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Mais que expressões de fé, as igrejas pernambucanas guardam traços de nossas história e cultura desde o século 16.
As construções religiosas mais antigas de Pernambuco datam do século 16. Foram construídas entre 1526 e 1580.
A primeira igreja brasileira, localizada na Ilha de Itamaracá é a Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Vila Velha, cujos documentos históricos sugerem que já existia e recebia celebrações no ano de 1526.
Há registros de que em 1540 foi construída na cidade a segunda Igreja mais antiga do país, a Igreja de Nossa Senhora da Luz. Erguida inicialmente como Capela, e apesar de ter sofrido algumas reformas ao longo desses anos, ela ainda conserva elementos arquitetônicos do século XVI que encantam os observadores e turistas.
As igrejas mais antigas de Pernambuco
1. Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Vila Velha na Ilha de Itamaracá
A lista inclui aquela que seria a primeira igreja brasileira, localizada na Ilha de Itamaracá: a Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Vila Velha, cujos documentos históricos sugerem que já existia e recebia celebrações no ano de 1526.
O local onde a igreja está assentada corresponde àquele ocupado por um fortim construído no ano de 1534 pelo capitão João Gonçalves. Sete anos mais tarde, a povoação foi elevada à categoria de vila, tornando‐se a sede da capitania de Itamaracá, tendo sido indicada para abrigar a administração do Brasil holandês, juntamente com a vila de Olinda e a Ilha de António Vaz.
O aspecto inicial da Igreja era o de uma capela, concluída no ano de 1547 sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, em homenagem à santa padroeira de Portugal. Trata‐se da segunda igreja mais antiga do Brasil, seguindo apenas a de São Cosme e Damião, em Igarassu.
O prédio sofreu duas significativas reformas desde as suas obras iniciais: ampliação da nave central e construção de uma capela seguida de um púlpito em 1729; e, no século XIX, inclusão de sacristia, uma nova capela e cemitério.
A fachada frontal é datada de 1889 e suas faces laterais apresentam ameias e seteiras, sinalizando resquícios das práticas holandesas de fortificação de igrejas.
Desde a transferência de sua condição de matriz para a de Nossa Senhora do Pilar no ano de 1866, situada às margens do mar ao norte da Ilha, a antiga sede de Itamaracá passou a ser chamada Vila Velha, como é conhecida até hoje.
A Igreja é reconhecida como património do sítio de Vila Velha, classificada a nível estadual em 1985, quando foi restaurada, e as ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, a Santa Casa de Misericórdia e da Casa de Câmara e Cadeia, consolidadas.
2. Igreja Matriz de São Cosme e Damião em Igarassu
A Igreja Matriz de São Cosme e São Damião de Igarassu é a mais antiga em funcionamento no Brasil.
Ela teve sua construção iniciada em 1535 e finalizada apenas no século XVII. A construção da Igreja é atribuída à vitória dos portugueses, em 1530, sobre os índios Potiguara e os franceses que ali se encontravam.
Aos Santos São Cosme e Damião é atribuído um milagre em 1685 quando as cidades de Recife, Olinda, Itamaracá e Goiana foram assoladas pela febre amarela, Igarassu escapou ilesa da praga.
A Igreja está localizada no sítio histórico de Igarassu, conhecido também como sítio dos Marcos.
O local onde está assentada a Igreja de São Cosme e Damião foi marcado por inúmeras lutas entre índios e portugueses, cujo empenho em povoar a região garantiria a segurança do limite norte da capitania de Pernambuco.
Duas lendas permeiam a história da igreja dedicada aos santos: a cegueira de holandeses ao tentarem incendiar a construção no século XVII e, no século XVIII, a proteção da vila de Igarassu contra a peste que se alastrou por toda a capitania.
Construída a mando do próprio donatário Duarte Coelho em 1535, trata-se de uma das construções protagonistas das telas, elaboradas por Frans Post, que retratam a Igarassu seiscentista, afigurando‐se, naquela época, como uma capela singela com frontão triangular e uma porta central, elemento que resistiu às reformas pelas quais passou ao longo dos séculos.
A volumetria atual do edifício é de 1755, carregando também elementos arquitetónicos e decorativos oriundos de intervenções ocorridas durante o século XIX.
O seu interior é marcado pelos quadros setecentistas que retratam as cenas da guerra holandesa e do cotidiano da cidade, compondo o espaço da sacristia e do coro, e pelo arco da capela, revestido de talhas em estilo joanino.
Nos anos de 1950, suas feições barrocas foram substituídas pelos traços da arquitetura jesuítica, retornando aos padrões formais sóbrios do estilo maneirista. Carregando título de matriz, a igreja foi reconhecida como monumento pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional em 1951.
Veja também Igarassu é uma cidade histórica na Região Metropolitana do Recife PE
3. Igreja São Lourenço de Tejucupapo no município de Goiana
Um dos indícios históricos mais ricos está na pequena Igreja São Lourenço de Tejucupapo, no município de Goiana, Mata Norte do estado. “Foi nela em que os jesuítas coordenaram a construção da obra, com o auxílio de indígenas locais. É quando a história aparece.
Os estudos históricos acerca da Igreja de São Lourenço são incipientes, devido, entre outros aspectos, à carência de fontes textuais primárias, principalmente aquelas relativas ao início de sua construção, o que tem tornado a leitura das expressões do próprio prédio uma importante ferramenta na investigação de sua origem.
A igreja carrega aspectos formais semelhantes aos da maioria das primeiras construções de carácter religioso instaladas no Brasil, tanto no que se refere à composição da fachada quanto ao partido de planta. O espaço interior é retangular e compreende nave, coro, capela‐mor e capelas laterais, com sacristia em dois níveis.
Apresenta frontão triangular com óculo no centro e porta central que dá acesso à nave, ladeada por duas janelas rasgadas ao nível do coro. Muitos de seus elementos compositivos são em cantaria, como os cunhais, o arco‐cruzeiro e a cimalha real.
A igreja passou por uma série de reformas que acarretaram a modificação de alguns elementos internos, como a escada de acesso ao coro e os altares originais, que foram substituídos, e um dos púlpitos, retirado.
Apesar de sua aparente conservação estilística, apresentando volume e feições da arquitetura jesuítica, a igreja, uma das mais antigas do atual estado de Pernambuco, guarda intactas suas principais características originais, destacando‐se pela simplicidade e austeridade de suas linhas construtivas. Foi classificada a nível estadual em 1994.
4. Igreja de São Salvador do Mundo (Sé), 1535 (Alto da Sé, Olinda)
Primeira paróquia formalmente constituída pela Igreja Católica no Nordeste, a igreja é, desde 1676, a catedral da Arquidiocese de Olinda e Recife. É um dos principais cartões-postais do Sítio Histórico olindense. É aberta para visitação todos os dias, sempre das 9h às 17h.
Os estudos históricos acerca da Igreja de São Lourenço são incipientes, devido, entre outros aspectos, à carência de fontes textuais primárias, principalmente aquelas relativas ao início de sua construção, o que tem tornado a leitura das expressões do próprio prédio uma importante ferramenta na investigação de sua origem.
A igreja carrega aspectos formais semelhantes aos da maioria das primeiras construções de carácter religioso instaladas no Brasil, tanto no que se refere à composição da fachada quanto ao partido de planta.
O espaço interior é retangular e compreende nave, coro, capela‐mor e capelas laterais, com sacristia em dois níveis.
Apresenta frontão triangular com óculo no centro e porta central que dá acesso à nave, ladeada por duas janelas rasgadas ao nível do coro. Muitos de seus elementos compositivos são em cantaria, como os cunhais, o arco‐cruzeiro e a cimalha real.
A igreja passou por uma série de reformas que acarretaram a modificação de alguns elementos internos, como a escada de acesso ao coro e os altares originais, que foram substituídos, e um dos púlpitos, retirado.
Apesar de sua aparente conservação estilística, apresentando volume e feições da arquitetura jesuítica, a igreja, uma das mais antigas do atual estado de Pernambuco, guarda intactas suas principais características originais, destacando‐se pela simplicidade e austeridade de suas linhas construtivas. Foi classificada a nível estadual em 1994.
5. Igreja de Nossa Senhora do Monte, 1537 (Amparo, Olinda)
Uma das primeiras igrejas erguidas em Olinda, escapou de incêndio provocado pelos holandeses, durante invasão, por ser localizada em colina afastada. Nela, há a abadia das monjas beneditinas, que fazem biscoitos artesanais e licores. A visita pode incluir cantos gregorianos e ser realizada das 8h30 às 11h e das 15h às 16h50.
Construída originalmente por ordem de Duarte Coelho, em 1535, a Igreja de Nossa Senhora do Monte é a mais antiga edificação religiosa de Olinda. O interior é rústico, composto apenas de um simples altar-mor imitando um monte (feito em madeira), com a imagem de Nossa Senhora no topo.
Foi a primeira igreja de Olinda a ser dedicada a Nossa Senhora.
Até hoje, conserva seu estilo seiscentista de origem, com fachada simples, mas elegante, com uma torre baixa de janelas pequenas e toda contornada por um muro baixo, como uma fortaleza.
Acredita-se, que essa igreja escapou do incêndio causado pelos holandeses por ser muito distante do centro da vila. No século XVI foi doada aos Beneditinos, funcionando o Mosteiro de São Bento. Atualmente, funciona o Mosteiro das Monjas Beneditinas.
6. Igreja de Nossa Senhora da Luz, 1540 Matriz da luz (São Lourenço da Mata )
Igreja que representava o segundo distrito do município de São Lourenço da Mata, é uma das mais antigas de Pernambuco e é um indício da vocação católica do povoado. Recebe peregrinos devotos da santa todo dia 2 de fevereiro. Um desabamento em 1998 destruiu parte de seus registros históricos.
O patrimônio histórico de São Lourenço da Mata é bastante rico, com usinas, igrejas e engenhos dos tempos coloniais, como a Igreja Matriz de São Lourenço, as usinas Capibaribe e Tiúma, vários engenhos de cana-de-açúcar, Bosque Pau-Brasil, Matriz da Luz (a 2° Igreja Católica mais antiga do Brasil), Barragem de Tapacurá.
Histórico do município
São Lourenço da Mata pode ser considerada uma das cidades mais antigas do Brasil.
Os registros históricos remetem a presença de índios Tupinambás que ocupavam terras ao longo dos Rios Capibaribe e Beberibe por volta do ano de 1554. Nesse mesmo período, os índios disputavam as terras que ocupavam com colonizadores portugueses, que se sobressaíram na luta contra os nativos e conseguiram se estabelecer na região para explorar o pau-brasil.
Há registros de que em 1540 foi construída na cidade a segunda Igreja mais antiga do país, a Igreja de Nossa Senhora da Luz. Erguida inicialmente como Capela, e apesar de ter sofrido algumas reformas ao longo desses anos, ela ainda conserva elementos arquitetônicos do século XVI que encantam os observadores e turistas.
Mais adiante, em 1621 foi erguida a Capela que deu lugar a atual igreja matriz, que homenageia a São Lourenço, o padroeiro da cidade.
A ocupação inicial de São Lourenço da Mata esteve atrelada à extração do pau-brasil. No final do século XVI, começaram a surgir os primeiros engenhos de cana-de-açúcar, que tornaram-se a principal fonte de renda do local durante muitos anos. Durante o período da invasão holandesa em Pernambuco (1630-1654), o município também foi palco de disputas.
Por volta de 1635, os portugueses que ocupavam a região conseguiram expulsar os holandeses que espreitavam o cultivo da cana-de-açúcar. Até 1775, São Lourenço era apenas um distrito subordinado aos municípios de Recife e Paudalho.
7. Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, 1540 (Alto da Sé, Olinda)
Última representante da primeira metade do século 16, a igreja foi saqueada pelos holandeses e incendiada, em 1630. Então, foi reconstruída, mantendo-se a fachada, mas já envolvida no estilo barroco. É aberta para visitação de segunda a sábado. Recebe missas às 6h20, e, aos domingos, às 7h30.
A Igreja de Nossa Senhora da Luz, do antigo Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Olinda, foi construída em 1540, por ordem da Coroa Portuguesa. Em 1630, o estabelecimento foi saqueado pelos holandeses e incendiado no ano seguinte.
Depois da saída dos flamengos, em 1654, a igreja foi reconstruída com a feição do barroco, com reminiscências da renascença portuguesa.
A Igreja da Misericórdia possui um adro com muros de arrimo e escadaria de acesso assimétrico. O frontispício da fachada possui duas volutas que se alçam sem apoio, e sobre elas um brasão real em relevo.
O púlpito, em talha dourada, tem as insígnias da Casa D’Áustria. O forro também é de talha e nele se enquadram painéis pintados, um dos quais, o central, representa a Nossa Senhora da Misericórdia.
As edificações do antigo hospital, contíguas à Igreja de Santa Casa da Misericórdia, foram demolidas dando lugar a um colégio de freiras, formado pelas Monjas da Ordem Beneditina.
8. Igreja de Nossa Senhora da Graça, 1552 (Alto da Sé, Olinda)
Parte integrante de um complexo jesuíta, do qual também fez parte o antigo Colégio Real dos Jesuítas, o local recebeu o Seminário da Arquidiocese, a Faculdade de Arquitetura, o Colégio Arquidiocesano e a Escola de Agronomia. É aberto à visitação todos os dias, das 9h às 11h45 e das 14h às 17h.
Em 1551, os padres de Santo Inácio chegaram a Olinda. Um ano antes estavam na Bahia.
Eram dois os jesuítas: Manuel da Nóbrega e António Pires. Receberam uma capela dedicada a Nossa Senhora da Graça, que seria para os padres agostinianos, que não vieram para a vila. Pouco se fez, por pequeno ser o número de padres.
Em 1565, a igreja é substituída por outra e na década de setenta construída totalmente.
Em 1595, quase pronta, a igreja foi comparada com a de São Roque de Lisboa, seu modelo. Atribui‐se ao arquiteto jesuíta Francisco Dias um projeto, guardado na Biblioteca de Paris, que pode ser para tal casa jesuíta.
A igreja é um grande salão com duas capelas marcando um falso transepto e confessionários em arcadas menores no corpo da parede.
A cabeceira da igreja acompanha na composição a forma tradicional de capela‐mor pouco profunda e duas colaterais em mesma disposição e forma. Chegadas a Olinda em 1611, as imagens de mesma fábrica de Santo Inácio e São Francisco Xavier, assim como a de Nossa Senhora da Graça são, respectivamente, as duas primeiras do século XVII e a última do anterior.
Nos altares colaterais existem dois belos retábulos, executados em calcário nos anos finais do século XVI ou nos anos iniciais do seguinte.
O exterior da igreja, de grande sobriedade e rica composição, tomou como modelo as igrejas de São Roque de Lisboa e São Paulo de Braga.
O colégio, que se encontra por detrás da igreja, foi edificado no século XVI e exibe as mudanças resultantes de uma reconstrução posterior a 1654.
Na sacristia da igreja se pode ver um lavabo fabricado em Portugal de excelente feitura com seus embutidos. A igreja foi inteiramente restaurada entre 1972 e 1978 pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE.
9. Igreja Nossa Senhora dos Prazeres, 1565 (Jaboatão dos Guararapes)
Erguida em homenagem às batalhas no Monte dos Guararapes, hoje, parque histórico. Possui imagens barrocas e obras de arte dos séculos 17 e 18. Em seu interior, há restos mortais de André Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira. Aberta à visitação de terça a sábado, das 8h às 12h e das 14h às 17h.
As igrejas mais antigas de Pernambuco – Guia de Turismo e Viagem de Pernambuco