História da Avenida Contorno em Salvador BA
A Avenida Contorno em Salvador foi inaugurada em 1962, teve projeto do arquiteto Diógenes Rebouças e ligou o Campo Grande a Cidade Baixa.
A Gamboa de Baixo pode ser considerada uma das localidades mais privilegiadas de Salvador.
Cercado por uma praia privativa e com uma vista única para o pôr do Sol na Ilha de Itaparica.
A Gamboa – que abriga comunidades do Solar do Unhão e da Gamboa de Cima e de Baixo – é margeado pela Avenida Contorno e é abraçado pela Baía de Todos os Santos.

Encravada entre o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) e a encosta do Campo Grande, a prainha da Gamboa de Baixo, como passou a ser chamada pela comunidade local.
No chão, os grãos dão lugar às pedras. Cercado por uma comunidade litorânea, habitada por pescadores, o local tem composição arquitetônica singular.
Uma das principais ligações entre a cidade alta e a cidade baixa, a Avenida Lafayette Coutinho, conhecida como Avenida Contorno, fica às margens da Baía de Todos-os-Santos.
O sucesso do local pode ser explicado não pela função de ligar bairros da cidade, e sim, pela tendência de oferecer ao público espaços atrativos.
Além isso, a região da Contorno tem sido visitada por celebridades como Anitta, Rafa Kalimann, Iza e Ivete Sangalo. O espaço também recebeu a gravação de cenas da novela “ Segundo Sol”, em 2018.
Os 4 Pontos Turísticos da Avenida do Contorno em Salvador BA
Avenida Contorno em Salvador BA03:20
Comunidade do Solar do Unhão em Salvador25:49
Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM02:55
Praia do MAM em Salvador BA01:55
Conheça os principais pontos turísticos da Avenida Contorno, um dos trechos mais icônicos de Salvador.
1. Praia da Preguiça: da prática de esportes a bloco carnavalesco
Segundo informações de historiadores, parte da região nas imediações da Praia da Preguiça era considerada uma área da elite soteropolitana entre os séculos XVIII e XIX. Casarões e sobrados eram requisitados por pessoas de alto poder aquisitivo. Hoje, em pleno século XXI, a praia é vista como um centro esportivo a céu aberto.
No local, acontecem aulas de futevôlei, canoagem, mergulho e pesca recreativa.
“A Praia da Preguiça tem muita qualidade pela sua beleza paradisíaca proporcionada pelo mar”, explica Clayton Correia, professor de futevôlei.
A praia também se tornou palco de eventos culturais, como o “Banho de Mar à Fantasia da Praia da Preguiça”, um tradicional bloco de pré-Carnaval. O cortejo, iniciado na década de 1930, foi interrompido nos anos 1990 e retomado em 2012. Após a pandemia, o bloco voltou a desfilar neste ano.
Outro atrativo da região é o restaurante “Mirante Tropical da Ladeira”, localizado na Ladeira da Preguiça e com vista privilegiada para a praia. O espaço já recebeu celebridades como Lázaro Ramos, Dira Paes e Clara Buarque.
O restaurante funciona em um antigo casarão, que também foi cenário da gravação do clipe da música “Baile de Favelinha”, da dupla de rap LT com o cantor Léo Santana.
2. Praia do MAM unifica natureza, cultura e arte
Com águas cristalinas e tranquilas, a Praia do MAM é um dos recantos mais encantadores de Salvador, combinando lazer, arte e paisagem natural em um só lugar.
Localizada entre a contenção de pedras da Bahia Marina e o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), a praia é perfeita para quem deseja relaxar à beira-mar enquanto aprecia obras de arte e esculturas de grandes nomes como Mário Cravo e Carybé.
Por ser uma praia pequena, o local costuma ficar cheio em horários de pico e funciona das 8h30 às 17h. A gestão e o controle de acesso são realizados pelo próprio Museu de Arte Moderna, garantindo a preservação do espaço.
Ao longo da pequena trilha de acesso à faixa de areia, os visitantes também encontram obras de renomados artistas brasileiros, como Mestre Didi, Juarez Paraíso, Emanuel Araújo, José Resende, Siron Franco e Ivens Machado.
Entre os pontos mais instagramáveis, destacam-se a escultura de Yemanjá e a Vênus esculpida em ferro, que atraem olhares curiosos e câmeras fotográficas.
A Praia do MAM é um verdadeiro convite ao contato com a natureza, à contemplação artística e à vivência cultural, em um dos cenários mais inspiradores da capital baiana.
3. Comunidade do Solar do Unhão: Arte, Mar e Resistência
Localizada na charmosa Avenida Contorno, a Comunidade do Solar do Unhão é um verdadeiro reduto de arte urbana, cultura popular e beleza natural. Suas ruas estreitas e coloridas são marcadas por grafites vibrantes, que transformaram a região em uma galeria a céu aberto: o Museu de Street Art de Salvador (MUSAS).
Mais do que um espaço de passagem, o Unhão se consolidou como um ponto de encontro entre moradores, artistas e visitantes, que ali encontram arte viva, gastronomia local e uma das mais belas vistas para a Baía de Todos os Santos.
Além da paisagem deslumbrante e do mar que banha a pequena enseada, o bairro atrai também artistas plásticos, que encontram na comunidade um espaço fértil para criar, trocar experiências e se expressar livremente.
“Uma comunidade que se preparou para receber as pessoas de forma super agradável. A gente chama atenção por colocar nossas artes, nossos grafites dessa maneira diferente. Esse investimento em arte, junto com todas as outras coisas ao redor, gera esse atrativo na comunidade”, explica o artista plástico Júlio Costas, morador do local.
O Solar do Unhão é, assim, muito mais do que um patrimônio histórico: é um espaço onde a memória colonial dialoga com a arte urbana, onde o passado e o presente se encontram em traços, cores, sabores e sons. Um lugar de resistência criativa e acolhimento cultural em pleno coração de Salvador.
4. Casa da Quinta do Unhão
O Solar do Unhão e a Capela de Nossa Senhora da Conceição, também conhecidos como Casa e Capela da Antiga Quinta do Unhão, ou simplesmente Quinta do Unhão, formam um dos conjuntos arquitetônicos coloniais mais importantes da cidade de Salvador.
Composição do Conjunto Arquitetônico
O complexo é formado por:
- Solar (Casa-grande)
- Capela de Nossa Senhora da Conceição
- Cais de desembarque
- Fonte
- Aqueduto
- Chafariz
- Armazéns
- Alambique com tanques
Na ponte de acesso ao solar, destacam-se barras de azulejos com ornamentação barroca, produzidos em Lisboa, entre 1770 e 1780.
O chafariz, originalmente abastecido pelo aqueduto, é uma peça barroca feita em arenito escuro, com destaque para uma carranca de onde jorra a água, além de duas conchas superpostas.
[Nota]: Um solar ou palacete é a casa de origem de uma família nobre. O termo também se aplica a residências antigas de grande luxo e conforto. No Brasil, alguns comerciantes e empresários abastados também construíram solares no início do século XX.
Descrição da Edificação e Implantação
- Implantação: O conjunto está situado em um aterro à beira-mar, na Baía de Todos os Santos.
- Paisagem: O local é banhado por uma pequena praia de seixos, próximo à encosta e ao conjunto de casas populares da Gamboa de Baixo. Também está próximo aos arcos da Avenida Contorno.
- Pavimentos: de 1 a 3 andares
- Estrutura: Alvenaria de pedra com arcadas de tijolo no térreo
- Cobertura: Telhados de duas e quatro águas
- Esquadrias: Janelas guilhotinas coloniais que permitem bom aproveitamento da luz natural
- Estilo arquitetônico: Predominantemente colonial, com elementos decorativos de época
Ocupação original (época colonial):
- Térreo: área de serviço
- Primeiro andar: residência da família
- Água furtada: dormitório de criados
Histórico da Propriedade
- 1690: O local era residência do desembargador Pedro de Unhão Castelo Branco
- Início do século XVIII: Vendido a José Pires de Carvalho e Albuquerque
- Início do século XIX: Propriedade de Antônio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque
- Até 1928: Passa por diversos donos até ser adquirido pelo Estado da Bahia
Durante o período colonial, o conjunto funcionava como complexo agroindustrial, similar aos engenhos de açúcar, com casa-grande, capela, senzala, e estrutura voltada à exportação da produção do Recôncavo.
Intervenções e Restauros
- 1946: Obras de estabilização, conservação e limpeza
- 1960: Início das obras da Avenida Contorno. O projeto original ameaçava passar entre o solar e a capela, extinguindo o aqueduto e a fonte. Após reações da imprensa, o arquiteto Diógenes Rebouças propôs um traçado alternativo, preservando o conjunto.
- 1962/1963: O governo estadual realiza restauração para instalação do Museu de Arte Popular da Bahia. O projeto é da arquiteta Lina Bo Bardi, que incluiu a famosa escada helicoidal e substituiu parte do reboco por chapiscado em alguns pavilhões.
História e Pontos Turísticos da Avenida Contorno ou ou Avenida Lafayette Coutinho em Salvador BA