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Como grande parte dos templos religiosos coloniais de São Luís, a Igreja de São José do Desterro foi reconstruída várias vezes, especialmente depois dos combates entre portugueses e holandeses que marcou a história da cidade.
No início era uma pequena capela coberta de palha com a porta principal voltada para o mar (onde se encontra atualmente seu altar-mor) e não para a Rua da Palma, como hoje.
A eremita surgiu tendo como orago São Jorge, segundo consta em Anais Históricos da Província do Maranhão (1849), e depois foi consagrada a Nossa Senhora da Boa Hora.
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Em 1641, quando os invasores holandeses desembarcaram na praia do Desterro com esquadra de mais de mil homens com propósito de tomar a cidade, a ermida já havia sido consagrada a Nossa Senhora do Desterro.
Os recém-chegados, então, profanaram-na e destruíram a imagem de sua padroeira. Após a expulsão dos invasores, a igreja foi reconstruída tendo sua própria irmandade.
Igreja de São José do Desterro em São Luís do Maranhão
Foi essa mesma confraria que embargou, em 1654, a construção de um convento que os frades mercedários João Cerveira e Marcos Natividade pretendiam edificar no lugar da igreja e nos terrenos adjacentes.
A casa (Convento das Mercês) foi construída em local próximo, no mesmo bairro do Desterro que à época situava-se o Portinho, principal porto de escoamento de São Luís e de vital importância para a cidade.
Conheça a história do Convento das Mercês
A segunda edificação foi erguida, desta vez, com frente voltada para o largo em que termina a Rua da Palma e começam os becos do Precipício, do Desterro e do Caela.
Acredita-se que essa segunda igreja tenha durado cerca de um século e sido a segunda em maior importância para a capital tendo em vista os registros de procissões saída da Sé sob o comando do bispo D. Frei José Delgarte.
No início do século XIX a Igreja do Desterro estava em completo abandono e sua estrutura arruinada, até que desmoronou em 1832. Foi graças à devoção de um negro pobre chamado José Lé que o templo foi reerguido.
Ele utilizou recursos próprios e buscou na mata madeira, pedra e cal. Não conseguiu ver sua obra concluída, o que foi continuada pelo escrivão José Antônio Furtado de Queixo e entregue à população em 1839, agora como Igreja de São José do Desterro, em homenagem aos dois homens que a ergueram, consagrada a São José.
Mas essa terceira ermida também não durou muito tempo. Após a morte do escrivão, novamente a caiu em abandono, sendo roubados de lá peças em ouro e prata que formavam um dos mais preciosos acervos religiosos da cidade.
A Câmara Municipal queria derrubar o que restou do templo, para construir no local uma praça e um mercado de peixe.
Mas os devotos não deixaram. A mando do bispo e com apoio financeiro da sociedade e patrocínio das senhoras maranhenses, a nova igreja foi inaugurada com missa no dia 21 de novembro de 1869.
Um gradeado na torre sineira carrega a inscrição 1868, data que foram terminadas as obras.
Cinquenta anos depois, a igreja é interditada novamente. A imagem do padroeiro é lavada para a Sé e os demais utensílios para a Nossa Senhora do Rosário.
A igreja de São José foi reaberta em 1943, passando por restaurações nos anos de 1954, 1975, 1981 e 1994. Naquele ano, os quatro sinos foram bentos com nomes de São José, São Luís, Santa Bárbara e São Jerônimo.
A Igreja do desterro apresenta planta pentagonal, diferente das outros templos da região.
O altar-mor tem piso de cantaria e o retábulo, características neoclássicas, encimado por imagens de ferramentas, fazendo alusão à profissão de São José.
A imagem do santo está sobre seis degraus. Não se sabe, contudo, a fonte de inspiração do frontão composto por quatro ogivas, três menores e uma maior encimada por uma cruz.
Igreja de São José do Desterro
Largo do Desterro, Rua da Palma
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