Mapas Históricos

A partir do século XVI, inicia-se, então, a cartografia histórica do Brasil com as primeiras representações que fazem parte dos planisférios ou mapas das Américas nas edições da Geografia de Ptolomeu e obras de viajantes.

Essas representações do Brasil possuem ilustrações de cenas indígenas, fauna e vegetação, informações obtidas, a princípio, através de Américo Vespúcio, que acompanhou as primeiras expedições portuguesas ao território brasileiro, e, mais tarde, através de viajantes e navegadores.

A cartografia desse período registra, também as primeiras denominações do país: Terra de Santa Cruz, Terra Incógnita, Antropófagos, Terra dos Papagaios e Brasil. São mapas produzidos por cartógrafos como Ruysch, Waldseemüller, Ortelius, Ruscelli, Forlani, Gastaldi e Hulsius. Ainda no século XVI, começa a preocupação com as investidas dos franceses na costa brasileira.

Exemplos desses episódios encontram-se nos mapas de Gastaldi, expondo o escambo entre os navegadores franceses e os indígenas brasileiros, e nas obras do religioso e cosmógrafo André Thevet, que acompanhou Nicolas Durand de Villegagnon na época em que esteve no Rio de Janeiro, com a fundação da colônia França Antártica.

Entre 1580 e 1640, Portugal fez parte da União Ibérica, sob a dinastia Filipina.

Assim, todas as colônias portuguesas pertenciam também à Coroa espanhola, o que favorecia a presença de franceses, ingleses e holandeses no litoral norte e nordeste brasileiro.

Para defender os domínios ibéricos na América, a Coroa filipina possibilitou que os luso-brasileiros ultrapassassem os limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas, avançando em direção ao delta do Amazonas.

Essas conquistas estão registradas na cartografia portuguesa do século XVII, dos notáveis astrônomos Cochado e Albernaz I, mostrando as fortalezas construídas e as cidades fundadas, além de indicarem as fortificações inglesas e holandesas destruídas.

Referente ainda ao século XVII, exibe-se a cartografia manuscrita portuguesa, com as cartas de Antônio Vicente Cochado, Antônio Sanches, João Teixeira Albernaz I e seu neto João Albernaz II.

Todos os mapas detalham topônimos localizados no litoral com riqueza, desde Belém até o rio da Prata.

Merece, entretanto, destaque o mapa do Brasil de Albernaz II (1666) por, além de possuir, como os outros, grande quantidade de topônimos na costa brasileira, ressaltar a cidade de São Paulo e, no sul do território, as missões jesuítas.

Não poderia deixar de mostrar a belíssima cartografia holandesa do nordeste do Brasil, entre 1624-1654.

O mapa,  Perfect Caerte der Gelegentheyt van Olinda de Pharnambuco Maurits-stadt ende t’Reciffo e confeccionado por Cornelis Golijath, é considerado o melhor da produção cartográfica sob o domínio holandês no nordeste Brasileiro.

No século XVIII, apresenta-se um esboço sobre o desbravamento no interior do Brasil pelos luso-brasileiros, que faz parte do conjunto “Cartas Sertanistas” (Cortesão, 1957-1971).

Esses rascunhos, existentes na Biblioteca Nacional, indicam missões jesuíticas destruídas por sertanistas e/ou bandeirantes e caminhos em busca de riquezas minerais no interior do Brasil.

Ainda do século XVIII, encontra-se também a cartografia francesa que passa a predominar nesse período com a fundação da Academia Real de Ciências por Colbert e com a construção do observatório astronômico em Paris.

Dentre os cartógrafos escolhidos, destacam-se Guillaume de L’Isle e Jean Baptiste Bourguignon d’Anville, autor de uma das melhores cartas setecentistas representando a América do Sul.

Já a notoriedade de Guillaume de L’Isle se deve ao fato de ter observado erros dos portugueses nos cálculos das longitudes do Brasil.

Membro da Academia Real de Ciências da França, Guillaume de L’Isle, em 1720, notou que os cálculos portugueses ultrapassavam os domínios lusitanos na América do Sul conforme o Tratado de Tordesilhas.

Como se sabe, as Coroas ibéricas buscaram uma solução para a questão de fronteiras dos seus domínios na América Meridional.

O resultado dessas negociações foi o Tratado de Madri, assinado em janeiro de 1750.

Faz parte da exposição uma das cópias originais do Mapa das Cortes, documento cartográfico que serviu de base para o tratado.

Assim, foram formadas comissões mistas de levantamento e demarcação de fronteiras das regiões norte e sul na América Meridional. Portugal e Espanha contrataram especialistas (cosmógrafos, astrônomos, militares e outras categorias) de diversas nações europeias para exercerem tais tarefas.

Desses trabalhos, elaborou-se uma quantidade significativa de documentos cartográficos (mapas, vistas, relatórios, diários).

A exposição expõe parte desta coleção produzida pelos integrantes dessas comissões mistas do lado português.

O século XIX inicia com duas folhas do atlas manuscrito Guia dos Caminhantes, confeccionado por Anastácio de Santana, em Salvador (1817).

A primeira, folha de rosto, contém dados geográficos e uma vista panorâmica da cidade de Salvador.

A segunda é o mapa do Brasil com o norte direcionado para a margem direita. Além de didático, esse atlas representa uma das primeiras iniciativas do mapeamento do Brasil.

Nesse período, cresce a produção cartográfica. São compostos mapas de províncias e do território nacional, planos topográficos, levantamentos hidrográficos dos rios, das bacias do Amazonas e do Prata e cartas de fronteiras.

No século XX, após solucionar diversas questões de fronteiras ao longo de quatro séculos, e já com o território nacional configurado, o roteiro finaliza com a Carta geographica do Brasil, nas escala 1:7.500.000, publicada pelo Clube de Engenharia, em 1922, em comemoração ao centenário da Independência do Brasil.

Esse mapa é a redução da carta do Brasil na Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo, confeccionada conforme os padrões internacionais estabelecidos no Congresso Internacional de Geografia, em Paris, em 1913.

Mapa do Brasil de 1730 "Nova et Accurata Brasiliae Totius Tabula, Auctore Ioanne Blaeu I.F.", Blaeu/Schenk Este mapa escasso é o terceiro mapa do Brasil de Johannes Blaeu. Ele inclui as capitanias ao longo da costa e é uma melhoria significativa em relação aos mapas anteriores de Blaeu do Brasil. A bela cartela é cercada por querubins e um deus do rio. Esse mapa, desenhado por Joannes de Broen e gravado por Abraham Wolfgang, foi concluído pouco antes do grande incêndio que destruiu a gráfica e, portanto, foi incluído em apenas uma edição dos atlas de Blaeu. Em 1694, Pieter Schenk adquiriu várias placas de cobre de Blaeu, incluindo esta.
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Mapa do Brasil de 1730

Mapa do Brasil de 1730 – Mapa Histórico “Nova et Accurata Brasiliae Totius Tabula, Auctore Ioanne Blaeu I.F.”, Blaeu/Schenk Este mapa escasso é o terceiro mapa do Brasil de Johannes Blaeu. O mapa inclui as capitanias hereditárias ao longo da costa e é uma melhoria significativa em relação aos mapas […]

Mapa de Portugal e Espanha de 1620. Excelente mapa da Espanha e de Portugal, incluindo Maiorca e Menorca. Gravado com muito requinte por Petrus Kaerius, com cartelas elaboradas, navios a vela, monstros marinhos e rosas de bússola. O mar está gravado em um padrão moiré arrojado.
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Mapa de Portugal e Espanha de 1620

Mapa de Portugal e Espanha de 1620 “Hispaniae Nova Describtio, de integro Multis Inlocis, Secundum Hydrographicas, Desc. Emendata”, Hondius, Jodocus  Excelente mapa da Espanha e de Portugal, incluindo Maiorca e Menorca. Gravado com muito requinte por Petrus Kaerius, com cartelas elaboradas, navios a vela, monstros marinhos e rosas de bússola. […]

Antonio de Herrera Y Tordelislas foi o historiador oficial de Espanha e das Índias. Ele compilou uma história das conquistas espanholas e das primeiras explorações nas Américas, que incluía este mapa do continente gravado de forma simples. O mapa é em grande parte derivado das cartas manuscritas de Juan Lopez de Velasco. O continente é dominado pelas enormes "R. de los Amazona" e R. de la Plato" e pela cordilheira ocidental. É apresentado o "Meridiano de la de Marcacion", que dividia o mundo não cristão entre Espanha e Portugal.
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Mapa da América do Sul de 1601

Mapa da América do Sul de 1601 – Descripcion de las Indias “Descripcion de las Yndias de Mediodia”, Herrera y Tordesillas, Antonio de Antonio de Herrera Y Tordelisllas foi o historiador oficial de Espanha e das Índias. Ele compilou uma história das conquistas espanholas e das primeiras explorações nas Américas, que incluía […]

Mapa do Mundo de 1584
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Mapa do Mundo de 1584

Mapa do Mundo de 1584 – Theatrum Orbis Terrarum Ortelius’ Famous World Map – First Plate in Full Contemporary Color “Typus Orbis Terrarum”, Ortelius, Abraham Este é o primeiro (de três) mapas-múndi que foi incluído no famoso atlas de Ortelius. É uma redução simplificada do influente mapa de Mercator de 1569, […]

Mapa da Africa de 1593
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Mapa da Africa de 1593

Mapa da Africa de 1593 – Speculum Orbis Terrae “Africae Vera Forma, et Situs”, Jode, Cornelis de Este mapa, extremamente raro, é uma interessante resultado da combinação de fontes cartográficas. Cornelis preparou este mapa para a segunda edição do Speculum após a morte do seu pai em 1591. Substituiu o mapa de […]

Mapa da Europa de 1575 - Cosmographie Universelle de Tout le Monde Escassa versão em xilogravura do mapa da Europa de Ortelius - "Europae", Belleforest, Francois Este mapa escasso é uma versão em xilogravura do mapa da Europa de Ortelius. O mapa estende-se até incluir a Islândia e parte da Gronelândia, e há uma pequena porção do Labrador a invadir o mapa no canto superior esquerdo. Também se estende à Ásia Ocidental e ao Norte de África. O cortador de blocos tentou imitar a gravura em cobre com um mar pontilhado e os adornos de Ortelius, mas a execução num bloco de madeira é visivelmente mais grosseira. O mapa é modestamente adornado com um barco à vela, uma rosa dos ventos e um acampamento de tendas na Rússia. A personificação de Europa a ser raptada por Zeus sob a forma de um touro adorna a cartela de título. Houve apenas uma edição da Cosmographie de Belleforest, pelo que o mapa é escasso e raramente se encontra disponível no mercado.
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Mapa da Europa de 1575

Mapa da Europa de 1575 – Cosmographie Universelle de Tout le Monde Escassa versão em xilogravura do mapa da Europa de Ortelius – “Europae”, Belleforest, Francois Este mapa escasso é uma versão em xilogravura do mapa da Europa de Ortelius. O mapa estende-se até incluir a Islândia e parte da Gronelândia, e há […]

Mapa da Jamaica de 1671
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Mapa da Jamaica de 1671

Mapa da Jamaica de 1671 – Atlas Maritimus “Novissima et Accuratissima Insulae Jamaicae Descriptio”, Seller, John  Este é o primeiro estado de um mapa inglês muito raro que mostra a ilha dividida em distritos. Em 1670, Sir Thomas Modyford encomendou um levantamento da ilha, que foi concluído por John Man, o […]

Mapa do Panama de 1699 - Dois mapas numa folha. O mapa superior mostra a costa norte do Panamá com parte das Ilhas San Blas e apresenta a colónia de curta duração de Nova Edimburgo. A Companhia da Escócia estabeleceu esta malfadada colónia comercial na costa de Darien, no Panamá, em 1698. A colónia estava bem localizada, com um bom porto, mas no espaço de um ano falhou devido a uma doença devastadora e ao ataque de galeões espanhóis. O fracasso do Esquema de Darien (como ficou conhecido) contribuiu grandemente para a paralisação de toda a economia escocesa, que acabou por levar à dissolução do Parlamento escocês e ao Ato de União com a Inglaterra de 1707. O mapa inferior, atribuído a Hacke e Robert Morden, mostra todo o istmo do Panamá com parte da Costa Rica e da Colômbia. Ambos os mapas foram finamente gravados por Herman Moll com linhas de rumo, rosas de compasso, navios à vela, sondagens e cartelas decorativas. Esta é a rara primeira edição.
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Mapa do Panama de 1699

Mapa do Panama de 1699 “A Draft of the Golden & Adjacent Islands, with Part of ye Isthmus of Darien… [on sheet with] A New Map of ye Isthmus of Darien in America, the Bay of Panama, the Gulph of Vallona or St. Michael…”, Hacke, William (Capt.) Dois mapas numa […]

Este fascinante mapa pictórico é um dos primeiros mapas regionais do Brasil que se pode obter. Ilustrado com o norte à direita, o mapa está repleto de vinhetas que representam a vida nativa, em vez de se concentrar em informações geográficas. Os índios nativos são mostrados com arcos e flechas, machados, lhamas e redes, pelos quais os brasileiros são bem conhecidos. O oceano ao redor está repleto de navios franceses e portugueses e monstros marinhos. Ao longo da costa, os europeus são retratados interagindo com os nativos. As poucas informações geográficas apresentadas são bastante imprecisas. O rio Amazonas (aqui chamado Maranon F.) e o rio Paraná têm origem em lagos situados ao lado de um vulcão em erupção. Montanhas e rios espúrios preenchem a porção ocidental do Brasil, denominada Terra non Discoperta (terra não descoberta).
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Mapa do Brasil de 1606

Mapa do Brasil de 1606 – Delle Navigationi et Viaggi Raccolta… “Brasil”, Ramusio, Giovanni Battista Este fascinante mapa pictórico é um dos primeiros mapas regionais do Brasil que se pode obter. Ilustrado com o norte à direita, o mapa está repleto de vinhetas que representam a vida nativa, em vez de se […]