Espécies de peixes mais encontrados no Pantanal

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As espécies de peixes encontrados no Pantanal matogrossense não é grande, mas a quantidade de peixes é grande.

Embora atualmente haja na região cerca de 260 espécies descritas – um número modesto, se comparado às 1800 da Amazônia -, os peixes existem aos milhares.

A explicação para essa abundância é simples.

Peixes no Pantanal
Peixes no Pantanal

No período das chuvas, entre novembro e março, uma grande área do Pantanal fica debaixo d’água.

As baías, contudo, se mantêm rasas, o que implica intensa incidência de luz, tornando o ambiente favorável ao crescimento de plantas, microalgas e macrofitas, base da cadeia alimentar de pequenos invertebrados e peixes, que encontram nas águas pantaneiras fartura de alimento.

Parcialmente isoladas dos grandes rios, as baías são excelente berçário para pequenos peixes, que aí ficam a salvo dos predadores.

A pesca no Pantanal, inclusive a esportiva, vem dando sinais de que está seriamente comprometida devido ao excesso de exploração.

Especula-se que o modelo atual talvez não seja sustentável, por se concentrar em cerca de vinte espécies.

O tamanho dos peixes dourados, por exemplo, está diminuindo, bem como sua quantidade. A fiscalização aos barcos de pesca, entretanto, tem se tornado mais rigorosa.

Vale lembrar que as águas do Pantanal abrigam ainda jacarés, capivaras, ariranhas, entre outros animais, além de aves aquáticas, o que torna a região especialmente rica e interessante.

Daí a necessária e obrigatória preservação do meio ambiente e a manutenção dos respectivos hábitats de todas as espécies.

ESPÉCIES DE PEIXES MAIS ENCONTRADAS NO PANTANAL

  1. Chacara ou Pseudoplatystoma fasciatum
  2. Curimbatá ou Prochilodus lineatus
  3. Dourado ou Salminus brasiliensis
  4. Jaú ou Paulicea lutkeni
  5. Jurupensém ou Sorubim lima
  6. Jurupoca ou Hemisorubim platyrhynchos
  7. Lambari ou Astyanax spp
  8. Pacu ou Piaractus mesopotamicus
  9. Mandubé ou Ageneiosus brevifilis
  10. Piavuçu ou Leporinus macrocephalus
  11. Pintado ou Pseudoplatystoma corruscans
  12. Piranha ou Serrasalmus spilopleura
  13. Piraputanga ou Brycon hilarii
  14. Traíra ou Hoplias malabaricus

1. CACHARA

(Pseudoplatystoma fasciatum)

Outros nomes populares: surubim, surubim-cachara

Chacara ou Pseudoplatystoma fasciatum
Chacara ou Pseudoplatystoma fasciatum

Peixe de couro cujo corpo é alongado e roliço, c a cabeça, grande e achatada.

Espécie de amplo valor comercial, resiste bastante quando é capturado.

Durante o dia, abriga-se em águas profundas e, à noite, concentra e nas praias e em margens rasas.

Alimenta-se de pequenos peixes. Pode chegara 1 metro de comprimento e pesar até 70 quilos, em geral, os exemplares pescados atualmente não ultrapassarem os 20 quilos.

Para pescá-lo, utilizam-se equipamentos do tipo médio / pesado, iscas naturais ou artificiais de meia água e de fundo.

Tome cuidado com as espinhas das nadadeiras.

2. CURIMBATÁ

(Prochilodus lineatus)

Outros nomes populares: curimatá. curimba e papa-terra

Curimbatá ou Prochilodus lineatus
Curimbatá ou Prochilodus lineatus

Peixe de escamas. No Brasil, sua carne é utilizada largamente na culinária pelos descendentes de japoneses.

O curimbatá consome diversos detritos, além de lodo, algas e pequenos invertebrados do leito dos rios.

Vive em grandes cardumes, principalmente cm águas calmas.

Atinge cerca de 40 centímetros de comprimento e 5 quilos de peso.

Sua pesca é mais proveitosa se praticada nos barrancos, na beira dos rios, com equipamentos bem simples e leves. Este peixe não é atraído com iscas artificiais; recomenda-se o uso de massa de farinha de trigo.

3. DOURADO

(Salminus brasiliensis)

Dourado ou Salminus brasiliensis
Dourado ou Salminus brasiliensis

Peixe de escamas. Predador voraz, vive em águas com correnteza, de profundidades variadas, preferencialmente a meia água para superfície, cm águas abertas, no meio de pedras ou em cachoeiras.

O peixe dourado chega a medir 1 metro e a pesar 20 quilos.

O equipamento deve ser médio ou pesado, com iscas artificiais de meia água e as chamadas colheres, feitas de metal e em forma de concha, tanto na pesca de corrico como na de arremesso. Iscas naturais também são recomendáveis.

Quando o peixe dourado fisgar uma delas, deve-se manter a linha esticada para que ele não se solte.

4. JAÚ

(Paulicea lutkeni)

Outros nomes populares: pacamum, pacamão

Jaú ou Paulicea lutkeni
Jaú ou Paulicea lutkeni

Peixe de couro. Alimenta-se de outros peixes e vive usualmente em águas agitadas, em cachoeiras, nas profundezas dos rios e em locais com grande concentração de pedras.

De grande porte, o jaú pode chegar a 1,2 metro de comprimento e 100 quilos. Protege-se entre as pedras quando fisgado, o que dificulta sua captura.

Os equipamentos para pescá-lo devem ser pesados e as iscas – naturais – precisam ficar no fundo das águas. E mais fácil capturá-lo à noite, quando ele é mais ativo.

5. JURUPENSÉM

(Sorubim lima)

Outro nome popular; bico-de-pato

Jurupensém ou Sorubim lima
Jurupensém ou Sorubim lima

Peixe de couro que se alimenta de pequenos peixes e de invertebrados. Vive em cardumes, abaixo das corredeiras ou nos poções.

O peixe Jurupensém chega a ter 70 centímetros de comprimento e 15 quilos de peso.

Para pescá-lo, devem-se usar equipamentos leves a médios e iscas naturais, mais eficientes neste caso.

6. JURUPOCA

(Hemisorubim platyrhynchos)

Outros nomes populares: jerepoca, braço-de-moça

Jurupoca ou Hemisorubim platyrhynchos
Jurupoca ou Hemisorubim platyrhynchos

Peixe de couro cuja carne é bastante apreciada.

O peixe jurupoca consome peixes e invertebrados e vive nas baías e na beira dos rios. Pode chegar a 50 centímetros de comprimento e a pesar 3 quilos.

As iscas mais apropriadas são filés ou pedaços de peixes pequenos, e os equipamentos, leves a médios.

7. LAMBARI

(Astyanax spp.)

Outro nome popular: piaba

Lambari ou Astyanax spp
Lambari ou Astyanax spp

Peixe de escamas, bastante ligeiro, costuma pegar facilmente a isca sem ser fisgado.

O lambari tem um tamanho máximo de 15 centímetros, e o peso não ultrapassa 50 gramas.

Por isso, o equipamento para pescá-lo deve ser bem leve também é usado como isca.

O lambari alimenta-se de flores, frutos, sementes, insetos, algas e outros animais e vegetais.

Vive em hábitats diversos, em geral nas margens de rios e baías. As melhores iscas para capturá-lo são massa de farinha, minhocas, insetos, pequenos peixes ou pedaços de queijo.

8. PACU

(Piaractus mesopotamicus)

Outros nomes populares: pacu-caranha, caranha

Pacu ou Piaractus mesopotamicus
Pacu ou Piaractus mesopotamicus

Peixe de escamas. Sua carne é considerada muito saborosa. Alimenta-se de frutos, flores, caranguejos, plantas aquáticas, peixes e caramujos.

O pacu vive próximo a árvores frutíferas, nas barrancas dos rios, em meio a galhos caídos ou nas águas mais profundas.

Pode chegar a 50 centímetros de comprimento e pesar aproximadamente 15 quilos.

O equipamento deve ser do tipo médio e as iscas, naturais (frutos silvestres, sementes, plantas aquáticas e caranguejos) ou artificiais (pequenas, de meia água ou fundo).

Na época em que as árvores frutificam, é melhor usar frutos e imitar o barulho destes caindo na água para atrair os peixes.

9. MANDUBÉ

(Ageneiosus brevifilis)

Outros nomes populares: palmito, fidaldo

mandubé ou ageneiosus brevifilis
mandubé ou ageneiosus brevifilis

Peixe de couro cuja carne é considerada tão saborosa quanto a do pintado.

Alimenta-se de peixes e invertebrados e vive nos remansos dos rios. Alcança 50 centímetros de comprimento e 2,5 quilos. Para pescá-lo, é necessário utilizar material leve e, como iscas, pedaços de peixes, minhocas e insetos.

10. PlAVUÇU

(Leporinus macrocephalus)

piavuçu ou leporinus macrocephalus
piavuçu ou leporinus macrocephalus

O piavuçu tem escamas.

Alimenta-se de outros peixes, frutos, flores, caranguejos, plantas aquáticas e caramujos.

O piavuçu concentra-se nas margens dos rios e nos canais, nas baías, nas áreas próximas a vegetações ou sob quedas-d’água.

Muito veloz, constantemente arrebenta a linha e, não raro, retira a isca com delicadeza sem prender-se ao anzol.

O piavuçu chega a ter 60 centímetros e 3 quilos.

Use equipamento médio, além de carretilha ou molinete. Para a pesca de barranco recomenda-se a vara de bambu.

As iscas mais eficientes são caramujo, caranguejo ou massa de farinha, embora minhoca também funcione.

11. PINTADO

(Pseudoplatystoma corruscans)

pintado ou Pseudoplatystoma corruscans
pintado ou pseudoplatystoma corruscans

Outros nomes populares: cambucu, surubim-pintado

Peixe de couro. O mais procurado pelos pescadores do Pantanal, alimenta-se de pequenos peixes, tuviras, muçuns e minhocoçus, bem como de pequenos roedores, cobras e lagartos.

Habita os canais de rios, as bocas de baías e estruturas de madeira localizadas no fundo dos rios.

De grande porte, há exemplares com até pouco mais de 1 metro de comprimento. Embora haja relatos antigos de peixes com até 80 quilos, em anos recentes tornou-se raro pescar exemplares com mais de 20.

Exige equipamento médio ou pesado. E mais facilmente capturado com iscas naturais de peixe. Entre as artificiais, recomendam-se as de meia água e de fundo. E preciso cuidado com as espinhas das nadadeiras.

12. PIRANHAS

(Pygocentrus nattereri e Serrasalmus spilopleura)

Outros nomes populares: catarina, pirambeba

Piranha ou Serrasalmus spilopleura
piranha ou serrasalmus spilopleura

Piranha tem escamas. Existem várias espécies de piranhas, cuja alimentação é bastante variada.

Em geral, alimentam-se de pedaços de outros peixes, como nadadeiras, e também cadáveres de outros animais – por isso são consideradas grandes limpadores das águas do Pantanal.

Atacam animais feridos, que se movem com dificuldade na água. Vivem em cardumes, em rios, lagoas e lagos.

Chegam a medir 50 centímetros de comprimento e a pesar cerca de 2 quilos

O material para fisgá-las deve ser do tipo médio. Use peixes em pedaços ou iscas artificiais de meia água. Tome muito cuidado com possíveis mordidas ao retirá-las do anzol.

13. PlRAPUTANGA

(Brycon hilarii)

piraputanga ou brycon hilarii
piraputanga ou brycon hilarii

Peixe de escamas. O peixe piraputanga, um dos peixes mais comuns da região pantaneira, é bastante arisca.

Alimenta-se de sementes, frutos (ingás, figos silvestres, goiabinhas), peixes e invertebrados.

Vive em corredeiras e remansos, sob árvores frutíferas, próximo a plantas aquáticas, e nas margens dos rios ou em meio à vegetação (estes, aliás, são os lugares mais apropriados para pescá-la).

O peixe piraputanga atinge cerca de 50 centímetros de comprimento e 2,5 quilos.

Os equipamentos leves, com varas de ação leve ou média, garantem boas pescarias. As iscas podem ser naturais (frutinhas, pequenos peixes, milho verde) ou artificiais (spinners e pequenos plugs de meia água).

O peixe piraputanga tem uma substância de alarme na pele.

Quando pescada, ela solta a substância de alarme na água, o que afasta outros exemplares da espécie. Por isso, é muito difícil capturar mais de uma no mesmo local.

4. TRAÍRA

(Hoplias malabaricus)

traíra ou hoplias malabaricus
traíra ou hoplias malabaricus

O peixe traíra tem escamas. Predador voraz, é ativo principalmente à noite. Alimenta-se de outros peixes e de insetos.

O peixe traíra tem pode ser encontrado em águas paradas e rasas, em baías, nos corixos e em áreas marginais de rios, em meio a plantas aquáticas.

Atinge 60 centímetros de comprimento e 3 quilos. Pode ser pescado com equipamentos leves e iscas naturais (peixes e miúdos de frango), ou artificiais, (spinners-baits, spinners, poppers ou sapos de borracha).

A traíra deve ser retirada com cuidado do anzol para evitar mordidas, o que causa acidentes frequentes. Seu sabor é muito apreciado pelos pescadores, embora o preparo exija cuidados para a retirada dos numerosos espinhos.

Veja as seguintes publicações sobre o pantanal 

  1. Observação de Mamíferos e Répteis no Pantanal
  2. Pescar no Pantanal – Melhores lugares, iscas, modalidades e épocas
  3. Espécies de peixes mais encontrados no Pantanal
  4. Observações de Aves no Pantanal Matogrossense
  5. Espécies de aves mais comuns no Pantanal Matogrossense
  6. Flora do Pantanal Matogrossense
  7. Fauna do Pantanal Matogrossense
  8. Pantanal Matogrossense – Geografia, Clima, Solo e Rios
  9. História do Pantanal Matogrossense – Descoberta e Desenvolvimento Econômico
  10. Região do Pantanal Sul
  11. Região do Pantanal Norte
  12. Por que ir ao Pantanal Matogrossense?