, esses homens executam a coleta de dados maregráficos e meteorológicos daquela região do Atlântico Sul.
Geografia das ilhas Trindade e Martim Vaz
As ilhas Trindade e Martim Vaz se localizam a 1.200 km da costa de Vitória, no centro do Atlântico Sul.
O arquipélago é formado por duas ilhas principais (Trindade e Martim Vaz), duas ilhotas íngremes e inacessíveis (a Ilha do Norte e a Ilha do Sul) e vários rochedos menores (como o Rochedo Agulha) espalhados a 48 km a leste de Trindade, perfazendo uma área total de 10,4 km². As ilhas alcançam uma altitude máxima de 600 metros acima do nível do mar em Trindade.
Duas grandes ilhas compõem a maior parte da área terrestre de e dão o nome à Trindade e Martim Vaz: Ilha Trindade (9,2 km²) ao sul, e a Ilha Martim Vaz (0,3 km²) ao norte.
As outras ilhas são muito menores e de difícil acesso. Tratam-se das ilhotas de Martim Vaz, que são a Ilha do Norte e a Ilha do Sul, e rochedos localizados a 48 km a leste da Ilha Trindade.
Geologia das ilhas Trindade e Martim Vaz
A ilha de Trindade tem numerosos centros vulcânicos, a atividade vulcânica mais recente aconteceu há aproximadamente 50 mil anos no Vulcão Paredão no ponto mais ao sudeste da ilha. Essa atividade consistiu em fluxo piroclástico que acumulou um cone de cinzas.
Na ilha de Trindade ocorre cinco vulcões acima do nível do mar. O vulcão denominado Complexo de Trindade é o mais antigo dos cinco e caracteriza-se por possuir rochas intrusivas e piroclásticas.
Na enseada da Cachoeira pode-se reconhecer as rochas mais antigas da ilha. Há também a formação Morro Vermelho, resultada de uma erupção explosiva com derrames de lava denominada ankaratríca.[3]
Outras formações que se destacam são a Formação Valado, onde ocorre rochas piroclásticas; o Morro do Paredão, que representa as ruínas de um vulcão.
O Morro do Paredão corre o risco de desaparecer devido à ação erosiva das águas oceânicas. É o único resto reconhecível de um vulcão no Brasil.
Trindade possui uma série vulcânica que se caracteriza por ser altamente subsaturada em sílica. Juntamente com a série vulcânica de Fernando de Noronha, é a série vulcânica oceânica mais subsaturadas em sílica do Atlântico.
Flora e fauna das ilhas Trindade e Martim Vaz
A pesquisa ambiental acerca do ecossistema das ilhas Trindade e Martim Vaz encontra-se a cargo da equipe de pesquisas do Museu Nacional.
De acordo com estudos do naturalista Ruy Alves, existem 124 espécies botânicas na ilha, 11 das quais endêmicas.
A principal espécie vegetal é a samambaia gigante. A principal espécie animal terrestre na ilha é o Caranguejo amarelo (Geocarcinus lagostoma, Grapsus grapsus), que ocorre até mesmo nos picos mais altos.
No passado foram deixados para trás cabras, porcos e outros animais domesticados e como eles perturbavam o ambiente natural, a Marinha envidou esforços para erradicar as duas espécies exóticas. Existem também aves marinhas.
No mar é grande a variedade de espécies, mas a que só ocorre ali é a de um peixe, o cangulo, conhecido entre a guarnição da Marinha do Brasil como “pufa” (“pufavô me pegue!”), e que ataca em bando, tal como as piranhas ao menor sinal de sangue.
As ilhas Trindade e Martim Vaz são local de desova de grande contingente da tartaruga verde (Chelonia mydas) e área de alimentação da tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata).
Trindade não cansa de surpreender: milhares de samambaias gigantes decoram os penhascos. É um dos lugares mais incríveis da ilha.
Ilha da Trindade – Exploração econômica
Qual a importância do Brasil gastar dinheiro para manter militares isolados numa ilha tão pequena e distante do continente? Em primeiro lugar é importante frisar que manter uma guarnição, de 32 homens em média, num local de difícil acesso como Trindade, tem um custo alto e necessita de uma organização muito grande.
Para se ter idéia, só para para transportar os militares e o material em um navio como o “Graça Aranha”, a Marinha gasta em média R$ 10 mil por dia no mar.
Uma travessia de ida e volta entre o Rio de Janeiro e Trindade dura, no mínimo, seis dias.
O valor ainda não é o ideal, segundo o imediato (comandante responsável pela administração da embarcação) do navio. No custo da operação, que envolveu em abril de 2002 um total de 125 pessoas embarcadas, deve-se somar alimentação, segurança, água, combustível, pagamentos, higiene e outros gastos.
Mesmo somando o trabalho e o dinheiro gasto, viagem e estadia, dá para dizer que tudo é pouco se comparado à importância da ilha de Trindade para o país.
Não é só a importância das belezas ecológicas e naturais. Apesar de isolada e pequena, Trindade é muito importante economicamente para o Brasil.
O governo teve uma visão estratégica em 1957, quando decidiu passar à Marinha a tarefa de ocupar e vigiar o local, tomando como base o acordo internacional sobre mares e oceanos.
Este acordo, que foi assinado em 1982 durante a “Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar – Convenção da Jamaica”, garante a exploração econômica à nação mais próximas das 200 milhas marítimas (aproximadamente 370 km) das águas marinhas numa linha reta a partir do seu território.
Ou seja, foi feito um acordo amigável, dando o direito de exploração de uma zona econômica exclusiva aos países, de seus mares, dentro deste limite estabelecido.
Por este motivo, Trindade é um ponto estratégico, por ser um território nacional localizado a 640 milhas náuticas (1200 km) numa reta a partir de Vitória, ou ainda águas exclusivamente brasileiras no meio do Atlântico.
Esta é a grande vantagem de manter a ilha ocupada. O Brasil tem o direito de usufruir das riquezas das águas nesta região, como a pesca e a exploração de petróleo e outros minerais.
Além do poder de controle militar e da responsabilidade pelas ações na região, como um possível desastre ambiental ou atividades ilegais no país, como os navios de cassinos.
Considerando a mesma faixa partindo do continente, entre a ilha e o Espírito Santo, esta área de exploração se torna maior. Somando a zona dos dois lados (ilha mais continente), a área que pode ser explorada ocupa 2/3 do espaço banhado pelo oceano Atlântico.
Também não se pode negar as riquezas que esta fração do território nacional possui em suas terras. A ilha é um laboratório natural muito diversificado.
A Marinha desenvolve estudos sobre estas terras. Os marinheiros e pesquisadores que permanecem no local realizam observações meteorológicas, maregráficas e geofísicas na região, que servem de informação para várias instituições do mundo.
Ilha da Trindade – Naufrágios
O mar chega a ser perigoso em Trindade. Dois naufrágios marcam a paisagem da praia dos Portugueses, onde fica a base da Marinha na ilha.
Logo ao avistar o Poit do mar, já é possível ver as ferragens de um navio encalhado na areia e de um veleiro sobre as pedras da encosta.
O veleiro pertencia a um casal de franceses que dava uma volta ao mundo pelos oceanos.
Em 1994, eles desembarcaram na Ilha da Trindade para comemorar o aniversário da mulher, deixando o barco atracado de frente para a praia.
Segundo os marinheiros que conhecem o local, um forte vento fez com que a âncora se soltasse do fundo e arremessasse o veleiro contra as pedras. O casal passou um mês na ilha à espera de uma visita de um navio da Marinha para ser resgatado.
Um naufrágio maior, no entanto, ocorreu com o navio pesqueiro chinês Hwa Shing.
História contada pelos marinheiros do Poit mostra que os tripulantes do navio se amotinaram por causa do racionamento de comida, mataram o comandante, feriram o cozinheiro e arremessaram a embarcação contra os corais da ilha.
Depois que o navio encalhou, toda a tripulação de estrangeiros foi presa pela Marinha Brasileira e enviada para o continente.
Guia de Turismo e Viagem das ilhas Trindade e Martim Vaz
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