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A arquitetura barroca é parte importante da história ocidental e apresenta características únicas que marcaram a urbanização da Europa e estão presentes, inclusive, no Brasil.
Os primeiros sinais da arquitetura barroca podem ser encontrados em obras do início do século 16, mas foi somente ao fim desse período que o estilo barroco ganhou força, se desenvolveu e se expandiu pela Europa.
Fontana di Trevi – A obra foi construída no século XVIII, em 1732, pelo arquiteto italiano Nicola Salvi, e é considerada um dos mais belos exemplos de arquitetura barroca do mundo.
Esse desenvolvimento se deu paralelamente à necessidade da Igreja Católica de se afirmar como soberana em um período pós Reforma Protestante.
Com o surgimento do protestantismo, que questionava os dogmas do catolicismo, os líderes dessa corrente do cristianismo deram início ao movimento conhecido como Contra Reforma.
A Igreja realizou, então, o Concílio de Trento, que tinha como objetivo reafirmar a verdade absoluta da fé e das tradições católicas — foi durante esse período que o estilo barroco encontrou bases para se consolidar.
A Igreja Católica, nesse concílio, definiu que a arte deveria ser utilizada como meio de propagação do catolicismo como verdade cristã absoluta.
As expressões artísticas deveriam retratar cenas bíblicas, santos, sacramentos, entre outros.
Além disso, a arte deveria ser simples e de fácil compreensão, para que o catolicismo fosse levado a todos.
Definiu-se, também, que as pinturas não poderiam conter nus ou referências pagãs e que as cenas deveriam ser realistas.
Dessa forma, a arte do período barroco foi se atrelando ao cristianismo católico, e é por esse motivo que as maiores obras de arquitetura barroca são encontradas em igrejas, basílicas e monumentos cristãos.
O Barroco foi um movimento não só artístico, mas também social, histórico e cultural. Ele englobou a literatura, a pintura, a escultura, a arquitetura e até mesmo a música.
Foi marcado principalmente pelo dualismo; o dilema entre corpo e alma, céu e inferno, o profano e o sagrado. E pela riqueza de detalhes; pinturas, arquitetura e esculturas com características exuberantes e luxuosas.
Chegou ao Brasil no início do século XVII e perdurou até meados do século XVIII.
Minas Gerais, Bahia e Pernambuco são os estados brasileiros com mais legados arquitetônicos herdados dessa época.
Mas o movimento não se restringiu às cidades mineiras, inclusive, iniciou-se em Salvador e Recife.
Vídeos sobre a Arquitetura Barroca em Minas Gerais
Principais características da arquitetura barroca
Como o barroco busca afirmar a soberania católica, as artes desse período são marcadas pela exaltação de Deus e da Igreja.
O barroco quebra a ideia de racionalidade e simetria do classicismo greco-romano e passa a fazer uso de formas e texturas que dão a ideia de movimentos e produzem emoções e sensações.
A exaltação da Igreja também é feita por meio de muitos ornamentos, de uma decoração extravagante que traz a ideia de grandiosidade, poder e riqueza.
O barroco é ousado e as irregularidades de proporção são comuns nesse estilo. De forma geral, suas características mais marcantes são:
- forte presença de espaços e formas ovais, que trazem a ideia de centralização;
- uso da cruz grega, que identifica o cristianismo;
- fachadas convexas ou côncavas, que reforçam a ideia de movimento;
- uso de colunas tortas e de arcos;
- elementos decorativos de muita exuberância e forte presença do dourado;
- efeitos em gesso ou estuque;
- sensação de infinitude e grandeza;
- murais e pinturas nos tetos;
- uso da iluminação para criar a sensação de mistério;
- exaltação de Deus e de Cristo como figuras principais.
- Essas características, apesar de serem as mais marcantes, não estavam cem por cento presentes em todas as obras da arquitetura barroca, pois o estilo arquitetônico variava de acordo com o contexto histórico de cada país.
Na França, por exemplo, a arquitetura barroca buscou exaltar, também, a monarquia — como no Palácio de Versalhes, por exemplo.
Já na Inglaterra, o estilo barroco ganhou força quando Londres precisou ser “reconstruída” após um grande incêndio que destruiu mais de 13 mil casas e 87 igrejas.
Nessa ocasião, Londres foi reprojetada com influências do estilo arquitetônico que estava em voga na Itália e na França.
Principais nomes e obras da arquitetura barroca
1. Carlo Maderno
Conhecido por ser um dos pioneiros do estilo barroco, Carlo Maderno foi um arquiteto e escultor italiano. Sua primeira grande obra foi a fachada da Igreja de Santa Susanna, que conta com colunas típicas do estilo.
Em 1603, Maderno foi nomeado arquiteto chefe da Basílica de São Pedro, no Vaticano, sendo esse o seu principal trabalho.
2. Borromini
Borromini foi um arquiteto que ficou conhecido por revolucionar a arquitetura, rompendo totalmente com o estilo clássico.
Ficou marcado pela construção da Igreja de San Carlo alle Quattro Fontane, em Roma, que foi a primeira construção barroca a ter sua cúpula revestida com formas geométricas e não com afrescos.
3. Gian Lorenzo Bernini
Bernini é considerado por muitos como o principal nome do barroco. Suas obras podem ser encontradas por toda Roma, mas a praça trapezoidal da Basílica de São Pedro e a Igreja oval de Sant’Andrea al Quirinale são suas grandes marcas na arquitetura barroca.
4. Carlo Fontana
Fontana, que trabalhou com Bernini, também ficou conhecido como um dos nomes mais relevantes do barroco romano. Foi responsável pela reconstrução da fachada da Basílica de Santa Maria em Trastevere e também pela restauração da fonte que ficava em frente a essa basílica.
5. Aleijadinho
Antonio Francisco Lisboa, conhecido por Aleijadinho, foi o principal nome da arquitetura barroca no Brasil.
Aleijadinho era escultor, entalhador e arquiteto, e suas obras estão espalhadas por Minas Gerais, especialmente nas cidades históricas de Ouro Preto, Sabará, São João Del Rei e Congonhas.
Suas obras de maior destaque foram a Igreja São Francisco de Assis, em Ouro Preto, e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, localizado na cidade de Congonhas.
Aleijadinho, que também sofreu influência do Rococó, é considerado a maior personalidade da arquitetura colonial brasileira e um dos maiores nomes do barroco nas Américas.
Arquitetura Barroca no Brasil
- Forro da sacristia e pano de porta da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Mariana;
- Forro da nave da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Ouro Preto;
- Teto da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Mariana;
- Painéis na Igreja Matriz de Conceição do Mato Dentro
As principais obras dessa época
- Igreja de São Miguel, localizada em São Miguel, no Rio Grande do Sul;
- Igreja de Santo Antônio, localizada em Cairu, na Bahia;
- Basílica e Convento de Nossa Senhora do Carmo, localizada em Recife, Pernambuco;
- Igreja de São Francisco de Assis, localizada em Ouro Preto, Minas Gerais;
- Os Doze Profetas, esculturas localizadas na Igreja do Bom Jesus de Matozinho, em Congonhas, Minas Gerais;
- Igreja de São Francisco de Assis, localizada em Ouro Preto, Minas Gerais;
- Igreja e Convento de São Francisco no Pelourinho, localizada em Salvador, Bahia.
Arquitetura Barroca no Nordeste do Brasil e Minas Gerais
A arquitetura barroca no Brasil se propagou e chegou ao apogeu no cenário conhecido como “O Ciclo do Ouro”. Esse período corresponde à exploração de minérios em Minas Gerais.
O Barroco ficou famoso no Brasil pelas mãos de Aleijadinho, artista que criou obras históricas, como o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, e a igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, onde assinou tanto o projeto arquitetônico quanto a ornamentação interna.
Características como formas suntuosas e ornamentadas definem bem a arquitetura barroca. O estilo também virou referência na arte, música e literatura.
Devido a isso, o estado é o lugar com mais heranças arquitetônicas do estilo barroco. Nesse contexto, destacam-se as cidades de Ouro Preto, Tiradentes, Congonhas, Mariana e Diamantina.
1. Ouro Preto MG
Ouro Preto é uma das primeiras cidades tombadas pelo Iphan, em 1938, e a primeira cidade brasileira a receber o título de Patrimônio Mundial, conferido pela Unesco, em 1980.
1.1. Igreja de São Francisco de Assis
Representa uma das expressões mais admiráveis do estilo mineiro do final do século XVIII, com fachada que segue o traçado português das grandes igrejas matrizes.
A construção é um marco religioso, social e artístico da cidade e do Estado, com projeto arquitetônico, risco da portada e elementos ornamentais como púlpitos, retábulo-mor, lavabo e teto da capela-mor do Aleijadinho e pinturas de Ataíde.
O forro da nave é totalmente coberto pela pintura de Ataíde, e representa a assunção de Nossa Senhora da Conceição (padroeira dos franciscanos).
1.2. Igreja Matriz do Pilar
Sua construção foi iniciada entre 1728 e 1730, em substituição ao mais antigo templo da vila dedicado à Virgem do Pilar.
É um dos mais importantes exemplares do barroco mineiro do Ciclo do Ouro. Além das imagens de excelente qualidade, a Igreja abriga o Museu da Prata.
Em corredor anexo ao consistório, conserva-se o Arquivo da Matriz, o mais completo dos arquivos de Ouro Preto.
1.3. Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
Datada de 1785, é dedicada à santa padroeira dos negros e mulatos, e possui o desenho mais original de todas as igrejas barrocas mineiras.
Em forma de elipse, o teto da nave se assemelha a uma quilha de navio. O interior impressiona pela acústica e pela clareza.
Os altares laterais são dedicados a Santa Helena, Santa Efigênia, Santo Antônio da Núbia, Nossa Senhora Mãe dos Homens, Santo Elesbão e São Benedito.
Alguns pesquisadores afirmam que as imagens de Santo Antônio e São Benedito foram feitas por Padre Félix, irmão mais velho de Aleijadinho.
1.4. Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Construída no período da terceira fase do Barroco, com a parte principal pronta em 1772 e as obras de embelezamento e acabamento finalizadas em 1848.
Participaram de sua ornamentação artistas como Manoel Francisco Lisboa (pai do Aleijadinho), Manoel da Costa Ataíde, entre outros.
Localiza-se no alto de uma ladeira alcançada por meio de extensa escadaria e era frequentada pela aristocracia local.
Os azulejos portugueses dos dez painéis devem ter custado muito ouro à irmandade religiosa que a financiou. Vindos de Portugal, os azulejos desembarcaram no Rio de Janeiro e seguiram para Minas Gerais em lombo de burro.
1.5. Igreja de Santa Efigênia (Igreja de Chico Rei)
Construída em 1736. Vários artistas trabalharam na obra, entre eles estão Manoel Francisco Lisboa, Francisco Xavier de Brito, e Manuel Gomes da Rocha.
O empreiteiro Manuel Francisco Lisboa trabalhou na construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, onde ele e seu filho, o Aleijadinho, estão enterrados.
Uma das mais antigas paróquias de Minas Gerais, a Igreja Matriz destaca-se, também, por ser uma das maiores em tamanho e suntuosidade.
Na antiga sacristia está instalado o Museu Aleijadinho, onde podem ser admiradas várias obras do mestre, como a imagem de São Francisco de Paula e um Cristo crucificado.
1.7. Capela de Nossa Senhora do Rosário do Padre
O nome deve-se ao padre João de Faria que encomendou a construção nos primeiros anos do século XVIII. Originalmente, a capela era em invocação a Nossa Senhora do Carmo e, por volta de 1740, a Capela do Padre Faria passou a abrigar, também, os irmãos brancos da Irmandade do Rosário.
A capela é o único exemplar no perímetro urbano de Ouro Preto representativo das construções primitivas da Serra de Ouro Preto, sendo considerada, por muitos, a mais requintada de todas.
2. Santuário do Bom Jesus de Matozinhos – Congonhas MG
Considerado uma das obras-primas do barroco mundial, o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos foi inscrito no Livro do Tombo de Belas Artes, pelo Iphan, em 1939, e reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial pela UNESCO, em dezembro de 1985.
Situado em Minas Gerais, no município de Congonhas, o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos começou a ser construído na segunda metade do século XVIII. Desde 2015, o Museu de Congonhas funciona ao lado do Santuário e está aberto à visitação para potencializar a percepção e a interpretação das múltiplas dimensões desse patrimônio.
O conjunto edificado consiste em uma igreja, com interior em estilo rococó, adro murado e escadaria externa monumental decorada com estátuas dos 12 profetas em pedra sabão, além de seis capelas dispostas lado a lado no aclive frontal ao templo, denominadas Passos, ilustrando a Via Crucis de Jesus Cristo.
Sua inspiração é fortemente relacionada a exemplares portugueses como a Igreja de Bom Jesus do Monte (Braga) e ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios (Lamego), ambos em Portugal.
As 66 esculturas de madeira policromada em tamanho natural, abrigadas nas seis capelas que reúnem os sete grupos de Passos da Paixão de Cristo, compõem um dos mais completos grupos escultóricos de imagens sacras no mundo, sendo, sem dúvida, uma das obras-primas de Francisco Antônio Lisboa, o Aleijadinho, que deixou para a Humanidade uma obra de grande expressão e originalidade.
O Santuário apresenta-se em bom estado de conservação, permitindo que sua materialidade exprima a importância e os valores a ele atribuídos, representando uma realização artística única e exemplo excepcional da arquitetura brasileira do século XVIII.
O conjunto edificado e escultórico conserva seus valores intrínsecos: a Igreja do Bom Jesus; o adro com as estátuas dos profetas em pedra sabão; os passos e capelas com suas sete estações, ambos concluídos em 1805, e expressivo conjunto escultórico representativo da Paixão de Cristo.
Apesar do processo de transformação ocorrido com o crescimento urbano da cidade de Congonhas, decorrente do intenso processo de mineração de ferro, o Santuário mantém-se intacto e se constitui, até os dias atuais, em ícone da arte sacra e religiosidade no Brasil.
3. Mariana MG
Mariana foi a primeira capital de Minas Gerais é Ouro Preto. Ela é a única cidade de traçado planejado entre as cidades coloniais mineiras.
O centro histórico de Mariana, tombado pelo Iphan em 1945, apresenta um acervo arquitetônico que marca os anos áureos da opulência do passado, marcada pela mineração de ouro.
O traçado urbano policêntrico — pontilhado por igrejas, Passos da Paixão e chafarizes — revela o efeito cênico típico da estética barroca de influência portuguesa.
Mariana foi projetada pelo arquiteto português José Fernandes Pinto Alpoim, com ruas retas e praças retangulares, seguindo os preceitos modernos, o que ainda pode ser notado, apesar de sua expansão e da constante descaracterização sofrida.
Na segunda metade do século XVIII, surgiram os edifícios institucionais e, ao final deste século, todo o seu acervo arquitetônico estava constituído.
É a única vila da província que teve seu traçado urbano planejado no período colonial, distanciando-se, nesse aspecto, das demais vilas que surgiram com a exploração do ouro.
Entre os monumentos religiosos tombados destacam-se:
- Catedral de Nossa Senhora da Assunção (Igreja da Sé, uma das mais antigas igrejas mineiras),
- Seminário Maior de Mariana (de estilo neoclássico),
- O conjunto de sobrados da Rua Direita (com casas comerciais no térreo e sacadas no andar superior, sendo uma delas a casa onde viveu o poeta Alphonsus Guimarães),
- E as pinturas sacras de Manoel da Costa Ataíde.
Na Praça João Pinheiro, a poucos metros uma da outra, estão as igrejas erguidas pelas poderosas irmandades de São Francisco de Assis e do Carmo.
As igrejas de Nossa Senhora das Mercês e do Rosário, pertencentes às irmandades dos pretos, se distanciam das outras: a primeira situada a cinco quarteirões da praça e a outra em uma elevação mais afastada.
Não tendo alcançado o desenvolvimento de Ouro Preto, Mariana possui menos edifícios civis e templos do que a antiga Vila Rica.
4. São João del Rei MG
A cidade, com suas ladeiras, igrejas, museus e casario, guarda a riqueza obtida com o ouro e revela aos seus visitantes o estilo de vida dos mineiros, além de apresentar magníficas edificações do barroco brasileiro.
São João Del Rei é uma cidade onde o ouro fez dela um exemplo de barroco, enquanto o comércio lhe conferiu um caráter eclético e com toques modernos.
Os visitantes podem observar o Barroco Mineiro em suas igrejas e casario, mas também perceber influências neogóticas, neoclássicas, e até modernas nas fachadas de algumas construções. A cidade oferece uma rica experiência arquitetônica, desde o barroco até o contemporâneo.
Como outras cidades coloniais mineiras, São João del Rei surgiu da aglutinação de pequenos núcleos próximos aos locais de mineração. Inicialmente, a ocupação era dispersa, com casas baixas agrupadas ao redor de uma pequena capela.
A arquitetura religiosa da cidade segue, em grande parte, os padrões tradicionais das matrizes mineiras, com planta em nave, capela-mor, sacristias e corredores laterais, e fachada com um corpo principal ladeado por duas torres, geralmente de perfil quadrado. A ornamentação é predominantemente de gosto rococó, típico da segunda metade do século XVIII e início do XIX.
Antes da descoberta do ouro, a região já era um ponto de passagem obrigatória para quem se dirigia às minas.
5. Tiradentes, MG
O conjunto arquitetônico e urbanístico de Tiradentes, tombado pelo Iphan em 1938, representa um dos mais importantes episódios da interiorização e consolidação da colonização do território brasileiro.
O patrimônio tombado compreende, além das edificações tipicamente coloniais, os vestígios da forma de ocupação da cidade, o modo como os lotes se subdividem, a formação das quadras, as relações entre as áreas mais densas e as de menor ocupação, assim como as áreas verdes contíguas ao sítio urbano tradicional.
A cidade apresenta um dos acervos arquitetônicos mais importantes de Minas Gerais, constituído por construções setecentistas religiosas, civis e oficiais.
Na arquitetura civil, destaca-se a harmonia do casario térreo, caracterizado pela simplicidade de suas linhas que se alongam em lances contínuos pelas ruas principais da cidade.
Algumas peculiaridades também se sobressaem na paisagem urbana, como as casas térreas com número ímpar de janelas, vergas abatidas e vedações em guilhotinas e treliçados, cuidadosamente elaboradas.
Os sobrados, em menor número, caracterizam-se tanto pelo tratamento requintado da cantaria nos vãos (incluindo, em alguns casos, pinturas policromadas), quanto pelos acabamentos internos de extrema riqueza, particularmente nos forros pintados e apainelados marcados por composições policromadas com figuras e elementos decorativos do barroco.
Entre as construções assobradadas de maior porte, destaca-se a Prefeitura Municipal, além de outras edificações oficiais como o prédio do Fórum.
A Igreja Matriz de Santo Antônio distingue-se como um dos mais importantes exemplares de arquitetura religiosa colonial mineira, com risco de autoria de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
A igreja construída dentro dos padrões das grandes matrizes de Minas Gerais possui riquíssima ornamentação da nave e da capela-mor, e das diversas sacristias ricamente decoradas, além da excepcional composição do coro e belíssima decoração do órgão, considerado uma peça única em Minas Gerais.
Em Tiradentes, destacam-se os vestígios da interação entre processos naturais e sociais, produzidos a partir do século XVIII, em território desbravado pelos colonos que buscavam riquezas, superando as resistências e tirando partido das condições naturais.
A cidade ocupou os terrenos altos e de pouca declividade, entre os córregos e o rio das Mortes, evitando o solo frágil que se abre em voçorocas e as encostas mais íngremes.
Nas áreas de baixada – alagadiças e inadequadas para a ocupação urbana, era feita a extração de ouro e realizados alguns serviços urbanos.
6. Diamantina MG
Diamantina é a cidade histórica mais linda de Minas Gerais, terra dos diamantes e de Chica da Silva.
Diamantina é uma espécie de pedra preciosa da arte barroca brasileira. Uma cidade cujo patrimônio histórico está entre os mais importantes do Brasil, figurando ao lado de ícones como Ouro Preto, Tiradentes, Olinda e Paraty.
A cidade de Diamantina, no estado de Minas Gerais, é uma joia arquitetônica que a Unesco reconheceu como patrimônio da humanidade.
O que pouca gente sabe é que essa preciosidade pertence à bacia do rio São Francisco e figura como um dos seus grandes atrativos culturais.
Majestosa em seus casarios conservados, acolhedora em seu clima serrano, apetitosa em suas iguarias típicas, a cidade também encanta pelo colorido barroco e grande agitação jovial.
A porção barroca vem das igrejas, dos sobrados e prédios públicos restaurados.
O lado jovial vem dos estudantes, que enchem a cidade de repúblicas e fazem das ladeiras e ruas estreitas pontos de encontro e agitação.
Além disso, Diamantina chama a atenção por ter sido o berço de dois filhos ilustres.
O primeiro deles é a ex-escrava Francisca da Silva de Oliveira – a Chica da Silva, rainha negra que atingiu posição de destaque na elitista sociedade mineira do século XVIII.
O segundo, o estadista Juscelino Kubitschek, revolucionário fundador de Brasília, no início dos anos 1960, e um dos presidentes mais lembrados da história recente do Brasil. Tanto Chica como Juscelino tiveram suas casas transformadas em pontos turísticos obrigatórios para quem visita Diamantina.
7. Olinda PE
O Barroco é um estilo arquitetônico que encanta e cativa com sua riqueza e ornamentação.
Nas igrejas de Olinda, esse estilo se manifesta de forma magnífica, contando a história da cidade e transmitindo sua importância cultural e histórica.
Um passeio por essas igrejas é uma viagem pela história de Olinda, revelando as características únicas da arquitetura barroca.
A Igreja da Sé, a Igreja de São Bento, a Igreja do Carmo e a Igreja da Misericórdia são exemplos deslumbrantes desse estilo, com fachadas imponentes, altares elaborados e obras de arte impressionantes. Essas igrejas são tesouros culturais e históricos que preservam a identidade de Olinda.
O futuro dessas igrejas promete continuar a encantar gerações futuras, mantendo viva a herança barroca e a importância única das igrejas de Olinda.
8. Recife PE
O estilo barroco no Nordeste surgiu a partir das associações leigas como Confrarias, Irmandades e Ordem Terceira, que tomaram a iniciativa de patrocinar a produção artística no século 18, com o enfraquecimento das ordens religiosas.
Igrejas Barrocas, pelo centro do Recife:
- Basílica e Convento de Nossa Senhora do Carmo – A fachada externa é de estilo barroco. Na sua área interna, a decoração barroca é de grande valor. Construída entre os séculos 17 e 18.
- Igreja de Santa Teresa D’Ávila da Ordem Terceira do Carmo – Inicialmente construída para brancos e ricos. Destaque para o teto e altar barrocos.
- Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Santo Antônio – possui um estilo barroco colonial.
- Capela Dourada da Ordem Terceira do São Francisco – Expressão máxima do barroco no Recife.
- Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco – No local, existem painéis de azulejos portugueses dos séculos 17 e 18.
- Igreja e Convento Franciscano de Santo Antônio – A posição da única torre da igreja que se encontra recuada em relação à fachada, promove um desvio diagonal na composição que é uma característica barroca.
Veja as Principais igrejas barrocas de Recife PE
9. Salvador da Bahia
As igrejas de Salvador representam o esplendor do estilo barroco no Brasil.
Veja as Igrejas Barrocas de Salvador da Bahia
História da Arquitetura Barroca no Nordeste do Brasil e Minas Gerais