Corumbá no Mato Grosso do Sul

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Corumbá MS fica na divisa entre Mato Grosso do Sul e Bolívia, sendo também fortemente influenciada pelos costumes e tradições do país vizinho. Além de ser uma das cidades mais antigas do Estado, também é a terceira cidade mais populosa e relevante.

No velho porto de Corumbá no Mato Grosso do Sul, uma série de casarões antigos rememora a opulência do início do século XX, quando os comerciantes locais recebiam produtos vindos do mundo inteiro, que chegavam pelo rio Paraguai.

cidade de Corumbá MS
cidade de Corumbá MS

Hoje, a pacata cidade de 100 mil habitantes, erguida pelos portugueses em 1778 para fortalecer a fronteira oeste colonial, é mais conhecida por ser o principal destino de pesca do Mato Grosso do Sul.

Situada a 403 quilômetros de Campo Grande, já perto da fronteira com a Bolívia, Corumbá recebe todos os anos milhares de pescadores, que se hospedam em hotéis ribeirinhos ou partem em viagem pelo Paraguai a bordo de barcos-hotéis.

Entre os eventos mais importantes da cidade está o Festival Internacional de Pesca Esportiva, que ocorre em meados de outubro.

Já no fim do período em que a atividade é permitida – de novembro a fevereiro, por causa da reprodução dos peixes, não se pode pescar.

Para os ecoturistas, os maiores atrativos da região ficam na Estrada Parque, um aterro de 120 quilômetros que corta uma área pantaneira bem preservada e que conta com ótimas opções de hospedagem em pousadas e fazendas.

Corumbá, que significa “lugar distante”, em tupi-guarani, é ligada a São Paulo por uma estrada de ferro, o chamado “trem do Pantanal”, que atualmente só funciona para carga, transportando sobretudo minério de ferro e manganês extraídos da serra do Urucum.

Há, no entanto, planos de reativar a rota para passageiros, que fez muito sucesso no passado.

No lado boliviano, o célebre “trem da morte” continua em atividade, ligando a fronteiriça Puerto Quijarro até Santa Cruz de la Sierra. Como chegar: A partir de Campo Grande, siga pela BR-262.

mapa turístico de Mato Grosso do Sul
mapa turístico de Mato Grosso do Sul

Atracões turísticas de Corumbá MS

Corumbá é o local perfeito para turistas que amam explorar a diversidade natural do Brasil e vivenciar a história por trás de cada ponto turístico, cada detalhe.

Corumbá MS - Cidade baixa, Orla do porto geral, casario, prainha e o museu da história do Pantanal

Corumbá é repleta de histórias, que podem ser identificadas em casarões antigos, monumentos, museus e mirantes, como o São Felipe, que possibilita a visualização de toda a cidade, do rio Pantanal e do Paraguai.

A cidade foi criada foi marcado por guerras, invasões e conquistas que deixam seu rastro na cultura atual.

  1. Casario Histórico em Corumbá
  2. Casa do Massabarro
  3. Museu de História do Pantanal – Muphan
  4. Cristo Rei do Pantanal
  5. Forte Junqueira
  6. Porto Geral
  7. Catedral Nossa Senhora da Candelária
  8. Barcos-Hotéis
  9. Forte Coimbra
  10. ILA – Instituto Luiz de Albuquerque
  11. Santuário Nossa Senhora Auxiliadora
  12. Praça da Independência
  13. Rumo à fronteira Boliviana
  14. Estrada Parque Pantanal

1. Casario Histórico

Há um século, Corumbá tinha um dos maiores portos fluviais da América Latina.

Casario Histórico em Corumbá MS
Casario Histórico em Corumbá MS

Na época, os imponentes casarões da orla da cidade foram construídos para abrigar agências bancárias internacionais, grandes empórios e curtumes.

Embora tenha sido tombado como patrimônio histórico nacional em 1992, o casario encontra-se deteriorado, conferindo ares decadentes ao chamado centro histórico, que também enfrenta um sério problema de prostituição.

Entre os prédios que mantêm o charme, destacam-se a Casa Vasquez & Filhos (ladeira José Bonifácio, 171, Centro), de 1909, em estilo art nouveau, e o edifício Wanderley Baís & Cia, onde funciona a Secretaria de Turismo do município (rua Manoel Cavassa, 275, Porto Geral).

Em 2006, deu-se início às obras de revitalização da região, dentro do Programa Monumenta, uma parceria entre o Ministério da Cultura, o Iphan e a Unesco. Durante a reforma, a Casa Vasquez & Filhos estará fechada à visitação.

2. Casa do Massa Barro

Neste local funciona uma associação de artesãos que trema e incentiva jovens de Corumbá a trabalhar com cerâmica.

Casa do Massabarro em Corumbá MS
Casa do Massabarro em Corumbá MS

Quem visita a Casa do Massa Barro pode observar as etapas do processo e comprar miniaturas de animais, como onça e tuiuiú, além de imagens de Nossa Senhora do Pantanal e de são Francisco.

A instituição ganhou notoriedade graças ao carnavalesco Joãosinho Trinta, que por duas vezes levou os aprendizes de artesãos para decorar carros alegóricos do Carnaval carioca. Rua Cacimba da Saúde, s/n.

3. Museu de História do Pantanal – Muphan

O museu conta a historia da ocupação humana do Pantanal, expõe sobre a arqueologia da região, com características tais que servem também de chamariz para um turismo ecológico e cultural assim como a etnologia, etnohistória, história e antropologia social, com áreas de exposições permanentes e temporárias, destinadas ao público regional, nacional e internacional.

Museu de História do Pantanal em Corumbá
Museu de História do Pantanal em Corumbá

Atualmente o museu só oferece o acervo fixo, o prédio é dividido em três pavimentos, onde se encontra exposição de: Dez Pantanais (flora, fauna, clima, relevo e entre outros), Ocupação Humana no Pantanal, Povos Indígenas, Conquista Espanhola, Missões Jesuíticas, Dominação Portuguesa, A Grande Guerra no Sul de Mato Grosso, Trem do Pantanal e Porto de Corumbá.

No museu podemos encontrar biblioteca, cinemateca, auditório, sala para reunião e sala para dar cursos, além de um espaço para exposições itinerante.

4. Cristo Rei do Pantanal

Confeccionado pela artesã Izulina Xavier, o Cristo Rei do Pantanal está situado no topo do Morro do Cruzeiro, na parte alta da cidade.

A 293 m de altura e com visão de 360º é possível contemplar Corumbá, Ladário, Bolívia e o Pantanal.

Cristo Rei do Pantanal
Cristo Rei do Pantanal

Uma das vistas mais bonitas do local é o impressionante pôr-do-sol pantaneiro. O trajeto para chegar ao Cristo Rei também é um atrativo à parte. Ao longo do caminho, esculturas de Izulina Xavier representam as 14 estações da Paixão de Cristo.

5. Forte Junqueira

Foi construído logo após a Guerra do Paraguai (1871) em uma área privilegiada, de onde se avista o Rio Paraguai e a paisagem pantaneira.

Forte Junqueira em Corumbá MS
Forte Junqueira em Corumbá MS

Os 12 canhões de 75 mm pertencentes ao forte foram fabricados pela indústria inglesa Fried Krupp, por volta de 1872, e nunca foram usados.

As paredes do forte são de calcário e têm três metros de espessura.

Está situado dentro do 17º Batalhão de Caçadores.

O nome homenageia o Ministro da Guerra na época, José de Oliveira Junqueira, falecido em 1887. A visitação pode ser realizada com autorização.

6. Porto Geral

Corumbá tem em sua Orla Portuária registro de grandes feitos. É composta de prédios centenários, onde localiza-se a centro comercial no início do século passado.

Sua importância comercial, revela-se por ter sido o 3º maior porto comercial da América Latina. No local estão instalados agências de turismo, restaurantes e lojas de artesanato.

Essa região portuária é um dos principais atrativos turísticos e recebe a população principalmente nos finais de semana. O conjunto do Casario do Porto é tombado como patrimônio da cultura material do município.

7. Catedral Nossa Senhora da Candelária 

A Matriz de Nossa Senhora da Candelária é uma das mais antigas do Estado, foi construída por Frei Mariano de Bagnaia no século 19 e, desde 2017, é Patrimônio Histórico e Cultural de Corumbá.

Igreja Nossa Senhora da Candelária em Corumbá MS
Igreja Nossa Senhora da Candelária em Corumbá MS

Em 2021 foi tombada pelo Governo do Estado como Patrimônio Histórico Material de Mato Grosso do Sul.

O templo foi erguido com elementos da arquitetura eclética em frente à Praça da República, onde se deu a heroica retomada de Corumbá durante a Guerra do Paraguai (1864-1870).

Em seu altar, destaca-se um brasão da coroa portuguesa, o que indica as influências europeias no bem, e guarda também uma imagem de Nossa Senhora da Candelária, padroeira da cidade.

8. Barcos-Hotéis

O maior sonho dos pescadores que frequentam o rio Paraguai é viajar em um barco-hotel, grande embarcação com serviços hoteleiros convencionais – sempre em regime de pensão completa – e que oferece toda a estrutura necessária para as pescarias.

Os mais confortáveis são padronizados, com pouquíssimas variações entre eles: as maiores diferenças ficam por conta da quantidade dos camarotes e da configuração das camas.

Em todos, as acomodações têm banheiro próprio e ar-condicionado.

Os pacotes de viagem em geral são vendidos para grupos fechados, que escolhem o tempo de viagem desejado e pagam pelo número de diárias; alguns barcos-hotéis programam pacotes com duração determinada.

Os pescadores têm disposição lancha com piloteio, incluída na diária, e câmara fria para os pescados. Alguns barcos-hotéis possuem sistema de rádio integrado à telefonia.

Apesar de o público dessas embarcações ser em sua maioria pescadores, trata-se também de um ótimo programa para ecoturistas, que se encantarão com o maravilhoso céu estrelado. Vale alertar.

Contudo, que não raro esses barcos infelizmente são alvo da indústria de prostituição local, em que meninas são incluídas nos passeios.

Mais informações na seção Hotéis, restaurantes c serviços, nas páginas dedicadas às cidades de Cáceres, Poconé, Porto Murtinho e Corumbá.

9. Forte Coimbra

O Forte Coimbra esta localizado na margem direita do Rio Paraguai, próximo a tríplice fronteira Brasil-Bolívia-Paraguai, este forte começou a ser construído em 1775 pela Coroa portuguesa para defender de ataques de espanhóis e dos índios paiaguás e guaicurus a fronteira oeste da colônia.

Forte Coimbra em Corumbá MS
Forte Coimbra em Corumbá MS

O teste de fogo do Coimbra ocorreu em 1801, quando ele foi atacado por forças espanholas.

Os portugueses, mesmo desguarnecidos, resistiram heroicamente a quatro dias de bombardeios, até que a esquadra espanhola desistiu da investida. Em1864, na Guerra do Paraguai, tropas inimigas chegaram a ocupar a fortaleza.

Hoje funciona no local uma base de fronteira do Exército brasileiro e um hotel militar, que recebe turistas. Edificação fica num aclive, o que garante Boa visão do rio Paraguai e dos arredores da planície.

A vista mais bonita é proporcionada pelo mirante do canhão. No forte, há um museu com fotos, textos e objetos históricos.

O acesso ao forte Coimbra é feito de barco, a partir de Porto Mortinho, na ponte da BR-262, debruçada sobre o Rio Paraguai.

Ali há lanchas que fazem percurso diariamente em duas horas e uma embarcação do Exército, que, quinzenalmente, realiza o trajeto em cerca de seis horas.

10. ILA – Instituto Luiz de Albuquerque

ILA – Instituto Luiz de Albuquerque em Corumbá MS
ILA – Instituto Luiz de Albuquerque em Corumbá MS

O Instituto Luiz de Albuquerque fica em um prédio construído em 1871 para abrigar o Grupo Escolar Luiz Albuquerque, em homenagem ao fundador de Corumbá.

Em 1978, passou a ser sede do Instituto Luiz de Albuquerque, Centro Regional de Pesquisa e Cultura, que visava contribuir para o desenvolvimento integrado da microrregião do Pantanal.

Em 1997, transformou-se em Casa da Cultura, sob responsabilidade da Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul. Atualmente, além das atividades culturais realizadas no local, é também a sede da Superintendência de Cultura do Município. 

11. Santuário Nossa Senhora Auxiliadora

Santuário Nossa Senhora Auxiliadora em Corumbá MS
Santuário Nossa Senhora Auxiliadora em Corumbá MS

Uma escultura em madeira de tamanho real de Cristo na Cruz, criada pelo artista local Burgo, que na época era amigo de Pablo Picasso, está alojada dentro do Santuário, que foi construído em 1899. Foi declarado um marco histórico nacional em 1992.

12. Praça da Independência

Praça da Independência em Corumbá MS
Praça da Independência em Corumbá MS

A Praça da Independência foi oficialmente inaugurada em 1917, com 4 esculturas feitas em pedra de mármore de Carrara, que representam as 4 estações do ano. As pedras foram doadas por um conde italiano que visitava o Pantanal para caçar.

Também nessa praça está um coreto em forma octogonal e um mosaico de calçamento vindos da Alemanha. 

13. Rumo à fronteira Boliviana

Corumbá está a apenas 20 quilômetros da Bolívia. As duas cidades bolivianas mais próximas.

Quijarro e Puerto Suárez. são zonas de livre comércio. Em seus shoppings e feiras de rua podem ser encontrados produtos eletrônicos, cosméticos, roupas e artesanatos andinos, entre outros.

Cada pessoa tem direito a comprar cento e cinquenta dólares em mercadorias, sem pagar impostos. Turistas brasileiros que desejam atravessar para o lado boliviano devem portar o documento de identidade com foto recente.

Estrangeiros precisam ficar atentos aos acordos entre seus países de origem e a Bolívia sobre a necessidade ou não de visto de entrada.

Para fazer o trajeto de ida e volta entre a fronteira e a zona franca de Quijarro os taxistas cobram cerca de vinte reais (nesse valor está incluído o tempo de espera para as compras).

De Quijarro parte o famoso “trem da morte”, que liga a cidade a Santa Cruz de la Sierra. numa viagem que dura dezenove horas.

A rota é usada por mochileiros que a partir de Santa Cruz, seguem para Cuzco e Machu Picchu no Peru.

As passagens variam entre 6 e 15 dólares: a opção mais cara oferece um pouco mais desconforto, enquanto na mais barata os turistas viajam em vagões que. não raro, ficam superlotados.

14. Estrada Parque Pantanal

O traçado da chamada Estrada Parque do Pantanal corresponde ao caminho aberto por Cândido Mariano da Silva Rondou (1865-1958) no começo do século XX para a transmissão de linhas telegráficas.

mapa Estrada Parque Pantanal
mapa Estrada Parque Pantanal

Até a inauguração da BR-262, era o único acesso terrestre a Corumbá.

Depois de um tempo esquecida, foi resgatada como roteiro ecoturístico, quando recebeu o nome pelo qual é conhecida hoje.

Seus 120 quilômetros de terra – interligados por 87 precárias pontes de madeira e transitáveis durante a época das chuvas somente em veículos com tração nas quatro rodas – cortam uma área pantaneira bela e selvagem.

Estrada Parque Pantanal
Estrada Parque Pantanal

Além das paisagens, é possível avistar muitos animais, inclusive uma enorme diversidade de aves.

Nos 50 quilômetros iniciais, partindo de Corumbá, onde é recomendável abastecer o veículo, transpõe-se a serrado Urucum, um maciço cujas rochas têm coloração avermelhada devido alta concentração de minério de ferro.

No final da serra, alcança-se o Porto da Manga, distrito pesqueiro na beirado rio Paraguai, onde é realizada uma travessia de balsa. A viagem prossegue por 18 quilômetros até a Curva do Leque, uma encruzilhada.

Virando à direita, chega-se depois de 42 quilômetros, ao Passo do Lontra, área mais povoada da região, onde há uma série de pousadas para pescadores e um posto de gasolina.

Na sequência, a Estrada Parque passa por algumas fazendas (há ramais que podem ficar intransitáveis) e termina no km 664 da BR-262 na localidade conhecida como Buraco, das Piranhas.

Vale sublinhar que a Estrada Parque é um dos poucos locais do Pantanal em que o visitante tem boas condições de fazer turismo autônomo.

História de Corumbá MS

Corumbá é um nome de origem tupi-guarani, que significa “lugar distante”, essa foi a denominação final, depois das que ocorreram ao longo da história. Outro nome dado ao local foi Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque, mantido até a vila crescer um pouco mais ao sul pantaneiro e ser um ambiente de destaque na área militar. Ao se tornar um povoado, o explorador de terras português Aleixo Garcia viajou para a região de Corumbá, chegando ao Rio Paraguai ou Rio Miranda em 1524.

Como dissemos anteriormente, o que atraiu os portugueses para o local era a presença de pedras e metais preciosos, que até então estavam sendo usados como ornamentos pelos indígenas que já habitavam a região. Essa disputa gerou conflitos entre os dois povos. Mesmo assim, o interesse europeu nas terras pantaneiras tornou-se uma realidade comum, já que poucos anos depois, em 1537 e 1538, dois espanhóis seguiram viagem pelo Rio Paraguai em busca de ouro. Nesta viagem, dominaram Puerto de los Reyes, também conhecido como a lagoa Gaíva.

A capital pantaneira se formou oficialmente em 1778 e tornou-se o principal entreposto comercial na região. Com esse título, a passagem de barcos pelo Rio Paraguai foi liberada para as transações comerciais. Essa liberação contribuiu para que entre os anos de 1864 e 1870, Corumbá fosse palco para uma das maiores batalhas durante a Guerra do Paraguai. Nessa época foi ocupada e praticamente destruída pelas de Solano Lopez.

Após a Guerra do Paraguai, a cidade foi retomada e começou a ser reconstruída, logo novos imigrantes europeus e povos da América do Sul foram chegando ao local para apoiar e impulsionar o desenvolvimento econômico de Corumbá. Essa chegada fez com que a capital abrigasse o terceiro maior porto de toda a América Latina.

No início do século XX, com a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, o eixo comercial do Brasil mudou do Mato Grosso do Sul para Campo Grande, logo houve uma ênfase nas atividades agropecuárias, rurais e de extração de minerais em Corumbá. Como a cidade já era beneficiada pelo bioma e até hoje é conhecida como o “santuário ecológico” do Pantanal. Assim, todo o turismo e principalmente o ecoturismo pantaneiro pela cidade de Corumbá começou no fim dos anos 70, quando a cidade foi revitalizada e as construções históricas restauradas.

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