História da Fundação da Paraíba e João Pessoa

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Entrada do rio Paraíba no Brasil em 1671
Esta é a entrada do rio Paraíba no Brasil com uma bela vista do Castelo Margareta na costa brasileira.

Antes da chegada de Cabral ao Brasil, o litoral da Paraíba era povoado pelos índios tabajaras e potiguaras.

A maior parte do território da Paraíba atual integrou a Capitania de Itamaracá, doada a Pero Lopes de Sousa, em 1534.

Mas a colonização efetiva começou em 1581, durante a União Ibérica, com um povoado na Ilha da Camboa, numa margem do rio Paraíba, que foi destruído por piratas franceses. Nessa época, o comércio do pau-brasil, na região, já era intenso.

Em 1585, visando combater os piratas, o português João Tavares construiu, na foz do Rio Paraíba, o Forte São Felipe, homenageando o Rei Felipe II da Espanha, que também governava Portugal e seus domínios, como Felipe I.

Mais para dentro do Rio, cresceu a cidade de Filipéia (atual João Pessoa). 

Albernaz chamou Forte do Cabedelo e registrou que existia uma cidade, em 1640 (atual João Pessoa).

A Cidade foi rebatizada com o nome de Paraíba, após a expulsão dos holandeses, em 1654. A região desenvolveu-se no final do século 16 com o cultivo da cana-de-açúcar.

Em 1634, o atual território da Paraíba, bem como boa parte do Nordeste, foi conquistado pelos holandeses.

Em 1638, uma armada luso-espanhola deixou Lisboa, em direção ao Brasil. Uma epidemia, que dizimou cerca de um terço da tripulação, forçou a armada a ficar alguns meses em Cabo Verde.

Entrada do rio Paraíba no Brasil em 1671
A obra de Montanus foi talvez o maior livro ilustrado sobre o Novo Mundo produzido no século XVII. Continha mais de cem placas lindamente gravadas, vistas e mapas da América do Norte e do Sul. As placas retratam vividamente fortes, festivais, ocupações, frotas holandesas, batalhas, ritos religiosos e costumes dos habitantes nativos. Esta importante obra foi traduzida para o alemão por Olivier Dapper e para o inglês por John Ogilby. Várias das placas foram posteriormente adquiridas por Pierre Vander Aa. Esta é a entrada do rio Paraíba no Brasil com uma bela vista do Castelo Margareta na costa brasileira. A movimentada cena está repleta de pescadores, pastores e comerciantes carregando suas carroças.

Em janeiro de 1640, ocorreu a batalha naval do Paraíba, entre os holandeses e a armada luso-espanhola, que não foi decisiva. Em 1654, os holandeses foram expulsos pelas forças portuguesas comandadas por André Vidal de Negreiros.

Em 1684, a Paraíba foi elevada a categoria de capitania.

Em 1753, volta a ficar subordinada á Capitania de Pernambuco, tornando-se a se separar novamente, em 1799.

A Paraíba participou ativamente da Revolução Pernambucana, de 1817.

Em 1821, com o Brasil sob o regime de Monarquia Parlamentar Portuguesa, comandado pelas Cortes Constituintes de Lisboa, a Paraíba elegeu uma Junta Provisória de Governo, em 25 de outubro, presidida pelo português João de Araújo da Cruz. Em 18 de julho de 1822, o Padre Galdino da Costa Vilar assumiu a presidência da Junta de Governo.

Em 8 de outubro de 1822, os paraibanos declararam-se desligados de Portugal e, em 28 de novembro, aclamaram o Príncipe Regente.

A opção dos paraibanos pelo governo central do Rio de Janeiro não foi sem resistência.

Como exemplo, o Tenente Coronel de Cavalaria Antonio José Gomes Loureiro, não aderiu à causa da Independência e foi expulso de seu posto na Paraíba.

Loureiro foi para Salvador e queria embarcar para Portugal, mas foi proibido pelo General Madeira. Conseguiu embarcar, como passageiro, na escuna mercante Marianna, mas foi capturado, em Caravelas, pelas tropas brasileiras e cinco tripulantes da Escuna foram mortos no embate.

Em 1824, a Paraíba participou da Confederação do Equador. Com a Proclamação da República, tornou-se Estado.

Em 1930, o presidente do Estado, João Pessoa, foi assassinado. Ele era candidato a vice-presidente da República, na chapa com Getúlio Vargas.

Esse fato, foi uma das razões do movimento de 1930, que resultou no golpe de estado de Getúlio Vargas. Nesse ano, a capital da Paraíba foi rebatizada com o nome de João Pessoa.

Antecedentes da Conquista da Paraíba

Demorou um certo tempo para que Portugal começasse a explorar economicamente o Brasil, uma vez que os interesses lusitanos estavam voltados para o comércio de especiarias nas Índias, e além disso, não havia nenhuma riqueza na costa brasileira que chamasse tanta atenção quanto o ouro, encontrado nas colônias espanholas, minério este que tornara uma nação muito poderosa na época.

Devido ao desinteresse lusitano, piratas e corsários começaram a extrair o pau-brasil, madeira muito encontrada no Brasil-colônia, e especial devido a extração de um pigmento, usado para tingir tecidos na Europa.

Esses invasores eram em sua maioria franceses, e logo que chegaram no Brasil fizeram amizades com os índios, possibilitando entre eles uma relação comercial conhecida como “escambo”, na qual o trabalho indígena era trocado por alguma manufatura sem valor.

Os portugueses, preocupados com o aumento do comércio dos invasores da colônia, passaram a enviar expedições para evitar o contrabando do pau-brasil, porém, ao chegar no Brasil essas expedições eram sempre repelidas pelos franceses apoiados pelos índios.

Com o fracasso das expedições o rei de Portugal decidiu criar o sistema de capitanias hereditárias. Com o objetivo de povoá-la, a colônia portuguesa foi dividida em 15 capitanias, para doze donatários.

Recens Elaborata Mappa Geographica Regni Brasiliae in America Meridionali, Maxime Celebris Accuratae Delineata, Seutter, Matthias - 1730
Recens Elaborata Mappa Geographica Regni Brasiliae in America Meridionali, Maxime Celebris Accuratae Delineata, Seutter, Matthias – 1730

Entre elas destacamos a Capitania de Itamaracá, a qual se estendia do rio Santa Cruz até a Baía da Traição.

Capitania de Itamaracá, Brazil - Horatius - Andreas Antonius - 1698
Este maravilhoso mapa da província brasileira de Itamaraca, com parte da Paraíba, foi um dos 23 mapas deste raro relato da guerra colonial luso-holandesa. Escrita por João José de Santa Teresa, e conhecida entre os bibliófilos como a Santa Teresa, é considerada uma das mais suntuosas obras do século XVII sobre o Brasil. Santa Teresa, carmelita portuguesa, passou doze anos nas missões jesuítas da América do Sul e depois retornou à Europa, onde se tornou bibliotecário do colégio dos jesuítas em Roma. Sua conta foi fortemente subsidiada por Pedro II de Portugal, e alguns dos principais artistas e gravadores do período, incluindo Antonio Horacio Andreas, foram contratados para trabalhar no projeto. Foi publicado por Giacomo Giovanni Rossi. O mapa em si é lindamente desenhado e oferece uma excelente visão da região com rios e córregos cuidadosamente delineados, a localização de aldeias, missões e fortes registrados, estradas e trilhas mostradas e até perigos de navegação mostrados ao longo da costa. Os elaborados enfeites do mar ladeiam a bela rosa-dos-ventos e estão entre os elementos mais decorativos encontrados na cartografia. Um par de duendes de água segura no alto o brasão português e monstros marinhos sustentam a cartela de escala de distância.

Inicialmente essa capitania foi doada à Pedro Lopes de Souza, que não pôde assumir, vindo em seu lugar o administrador Francisco Braga, que devido a uma rivalidade com Duarte Coelho, deixou a capitania em falência, dando lugar a João Gonçalves, que realizou algumas benfeitorias na capitania como a fundação da Vila da Conceição e a construção de engenhos.

Após a morte de João Gonçalves, a capitania entrou em declínio, ficando a mercê de malfeitores e propiciando a continuidade do contrabando de madeira.

Com a tragédia de Tacunhaém, em 1534 o rei de Portugal desmembrou Itamaracá, dando formação à Capitania do Rio Paraíba.

Tragédia de Tacunhaém

Foi uma tragédia na qual índios mataram todos os moradores de um engenho.

Existia uma grande preocupação por parte dos lusitanos em conquistar a capitania que atualmente é a Paraíba, pois havia a garantia do progresso da capitania pernambucana, a quebrada aliança entre Potiguaras e franceses, e ainda, estender sua colonização ao norte. 

História da Conquista e Fundação da Paraíba

1. Expedições para a Conquista

Quando o Governador Geral (D. Luís de Brito) recebeu a ordem para separar Itamaracá, recebeu também do rei de Portugal a ordem de punir os índios responsáveis pelo massacre, expulsar os franceses e fundar uma cidade.

Assim começaram as cinco expedições para a conquista da Paraíba. Para isso o rei D. Sebastião mandou primeiramente o Ouvidor Geral D. Fernão da Silva.

I Expedição (1574)

O comandante desta expedição foi o Ouvidor Geral D. Fernão da Silva. Ao chegar no Brasil, Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma resistência, mas isso foi apenas uma armadilha.

Sua tropa foi surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernambuco.

II Expedição (1575) 

Quem comandou a segunda expedição foi o Governador Geral, D. Luís de Brito. Sua expedição foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras paraibanas.

Três anos depois outro Governador Geral (Lourenço Veiga), tenta conquistar a o Rio Paraíba, não obtendo êxito.

III Expedição (1579)

Frutuoso Barbosa impôs a condição de que se ele conquistasse a paraíba, a governaria por dez anos.

Essa idéia só lhe trouxe prejuízos, uma vez que quando estava vindo à Paraíba, caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que recuar até Portugal, ele perdeu sua esposa.

IV Expedição (1582)

Com a mesma proposta imposta por ele na expedição anterior, Frutuoso Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e dos franceses.

Barbosa desiste após perder um filho em combate.

V Expedição (1584)

Este teve a presença de Flores Valdez, Felipe de Moura e o insistente Frutuoso Barbosa, que conseguiram finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba.

Após a conquista, eles construíram os fortes de São Tiago e São Felipe.

2. Conquista da Paraíba

Para as jornadas o Ouvidor Geral Martim Leitão formou uma tropa constituída por brancos, índios, escravos e até religiosos. Quando aqui chegaram se depararam com índios que sem defesa, fogem e são aprisionados.

Capitaniarum de Phernambuca, Itamaraca, Paraiba, et Rio Grande Nova Delineatio, 1650
Capitaniarum de Phernambuca, Itamaraca, Paraiba, et Rio Grande Nova Delineatio, 1650

Ao saber que eram índios Tabajaras, Martim Leitão manda soltá-los, afirmando que sua luta era contra os Potiguaras (rivais dos Tabajaras).

Após o incidente, Leitão procurou formar uma aliança com os Tabajaras, que por temerem outra traição, a rejeitaram.

Depois de um certo tempo Leitão e sua tropa finalmente chegaram aos fortes (São Felipe e São Tiago), ambos em decadência e miséria devido as intrigas entre espanhóis e portugueses.

Com isso Martim Leitão nomeou outro português, conhecido como Castrejon, para o cargo de Frutuoso Barbosa, troca só fez piorar a situação.

Ao saber que Castrejon havia abandonado, destruído o Forte e jogado toda a sua artilharia ao mar, Leitão o prendeu e o enviou de volta à Espanha.

Quando ninguém esperava, os portugueses se unem aos Tabajaras, fazendo com que os Potiguaras recuassem. Isto se deu no início de agosto de 1585.

A conquista da Paraíba se deu no final de tudo através da união de um português e um chefe indígena chamado Piragibe, palavra que significa Braço de Peixe.

Mapa Provincia di Paraiba - 1698 - Horatius - Andreas Antonius
Este impressionante mapa cobre a província da Paraíba e ilustra seus importantes rios e prósperas plantações de açúcar. Era um dos 23 mapas deste raro relato da guerra colonial luso-holandesa. Escrita por João José de Santa Teresa, e conhecida entre os bibliófilos como a Santa Teresa, é considerada uma das mais suntuosas obras do século XVII sobre o Brasil, em parte pelos incríveis mapas. Santa Teresa, carmelita portuguesa, passou doze anos nas missões jesuítas da América do Sul e depois retornou à Europa, onde se tornou bibliotecário do colégio dos jesuítas em Roma. Sua conta foi fortemente subsidiada por Pedro II de Portugal, e alguns dos principais artistas e gravadores do período, incluindo Antonio Horacio Andreas, foram contratados para trabalhar no projeto. Foi publicado por Giacomo Giovanni Rossi. O mapa em si é lindamente desenhado e oferece uma excelente visão da região com baías, rios e córregos cuidadosamente delineados. Existem numerosos assentamentos e igrejas localizadas, bem como uma rede de estradas iniciais. Uma grande rosa-dos-ventos orienta o mapa com o norte à direita. O mapa é elaboradamente adornado com putti apoiando a cartela do título em estilo de fita e o brasão real, e monstros marinhos apoiando a cartela de escalas de distância em forma de concha.

3. História da Fundação da Paraíba

Martim Leitão trouxe pedreiros, carpinteiros, engenheiros e outros para edificar a Cidade de Nossa Senhora das Neves. Com o início das obras, Leitão foi a Baía da Traição expulsar o resto dos franceses que permaneciam na Paraíba.

Praefecturae de Paraiba et Rio Grande - Blaeu Johannes - 1662
Magnífico mapa do litoral brasileiro incluindo as capitanias da Paraíba e do Rio Grande. O mapa foi desenhado após levantamentos reais de Georg Markgraf, Elias Herckmanns e outros, e estava entre os primeiros mapas do Brasil baseados em dados não portugueses. O mapa é ricamente gravado com uma enorme cena de uma procissão de índios tupinambás carregando uma bandeira holandesa, parte de um engenho de açúcar e três grandes batalhas marítimas retratadas no mar. Adornado ainda com brasões, uma rosa-dos-ventos e uma cartela de títulos em tiras. A série de mapas das capitanias do Brasil é diferente de qualquer outro mapa dos atlas de Blaeu. Blaeu emitiu pela primeira vez este e seus mapas complementares em 1647 para a Rerum de Gaspar Barleus por octênio em Brasília.

Leitão nomeou João Tavares para ser o capitão do Forte. Paraíba foi a terceira cidade a ser fundada no Brasil e a última do século XVI.

4. História da Fundação de João Pessoa

Paraíba significa rio mau, porto ruim, ou mar corrompido. Varnhagen também indica a tradução de rio mau e Teodoro Sampaio, a de rio impraticável.

O significado exato seria braço de mar, pois os primeiros geógrafos que estudaram o rio tomaram-no por um braço de mar, sendo provável que os índios assim o tivesse considerado.

Toda a região do São Domingos (primeiro nome dado ao Paraíba) era habitada por índios Tabajara, cortejados pelos franceses que exploravam o pau-brasil e tentavam conservá-los hostis aos exploradores de outras nacionalidades. 

Em 1574, os índios participaram do ataque ao engenho de Diogo Dias, na Capitania de Itamaracá.

Portugal temia que os franceses ali se estabelecessem definitivamente e ordenou a construção de fortes na foz do rio, pelos portugueses que sofreram várias derrotas.

No início de 1585, chegou à região, Martim Leitão, Ouvidor Geral da Bahia, chefiando uma expedição que deveria restaurar os fortins da barra e desalojar os franceses de diversas posições.

Nesse mesmo ano, os portugueses criaram o Forte do Varadouro, às margens do rio Sanhauá, pequeno afluente do rio Paraíba, e fundaram o povoado.

Em homenagem ao santo do dia, o lugar recebeu o nome de Nossa Senhora das Neves, até hoje padroeira da cidade.

Em honra ao rei da Espanha, que dominava Portugal, a cidade recebeu o nome de Felipéia. Chegaram várias famílias, levadas pelo Ouvidor-Geral Martim Leitão, que providenciou a construção de fortes, igrejas e casas de moradia.

As lutas com os índios prosseguiram ainda durante anos, ora contra os Tapuias, que viviam no interior, ora contra os Potiguares, que habitavam o norte.

A cidade desenvolveu-se lentamente e nela viria radicar-se Duarte Gomes da Silveira – companheiro de Martim Leitão, em uma de suas expedições.

A fim de estimular o progresso da cidade, Silveira instituiu prêmios para recompensar os habitantes que levantassem casas de moradia e fundou, em 1639, o Morgado Salvador do Mundo, como patrimônio da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba.

Na década de 1630, possuía cerca de 1.500 habitantes e em suas imediações funcionavam 18 engenhos de açúcar.

Com a aproximação das forças holandesas, o povo abandonou a cidade depois de incendiar os prédios mais importantes.

O povoado foi ocupada pelos holandeses, depois de ataques aos fortins da barra, defendidos pelas tropas aquarteladas em Cabedelo.

Comandados pelo coronel holandês Segismund Von Schkoppe, 2.500 homens invadiram a cidade que recebeu o nome de Frederikstadt (Frederícia). O povo paraibano resistiu, comandado por André Vidal de Negreiros, organizador do movimento de reação e, em 1654, os holandeses foram expulsos.

No século XVIII, novas igrejas marcaram a expansão da vila, entre elas o majestoso conjunto barroco formado pela igreja de São Francisco e o Convento de Santo Antônio.

A capital chamou-se Paraíba do Norte até 1930, quando passou a denominar-se João Pessoa, em homenagem ao Presidente do Estado, assassinado em Recife, durante campanha política.

Sua morte foi uma das causas imediatas da Revolução de 1930. A modernização urbana de João Pessoa ocorreu a partir de meados do século XIX e atingiu o ápice no século XX, de 1920 a 1970, com alterações urbanas e obras viárias que mudaram a fisionomia do núcleo inicial da cidade. 

João Pessoa foi fundada por colonizadores portugueses com o nome de Cidade Real de Nossa Senhora das Neves, em 5 de agosto de 1585.

Fundação da Capital da Paraíba - João Pessoa

Passou a se chamar Filipeia de Nossa Senhora das Neves, em 1588, em homenagem ao rei Filipe da Espanha e de Portugal. Durante a invasão holandesa, em 1634, tornou-se Frederikstad ou Frederico.

A partir de 1654, seu nome foi trocado para Parahyba do Norte

A denominação de João Pessoa foi aprovada em  setembro de 1930 (Correio da Manhã, 7 de setembro de 1930, na sexta coluna, sob o título “…e do Senado“) como uma homenagem ao político paraibano homônimo, assassinado em 26 de julho de 1930, na Confeitaria Glória, em Recife, por João Duarte Dantas (1888 – 1930), quando era governador da Paraíba e candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas. 

O assassinato de João Pessoa ( 1878 – 1930), causou grande comoção popular e foi considerado o estopim da Revolução de 30, que depôs o presidente Washington Luís e levou Getúlio Vargas ao poder.

5. Primeiras Vilas da Paraíba na Época Colonial

Com a colonização foram surgindo vilas na Paraíba. A seguir temos algumas informações sobre as primeiras vilas da Paraíba.

– Pilar

O início de seu povoamento aconteceu no final do século XVI, quando fazendas de gado foram encontradas pelos holandeses. Hoje uma cidade sem muito destaque na Paraíba, foi elevada à vila em 5 de janeiro de 1765.

Pilar originou-se a partir da Missão do Padre Martim Nantes naquela região.

Pilar foi elevada à município em 1985, quando o cultivo da cana-de-açúcar se tornou na principal atividade da região.

– Sousa

Hoje a sexta cidade mais populosa do Estado e dona de um dos mais importantes sítios arqueológicos do país (Vale dos Dinossauros), Sousa era um povoado conhecido por “Jardim do Rio do Peixe”.

A terra da região era bastante fértil, o que acelerou rapidamente o processo de povoamento e progresso do local. Em 1730, já viviam aproximadamente no vale 1468 pessoas.

Sousa foi elevada à vila com o nome atual em homenagem ao seu benfeitor, Bento Freire de Sousa, em 22 de julho de 1766.

Sua emancipação política se deu em 10 de julho de 1854.

– Campina Grande

Sua colonização teve início em 1697. O capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo instalou na região um povoado.

Os indígenas formaram uma aldeia. Em volta dessa aldeia surgiu uma feira nas ruas por onde passavam camponeses. Percebe-se então que as características comerciais de Campina Grande nasceram desde sua origem.Campina foi elevada à freguesia em 1769, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição.

Sua elevação à vila com o nome de Vila Nova da Rainha se deu em 20 de abril de 1790.

Hoje, Campina Grande é a maior cidade do interior do Nordeste.

– São João do Cariri

Tendo sida povoada em meados do século XVII pela enorme família Cariri que povoava o sítio São João, entre outros, esta cidade que atualmente não se destaca muito à nível estadual foi elevada à vila em 22 de março de 1800.

São João do Cariri teve sua emancipação política é datada de 15 de novembro de 1831.

– Pombal

No final do século XVII, Teodósio de Oliveira Ledo realizou uma entrada através do rio Piranhas. Nesta venceu o confronto com os índios Pegas e fundou ali uma aldeia que inicialmente recebeu o nome do rio (Piranhas). Devido ao seucesso da entrada não demorou muito até que passaram a chamar o local de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em homenagem a uma santa.

Em 1721 foi construída no local a Igreja do Rosário, em homenagem à padroeira da cidade considerada uma relíquia história nos dias atuais.

Sob força de uma Carta Régia datada de 22 de junho de 1766, o município passou a se chamar Pombal, em homenagem ao famoso Marquês de Pombal.

Foi elevada à vila em 3/4 de maio de 1772, data hoje considerada como sendo também a da criação do município.

– Areia

Conhecida antigamente pelo nome de Bruxaxá, Areia foi elevada à freguesia com o nome de Nossa Senhora da Conceição pelo Alvará Régio de 18 de maio de 1815.

Esta data é considerada também como a de sua elevação à vila.Sua emancipação política se deu em 18 de maio de 1846, pela lei de criação número 2.

Hoje, Areia se destaca como uma das principais cidades do interior da Paraíba, principalmente por possuir um passado histórico muito atraente.

6. Primeiros Capitães-Mores da Paraíba

– João Tavares

João Tavares foi o primeiro capitão-mor, ao qual governou de 1585 a 1588 a Capitania da Paraíba. João Tavares foi encarregado pelo Ouvidor-Geral, Martim Leitão, de construir uma nova cidade.

Para edificação dessa cidade, vieram 25 cavaleiros, além de pedreiros e carpinteiros, entre outros trabalhadores do gênero.

Chegaram também jesuítas e outras pessoas para residir na cidade.

Foi fundado por João Tavares o primeiro engenho, o d’El-Rei, em Tibiri, e o forte de São Sebastião, construído por Martim Leitão para a proteção do engenho.

Os jesuítas ficaram responsáveis pela catequização dos índios. Eles ainda fundaram um Centro de Catequese e em Passeio Geral edificaram a capela de São Gonçalo.

O governo de João Tavares foi demasiadamente auxiliado por Duarte Gomes da Silveira, natural de Olinda.

Silveira foi um senhor de engenho e uma grande figura da Capitania da Paraíba durante mais de 50 anos. Rico, ajudou financeiramente na ascensão da cidade. Em sua residência atualmente se encontra o Colégio Nossa Senhora das Neves.

Apesar de ter se esforçado muito para o progresso da capitania, João Tavares foi posto para fora em 1588, devido à política do Rei.

– Frutuoso Barbosa

Devido à grande insistência perante a corte e por defender alguns direitos, Frutuoso Barbosa foi, em 1588, nomeado o novo capitão-mor da Capitania da Paraíba, auxiliado por D. Pedro Cueva, ao qual foi encarregado de controlar a parte militar da capitania.

Neste mesmo período, chegaram alguns Frades Fransciscanos, que fundaram várias aldeias e por não serem tão rigorosos no ensino religioso como os Jesuítas, entraram em desentendimento com estes últimos.

Esse desentendimento prejudicou o governo de Barbosa, pois aproveitando-se de alguns descuidos, os índios Potiguaras invadiram propriedades. Vieram em auxílio de Barbosa o capitão-mor de Itamaracá, com João Tavares, Piragibe e seus índios.

No caminho, João Tavares faleceu de um mal súbito. Quando o restante do grupo chegou à Paraíba, desalojou e prendeu os Potiguaras.

Com o objetivo de evitar a entrada dos franceses, Barbosa ordenou a construção de uma fortaleza em Cabedelo.

Piragibe iniciou a construção do forte com os Tabajaras, porém, devido a interferência dos Jesuítas, as obras foram concluídas pelos fransciscanos e seus homens.

Em homenagem a Felipe II, da Espanha, Barbosa mudou o nome da cidade de Nossa Senhora das Neves para Felipéia de Nossa Senhora das Neves.

Devido às infinitas lutas entre o capitão Pedro Cueva e os Potiguaras e os desentendimentos com os Jesuítas, houve a saída da Cueva e a decisão de Barbosa de encerrar o seu governo, em 1591.

– André de Albuquerque Maranhão

André de Albuquerque governou apenas por um ano. Nele, expulsou os Potiguaras e realizou algumas fortificações. Entre elas, a construção do Forte de Inhobin para defender alguns engenhos próximos a este rio.

Ainda nesse governo os Potiguaras incendiaram o Forte de Cabedelo. O governo de Albuquerque se finalizou em 1592.

– Feliciano Coelho de Carvalho

Em seu governo realizou combates na Capaoba, houve paz com os índios, expandiu estradas e expulsou os fransciscanos. Terminou seu governo em 1600.

Ordens Religiosas da Capitania da Paraíba e Seus Mosteiros

1. Jesuítas

Os jesuítas foram os primeiros missionários que chegaram à Capitania da Paraíba, acompanhando todas as suas lutas de colonização.

Ao mando de Frutuoso Barbosa, os jesuítas se puseram a construir um colégio na Felipéia. Porém, devido a desavenças com os fransciscanos, que não usavam métodos de educação tão rígidos como os jesuítas, a idéia foi interrompida.

Aproveitando esses desentendimentos, o rei que andava descontente com os jesuítas pelo fato de estes não permitirem a escravização dos índios, culpou os jesuítas pela rivalidade com os fransciscanos e expulsou-os da capitania.

Cento e quinze anos depois, os jesuítas voltaram à Paraíba fundando um colégio onde ensinavam latim, filosofia e letras.

Passado algum tempo, fundaram um Seminário junto à igreja de Nossa Senhora da Conceição. Atualmente essa área corresponde ao jardim Palácio do Governo. Em 1728, os jesuítas foram novamente expulsos.

Em 1773, o Ouvidor-Geral passou aresidir no seminário onde moravam os jesuítas, com a permissão do Papa Clementino XIV.

Os Franciscanos Atendendo a Frutuoso Barbosa, chegaram os padres franciscanos, com o objetivo de catequizar os índios.

O Frei Antônio do Campo Maior chegou com o objetivo de fundar o primeiro convento da capitania. Seu trabalho se concentrou em várias aldeias, o que o tornou importante.

No governo de Feliciano Coelho, começaram alguns desentendimentos, pois os franciscanos, assim como os jesuítas, não escravizavam os índios. Ocorreu que depois de certo desentendimentos entre os franciscanos, Feliciano e o governador geral, Feliciano acabou se acomodando junto aos frades.

A igreja e o convento dos franciscanos foram construídos em um sítio muito grande, onde atualmente se encontra a praça São Francisco.

2. Beneditinos

O superior geral dos beneditinos tinha interesse em fundar um convento na Capitania da Paraíba.

O governador da capitania recebeu o abade e conversou com o mesmo sobre a tal fundação. Resolveu doar um sítio, que seria a ordem do superior geral dos beneditinos. A condição imposta pelo governador era que o convento fosse construído em até 2 anos.

O mosteiro não foi construído em dois anos, mesmo assim, Feliciano manteve a doação do sítio.

A igreja de São Bento se encontra atualmente na rua nove, onde ainda há um cata-vento em lâmina, construído em 1753.

Os Missionários Carmelitas Os carmelitas vieram à Paraíba a pedido do cardeal D. Henrique, em 1580.

Mas devido a um incidente na chegada que colheu os missionários para diferentes direções, a vinda dos carmelitas demorou oito anos. Os carmelitas chegaram à Paraíba quando o Brasil estava sob domínio espanhol.

Os carmelitas chegaram, fundaram um convento e iniciaram trabalhos missionários. A história dos carmelitas aqui é incompleta, uma vez que vários documentos históricos foram perdidos nas invasões holandesas.

Frei Manuel de Santa Teresa restaurou o convento depois da revolução francesa, mas logo depois este foi demolido para servir de residência ao primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda Henriques. Pelos carmelitas foi fundada a Igreja do Carmo.

População Indígena da Paraíba

Na Paraíba haviam duas raças de índios, os Tupis e os Cariris (também chamados de Tapuias).

Os Tupis se dividiam em Tabajaras e Potiguaras, que eram inimigos.

Na época da fundação da Paraíba, os Tabajaras formavam um grupo de aproximadamente 5 mil pessoas. Eles eram pacíficos e ocupavam o litoral, onde fundaram as aldeias de Alhanda e Taquara.

Já os Potiguaras eram mais numerosos que os Tabajaras e ocupavam uma pequena região entre o rio Grande do Norte e a Paraíba. Esses índios locomoviam-se constantemente, deixando aldeias para trás e formando outras. Com esta constante locomoção os índios ocuparam áreas antes desabitadas.

Os índios Cariris se encontravam em maior número que os Tupis e ocupavam uma área que se estendia desde o Planalto da Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

Os Cariris eram índios que se diziam ter vindo de um grande lago. Estudiosos acreditam que eles tenham vindo do Amazonas ou da Lagoa Maracaibo, na Venezuela.

Os Cariris velhos, que teriam sido civilizados antes dos cariris novos, se dividiam em muitas tribos; sucuru, icós, ariu e pegas, e paiacú. Destas, os tapuias pegas ficaram conhecidos nas lutas contra os bandeirantes.

O nível de civilização do índio paraibano era considerável. Muitos sabiam ler e conheciam ofícios como a carpintaria. Esses índios tratavam bem os jesuítas e os missionários que lhes davam atenção.

A maioria dos índios estavam de passagem do período paleolítico para o neolítico. A língua falada por eles era o tupi-guarani, utilizada também pelos colonos na comunicação com os índios.

O tupiguarani mereceu até a criação de uma gramática, elaborada por Padre José de Anchieta. Piragibe, que nos deu a paz na conquista da Paraíba; Tabira, que lutou contra os franceses e Poti, que lutou contra os holandeses e foi herói na batalha dos Guararapes, são exemplos de índios que se sobressaíram na Paraíba.

Ainda hoje, encontram-se tribos indígenas Potiguaras localizadas na Baía da Traição, mas em apenas uma aldeia, a São Francisco, onde não há miscigenados, pois a tribo não aceita a presença de caboclos, termo que eles utilizavam para com as pessoas que não pertencem a tribo.

O Cacique dessa aldeia chama-se Djalma Domingos, que também é o prefeito do município de Baía da Traição. Aos poucos, a aldeia vai se civilizando; um exemplo disso é um posto telefônico implantado na mesma há um mês. Nessas aldeias existem cerca de 7.000 índios Potiguaras, que mantém as culturas antigas.

Eles possuem cerca de 1.800 alunos de 7 a 14 anos em primeiro grau menor. No Brasil, só existem três tribos Potiguaras, sendo que no Nordeste a única é a da Baía da Traição. Em 19 de Abril eles comemoraram seu dia fazendo pinturas no corpo e reunindo as aldeias locais na aldeia S. Chico e realizaram danças, como o Toré.

A principal atividade econômica desses índios é a pesca e em menor escala, a agricultura.

Invasões Holandesas no Brasil

Em 1578 o jovem rei de Portugal, D. Sebastião, foi morto na batalha de Alcácer-Quibir, na África, deixando o trono português para seu tio, o cardeal D. Henrique, o qual devido à sua avançada idade acabou morrendo em 1579, sem deixar herdeiros.

Ilustração da cidade e fortaleza da Paraíba na paisagem do Brasil - 1730
Um esplêndido mapa da região da Paraíba e dos fortes defensores na foz do rio Paraíba. O mapa ilustra a incursão holandesa no território português e mostra a frota holandesa enchendo o rio e os exércitos defensores marchando pelas estradas. Uma grande e muito decorativa inserção retrata todo o litoral desde R. Peguihuga até a Bahia de Todos Santos.

O Rei da Espanha, Felipe II, que se dizia primo dos reis portugueses, com a colaboração da nobreza portuguesa e do seu exército, conseguiu em 1580 o trono português.

A passagem do trono português à coroa espanhola prejudicou os interesses holandeses, pois eles estavam travando uma luta contra a Espanha pela sua independência e a Holanda era responsável pelo comércio do açúcar nas colônias portuguesas, o que lhes garantiam altos lucros.

Dessa forma, rivais dos espanhóis, os holandeses foram proibidos de aportarem em terras portuguesas, o que lhes trouxe grande prejuízo.

Interessados em recuperar seus lucrativos negócios com as colônias portuguesas, o governo e companhias privadas holandesas formaram a Companhia das Índias Ocidentais, para invadir as colônias.

A primeira tentativa de invasão holandesa ocorreu em 1624, em Salvador.

O governador da Bahia, Diogo de Mendonça Furtado, havia se preparado para o combate, porém com o atraso da esquadrilha holandesa, os brasileiros não mais acreditavam na invasão quando foram pegos de surpresa.

Durante o ataque o governador foi preso. Mas orientadas por Marcos Teixeira, as forças brasileiras mataram vários chefes batavos, enfraquecendo as tropas holandesas.

Em maio de 1625, eles foram expulsos da Bahia pela esquadra de D. Fradique de Toledo Osório. Ao se retirarem de Salvador, os holandeses, comandados por Hendrikordoon, seguiram para Baía da Traição, onde desembarcaram e se fortificaram.

Tropas paraibanas, pernambucanas e índios se uniram a mando do governador Antônio de Albuquerque e Francisco Carvalho para expulsar os holandeses.

A derrota batava veio em agosto de 1625. Após esse conflito ao holandeses seguiram para Pernambuco, onde o governador Matias de Albuquerque, objetivando deixá-los sem suprimentos, incendiou os armazéns do porto e entrincheirou-se.

Na Paraíba, por terem ajudado os holandeses, os Potiguaras foram expulsos por Francisco Coelho.

Percebe-se nesse período a grande defesa da terra. Temendo novos ataques, a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, foi reconstruída e guarnecida e a sua frente, na margem oposta do Rio Paraíba, foi construído o Forte de Santo Antônio.

Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo PB
Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo PB

Aos cinco dias de dezembro de 1632, comandados por Callenfels, 1600 batavos desembarcaram na Paraíba.

Ocorreu um tiroteio, os holandeses construíram uma trincheira em frente a fortaleza de Santa Catarina, mas foram derrotados com a chegada de 600 homens vindos de Felipéia de Nossa Senhora das Neves a mando do governador.

Após esse acontecimento os brasileiros tentam construir uma trincheira em frente a fortaleza. Os holandeses tentam impedir, mas o forte resiste. Incapazes de vencer, os batavos se retiram para Pernambuco.

Os holandeses decidem atacar o Rio Grande do Norte, mas Matias de Albuquerque, 200 índios e 3 companhias paraibanas os impediram de desembarcar.

Os holandeses voltam à Paraíba para atacar o Forte de Santo Antônio, mas ao desembarcarem percebam a trincheira levantada pelos paraibanos, fazendo com que eles desistissem da invasão e voltassem ao Cabo de Santo Agostinho.

Após um tempo os holandeses resolvem tentar invadir a Paraíba novamente, pois ela representava uma porta para a invasão batava em Pernambuco. Dessa forma, em 25 de novembro de 1634 partiu uma esquadra de 29 navios para a Paraíba.

Aos quatro dias de dezembro de 1634, bem preparados os soldados holandeses chegam ao Norte do Jaguaribe, onde desembarcaram e aprisionaram três brasileiros, entre eles o governador, que conseguiu fugir.

No dia seguinte o resto da tropa holandesa desembarcou aprisionando mais pessoas. No caminho por terra para Cabedelo os batavos receberam mais reforços. Antônio de Albuquerque Maranhão enviou à Paraíba tudo o que foi preciso para combater com os chefes holandeses na região do forte.

Enquanto isso, Callabar roubava as propriedades. Vieram reforços do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. O capitão Francisco Peres Souto assumiu o comando da fortaleza de Cabedelo.

Apenas em 15 de novembro chegou à Paraíba o Conde Bagnuolo, para auxiliar os paraibanos. Como os paraibanos já encontravam-se em situação irremediável, resolveram entregar o Forte de Cabedelo e logo em seguida o Forte de Santo Antônio.

O Conde de Bagnuolo foi para Pernambuco; Antônio de Albuquerque e o resto da tropa, juntamente com o resto do povo, tentou fundar o Arraial do Engenho Velho.

Os holandeses chegaram com seus exércitos na Felipéia de Nossa Senhora das Neves em 1634, e a encontraram vazia. Foram então à procura de Antônio de Albuquerque no Engenho Velho, mas não o encontraram.

O comandante das tropas holandesas entendeu-se com Duarte Gomes, que procurou a Antônio de Albuquerque, que prendeu-o e mandou-o para o Arraial do Bom Jesus.

Depois, os holandeses mandaram libertar Duarte Gomes. No Engenho Espírito Santo, os nossos guerreiros venceram os invasores, que eram chefiados por André Vidal de Negreiros.

Os paraibanos continuavam com a idéia de querer expulsar os holandeses. Buscaram forças para isso: arranjaram homens no Engenho São João e contaram com o apoio de André V. de Negreiros.

Quando os holandeses descobriram, também se prepararam para o combate.

Os paraibanos reuniram-se em Timbiri, e depois seguiram para o Engenho Santo André, onde foram atacados por Paulo Linge e sua tropa. Após várias lutas, morreram oitenta holandeses e a Paraíba perdeu o capitão Francisco Leitão.

Os combatentes, que estavam recolhidos no engenho Santo André, continuaram com as provocações aos holandeses, tornando assim complicada a situação de Pernambuco.

A fortaleza de Pernambuco estavam entregue aos prisioneiros soltos por Hautyn. Francisco Figueroa chegou para governar a capitania por um determinado tempo.

Em 1655, chegou João Fernandes Vieira para assumir a Capitania da Paraíba. Jerônimo de Albuquerque conquistou o Maranhão com a ajuda de seu filho Antônio de Albuquerque Maranhão.

Em 1618, então este teve por herança o governo do Maranhão, que teria a assessoria de duas pessoas escolhidas pelo povo. Antônio não gostou muito de seus auxiliares e os dispensou.

Seguindo os assessores seu próprio caminho, Antônio de Albuquerque abandonou o governo do Maranhão e casou-se em Lisboa, tendo desse casamento dois filhos.

Antônio voltou ao Brasil em 1627, com a nomeação de Capitão-Mor da Paraíba.

Capitania da Paraíba na época da invasão holandesa

Na época da invasão holandesa, a população era dividida em dois grupos: os homens livres (holandeses, portugueses e brasileiros) e os escravos (de procedência brasileira ou africana).

Durante muito tempo de domínio holandês no Brasil, não houve mistura de raças.

Política administrativa holandesa na Paraíba

Por uma década, a capitania da Paraíba teve como administradores alguns governadores holandeses:

Servais Carpentier

Também governou o Rio Grande do Norte, e sua residência oficial foi no Convento São Francisco.

Ippo Elyssens

Foi um administrador violento e desonesto. Apoderou-se dos melhores engenhos da capitania. Elias Herckmans:Governador holandês importante, que governou por cinco anos.

Sebastian Von Hogoveen

Governaria no lugar de Elias H., mas morreu antes de assumir o cargo. Daniel Aberti:Substituto do anterior.

Gisberk de With

Foi o melhor governador holandês, pois era honesto, trabalhador e humano.

Paulo de Lince

Foi derrotado pelos “Libertadores da Insurreição”, e retirou-se para Cabedelo.

Conquista para o Interior da Paraíba

Através de entradas, Missões de Catequese e bandeiras, o interior da Paraíba foi conquistado, principalmente após as invasões holandesas.

Os missionários pregavam o cristianismo nas suas Missões, alfabetizavam e ensinavam ofícios aos índios e construíam colégios para os colonos.

Os missionários encontraram um planalto com uma campina verde e um clima agradável.

Um aldeamento de índios cariris que se organizaram na região deram-lhe o nome de Campina Grande. Entre os missionários, destacou-se o Padre Martim Nantes, cuja missão deu origem à vila de Pilar.

As Missões de Catequese foram as primeiras formas de conquista do interior da Paraíba.

Após elas foram executadas bandeiras com a finalidade de capturar índios.

O capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo foi o homem que comandou a primeira bandeira na Paraíba.

Esta bandeira se deu através do Rio Paraíba e teve como destaque a fundação de um povoado chamado Boqueirão. Esta primeira bandeira, apesar de ter sido tumultuada, foi bem sucedida, uma vez que Teodósio aprisionou vários índios.

Teodósio é tido como o grande responsável pela colonização do interior da Paraíba. Ele estabeleceu-se no interior e trouxe famílias e índios para povoá-lo.

Os passos de Teodósio foram seguidos pelo capitão-mor Luís Soares, que também se destacou por suas penetrações para o interior. Um homem chamado Elias Herckman procurou minas e chegou à Serra da Borborama.

Sua atitude (a de procurar minas) foi seguida por Manuel Rodrigues. O fundador da Casa da Torre, Francisco Dias D’ávila, foi outro bandeirante que se destacou na colonização da Paraíba.

Entre as várias tribos (caicós, icós, janduis, etc.) que se destacaram no conflito contra conquista do interior paraibano, os mais conhecidos são os sucurus, que habitavam Alagoas de Monteiro.

Análise política, econômica e social da capitânia nos séculos XVII e XVIII

Análise Política

Na administração colonial do Brasil, foram configurados três modalidades de estatutos políticos: o das capitanias hereditárias, o do governo geral e o do Vice-reino.

Na Paraíba, tivemos a criação da Capitania Real em 1574. Em 1694, depois de mais de noventa anos de fundação, esta capitania se tornou independente.

Entretanto, passados mais de sessenta anos, a capitania da Paraíba foi anexada à de Pernambuco em 1o de janeiro de 1756.

Houve prejuízo nesta fusão para a capitania paraibana, além de prejudicar o Real Serviço, em virtude das complicações de ordem General de Pernambuco, do governador da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

Por isto, em 1797, o governador da capitania, Fernando Castilho dá um depoimento, descrevendo a situação da Capitania Real da Paraíba à Rainha de Portugal. Em 11 de janeiro de 1799, pela Carta Régia, a Capitania da Paraíba separou-se da de Pernambuco.

O interior da capitania foi devastado por bandeirantes, que penetravam até o Piauí.

Entretanto a conquista do Sertão foi realizada pela família Oliveira Ledo. Outro fato político foram as constantes invasões de franceses a mando da própria coroa francesa.

A invasão holandesa e a Guerra dos Mascates, em que a Paraíba esteve sempre presente com heroísmo de seus filhos, tiveram a sua conseqüência política, uma vez que estimulou o sentimento nacionalista dos paraibanos.

Análise Econômica

Na época colonial, a Paraíba ofereceu no aspecto econômico um traço digno de registro. Entre os principais produtos e fontes de riqueza, destacavam-se o pau-brasil, a cana-de-açúcar, o algodão e o comércio de negros.

O pau-brasil, proveniente da Ásia, era conhecido como ibira-pitanga pelos índios. O seu valor como matéria prima de tinturaria foi atestado na Europa e na Ásia.

Daí a sua importância econômica. Pernambuco e Paraíba figuravam entre os pontos do Brasil onde a ibira-pitanga era mais encontrada.

A cana-de-açúcar, que foi a principal riqueza da Paraíba com os seus engenhos, veio do Cabo Verde. Foi plantada inicialmente na Capitania de Ilhéus. A cana não se aclimatou na Europa.

Na idade média o açúcar era um produto raro de preço exorbitante.

Figurava em testamento no meio das jóias. Isto provou bem a importância do açúcar, de que resultou o desenvolvimento e progresso das colônias brasileiras.

Na primeira década da fundação da Paraíba, já se encontravam dez engenhos montados.

Desde 1532 que entrava na capitania este produto armazenado nos celeiros, na feitorias de Iguarassú.

Os franceses já traficavam com o algodão. Entretanto a economia do “ouro branco” só se desenvolveu no século XVIII.

Aqui na capitania o algodão teve uma suma importância na balança da economia.

Na Paraíba o rebanho de gado vacum também teve importância econômica. Não foi ele somente utilizado como fonte de subsistência entre nós. Entrou nos engenhos como impulsionador das moendas.

Teve o gado a sua fase áurea durante a “idade do couro”, quando tudo se fazia com o couro com fins comerciais; móveis, portas, baús, etc.

Tráfico de Escravos

No início da colonização, começaram a ser introduzidos no Brasil os escravos.

A data é omissa, mas presume-se que tenham vindo primeiro com Martim Afonso de Souza para a Capitania da São Vicente.

Na Paraíba, o empreendimento do comércio de negros iniciou-se logo após o Decreto Real de 1559, da Regente Catarina permitindo aos engenhos comprar cada um doze (12) escravos.

O escravo era mercadoria cara. Seu valor médio oscilava entre 20 e 30 libras esterlinas.

Análise Social

Igrejas

Duarte Coelho Pereira fundou uma nova Lusitânia, composta apenas por nobres. Alguns nobres de Pernambuco se refugiaram para a Paraíba, antes que ocorresse alguma invasão holandesa.

Ao chegarem, fizeram seus engenhos, onde viviam com muito luxo, desfrutando de tudo. Ocorre que nem toda a população vivia tão bem como a nobreza, uma vez que haviam mulheres e moças analfabetas, que só faziam os afazeres domésticos.

Havia também outras classes sociais, compostas por comerciantes e aventureiros, que enriqueciam rapidamente, faziam parte da burguesia, querendo chegar a fazer parte da nobreza.

Os integrantes da máquina administrativa constituíam outra classe. Eles eram considerados os homens bons, viviam uniformizados.

O fator mais importante para a sociedade foi a Igreja, devido à sua maneira de catequizar o povo.

Principais igrejas que acompanharam a Paraíba no tempo colonial foram:
  1. A matriz de Nossa Senhora das Neves
  2. Igreja da Misericórdia
  3. Igreja das Mercês
  4. Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
  5. Capela de Nossa Senhora da Mãe dos Homens
  6. Igreja do Bom Jesus dos Martírios

Revoltas em que a Paraíba Participou

1. Guerra dos Mascates

A Guerra dos Mascates foi uma guerra civil, ocorrida em Pernambuco, no século XVIII, mais propriamente em Olinda, sede do governo pernambucano na época.

Ocorreu que houve indignação contra a elevação de Recife à categoria de vila, a pedido da população de Recife, composta por comerciantes portugueses chamados Mascates que aspiravam por uma maior autonomia.

Nesta época a economia nordestina entrava em declínio, pois os preços do açúcar estavam baixando no mercado mundial e haviam descoberto as Minas Gerais. Muitos senhores de engenho deviam dinheiro aos mascates.

Em 1707 o povoado de Recife foi elevado a vila, o que provocou revolta em Olinda.

Alguns olindenses ocuparam Recife e elegeram um novo governador a seu favor; Olinda ocupou Recife por três meses.

João da Mata, um mascate, adquiriu o apoio do governador da Paraíba, João da Maia Gama, para desforrar-se dos senhores de engenho. Desta forma os mascates aprisionaram o governador pernambucano.

Após este fato entrou um novo governador no poder (Félix José Machado de Mendonça), que a princípio foi imparcial, mas que em seguida ficou ao lado dos mascates, os quais saíram vencedores desse conflito.

2. Revoluções Liberais

A passagem do século XVIII para o XIX foi marcada pelo surgimento de idéias revolucionárias.

No mundo surgia o estilo literário conhecido como Realismo/Naturalismo, que procurava descrever as classes inferiores e mostrar os aspectos mais degradantes e cruéis da sociedade.

Na Paraíba as idéias revolucionárias foram estimuladas pela marçonaria. O mundo todo se baseava no ponto de vista científico. Temos como exemplo o padre Manoel Arruda, que começou a pesquisar a fauna e a flora nordestina.

Todas estas idéias liberais provocaram um surto revolucionário, no qual podemos citar as revoluções de 1817, 1824 e 1848, todas com tendências republicanas, federalistas e democráticas.

3. Revolução de 1817

Este movimento de caráter republicano e separatista, surgiu na Província de Pernambuco e logo se espalhou pelas províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Influenciados pela Revolução Francesa e polo exemplo de República norte-americano, os revoltosos queriam emancipar o Brasil.

Quando a revolta estourou os revoltosos instalaram um governo provisório republicano.

Porém o Governo Geral não perdeu tempo. Quatro meses depois os líderes da revolta foram condenados à morte e a revolução contida. Como líderes da revolução podemos citar Domingos José da Silva (comerciante) e os paraibanos militares Peregrino de Carvalho e Amaro Gomes.

4. Revolução Praieira

Esta revolta durou apenas cinco meses e ocorreu na província de Pernambuco entre 1848/49.

Ela foi influenciada pelo espírito de 1848 que dominava a Europa. Esta revolta consiste não apenas em um movimento de protesto contra a política Imperial, mas num movimento social que pretendia estabelecer reformas.

Dentre outras exigências feitas pelos revoltosos, podemos citar:

  1. a divisão dos latifúndios
  2. a liberdade de imprensa
  3. democracia
  4. fim da importação de indústrias têxteis
  5. fim do domínio português sobre o comércio de Recife
  6. fim da oligarquia política, entre outros

Os revoltosos eram os liberais adversativos dos conservadores (grandes latifundiários e comerciantes portugueses).

O principal jornal liberal em Recife tinha sua localização na Rua da Praia. Por causa disto, os liberais ficaram conhecidos como praieiros.

A revolução iniciou-se com choques entre os liberais e conservadores de Olinda, ao sétimo dia do mês de novembro de 1848.

Em 1849 os revoltosos atacaram Recife, mas fracassaram. Depois de ter sido derrotado pelas tropas do Brigadeiro Coelho, em Pernambuco, Borges da Fonseca continuou a lutar na Paraíba. Outros líderes foram torturados ou assassinados.

Este foi o último movimento revolucionário do Império.

5. Confederação do Equador

Esta revolta surgiu com a atitude autoritária de D. Pedro I, o qual dissolveu a Assembléia Constituinte.

Esta situação agravou-se quando D. Pedro I quis substituir Manoel Pais de Andrade, governador da província, ex-revolucionário, que gozava de grande popularidade entre os pernambucanos, por uma apadrinhado seu (Francisco Reis Barreto).

Desta forma, as câmaras municipais de Olinda e Recife se declararam contrárias ao governo de Barreto.

Em 2 de julho de 1824, Pais de Andrade se empenhou na revolta, pedindo apoio às outras províncias nordestinas.

Seu objetivo era reunir as províncias do Nordeste em uma república, denominada de Confederação do Equador. Foram mandados emissários às províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Porém a repressão sobre esta revolta foi intensa. D. Pedro I enviou navios de guerra para derrotá-la. Após a derrota das tropas republicanas de Pernambuco, as outras províncias se enfraqueceram e foram derrotadas.

Seus líderes foram todos executados, entre eles Frei Caneca, que morreu fuzilado, pois ninguém tinha coragem de enforcá-lo.

6. Revolta dos Quebra-Quilos

Ocorrida em 1874, ficou assim conhecida pela modificação que provocou no sistema de pesos e medidas, fato este que provocou uma grande revolução na Paraíba. Esta revolta causou muitas prisões, inclusive a do padre de Campina Grande (Calisto Correia Nóbrega).

7. Ronco da Abelha

A revolta do ronco da abelha se deu nos sertões de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Paraíba, em 1851, com o intuito de fazer o controle sobre os trabalhadores, visto que, com a queda do tráfego negreiro, os homens livres foram trabalhar.

8. Princesa Isabel

Frente de oposição ao presidente João Pessoa, na cidade de Princesa Isabel, Paraíba. Teve como líder José Pereira, que possuía amizades influentes no Estado.

9. Coluna Prestes

Foi um movimento iniciado por alguns políticos que estavam descontentes com o governo do presidente do Rio Grande do Sul, e velhos participantes da Revolta Federalista de 1893.

Seus principais líderes foram: Luís Carlos Prestes, Miguel Costa e Juarez Távola. Os integrantes da Coluna, apesar de todas as dificuldades, conseguiram romper as barreiras do sul. Ao final, a Coluna se retirou para a Bolívia, o Paraguai e a Argentina.

10. Revolução de 30

Representou o acontecimento mais importante em toda a história da Paraíba. A liderança da Paraíba foi para frente a partir do momento em que João Pessoa recusou aceitar a candidatura de Júlio Prestes à presidência da república.

Tudo piorou com o levante de Princesa, que contou com o apoio de todos os coronéis do açúcar e do algodão, entre outros fatores que contribuíram para o agravamento da situação.

Logo após esse acontecimento, veio a morte do presidente da Paraíba,João Pessoa. A revolução se espalhou por diversos lugares (Nordeste do Maranhão à Bahia).

História da Fundação da Paraíba e João Pessoa

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