O Pantanal Norte compreende cerca de um terço da área total do Pantanal.
É notavelmente rico em vida selvagem no Pantanal Norte, com algumas áreas abrigando o que se acredita ser a maior concentração de onças-pintadas do mundo.
Um passeio de carro pela Transpantaneira no Pantanal Norte também é considerado popularmente como uma das melhores experiências de observação de vida selvagem na América do Sul.
Além da vida selvagem, a região tem uma cultura exuberante – com grandes festas em Cuiabá, Poconé e Vila Bela da Santíssima Trindade.
A região do Pantanal Norte compreende cerca de um terço da área total do Pantanal e é mais aquática do que a região sul.
É composta por uma planície com um grande número de rios, lagos e lagoas – que inundam e se unem durante a estação chuvosa.
A área é pontuada por colinas arborizadas que permanecem acima do nível da água e constituem um refúgio para a vida selvagem durante a estação das chuvas.
Evidências arqueológicas também sugerem que essas colinas foram o local dos primeiros assentamentos humanos na região.
O Pantanal Norte foi também a primeira região do Pantanal a se tornar o foco da colonização européia.
Esse assentamento foi impulsionado pela descoberta de ouro no início do século XVIII – levando à fundação de Cuiabá, Poconé e Vila Bela da Santíssima Trindade (então nas fronteiras entre os impérios rivais português e espanhol).
O início do povoamento e a diversidade de culturas envolvidas deixaram um rico património cultural que os visitantes da região ainda hoje podem testemunhar.
Cidades e Regiões no Pantanal Norte
1. Cuiabá
Apesar de estar fora do Pantanal, a cidade de Cuiabá é o centro das viagens na região.
No entanto, ao passar por lá, é altamente recomendável que os visitantes experimentem os museus, a culinária regional e os festivais culturais que a cidade tem a oferecer.
Cuiabá é a capital do estado de Mato Grosso. Juntamente com sua cidade irmã, Vázea Grande, do outro lado do rio Cuiabá, é a principal área metropolitana do estado – com uma população combinada de quase 1 milhão de habitantes.
Se estiver a voar para a região, esta será provavelmente a sua primeira parada.
Cuiabá é a porta de entrada para o norte do Pantanal – além da vizinha Chapada dos Guimarães e outras atrações. Cuiabá também tem sua própria cultura local e pontos turísticos que merecem ser explorados.
Cuiabá é uma das cidades mais quentes do Brasil, literalmente, chegando às vezes a 43 °C (110 °F).
Essas altas temperaturas correspondem à estação chuvosa – o que também a torna mais húmida. Acredita-se que o nome da cidade, Cuiabá, venha da palavra indígena Bororó IKUIAPÁ – que significa “lugar de IKUIA”. Ikuia é o nome que os Bororó davam à prática da pesca com arco e flecha.
2. Cáceres
A região do Pantanal em torno de Cáceres inclui várias fazendas históricas, áreas ecológicas nas Estações Ecológicas de Taiamã e Serra das Araras, e um grande festival anual de pesca.
A cidade é também o centro de vários Barco-Hotéis que permitem explorar o interior do Pantanal com conforto.
A cidade histórica de Cáceres é conhecida como a “Princesinha do Paraguai”. Anualmente, é palco da maior competição de pesca de água doce do Brasil (e provavelmente do mundo) – além de prédios antigos lindamente restaurados.
O distrito circundante inclui duas estações de pesquisa ecológica, mergulho em cavernas e oportunidades para viagens de pesca prolongadas em Barco-Hotéis no meio do Pantanal.
3. Poconé
Poconé é um lugar imperdível para a vida selvagem.
Também conhecida localmente como Cidade Rosa, devido à floração dos ipês, Poconé é a principal porta de entrada para o Pantanal Norte.
É o ponto de partida para a Transpantaneira, um trecho de 150 km de estrada de terra que liga Poconé a Porto Jofre – uma viagem que oferece algumas das melhores oportunidades para ver a vida selvagem.
A região é servida por uma rede estabelecida de pousadas e fazendas.
A região inclui a Transpantaneira – uma estrada de terra que leva ao coração do Pantanal (e também dá acesso a cerca de uma dúzia de fazendas) com oportunidades inigualáveis de observação da vida selvagem.
A cultura de Poconé, com a cavalhada anual que recria uma batalha medieval entre cristãos e mouros, e a Dança dos Mascarados também são únicas.
A maior parte da economia da região ainda é baseada principalmente na pecuária e na agricultura, mas uma contribuição significativa vem agora do turismo.
O garimpo de ouro também voltou, mas foi modernizado, operando sob controles que visam reduzir a poluição dos cursos d’água e do meio ambiente.
4. Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense
Porto Jofre (no outro extremo da Transpantaneira) é a porta de entrada para o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense.
A área permanece subdesenvolvida e quase intocada – o que significa que é um dos melhores locais da região para ver e fotografar uma grande variedade de vida selvagem, incluindo mais de 600 espécies de aves, bem como animais maiores, como tamanduás-bandeira, ariranhas, antas, bugios e onças
O parque está localizado na confluência dos rios Paraguai e Cuiabá, e inclui vários grandes lagos, como o Baía Uberaba.
Foi criado em 1981, a partir de uma antiga estação ecológica e reserva habitada pelos índios Guató.
O parque expandiu-se com a aquisição de várias fazendas nos arredores do parque.
Não há muitas infra-estruturas para os visitantes, estando mais orientado para a conservação e investigação do que para o turismo. Não há acampamento ou alojamento no parque. No entanto, podem ser organizadas viagens de barco pelo parque a partir de Porto Jofre.
5. Barão de Melgaço
Barão de Melgaço inclui o local de nascimento do marechal Cândido Rondon, uma das figuras históricas mais respeitadas do Brasil.
A cidade possui vários lagos e pousadas que merecem ser explorados – enquanto a cidade regional de Jaciara é um destino popular para a prática de rafting.
A região do Pantanal de Barão de Melgaço oferece outras opções para os viajantes.
Embora não seja tão famosa pela vida selvagem como a região de Poconé, ainda há muito para ver e fazer.
Mais longe, a cidade de Rondonópolis oferece aos visitantes a oportunidade de explorar formações rochosas e sítios arqueológicos, enquanto as cidades de Jaciara e Juscimeira oferecem esportes de aventura como rafting, rapel em cachoeiras (ou apenas apreciar a vista) e a oportunidade de relaxar em piscinas termais.
6. Vila Bela da Santíssima Trindade
Finalmente, a cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, no extremo norte da região do Pantanal, é um importante centro histórico, que já foi a capital do território de Mato Grosso.
A cidade oferece uma visão única da cultura africana do Brasil – bem como uma mistura de fauna e paisagens do Pantanal e da Amazónia ao longo do rio Guaporé. É também o único local da região onde se pode encontrar botos cor-de-rosa.
Vila Bela da Santíssima Trindade (ou Vila Bela) foi fundada em 1752, e foi a primeira capital do território mato-grossense, até 1835, quando esse título foi transferido para a cidade de Cuiabá, de mais fácil acesso.
Vila Bela da Santíssima Trindade está localizada próxima à fronteira com a Bolívia, a cerca de 540 km de Cuiabá e 300 km de Cáceres. Apesar de ainda hoje estar fora do caminho, vale a pena visitar Vila Bela. Além de seus sítios históricos, a cidade preserva antigos costumes africanos (alguns dos quais não existem mais na África).
A cidade fica perto do Pantanal, mas o seu ambiente local é uma mistura de floresta amazónica e Catinga (pastagens altas).
Há afloramentos rochosos altos e cachoeiras pitorescas. Além disso, o rio Guaporé, que atravessa a cidade, é o único local da região onde se pode ver o boto cor-de-rosa, bem como os botos-cinza (tucuxi ou boto-cinza).
No entanto, a cidade continua subdesenvolvida, sem grandes infra-estruturas turísticas, o que significa que as visitas são mais adequadas para os viajantes mais aventureiros com algum português básico para negociar alojamento e excursões localmente.
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- Observações de Aves no Pantanal Matogrossense
- Espécies de aves mais comuns no Pantanal Matogrossense
- Flora do Pantanal Matogrossense
- Fauna do Pantanal Matogrossense
- Pantanal Matogrossense – Geografia, Clima, Solo e Rios
- História do Pantanal Matogrossense – Descoberta e Desenvolvimento Econômico
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