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As cores das fachadas das casas e prédios preservam a identidade da arquitetura colonial nordestina. Muitas casas, prédios, e especialmente igrejas, mosteiros, praças e ruas, datam da época em que o Brasil foi colonizado majoritariamente por portugueses.
Além disso, vários outros povos, como holandeses, judeus, ingleses, franceses, árabes, espanhóis, russos e africanos, deixaram suas marcas na arquitetura brasileira.
A cultura nordestina, presente em cada estado da região, encanta pela beleza e valorização de cada elemento. Seja na gastronomia, no artesanato, na música ou na natureza, o Nordeste do Brasil atrai olhares de diferentes lugares do país e do mundo, que se apaixonam pelos encantos da região, os quais merecem ser apreciados e valorizados.
A arquitetura nordestina tem uma história repleta de belezas e características com grande influência da arquitetura portuguesa.
Com a colonização dos europeus no Brasil, o estilo arquitetônico português dominou a região, principalmente na arquitetura sacra, com o luxo e a riqueza de detalhes na decoração das igrejas.
História da Arte Barroca
No caso das casas, elas inicialmente tinham características mais simples, e até mesmo as grandes casas das fazendas não apresentavam tantos elementos decorativos. No entanto, já exploravam o enorme espaço interno e as varandas.
O luxo e a ostentação nas residências começaram a ficar mais evidentes com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, que desembarcou em Salvador em 1808 e logo após seguiu para o Rio de Janeiro.
Com o avanço da urbanização das cidades no século XVII e a necessidade de proteção das moradias contra ataques de piratas no litoral, surgiram as casas geminadas, seguindo um modelo mais compacto. As fachadas formavam praticamente um grande “paredão”.
Os traços da arquitetura barroca estão presentes com grande destaque em igrejas na região Nordeste.
Salvador tem fama de ter 365 igrejas, uma para cada dia do ano. Das belezas que não saltam aos olhos dos turistas, boa parte está guardada nas igrejas e conventos da capital baiana.
Esse estilo arquitetônico apresenta características que exaltam o cristianismo, com elementos como arcos, colunas arredondadas, decoração exuberante, predomínio da cor dourada na parte interna e, do lado externo, cores claras como tons de bege e branco.
As cores das casas coloniais da arquitetura nordestina
O contraste entre as cores das edificações embeleza os imóveis das cidades. As casas costumam ter um ar modesto, com traços coloniais, e são preservadas até hoje com suas fachadas coloridas e determinadas características.
Elas são conhecidas como platibandas, ficam localizadas na parte superior da fachada e tinham o papel de “esconder” o telhado, evitando que a água da chuva fosse lançada na rua.
Além desta utilidade, as platibandas também eram projetadas para valorizar a construção e decorar a edificação.
Entre os elementos mais comuns nesse tipo de estrutura estão o registro do ano da construção, as conchas barrocas, as águias e as esculturas de mulheres, entre outros.
Em capitais como Salvador, Recife e Natal, é possível encontrar muitas casas e edifícios públicos em que as platibandas se destacam. Além de ser uma referência aos tempos das monoculturas, elas estão ligadas à identidade cultural nordestina.
As pinturas à base de cal de platibandas e fachadas são uma prática artesanal que é muito característica da região.
Tanto nas capitais quanto nos interiores e sertões, as casas com fachadas coloridas se destacam nas cidades. A diversidade de cores forma uma espécie de arco-íris característico e único da cultura nordestina.
Durante o processo de revitalização que aconteceu a partir do final do século XX, muitos edifícios ganharam cores vivas que se mantêm preservadas até os dias atuais.
Um fator interessante é que as cores usadas nas fachadas também mostram um pouco da personalidade dos moradores. Essa é uma característica que ajuda a revelar a identidade do povo da região.
Guia Turístico da Bahia e Nordeste